Crase 12: conclusão

Ufa! Chegamos ao fim da linha. No percurso, o blogue desvendou tim-tim por tim-tim os mistérios da crase. Mostrou que a escola comete senhora injustiça com a preposição ao responsabilizá-la pelos tropeços sem fim. No duro, no duro, o algoz do grampinho é o artigo. Ele se esconde manhosamente. Como quem não quer nada, causa estragos. Rouba a clareza. Desclassifica concurseiros. Mata amores. Agora, o […]

Crase 11: pronome possessivo

O pronome possessivo joga no time dos liberais. Deixa o emprego do artigo à escolha do freguês. Veja: Sua mãe está aqui. A sua mão está aqui. Minha casa fica longe do centro. A minha casa fica longe do centro. Meu carro roda bem e gasta pouco. O meu carro roda bem e gasta pouco. Se o artigo é facultativo, a crase também é: Fui […]

Crase 10: Falsa crase

Escrever à mão? Escrever a mão? No troca-troca, temos escrever a lápis. Sem artigo, não há crase. Mas use o acento. Pela clareza. Bater à máquina? Bater a máquina? Não há crase. Mas, sem o acento, o leitor pode entender que a máquina levou pancada. É a clareza. Pagar à vista? Pagar a vista? No troca-troca, temos pagar a prazo. Sem artigo, não há crase. […]

Crase 9: locução adverbial, prepositiva, conjuntiva

Locução = mais de uma palavra que vale por uma classe gramatical. Há várias. À crase interessam três: adverbial, prepositiva e conjuntiva. Como identificar o trio? Fique de olho na última palavra. A locução prepositiva termina por preposição (de, com, a) — em frente de, ao lado de, de acordo com, em relação a. A formada de palavra feminina pede sinal da crase: Ficou à […]

Crase 8: nome masculino

Vale repetir: não ocorre crase antes de nome masculino. A razão é simples: o artigo macho é o. Sem dois aa, nada de grampinho — marca pra lá de feminina. Mas há construções que enganam. Fingidas, escondem um ser feminino: Canta à (moda de) Roberto Carlos. Corta o cabelo à (moda de) Neymar. Faz bicicletas à (moda de) Pelé. Móveis à (moda de) D. José. Fui à (Livraria) […]

Crase 6: nome de pessoa

Crase antes de nome de pessoa? É facultativa. Depende do artigo. Há regiões que o usam e regiões que o dispensam: a Maria, Maria: Referiu-se à Maria. Referiu-se a Maria. Ambas estão corretas. Na primeira, usa-se o artigo. Na segunda, não. Dirijo-me à Paula? Dirijo-me a Paula? Tanto faz. Quem diz à Paula usa artigo. Quem diz a Paula não. É questão regional.    

Crase 5: de…a, da…à

A língua tem casaizinhos. Pra lá de fiéis, o que acontece com um acontece com o outro. Se um vem com preposição, o outro vai atrás. Casalzinho de…a. De é preposição pura. A também. Nada de crase: Estudo de segunda a sexta. Trabalha de segunda a segunda. Antes da pandemia, o comércio abria de segunda a segunda. Casalzinho da (do)…à. Da (do) é preposição + […]

Crase 3: casa, terra

Ferreira Gullar acertou ao dizer que “a crase não foi feita pra humilhar ninguém”. Mas fez vistas grossas pra pormenor importante. O sinalzinho dá um senhor nó nos miolos. Pra desatá-lo, só há uma saída — ficar de olho no artigo. É ele que promove os rolezinhos. Cheio de manhas, faz de conta que está presente. Mas não está. Ou vice-versa. Finge que se encontra lá, juntinho […]