Categoria: português
O assunto da semana? Ele mesmo: o anúncio de privatização da Eletrobras. Os mercados se assanharam. A Bolsa subiu. Os brasileiros acenderam a esperança de fim dos apagões e do aumento das tarifas. Mas, acima de tudo, pintou questão pra lá de debatida. Por que a estatal dispensa o acento? Oxítona terminada em a (seguida ou não de s) deveria exibir um grampinho como está, […]
“Os candidatos que pagam por vagas em universidades públicas ou privadas podem ser enquadrados no crime de fraude à certame de interesse público”, escrevemos na pág. 18. O leitor João Maria Madeira Basto viu. Reclamou. Crase antes de nome masculino? Nãoooooooo! Melhor mandar o acentinho bater à porta de outro freguês.
“Metrô: A moda de Teresina chegou a Brasília.”, escrevemos na pág. 12. Viu? Demos majestade a plebeu. Depois de dois-pontos, a inicial maiúscula só tem vez em diálogo ou citação. No mais, é pequenina. Assim: Metrô: a moda de Teresina chegou a Brasília.
Além da Eletrobras, outras estatais entraram no pacote das privatizações. Entre elas, a Casa da Moeda. O fato provocou piadas. José Simão disse que, ao trocar de mãos, os bichos que figuram nas notas de reais serão substituídos pelo javali. Como? Ele explicou: — Já vali, mas agora não… ops! Valo ou valho mais? O verbo valer entrou em cartaz. Irregular, o dissílabo trapaceia na […]
“Foi um estupro institucional”, disse Rodrigo Janot sobre a situação da Venezuela. A imagem surpreendeu. Muitos a repetiram. Ela caiu na boca do povo e nas redes sociais. Aí, não deu outra. O r mudou de lugar. Estupro virou estrupo. Valha-nos, Deus! O r figura na última sílaba: estupro.
Os professores repetem e repetem. O sufixo isar não existe. Mal eles falam, a meninada se lembra de paralisar, analisar, pesquisar. As quatro letrinhas lá estão, firmes e fortes. Também se lembram de civilizar, organizar, catequizar & cia. Como explicar a aparente contradição? É simples. A chave da resposta se encontra no nome que dá origem ao verbo. Vale o exemplo de analisar. Ele é […]
“A gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda.”
“Privatização da Eletrobrás explicita o estrago provocado pelas decisões tresloucadas de Dilma, que administrava as estatais como se fossem lojinha de R$ 1,99 que ela faliu”, escrevemos na pág. 11. Ela faliu? Não. Melhor: Privatização da Eletrobrás explicita o estrago provocado pelas decisões tresloucadas de Dilma, que administrava as estatais como se fossem lojinha de R$ 1,99 que ela levou à falência.
A locução eis que indica causa? Ou é modismo? Eis que dá ideia de surpresa ou imprevisto: Quando menos se esperava, eis que Paul McCartney voltou ao palco. Eis que surge finalmente um ator à altura do papel. Quando menos se esperava, eis que pintou confusão. Não use eis que na acepção de causa. Em vez da duplinha, prefira uma vez que ou porque. Assim: […]
À zero hora tem crase? Tem. É uma locução adverbial formada de palavra feminina. Joga no time de às claras, às escuras, às apalpadelas, às 2h, à meia-noite. Quer um macete? Na dúvida, substitua hora por meio-dia. Se na troca der ao, não duvide. Ponha o grampinho: O avião decola à zero hora (ao meio-dia). A aula começa às 13h (ao meio-dia). Trabalho das […]