Hífen tem acento. Hifens não. Por quê?

Em português, pouquíssimas palavras terminam com n. Entre elas, hífen, éden, abdômen. Elas pregam senhora peça na acentuação gráfica. A regra diz que ganha grampo ou chapéu a paroxítona terminada com n. A que se finaliza com ns não tem nada com a história. Fica solta e livre, sem lenço nem documento: hifens, edens, abdomens. Superdica As oxítonas se opõem às paroxítonas. O que acontece […]

Hífen: tele-

O Conselho Federal de Medicina oficializou a prática da telemedicina. Ao anunciar o fato, provocou comentários em Europa, França e Bahia. De um lado, médicos criticaram a iniciativa, que, segundo eles, desumaniza a profissão. De outro, linguistas se pronunciaram a respeito do prefixo tele-. Tele- veio da Grécia. Quer dizer de longe. Telefone, por exemplo, significa voz de longe. Televisão, imagem de longe. Telegrama, mensagem […]

Hífen: norte, sul, centro

Norte e sul pedem hífen na formação de adjetivos pátrios: norte-americano, norte-coreano, norte-rio-grandense, sul-americano, sul-coreano, sul-vietnamita, sul-asiático, sul-africano. Entre os extremos, fica o meio. Como lidar com ele? Do mesmo jeitinho. Centro exige tracinho na formação de adjetivos: centro-americano, centro-asiático, centro-africano, centro-direita, centro-esquerda.

Hífen: ultra-

Quem tem competência para classificar informações no graus ultrassecreto e secreto? O Diário Oficial responde. É a Abin. Esclarecida a dúvida, vale uma diquinha de grafia. Como lidar com o prefixo ultra-? Ele pede hífen? Não pede? Ultra– exige o tracinho quando seguido de h ou a. No mais, é tudo colado:  ultra-homérico, ultra-avançado, ultrarrebelde, ultrassom, ultrapassado, ultraelegante, ultrassecreto.

Hífen: semi-

Boletim do Hospital Albert Einstein informa que o presidente Bolsonaro está em uma unidade semi-intensiva. Semi-intensiva se escreve assim mesmo — com hífen. O prefixo pede o tracinho quando seguido de h ou i. No mais, é tudo colado: semi-humano, semi-internato, semicírculo, semirradiação, semissolução.

Hífen: onomatopeia

Au-au. É o cão que late. Miau-miau. É o gato que mia. Glu-glu. É o peru que gluglujeia. Có-có. É a galinha que cacareja. Chuá-chuá. É a água que cai. Tique-taque. É o relógio que marca as horas. As palavras que reproduzem o som de vozes ou ruídos recebem nome pra lá de pomposo. É onomatopeia. O adjetivo dela derivado tem duas formas – onomatopeico, […]

Hífen: geral

A reforma ortográfica uniformizou o emprego do hífen com o adjetivo geral . Geral sempre pede o tracinho: secretário-geral, diretor-geral, coordenador-geral, orientador-geral, procurador-geral. Atenção Olho vivo! Se o cargo tiver certidão de nascimento escrito sem hífen, permanece sem tracinho. Como no jogo do bicho, vale o que está escrito.

Hífen: auto-

O deputado Jean Wyllys diz que sofreu ameaças. Com medo, desistiu do mandato. Fez as malas e deixou o Brasil. Não deu outra. Aqui e ali pintou a pergunta — ele se auto exilou, auto-exilou ou autoexilou? O prefixo auto– pede o tracinho quando seguido de h e o. No mais, é tudo colado como unha e carne: auto-hipnose, auto-organização, autoescola, autorregulação, autossuficiente, autoexílio.