Autor: Dad Squarisi
É o fim do mundo? Parece. Virou moda mães se livrarem dos filhos. Nos últimos dias, notícias e mais notícias da violência contra bebês ganham espaço em jornais, tevês e rádios. A sucessão de tragédias obrigou repórteres a se debruçar sobre o prefixo recém. Como usá-lo? Com hífen? Sem hífen? Recém exige o tracinho sempre (sempre mesmo): recém-nascido, recém-casado, recém-empossado, recém-eleito.
“Há no PMDB grande expectativa quanto à permanência no governo Dilma do ministro da Defesa, Nelson Jobim, após ele ter afirmado que teria votado em José Serra nas últimas eleições”, escrevemos na pág. 5. Não há dúvida. Jobim votou em Serra. O “teria votado” não tem vez. Melhor: Há no PMDB grande expectativa quanto à permanência no governo Dilma do ministro da Defesa, Nelson Jobim, […]
(Colaboração de Eliane Martins) Apresentação em formato .pps Tamanho do arquivo: 1,5 Mb
Juízes o adoram. Exigem que figure em despachos e sentenças. Assessores ficam no aperto. Trata-se do verbo sobrestar. Ele é sofisticado que só. Na hora da conjugação, dá nó nos miolos da moçada. Daí o pedido de socorro. Como flexionar o bem-amado de Suas Excelências? Vamos por partes. Sobrestar ou sobreestar quer dizer suspender, interromper, não prosseguir. Filhote de estar, conjuga-se do mesmo jeitinho […]
“O Centro de Ensino Médio Elefante Branco é um dos colégios que participará da ação”, escrevemos na pág. 31. Tradução: só o elefante Branco participará da ação. Falso, não? Como outros terão vez, o plural pede passagem: O Centro de Ensino Médio Elefante Branco é um dos colégios que vão participar (ou participarão) da ação.
Tapinha no bumbum? Nem pensar. Na mãozinha curiosa? Dá xilindró. No Brasil, é proibido bater em crianças. Afinal, os pequeninos não têm defesa. Xô, marmanjos violentos! Em vez de pancadas, deem vez ao diálogo. As palavras falam mais alto que os gritos infantis. Aposente o vocábulo tapa. Mas, antes, lembre-se: no sentido de pancada com a mão, o dissílabo pode ser masculino ou feminino. Gilete, […]
“Sempre que faz algo de que se envergonha, a pessoa diz que estava só cumprindo seu dever.”
A palavra coisa é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma ideia. Coisas do português. A natureza das coisas: gramaticalmente, coisa pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma coisificar. E no Nordeste há coisar: “Ó, […]
“O homem é senhor do silêncio e escravo das palavras.”
“O chefe do governo local, acompanhado do vice Tadeu Filippelli, falou sobre a saída do ex-secretário”, escrevemos em legenda da pág. 23. De novo? Vale o repeteco. A saída foi do secretário, não do ex-secretário. Melhor: O chefe do governo local, acompanhado do vice Tadeu Filippelli, falou sobre a saída do secretário.