Tag: pleonasmo
Não. O dicionário Houaiss diz que boato é notícia muito propalada, mas “não necessariamente falsa”. Etimologia Boato vem do latim boatu, que quer dizer grito, alvoroço. Com o tempo, passou a designar notícia falsa, anônima, sem fonte assumida. Mas, apurada, pode ser falsa ou verdadeira.
“Gabriel Diniz tinha planos para o futuro”, anunciou o jornal Hoje. Cochilou. Ganha um bombom quem fizer planos para o passado. Basta: Gabriel Diniz tinha planos para incrementar a carreira.
“Novas regras para uso de patinete em São Paulo começam a valer a partir do dia 28”, disse o repórter. Certo? Nãooooooooo! A partir de é expressão de tempo. Quer dizer a começar em. Por isso, a partir de não combina com o verbo começar. É pleonasmo escrever “Novas regras para uso de patinete em São Paulo começam a valer a partir do dia 28″. […]
Marcelo Abreu escreve: “Li no G1 informações sobre as gêmeas siamesas que foram separadas em hospital de Brasília. Título da matéria: “Planos para o futuro”. É pleonasmo, não?” É. Ganha um bombom Godiva quem fizer planos para o passado. Como planos são sempre para o futuro, o complemento sobra. Basta planos.
“Entre deputadas mulheres há maior divisão sobre a reforma”, escreveu o site do jornal. “Deputadas mulheres é pleonasmo?”, perguntam os leitores. Sim. Deputado é homem; deputada, mulher. Basta deputadas.
Quantia refere-se a dinheiro. Quantidade se emprega nos demais contextos: Não revelou a quantia depositada no banco. Perdeu grande quantidade de frutas. Sem redundância O povo sabido diz que um é pouco, dois é bom, três é demais. Com a língua, a história muda de enredo. Um é suficiente. Por isso, não diga quantia de dinheiro. É redundância.
“A língua é um sistema de possibilidades”, dizem os linguistas. Exibe opções. Os usuários escolhem a mais adequada. Falantes discordam. “A língua é um sistema ciladas”, afirmam eles. Grafias, concordâncias, regências, colocações estão cheias de pegadinhas. Exemplos não faltam. Um deles ganhou as manchetes de sexta-feira. O presidente Jair Bolsonaro festejava o Dia Internacional da Mulher. Entre irônico e divertido, disse esta frase: “Temos 22 […]
“A fronteira com a Venezuela ainda permanece fechada”, disse repórter da GloboNews. Abusou. O advérbio ainda indica duração. O verbo permanece também. Em tempos de vacas magras, melhor fazer economia — usar um ou outro: A fronteira com a Venezuela permanece fechada. A fronteira com a Venezuela ainda está fechada. A mesma observação vale para “ainda continua”. Ambas as palavras indicam duração. Manda o bom […]
Ufa! A reforma da Previdência começou a andar. A idade mínima para a aposentadoria foi anunciada: 62 anos para mulheres e 65 para homens. E os privilégios? Adiou-se a definição “para depois”, disse o repórter. Ops! É baita pleonasmo. Não se adia para antes. Só para depois. Há jeitos de safar-se. Um: basta dizer adiar a definição. Outro: delimitar o tempo – adiar para março, […]
Bibi, a musa do teatro, nos deixou. Telejornais, depois de tantas tragédias, explodem de alegria. Ao dar a notícia, mostram imagens da diva em palcos de Europa, França e Bahia. Em todos, é só brilho. Repórteres terminam a apresentação falando em “hora do último adeus”. Muitos estranham. “Último adeus” seria pleonasmo? A resposta: não. Há despedidas e despedidas. Nas mais curtas, dizemos tchau, até já, […]