Categoria: português
Consoantes têm várias leis. Uma delas: quanto mais confusão melhor. Pra obedecer à determinação tão divertida, nada mais adequado que usar e abusar das máscaras. Com elas, uma letra multiplica os sons. E, claro, dá nó nos miolos dos pobres mortais. Vale o exemplo do x. A danadinha adora trocar os disfarces. Em certas palavras, pronuncia-se ch (enxoval). Em outras, z (exame). Em outras, ainda, […]
No carnaval, fantasias pedem passagem. Com elas, máscaras fazem a festa. Invadem as ruas e exibem caras famosas ou sonhadas. Mulheres viram homens. Homens, mulheres. Meninos ganham os poderes do Super-Homem, a destreza do Homem Aranha ou a graça do Mickey. Meninas, a força da Pucca, a capacidade das Superpoderosas ou os malabarismos da Hannah Montana. Gente comum se transforma em celebridade. Anônimos invisíveis se […]
Abram alas, que o samba quer passar. E passa. Na terrinha tropical, começou com Donga. “Pelo telefone” abriu o caminho. Cartola, Pixinguinha, Mansueto de Menezes, Noel Rosa, Clementina de Jesus o seguiram. Hoje existe uma certeza: “Quem não gosta de samba / Bom sujeito não é / É ruim da cabeça / ou doente do pé”. E uma dúvida. Onde a palavra nasceu? Há uma […]
No começo não havia samba-enredo. Valia o samba mais cantado nos ensaios de quadra. Em 1932, o jornal Mundo Esportivo, dirigido por Mário Filho, irmão de Nelson Rodrigues, organizou o primeiro torneio de escolas de samba. A Mangueira venceu. No ano seguinte, O Globo assumiu a festa, e a Mangueira levantou o bicampeonato. Mas o destaque foi o samba da Unidos da Tijuca, coerente com […]
O carnaval deitou e rolou nesta terra mestiça. Deu filhotes. Dele nasceu carnavalesco. O sufixo –esco é velho conhecido nosso. Aparece em adjetivos. Mas não qualquer adjetivo. Só nos derivados de substantivos. Quer dizer semelhante, parecido. Carnavalesco é semelhante a carnaval. Dantesco, a Dante. Burlesco, a burla (zombaria). Momesco, a momo. A família cresceu. Veio o neto — o advérbio carnavalescamente. Reparou? Ele é filho […]
Carnaval é coisa séria. Tão séria que a Igreja o controla. É a Santa Sé que manda na festa. Começa pelo calendário e chega ao nome. Ela diz: “O momo só pode reinar 40 dias antes da quaresma. Vai do Dia de Reis (6 de janeiro) à quarta-feira de cinzas. Depois disso, o mundo se veste de roxo”. Cadê autonomia? A quarta-feira de cinzas depende […]
Carnaval é sinônimo de alegria, descontração, irreverência. Blocos, escolas e foliões aproveitam os dias de momo pra exercitar a liberdade. De certa forma, retomam o tempo das saturnais romanas. Era um período alegre. Os servidores públicos entravam em recesso. Os tribunais fechavam as portas. Nenhum criminoso podia ser punido. Libertavam-se os escravos para assistir aos festejos. As famílias ofereciam banquetes. Durante as celebrações, invertiam-se as […]
“Se o amor é fantasia, eu me encontro em pleno carnaval.”
“Meu fumo é minha ioga / Você é minha droga / Paixão e carnaval / Meu zen, meu bem, meu mal.” (Caetano Veloso) “Eu não quero mais chorar / Por causa de um amor qualquer / Minha dor tem de acabar / No carnaval, se Deus quiser. (Gilberto Gil) “Que ideia a de que no carnaval as pessoas se mascaram. No carnaval desmascaram-se.” (Ferreira Vergílio) […]
“Órgãos públicos trabalham em parceria no combate a dengue”, escreveu o site do jornal. Leitores sentiram falta do sinalzinho da crase. Com razão. No período ocorre o casamento da preposição a com o artigo a. Como acertar sempre? Basta apelar para o troca-troca — substituir a palavra feminina por uma masculina. Deu ao? Sinal de crase. Veja: Órgãos públicos trabalham no combate ao câncer. Vem, […]