Categoria: português
“A sintaxe é questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo.”
A pandemia nos pegou de surpresa. Ceifou vidas e roubou empregos. Nada menos de 66 milhões de brasileiros ficaram sem salário e sem renda. O governo fez o que tinha de fazer — criou o auxílio emergencial de R$ 600. A ajuda, pra lá de bem-vinda, chega ao fim. Mas a crise sanitária continua. E daí? A saída é prorrogar o socorro. A equipe econômica […]
“Não acredito em brasileiro sem erro de concordância.”
Em palestra na Feira do Livro de Brasília, Moacir Scliar disse que no Brasil só há uma unanimidade. É o livro. O país estava em campanha eleitoral. Candidatos de diferentes cores ideológicas e de variados níveis de escolaridade declaravam amor ao objeto que carrega nas páginas o saber e a memória da humanidade. O escritor gaúcho deve estar se revirando no túmulo. A proposta de […]
1 Professora de português não nasce; deriva-se. Não cresce; vive gradações. Não se movimenta; flexiona-se. Não é filha de mãe solteira; resulta de derivação imprópria. Não tem família; tem parênteses. Não envelhece; sofre anacronismo. Não vê TV; analisa o enredo de uma novela. Não tem dor aguda; tem crônica. Não anda; transita. Não conversa; produz texto oral. Não fala palavrão; profere verbos defectivos. 2 Não […]
“Reescrevi 30 vezes o último parágrafo de Adeus às armas antes de me sentir satisfeito.”
Ao usar os parênteses, você dá um recado: o que está dentro deles não faz falta. É secundário, acessório. Entrou ali de carona. Em geral, trata-se de uma explicação, uma circunstância incidental, uma reflexão, um comentário ou uma observação. Veja: Recife (ou o Recife) prepara-se para o carnaval. A maioria dos aeroportos brasileiros não tem (quem diria!) sistema de controle de bagagem. Dom Casmurro (de […]
O sinal do travessão equivale a dois hifens (—). Use-o: 1. Na introdução de diálogos em geral: Andorinha lá fora está dizendo: — Passei o dia à toa, à toa. Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa. (Manuel Bandeira) 2. Na separação das datas de nascimento e morte de uma pessoa: Recife, 1908 — Brasília, 1962. 3. No […]
A mesma informação pode vir entre vírgulas, travessões ou parênteses. Assim como não há palavras inocentes, não há sinais ingênuos. Qual a diferença entre um e outros? Compare: Brasília, a capital do Brasil, tem 3 milhões de moradores. Brasília — a capital do Brasil — tem 3 milhões de moradores. Brasília (a capital do Brasil) tem 3 milhões de moradores. Identificou a manha de cada […]
“Me abstenho de comentar”, disse o ministro. O verbo abster é derivado de ter. Pai e filho se conjugam do mesmo jeitinho, observadas as regras de acentuação: eu tenho (me abstenho), ele tem (se abstém), nós temos (nos abstemos), eles têm (se abstêm), eu tive (me abstive), ele teve (se absteve), nós tivemos (nos abstivemos), eles tiveram (se abstiveram); se eu tiver (me abstiver), se […]