Categoria: português
“A polícia busca o ex-ministro do governo Temer Moreira Franco”, repete a GloboNews. Bobeia. Tropeça no tempo. E, ao cair, se esquece da manha do prefixo ex. Moreira Franco hoje é ex-ministro. Mas, no governo Temer, era ministro. Melhor fazer as pazes com o calendário. Assim: A polícia busca o ministro do governo Temer Moreira Franco.
A diferença entre história e literatura? Aristóteles responde: “O historiador e o poeta não se distinguem um do outro pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso (pois se a obra de Heródoto houvesse sido composta em verso, nem por isso deixaria de ser obra de história, figurando ou não o metro nela). Diferem entre si porque um escreveu o […]
Lá no céu, Nossa Senhora sentiu saudade da Terra. Foi à janela e deu uma espiadinha neste planeta azul. Passou os olhos por cidades verde-amarelas. Ops! Viu cartazes espalhados em Aparecida. Neles, a frase “Homenagem à Nossa Senhora”. A mãe de Cristo ficou triste. Chorou. Por quê? Nossa Senhora não aceita artigo. Dizemos “Nossa Senhora tem devotos”. Nunca “A Nossa Senhora tem devotos”. Sem artigo, […]
Há verbos e verbos. Uns adoram a família. São os rizotônicos. A sílaba tônica cai sempre no radical. É o caso de cantar, comer e dividir. Outros ignoram a raiz. São os arrizotônicos. A sílaba tônica cai sempre fora do radical. É o caso de adequar. Ele só se conjuga nas formas em que a fortona cai fora do radical. O xis do problema é […]
O dicionário registra as duas formas. Para é mais formal; pra, informal. Mas ambas estão corretas. Num texto de bermudas e camiseta, o pra pede passagem. Num de terno e gravata, dê a vez ao para: Dirijo-me a Vossa Excelência para cumprimentá-lo pela proposta. Este é um país que vai pra frente.
Nome de cidade dispensa artigo. Dizemos Paris (não: a Paris), Brasília (não: a Brasília), Belém (não: a Belém). Mas, como toda regra tem exceção, essa também tem. Cidades terminadas por “o” pedem artigo. É o caso de o Rio, o Porto, o Cairo. Recife? O Recife? Trata-se de regionalismo. Os pernambucanos fazem questão do ozinho. Mas ele é facultativo. Use-o se quiser.
NÃO dispensa o elo: não ingerência, não interferência, não fumante, não ativista. SEM exige o hífen: sem-terra, sem-teto, sem-emprego, sem-banco, sem-carro, sem-celular, sem-vergonha. GERAL joga no time do sem. Pede o tracinho: secretário-geral, diretor-geral, coordenador-geral, orientador-geral, procurador-geral. Não bobeie. Se o cargo tiver certidão de nascimento escrito sem hífen, permanece sem tracinho. Como no jogo do bicho, vale o que está escrito. EXPRESSÕES LATINAS. Latim […]
Au-au. É o cão que late. Miau-miau. É o gato que mia. Glu-glu. É o peru que gluglujeia. Có-có. É a galinha que cacareja. Chuá-chuá. É a água que cai. Tique-taque. É o relógio que marca as horas. As palavras que reproduzem o som de vozes ou ruídos recebem nome pra lá de pomposo. É onomatopeia. O adjetivo dela derivado tem duas formas – onomatopeico, […]
A gente nunca tem certeza do lugar certo do ponto. Na dúvida, chuta. Não dá outra. A lei de Murphy diz presente. O que tem que dar errado, dá. E daí? Só há uma saída – aprender. Guarde isto: 1. Se o período começa e termina com aspas, o ponto faz parte dele. Vai dentro: “A gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem […]
“Ou o Brasil acaba com as saúvas, ou as saúvas acabam com o Brasil”, escreveu Monteiro Lobato. Os cariocas adaptaram a frase: “Ou o Rio acaba com as milícias, ou as milícias acabam com o Rio”. Com a prisão dos assassinos de Marielle Franco e do motorista Anderson, o trissílabo ganhou destaque. Vale, pois, entendê-lo melhor. Comecemos pelo significado. O dicionário diz que ele pode […]