Autor: Dad Squarisi
Entrei na onda da enquete que circula na internet: “Cite um erro de português que o incomoda profundamente”. Postei no Instagram. Eis respostas: “Menas”: Esse feminino não existe nem em pesadelo. A forma é sempre menos: menos brincadeira, menos brincadeiras, menos bonito, menos bonitos. “Pra mim fazer”: Mim não faz nem acontece. O sujeito é sempre eu: pra eu fazer, pra eu estudar, pra eu […]
Uma enquete circula na internet: “Cite um erro de português que o incomoda profundamente”. Entrei na brincadeira. Citei rúbrica em vez de rubrica. A trissílaba é paroxítona como fabrica, cozinha, bebida. Torná-la proparoxítona maltrata o ouvido. Dói.
Eta calos doloridos! Quatro pronúncias fazem a gente perder prestígio e enterrar amores. Ei-las: Recorde se pronuncia como concorde. A sílaba tônica: cor. Rubrica é paroxítona como fabrica. A sílaba fortona: bri. Ruim é dissílaba – ru-im. A sílaba tônica: im. Subsídio – O s de subsídio se pronuncia como o de subsolo.
“Auxílio de R$ 600 foi concedido para estas 8 milhões de pessoas”, escreveu o site Notícias e Concursos. Concurseiros bateram o olho no texto. Ficaram confusos. Com razão. Milhão é masculino e não abre. Por isso dizemos, por exemplo, um milhão de vezes, não uma milhão. Melhor corrigir: Auxílio de R$ 600 foi concedido para estes 8 milhões de pessoas.
“Texto bom preserva as árvores. Evite ser mais um dos responsáveis por tanto papel no lixo e tantas árvores cortadas à toa. Isso não quer dizer que seja aceitável escrever textos ruins para a internet só porque o texto no computador não consome árvores. Consumir a paciência do leitor, por meios impressos ou eletrônicos, é crime de lesa-humanidade.” (Maria Helena e Maria Otilia)
O dicionário registra guei. Trata-se do aportuguesamento da inglesa gay. Leitores estranham. Muitos demoraram a entender o significado da brasileirinha penetra. E daí? Como as leis, há naturalizações que não pegam. Guei é uma delas. Fiquemos com gay e respeitemos o plural gays.
Afro joga em três times: 1. Substantivos. Aí, não tem feminino nem masculino. Mas tem singular e plural: a afro, as afros, o afro, os afros. 2. Adjetivos. No caso, é invariável: cultura afro, culturas afro, cabelo afro, cabelos afro. 3. Prefixos. Pede hífen na formação dos adjetivos pátrios ou quando for seguido de h ou o. No mais, é tudo colado: afro-americano, afro-brasileiro, afro-germânico, […]
O assassinato de George Floyd em Minneapolis, nos Estados Unidos, levantou onda de protestos no mundo. Movimentos antirracistas tomam as ruas de Europa, França e Bahia. Com eles, a palavra afrodescendente. Alguns a escrevem com hífen. Outros, sem o tracinho. E daí? Afro- é forma reduzida de africano. Pede hífen em duas ocasiões: 1. na formação dos adjetivos pátrios: afro-americano, afro-brasileiro, afro-germânico, afro-asiático, afro-baiano. 2. […]
O plural de primeira-dama joga no time de primeiro-ministro, segunda-feira. As duas palavras ganham s: primeiras-damas, primeiros-ministros, segundas-feiras, terças-feiras.
Fluido, sem acento, exibe o ditongo ui. As duas letrinhas se pronunciam em uma só emissão de voz como em cuidado e gratuito: fluido do isqueiro, substância fluida. Fluído, com acento, é o particípio do verbo fluir: O trânsito tem fluído bem, sem retenções. Superdica Fluido é dissílabo: flui-do Fluído é trissílabo: flu-í-do