Categoria: português
Incendiar se conjuga como odiar: odeio (incendeio), odeia (incendeia), odiamos (incendiamos), odeiam (incendeiam); odiei (incendiei), odiou (incendiou), odiamos (incendiamos), odiaram (incendiaram). E assim por diante.
Em português, qualquer classe de palavra pode se bandear para o time dos substantivos. Basta antecedê-la de artigo, pronome ou numeral. Vestir serve de exemplo. Assim, solto, o dissílabo é verbo (eu visto, ele veste, nós vestimos, eles vestem). Mas, nestas frases, ele entra na equipe dos nomes: O vestir da Maria é pra lá de charmoso. Esse vestir me agrada muito. A estilista apresentou […]
A abreviatura pertence à família dos impacientes. É apressadinha. A língua colabora. Impõe regras para usá-las como manda o figurino. São três exigências. Uma: o ponto final. Outra: o s do plural. A última: o acento da grandona original: caps., cias., sécs., págs.
Pesquisa se escreve com s. Pesquisar também. Análise se grafa com s. Analisar vai atrás. Mas catequese se escreve com s e catequizar com z. Por quê? As palavras têm família. A primitiva funciona como sobrenome. Todos os membros do clã a seguem. O sufixo formador de verbos é –ar. Ele se cola ao radical do vocábulo. Como no jogo do bicho, respeita o que […]
Norte e sul pedem hífen na formação de adjetivos pátrios: norte-americano, norte-coreano, norte-rio-grandense, sul-americano, sul-coreano, sul-vietnamita, sul-asiático, sul-africano. Entre os extremos, fica o meio. Como lidar com ele? Do mesmo jeitinho. Centro exige tracinho na formação de adjetivos: centro-americano, centro-asiático, centro-africano, centro-direita, centro-esquerda.
Você leu? Saiu no jornal. Paulo, funcionário do Banco Central, quis mudar de ares. Amigo do ministro, deu um jeito de ser requisitado para a Fazenda. No ofício de encaminhamento, o BC frisava que “os ônus correrão por conta dessa instituição”. Chegou o fim do mês. Cadê salário? O banco dizia que o ministério deveria pagar. O ministério dizia que era o banco. E daí? […]
Há um ano Brasília levou um baita susto. O impensável aconteceu. Viaduto do Eixão, a via mais importante da capital do país, desmoronou. Era madrugada. Ninguém morreu. Hoje a queda completa um ano. Depois de 365 dias, só 35% da obra… ops! Está pronta? Estão prontos? Trata-se da concordância de percentagem. Como lidar com ela? Se o número vem antes do verbo, prefere-se a concordância […]
O Estadão escreveu: “Odebrech teria pago R$ 630 milhões a políticos da Venezuela”. Leitores ficaram no ar. Sem constrangimento, perguntaram: — Afinal, a empreiteira pagou ou não pagou? Ninguém sabe. Ao usar o “teria pago”, o jornal não se compromete. A resposta pode ser sim ou não. Se quisesse assumir a responsabilidade da denúncia, teria escrito: Odebrech pagou R$ 630 milhões a políticos da Venezuela.
Quem tem competência para classificar informações no graus ultrassecreto e secreto? O Diário Oficial responde. É a Abin. Esclarecida a dúvida, vale uma diquinha de grafia. Como lidar com o prefixo ultra-? Ele pede hífen? Não pede? Ultra– exige o tracinho quando seguido de h ou a. No mais, é tudo colado: ultra-homérico, ultra-avançado, ultrarrebelde, ultrassom, ultrapassado, ultraelegante, ultrassecreto.
Ancelmo Gois rasgou sedas pra Claudia Raia. A atriz brilha na novela Verão 90, da Globo, em que interpreta o papel de Lidiane, ex-atriz de pornochanchada. O colunista escreveu que “a personagem já conquistou o público nas redes sociais por causa do jeitão extrovertido e `sem noção´”. Acertou no julgamento, mas tropeçou na grafia. O sem é acompanhado de hífen ao indicar unidade semântica, funcionando […]