Categoria: Erramos
“Entre os presentes ao ato, estava o coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra”, escrevemos na pág. 8. Reparou? A vírgula dá um recado. Diz que o Exército só tem um coronel reformado. Falso, não? Tem vários. O nome, então, é termo restritivo. Xô, intrusa: Entre os presentes ao ato, estava o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra.
“Delegado teme que mafiosos assumam o lugar das autoridades caso não se adote medidas mais duras no combate ao crime organizado”, escrevemos na pág. 4. Viu? Tropeçamos na concordância da passiva sintética. O sujeito medidas exige o verbo no plural: Delegado teme que mafiosos assumam o lugar das autoridades caso não se adotem medidas mais duras no combate ao crime organizado.
“Além disso, o ingresso na chamada classe média proporcionou mais conforto à toda a família”, escrevemos na pág. 15. Viu? O grampinho sobra. Sem o artigo, rejeitado pelo pronome toda, a crase não tem vez. Xô!
O perigo mora na preposição. Vale o exemplo da pág. 6. Ali está: “Os tucanos chegaram em Brasília dispostos a esperar pelo horário gratuito”. Chegar em? É um perigo. Corremos o risco de não chegar a nenhum lugar. A razão: quem chega chega a algum lugar: Os tucanos chegaram a Brasília dispostos a esperar pelo horário gratuito.
“…como o Ribeirão Sozinha é caudaloso, é possível que os sacos plásticos tenham afundado e estão começando a emergir”, escrevemos na pág. 8. A discriminação não procede. O “é possível” se refere aos dois enunciados. Ambos pedem o subjuntivo: … como o Ribeirão Sozinha é caudaloso, é possível que os sacos plásticos tenham afundado e estejam começando a emergir.
“Quando enfim consegue, não se dá conta que ela já está louca”, escrevemos na pág. 4. Cadê a preposição? O gato comeu. Deve estar com indigestão. Que a devolva: Quando enfim consegue, não se dá conta de que ela já está louca.
“Athos Bulcão é a maior figura iconoclasta de Brasília”, escrevemos na pág. 6 do caderno C. Trocamos iconográfica (que representa por meio de imagens) por iconoclasta (destruidor de imagens). Que distração!
“É difícil, mas o presidente sugere à base um debate de propostas e que deixem o bate-boca de lado”, escrevemos na pág. 3. Uma frase, dois problemas. O primeiro: concordância. O verbo deixar refere-se a base. É a vez de deixe, não deixem. O outro: paralelismo. Sugerir tem dois complementos com estruturas diferentes. Melhor respeitar o lé com lé, cré com cré: É […]
Inimigos da concordância? Há vários. Um deles: a inversão. Vale o exemplo da pág. 12: “Existe uma lógica de que, se há confronto, por mais bem preparado que os agentes militares sejam, haverá baixas”. Agentes militares está no plural. O adjetivo a eles referente vai atrás: Existe uma lógica de que, se há confronto, por mais bem preparados que os agentes militares sejam, […]
“A servidora pública Ivanete Chaulet não acredita que o aumento dos juros segurem os preços”, escrevemos na pág. 16. Cochilo, não? O sujeito é aumento. O verbo não tem saída. Vaquinha de presépio, vai atrás: Ela não acredita que o aumento dos juros segure os preços.