Categoria: português
Atenção. Muita atenção. Há três verbos especialíssimos. Todos relacionados com o bolso. Ganhar, gastar e pagar, no português contemporâneo, praticamente só se usam com os particípios irregulares: tinha (havia) ganho, foi (está) ganho; tinha (havia) gasto, foi (está) gasto; tinha (havia) pago, foi (estava) pago. E pegar? Ele só tinha o particípio regular (pegado), que se usava com qualquer auxiliar: tem pegado, havia pegado, foi pegado, está […]
As locuções ao nível de e em nível de são parecidas, mas não se conhecem nem de elevador: Ao nível de significa à mesma altura: Santos está ao nível do mar. Meu cargo está ao nível do cargo de diretor. Em nível de tem os sentidos de em instância, no âmbito, paridade: A decisão foi tomada em nível de diretoria. O consenso só será possível […]
“A expectativa é que a medida irá estimular a criação de novas vagas no mercado de trabalho”, escrevemos na pág. 10. Viu? Um período, dois tropeços. O primeiro: formação do futuro. O porvir pede o auxiliar no presente + infinitivo. O segundo: pleonasmo. Só se cria o novo. Melhor fazer as pazes com a língua. Assim: A expectativa é que a medida vai estimular a […]
“Viagem substantivo, O g é quem toma conta, Mas, do verbo viajar, É j de ponta a ponta. * Fretei uma condução Pra fazer uma viagem, E assim dou condição Pra que outros viajem.” (Donzílio Luiz de Oliveira)
Era manhã de segunda-feira. O programa da rádio corria solto e animado. Com entusiasmo, o apresentador se referia a mocinhos e a bandidos. De repente, não mais que de repente, convocou “vilões e viloas”. Ops! Ouvintes ligaram. Mandaram mensagens por e-mail. Tuítaram. O profissional voltou atrás. “Vilões e vilãs”, repetia sem parar. Com a pulga atrás da orelha, foi ao Aurélio. Lá estava. Vilão tem […]
O comentarista falava de Marina Silva. No entusiasmo, disse: “Os Silva são diferentes”. Referia-se a dois personagens que têm histórias aparentemente semelhantes. Um: Luiz Inácio Lula da Silva. O outro: Marina Silva. Ele acertou no enfoque. Mas bobeou na língua. Substantivo próprio tem plural como o comum. Sempre que se fala no assunto, Os Maias, de Eça de Queiroz, vem à tona. Assim como a […]
Vamos combinar? Todos os anos deveriam ser eleitorais. A razão é simples. Nos dias de campanha, somos pra lá de bem tratados. Viramos amigos, companheiros, colegas, parceiros, patriotas, etc. e tal. Não só. Cada candidato quer ser o melhor. Apresenta-se embalado para presente. Um dos atributos: não ser vira-casaca. A duplinha suscitou duas curiosidades. Uma delas: o plural. A resposta: vira-casacas. A outra olha pra […]
“As convicções são mais perigosas do que as mentiras.”
Ops! Setembro se veste de amarelo. A cor não tem nada a ver com as comemorações da Independência. O objetivo é chamar a atenção para assunto pra lá de delicado. Trata-se do suicídio. O autoextermínio cresce no Brasil e no mundo. Tornou-se caso de saúde pública. Mas pouco se fala sobre ele. A razão é simples e compreensível: teme-se que a divulgação de histórias e […]
Verbo pronominal? Há vários. Eles são transitivos diretos como acender, apagar, ferir e aposentar: Maria acende a luz ao entrar no quarto. Paulo apaga a vela quando sai de casa. Pedro fere o dedo. O INSS aposenta o trabalhador. Viu? Nos exemplos, o sujeito e o objeto são seres diferentes. Na primeira frase, Maria é o sujeito. Luz, o objeto. Na segunda, Paulo é o […]