Quer pronome sofisticado? Fique com o cujo. Pouca gente o emprega. Insegurança talvez.
Não é para menos. O cujo tem suas manhas. São três:
1. Separação silábica. No fim da linha, forma palavrão. Deus nos acuda. É igual a federal. Todo o cuidado com eles é pouco.
2. O emprego
O cujo tem uma missão muito especial: juntar duas frases para evitar repetição de palavras. Com uma particularidade – sempre indica posse.
- O ministro foi indelicado com a deputada. O candidato do ministro (= candidato dele) perdeu a eleição.
O ministro cujo candidato perdeu a eleição foi indelicado com a deputada.
- Joana está feliz com a visita da cegonha. Os filhos de Joana nasceram há uma semana.
Joana, cujos filhos nasceram há uma semana, está feliz com a visita da cegonha.
- O livro esgotou-se em três dias. O autor do livro foi premiado na França.
O livro cujo autor foi premiado na França esgotou-se em três dias.
- O candidato venceu a eleição em primeiro turno. Não pude atender os pedidos do candidato.
O candidato cujos pedidos não pude atender venceu a eleição em primeiro turno.
3. Rejeição ao artigo
O cujo rejeita o artigo. Nunca diga, por exemplo: Carlos, cujo o candidato foi o mais votado no centro acadêmico, quer disputar uma vaga na Câmara. Nunca mesmo. Pega mal como palitar os dentes em público. Faça bonito. Assim: Carlos, cujo candidato foi o mais votado no centro acadêmico, quer disputar uma vaga na Câmara.