Categoria: português
Cupido e Psiquê se casaram. Antes, combinaram que ela nunca veria o rosto do deus do amor. Uma noite, a mulher não resistiu. Enquanto ele dormia, ela acendeu uma vela. Ficou tão encantada com a linda figura que deixou cair cera quente no corpo do amado. Ele acordou. E se foi. Até hoje Psiquê chora. Sofre de tristeza, arrependimento, saudade. O jeito é procurar o […]
O adjetivo não deixa alternativa. Dá vida ou mata. Para animar, deve revelar virtudes capazes de especificar melhor o substantivo e restringir-lhe a abrangência. Em outras palavras: precisa acrescentar precisão e economia à frase. Nunca enfeitar o enunciado. Existem dois tipos de adjetivos. Um: o denotativo, que particulariza o objeto. Não emite opinião, informa. É bem-vindo (mesa redonda, parede branca, homem negro, cabelo loiro). O […]
“Inscrições abertas em todo país”, escrevemos na pág. 2 de Diversão&Arte. Cadê o artigo? O pronome todo, sem o artigo, significa qualquer (todo homem é mortal). Não é o caso. Pra indicar totalidade, o artigo pede passagem. Assim: Inscrições abertas em todo o país.
Lembra-se das conjunções coordenativas? São aquelas cinco que todos os alunos sabem de cor e salteado: aditivas (e, nem), adversativas (mas, porém, todavia, contudo, no entanto), alternativas (ou, ou; ora, ora), explicativas (pois, que, porque), conclusiva (pois, portanto, logo). Quase igual Assim como existem termos coordenados, existem as orações coordenadas. Elas se dividem em dois grupos: 1. Assindéticas. Elas querem distância da conjunção. Ficam só […]
Na separação dos termos compostos, o e brinca de esconde-esconde. Ora aparece. Ora some. É capricho? Não. Ele manda um recadinho aos leitores. Examine as duas frases: Na feira, comprei laranja, pera, maçã, abacate e figo. Na feira, comprei laranja, pera, maçã, abacate, figo. Reparou? A presença do e diz: comprei só as frutas enumeradas. Nenhuma mais. A ausência do ezinho significa que comprei outras […]
Baixar ou abaixar? A duplinha é sinônima. Mas tem empregos especializados. Quer ver? Baixar tem vez exclusiva: 1. quando o verbo for intransitivo (a temperatura baixou, o nível da água baixa na seca, o preço da carne baixará); 2. no sentido de expedir (o presidente baixa decreto, o secretário baixou portarias, o ministro baixa instruções); 3. na expressão “baixar programas na internet”. No mais, com objeto […]
Joaquim Barbosa e seu calcanhar de Aquiles. Certo? Nãooooooo
“Temperamento é calcanhar de Aquiles de Joaquim Barbosa”, escreveu a Folha de S.Paulo. Leitores leram e releram a frase. Respiraram fundo. Tentaram mudar de assunto. Em vão. Uma pulga teimava em lhes cutucar a orelha. A causa não tinha nada a ver com política. A razão do incômodo era linguística. Em bom português: o emprego da inicial maiúscula. Já era A língua joga no time dos […]
Na língua existem criaturas errantes. São os pronomes átonos. Me, te, se, lhe, o, a adoram bater perna. Ora aparecem antes do verbo. Ora, depois. Há também os que se metem no meio. Mas, apesar da flexibilidade, muitos abusam. Cometem pecados. Iniciar a frase com o fracote O pronome se chama átono porque é fraco. Tão fraco que precisa de apoio. Onde se encostar? Em […]
“Outras 13 milhões de pessoas foram aos locais de votação e apertaram o número zero”, escrevemos na pág. 3. Viu? Bobeamos na concordância. Milhão é substantivo masculino. O pronome concorda com ele. Assim: Outros 13 milhões de pessoas foram aos locais de votação e apertaram o número zero.
“O amor bate à porta e tudo é festa. O amor bate a porta. e nada resta.”