S ou Z? Depende da família

Publicado em português

Oba!, festejam os irresponsáveis que adoram desrespeitar os limites de velocidade. A razão: por causas ainda obscuras, foram desligados radares de fiscalização de rodovias federais. O fato mereceu manchetes. Na correria das redações, pintou a dúvida — fiscalização com s ou z? Por quê?

Os professores repetem e repetem. O sufixo -isar não existe. Mal eles falam, a meninada se lembra de paralisar, analisar, pesquisar. As quatro letrinhas lá estão, firmes e fortes. Também se lembram de civilizar, organizar, catequizar & cia. Como explicar a aparente contradição? É simples. A chave da resposta se encontra na origem da palavra.

S

Vale o exemplo de analisar. O verbo é derivado de análise. Ora, se análise tem s no radical, nada mais justo que a letra se mantenha nos derivados. É o caso de bis (bisar), catálise (catalisar), pesquisa (pesquisar), liso (alisar). Reparou? O is faz parte da palavra primitiva. O verbo se forma com o acréscimo do sufixo -ar. Palmas para o professor. Isar não existe.

Z

Como explicar a presença do -izar em amenizar, capitalizar, humanizar, simbolizar etc. e tal? Os coitados não têm o s onde o -ar possa se agarrar. Precisam de uma ponte. Construíram o –iz, que se mantém nos derivados. É o caso de ameno (amenizar, amenização), canal (canalizar, canalização), humano (humanizar, humanizado), capital (capitalização, capitalizado), fiscal (fiscalizar, fiscalização).

Privilégio

Alguns são privilegiados. Têm o z no radical. Nada mais justo que respeitar a família: cicatriz (cicatrizar), deslize (deslizar), juízo (ajuizado, ajuizar), raiz (enraizado, enraizar).

Em bom português

O emprego de -isar e -izar é questão de família.