Ufa! No dia 8, às 8h, começam as Olimpíadas de Pequim. Quem conhece o perfeccionismo e a determinação chineses não duvida. Serão os mais esplêndidos jogos de todos os tempos. Por isso a imprensa adotou a contagem regressiva. Recorre, então, a duas estruturas. Ambas verdadeiras ciladas. Uma: o verbo faltar. Quando o sujeito vem posposto, não dá outra. Pisa-se a […]
Verbo, o senhor da fala 65 — Mobiliar O comércio está queimando o estoque. Nas liquidações, há descontos de 30%, 40%, 50%, 70%, 80% — tudo parcelado em montes de prestações. Que tal aproveitar as ofertas e dar uma ajeitada na casa? Sofás, poltronas, geladeiras, tevês que já deram o que tinham de dar podem pedir o boné e abrir espaço para […]
“As conseqüências”, ensinou o conselheiro Acácio, “vêm depois.” A obviedade do personagem de Eça de Queirós lembra outra obviedade. Trata-se da conta que o meio ambiente cobra pelo desmatamento desvairado. Uma delas é a visitinha de ratos silvestres. Eles invadem a cidade em busca do lixo que lhes dá alimento. Se estiverem contaminados pelo hantavírus, transmitem a hantavirose aos humanos. O palavrão […]
Que coisa, hein? A turma da Universidade Federal do Rio de Janeiro não respeita nem a fila dos transplantes. Em troca de boa grana, inverte a ordem da espera. Os últimos tornam-se os primeiros. A mágica foi batizada de fura-fila. O plural? Fura-fila joga no time dos compostos de verbo + substantivo. Só o nome se flexiona: fura-filas, vira-latas, porta-malas, guarda-chuvas.
As palavras são como as roupas. Ficam gastas. Envelhecem. Quem primeiro se dá conta da perda do viço são os artistas. Eles, então, dão novos nomes a velhas denominações. Vale o exemplo de Gilberto Gil. O ministro cantor entregou a cadeira da Esplanada dos Ministérios. Falar em demissão? Qual o quê! Ele preferiu dar charme e colorido à saída. Chamou-a refazendo, refazenda […]
Ops! O vestibular pegou a moçada pelo pé. Apresentou o primeiro verso do Hino Nacional. Ele é pra lá de repetido. Quantas vezes você, em posição de sentido, interpretou a obra de Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva? Um montão, claro. Por isso ela é pra lá de conhecida. E por isso, também, cai em prova de concurso. Trata-se de pegadinha. Ei-la: […]
Vitória e João Marcelo são namorados. Outro dia, ela escreveu uma carta pra ele. Disse que tinha estudado à bessa. O garoto estremeceu. O coração gelou. Mas gostava tanto da garotinha… O que fazer? Bancou o esperto. Perguntou: — Bessa se grafa assim? Não sabia. Sempre escrevi com ç. Vamos dar uma espiadinha no dicionário? Lá estava: à beça. Com ç. […]
Era uma vez… A cotovia fez o ninho na árvore de uma fazenda. Uma manhã, antes de sair em busca de comida para os filhotes, disse pra eles: — Fiquem atentos. Escutem tudo o que o dono da fazenda disser. Depois, vocês me contam. Dito e feito. Quando voltou, os pequeninos lhe deram notícias: — O fazendeiro disse que tinha […]
Recado “Falar é fácil. Fazer é que são elas.” Voz do povo Pegadinha patriótica Amanhã é o Dia da Pátria. Ah, coisa boa! Vem feriadão. Vêm desfiles. Muitos repetirão o muitas vezes repetido. Cantarão o Hino Nacional. Quantas vezes você, em posição de sentido, interpretou a obra de Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva? Um montão, claro. Por isso ela é pra lá […]
“Quando enfim consegue, não se dá conta que ela já está louca”, escrevemos na pág. 4. Cadê a preposição? O gato comeu. Deve estar com indigestão. Que a devolva: Quando enfim consegue, não se dá conta de que ela já está louca.