Categoria: Erramos
“O presidente ameaçou ontem punir os bancos que receberam dinheiro do depósito compulsório e não estejam repassando os recursos”, escrevemos na pág. 30. Viu? Deu lé com cré. Que tal restabelecer o paralelismo? Fica assim: O presidente ameaçou ontem punir os bancos que receberam dinheiro do depósito compulsório e não estão repassando os recursos.
“Pegadas para se seguir”, escrevemos na capa. Viu as erupções do verbo? O vermelhão tem tudo a ver com o infinitivo. Salvo em verbos pronominais, o atonozinho não tem vez com ele. Melhor: Pegadas para seguir.
Parecido não é igual. E confunde. Vale o exemplo do título do artigo “A esquerda mitômana”, que aparece na pág. 15. “Por evidente gralha”, escreveu o leitor Cláudio Maior, “mitômana foi grafada mitônoma. Uma letra fez a diferença.” E como!
O que o leitor não deixa de ler? O título, o sutiã e a legenda. Com eles, todo cuidado é pouco. Hoje bobeamos. “O PT chagará a um quadro que nunca chagará ao estado”, escrevemos na pág. 4. Chagará? O olho nos enganou.
“A redução conjugada dos juros pelos bancos centrais parece a medida tomada no afã de se fazer alguma coisa”, escrevemos na pág. 24. Deu-se conta de um penetra? É ele mesmo, o se. O monossílabo quase não tem vez com o infinitivo: …medida tomada no afã de fazer alguma coisa. (Com verbos pronominais, o se pede passagem: Para se aposentar aos 65 anos.)
“No lugar dos cerca de R$ 160 mil que estavam no cofre do banco, eles deixaram um bilhete com erros ortográficos e gramaticais informando que não usaram armas e nem drogas para cometer o crime”, escrevemos na pág. 11. Reparou no desperdício? Nem significa e não. Com ele, o e sobra.
“O servidor é quem deve decidir como e quando irá pagar”, escrevemos na pág. 21. Que coisa! Bobeamos na indicação de futuro. No português nosso de todos os dias, há duas formas de anunciar o porvir. Uma é o futuro simples (pagarei, pagarás, pagará). A outra, o composto, formado pelo presente do verbo ir + o infinitivo do verbo principal (vou pagar, vai […]
“Lula se diz confiante com o PT”, escrevemos na pág. 3. Viu? Tropeçamos na regência, um dos mais dolorosos calos da língua. O adjetivo confiante exige a preposição em: Lula se diz confiante no P T.
“Um morador de rua foi morto a golpes de facadas”, escrevemos na pág. 26. Esquisito, não? O período misturou duas estruturas. Virou o samba da frase doida. Separadas as partes, desfazemos a união alucinante. Uma opção: Um morador de rua foi morto a facadas. A outra: Um morador de rua foi morto a golpes de faca.
“O valor da obra de R$ 1,1 bilhão e está incluída no PAC”, escrevemos na pág. 2. Não dá pra entender, não é? O recado talvez seja este: O valor da obra, incluída no PAC, é de R$ 1,1 bilhão.