“Nunca conheci ninguém que falasse duas línguas. Cada palavra, nuance ou ritmia que se aprende numa língua se perde na outra. Como dizia Shaw: `Nenhum homem realmente capaz na própria língua se interessa em dominar outra.´”
Diplomata e militar têm características comuns. Uma delas: a hierarquia. Ela vem de hierós, que quer dizer sagrado, santo. A greguinha goza de senhor status. Desde que nasceu, carrega a ideia de dignidade, ordem e subordinação entre sacerdotes, anjos e poderes. O domínio de cada um é pra lá de delimitado. Jeitos de dizer traduzem com clareza o lugar de autoridades ou nem tanto. É […]
“Há pessoas tão chatas que nos fazem perder um dia em cinco minutos.”
“Magistrada de Olinda concedeu a guarda provisória de criança a casal que não estava inscrito no cadastro nacional, conforme determina a legislação”, escrevemos na pág. 7. Ops! Demos sentido contrário à notícia. Culpa da preposição. Melhor mudá-la. Assim: Magistrada de Olinda concedeu a guarda provisória de criança a casal que não estava inscrito no cadastro nacional, em desacordo com a legislação.
Roger Pinto Molina é senador fugitivo ou fugitivo senador? A questão ocupa as redações desde domingo. O homem é senador. Pediu asilo ao Brasil. Depois de 455 dias à espera de salvo-conduto pra deixar La Paz, caiu fora. Em operação nebulosa, atravessou o território do país vizinho e entrou no brasileiro. O governo boliviano divulgou nota na qual chama o atrevido de fugitivo. Daí a […]
“O parlamentar brasileiro explicou que o ministro Eduardo Saboia o ligou preocupado em garantir a vida de Roger Pinto”, escrevemos na pág. 3. Olha a regência, gente. Ligamos (telefonamos) para alguém. O pronome que funciona como objeto indireto é lhe. Melhor assim: O parlamentar brasileiro explicou que o ministro Eduardo Saboia lhe ligou preocupado em garantir a vida de Roger Pinto.
Dad Squarisi Os advogados se especializam no jurisdiquês. Os economistas, no economês. Os pedagogos, no pedagogês. Os programadores, no informatiquês. O nome dessas e de falas do mesmo time têm clara intenção pejorativa. Traduz a linguagem rebuscada, cheia de floreios e marcada pela ânsia de exibição. “Viu como sou erudito?”, parece perguntar o profissional que acredita no quanto mais prolixo melhor. Não é sem razão. […]
“Se escrevo é primeiro porque amo os homens. Tudo vem disso pra mim. Amo e por isso é que sinto esta vontade de escrever, me importo com os casos dos homens, me importo com os problemas e necessidades deles. Depois escrevo por necessidade pessoal. Tenho vontade de escrever e escrevo (isso é pro caso dos versos). Mas mesmo isso psicologicamente pode ser reduzido a fenômeno de […]
“Maranhense, o ex-marceneiro chegou em Brasília há dois meses”, escrevemos na pág. 19. Viu? Pisamos a regência. Chega-se a algum lugar. Assim: Maranhense, o ex-marceneiro chegou a Brasília há dois meses.