R$ 600 é muito, R$ 200 é pouco: o porquê da concordância

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A pandemia nos pegou de surpresa. Ceifou vidas e roubou empregos. Nada menos de 66 milhões de brasileiros ficaram sem salário e sem renda. O governo fez o que tinha de fazer — criou o auxílio emergencial de R$ 600. A ajuda, pra lá de bem-vinda, chega ao fim. Mas a crise sanitária continua.

E daí?

A saída é prorrogar o socorro. A equipe econômica disse que o país não aguenta manter o valor. Propôs reduzi-lo pra R$ 200. O Congresso bate pé nos R$ 600. Bolsonaro se opôs aos extremos: “R$ 600 é muito, 200 é pouco. Vamos ficar no meio-termo”.

A fala presidencial foi seguida de murmúrios. Não sobre montantes. Mas sobre a concordância – R$ 600 é muito, R$ 200 é pouco. O verbo no singular está correto? Está.

A manha

As locuções é muito, é pouco, é suficiente & ciaacompanhadas de especificação de quantidade, medida, preço, tempo e valor são invariáveis: R$ 600 é muito. R$ 200 é pouco. Quinze anos é tanto tempo! Dois quilos é pouco. R$ 10 é suficiente.