Bravo: origem

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Aplausos acariciam os ouvidos de músicos, atores, declamadores, contadores de histórias. Se o público ficar de pé, a satisfação cresce. Mas só chega ao auge se a plateia entoa em coro o italianíssimo “bravo, bravo, bravo!” A palavra em português tem vários significados. Um deles: irritado, enraivecido, chateado. O outro, o bem-amado. Na língua dos Césares, de Marcello Mastroianni e Sophia Loren, o dissílabo usualmente […]

Último adeus: pleonasmo?

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Bibi, a musa do teatro, nos deixou. Telejornais, depois de tantas tragédias,  explodem de alegria. Ao dar a notícia, mostram imagens da diva em palcos de Europa, França e Bahia. Em todos, é só brilho. Repórteres terminam a apresentação falando em “hora do último adeus”. Muitos estranham. “Último adeus” seria pleonasmo? A resposta: não. Há despedidas e despedidas. Nas mais curtas, dizemos tchau, até já, […]

Estrangeirinhas: como lidar com elas

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As línguas adoram bater papo. Umas influenciam as outras. Quanto maior o contato, maior a influência. No século 19, o português sofreu grande influência do francês. Assimilou várias palavras do idioma de Victor Hugo. Abajur, garagem, bufê, balé servem de exemplo. No 20, o inglês chegou com força total. Falado pela potência planetária, que vende como ninguém sua música, seu cinema e sua tecnologia, impôs-se […]

Junto a: quando usar

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“Favor identificar-se junto à portaria”, diz cartaz afixado em prédios de norte a sul do país. No recall, as montadoras pedem aos clientes “marcar hora junto à gerência”. Os jornais dizem que a Argentina “negocia empréstimo junto ao FMI”. Viu? Junto a virou praga. É a receita do cruz-credo. Xô! Quando usar a locução junto a? A duplinha joga no time de ao lado de, […]

Dois times: chover & cia.

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A chuva veio com mau humor. Estados do Sul e Sudeste são os mais castigados. As imagens exibidas pela tevê assustam. Morros desmoronam. Barreiras caem. Estradas se fecham. Bairros se transformam em rios. Casas se afogam. Vidas se perdem. Milhares de pessoas perambulam sem teto. A tragédia trouxe um verbo à tona. É chover. Ele joga no time de ventar, trovejar, nevar, amanhecer, anoitecer. Por […]

Vendem-se carros? Vende-se carros?

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Não é Antarctica. Mas virou unanimidade nacional. Aparece de norte a sul desta alegre Pindorama. Faixas, cartazes, classificados anunciam sem cerimônia. É “vende-se apartamentos” pra cá, “conserta-se roupas” pra lá, “aluga-se carros” pracolá, “prega-se botões” pra todos os lados. De tanto ver as pérolas, o olhar se acostuma. A crítica relaxa. Todos têm a impressão de que a forma merece nota 10. Mas é pura […]

Olhos verde-mar? Olhos verdes-mar?

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Há adjetivos compostos de adjetivo + substantivo. É o caso de verde-mar, castanho-avelã, azul-bebê, verde-canário. Como flexioná-los no plural? Mar, avelã, bebê e canário são nomes. Não indicam cor. Então, a língua recorre a um truque. Deixa subentendida a expressão da cor de. Com ela, o substantivo não tem saída. Fica sempre no singular: olhos verde-(da cor do) mar, olhos castanho- (da cor da) avelã, […]