Tropeços nobres e plebeus 1

Publicado em Deixe um comentárioGeral

A língua faz pactos. Um deles: a concordância. Para conviver com harmonia, estabeleceu hierarquias. O sujeito e o predicado são os mandachuvas. Na flexão do verbo, o sujeito dita as regras. Mas muitos ignoram o trato. Resultado: tropeçam. Aiiiiiiiiiiiiii… Nos textos do Millôr, “sobrava” alfinetadas. O português é flexível. Permite que os termos passeiem na frase. Mas o vaivém não muda as regras. O verbo […]

A Lei de Murphy e suas ramificações

Publicado em Deixe um comentárioGeral

  Todo corpo mergulhado numa banheira faz tocar o telefone.   A informação mais necessária é sempre a menos disponível.   O pessimista se queixa do vento; o otimista espera que ele mude; o realista ajusta as velas. Quem conhece Murphy não faz nada.   A fila do lado sempre anda mais rápido.   Se você está se sentindo bem, não se preocupe: isso passa. […]

Erramos

Publicado em Deixe um comentárioErramos, Geral

“A parlamentar pediu que fosse acrescentado a extinção dos chamados `jetons´”, escrevemos na pág. 2. Nossa! Um período, três escorregões. O primeiro pisou a concordância. O segundo recorreu a modismo. O último pôs aspas onde a dupla não tem vez. Melhor aprumar-se. Assim: A parlamentar pediu que fosse acrescentada a extinção dos jetons.  

Leitores perguntam

Publicado em Deixe um comentárioGeral, Leitor pergunta

  Quando uma pessoa está em iminência de morte, qual a maneira correta de dizer: risco de vida ou risco de morte?(Marcel BH) A questão mereceu debates calorosos. Uns defendiam risco de vida porque subentendiam o verbo perder (risco de perder a vida). Outros interpretavam o que estava escrito. Risco é perigo. Perigo de vida? Que bom! Consultada, a Academia Brasileira de Letras bancou o rei Salomão. […]

Suicidar-se

Publicado em Deixe um comentárioGeral

Atenção, navegantes. Suicidar-se é sempre pronominal. Quem conhece a origem do verbo acha estranho. O caprichoso vem do latim. É formado de sui (de si, a si) + cídio (matar). Significa matar a si mesmo. No duro, não precisaria do se. Mas o teimoso bate pé. Exige o pronome e não abre. Manda quem pode. Obedece quem tem juízo: eu me suicido, ele se suicida, […]

Da fala ao grunhido

Publicado em Deixe um comentárioGeral

Ferreira Gullar Desconfio que, depois de desfrutar durante quase toda a vida da fama de rebelde, estou sendo tido, por certa gente, como conservador e reacionário. Não ligo para isso e até me divirto, lembrando a célebre frase de Millôr Fernandes, segundo o qual “todo mundo começa Rimbaud e acaba Olegário Mariano”. Divirto-me porque sei que a coisa é mais complicada do que parece e, […]