O personagem da semana? Ele mesmo, Lula. Primeiro, pintou a suspeita. O ex-presidente seria nomeado ministro? Depois, a certeza. Foi nomeado. Por fim, a divulgação de diálogos gravados com autorização da Justiça. Foi aí que a porca torceu o rabo. Na transcrição das conversas, emissoras de rádio e tevê censuraram os palavrões. Ouvintes e telespectadores protestaram. Queriam ouvir as frases na totalidade — tim-tim por tim-tim.
E daí? Os meios de comunicação se orientam por regras próprias. Manual de redação apresenta as regras que os profissionais devem seguir. O dos Diários Associados, por exemplo, diz o seguinte: “Os leitores são sensíveis. Indignam-se com palavrões, obscenidades e expressões chulas. Acolha-as só em situações excepcionais. É o caso de manifestação de alguém quando a palavra tiver indiscutível valor informativo ou reflita a personalidade de quem a profere”. O Correio decidiu transcrever as falas na íntegra.
Extra! Extra! Extra! Em dia excepcional, uma palavra ganhou destaque. Trata-se de extra. A dissílaba confunde os redadores. Ela tem flexão? Grafa-se com hífen ou sem hífen? Eis as respostas:
1. Como adjetivo, flexiona-se em número: hora extra, horas extras, trabalho extra, trabalhos extras.
2. Na escrita, só pede hífen quando seguido de a e h: extra-abdominal, extra-alcance, extra-humano, extra-hospital, extraclasse, extraordinário.
Às avessas. Conhece a história do extra? No começo da vida, a dissílaba era polissílaba — extraordinário. Pronunciar palavra tão compriiiiiiiiiiiiiida? Dá preguiça. Vem, lei do menor esforço. A grandona foi encurtada. Mas manteve o sentido e a flexão.