Categoria: português
Lembra-se das aulas de gramática? Mais dia, menos dia, a moçada tinha de decorar as conjunções coordenativas. As primeiras da lista eram as aditivas e, nem. Como o nome denuncia, elas adicionam. Núcleos do sujeito ligados por elas não têm saída. São plural: Nem o deputado nem o senador compareceram no plenário. Nem o pai nem a mãe acompanharam o filho na competição.
A concordância com percentagem dá nó nos miolos. Mas é fácil como andar pra frente: Com o número anteposto ao verbo, prefere-se a concordância com o termo posposto: Quinze por cento da população absteve-se de votar. Cerca de 1% dos votantes tumultuaram o processo eleitoral. 2. Com o número percentual determinado por artigo, pronome ou adjetivo, não há alternativa. A concordância se fará só com […]
Cada indica diversidade de ação, particulariza: Usa cada dia um vestido (não repete o traje). Cada filho tem um comportamento. Cada macaco no seu galho. Dava brinquedos a cada criança. Todo generaliza. Significa qualquer: Todo dia é dia. Dava brinquedos a toda criança. Todo homem é mortal.
A língua privilegia certos verbos. Um deles: ganhar. Ganho ou ganhado? Antes, os auxiliares ter e haver exigiam o particípio regular (ganhado). Ser e estar, o irregular (ganho). Modernamente, a lei do menor esforço fala mais alto. Há preferência pela forma dissílaba em todas as construções. Assim: O Brasil tinha (havia) ganho. A partida foi ganha. A partida estava ganha. Muitos torcem o nariz pra […]
“Lula se candidata pela primeira vez à presidência da República”, escrevemos na pág. 6. Ops! Esquecemos pormenor importante. Nome de instituição se escreve com letra maiúscula (Câmara dos Deputados, Senado Federal, Ministério da Educação). Melhor: Lula se candidata pela primeira vez à Presidência da República.
A questão mereceu debates calorosos. Uns defendiam risco de vida porque subentendiam o verbo perder (risco de perder a vida). Outros interpretavam o que estava escrito. Risco é perigo. Perigo de vida? Que bom! Consultada, a Academia Brasileira de Letras bancou o Salomão. Disse que ambas as formas merecem nota 10. O freguês escolhe.
A silepse é a concordância ideológica. Com ela, o rigor da gramática vai pras cucuias. Tem vez a ideia. Na frase “Os estudantes de música estávamos à espera das temporadas populares do Teatro Municipal”, o sujeito é os estudantes. A gramática manda o verbo para a 3a pessoa do plural (estavam). Mas a silepse autoriza outra construção. Ora, o autor se incluiu entre os estudantes. […]
Silepse vem lá do grego. Significa compreensão. A concordância não se faz com o termo que está escrito, mas com outro, oculto, subentendido. Na língua, há muitos casos de silepse. Quer ver? Santos é palavra masculina, não? Dizemos, normalmente, os santos. Mas, quando nos referimos à cidade, apelamos para a concordância com a ideia, não com o nome: Santos foi alagada na última enchente. Percebe? […]
Como empregar a vírgula em artigos, parágrafos, incisos etc. e tal? A resposta está na ordem. Olho vivo: 1. Se a referência obedecer à ordem crescente, não use a vírgula: Inciso II do parágrafo 2º do art. 5º da Constituição Federal. 2. Se a referência obedecer à ordem decrescente, a vírgula pede passagem: Constituição Federal, art. 5º, parágrafo 2º, inciso II.
Mandado e mandato se parecem. Mas não são iguais. Mandato é o poder dado a uma pessoa para representá-la. Senadores, deputados, vereadores, governadores, prefeitos têm mandato. São eleitos por determinado período. O advogado também recebe mandato para defender o réu. Mandado significa ordem. No caso judicial, é ordem dada por um juiz ou tribunal. Aí se chama mandado judicial. É o caso do mandado de […]