Autor: Dad Squarisi
Ontem foi o dia da reestreia do Campeonato Paulista. Viva! Foram quatro meses de jejum. Corintianos e palmeirenses se preparavam para a grande festa. Mas… quando chegaram ao estádio, encontraram o muro pichado. Os dirigentes foram à delegacia registrar a ocorrência. Na hora de escrever “pichado”, pintou a dúvida: com x ou ch? Foram ao dicionário. Lá estava: pichado vem de piche e pertence ao […]
O portal G1 deu a notícia. Donald Trump firmou acordo com a Pfizer para comprar 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 em 2020. E, em 2021, “outras 500 milhões de doses”. Ops! Tropeçou na língua e maltratou a concordância. Milhão é masculino convicto. Que tal respeitá-lo? Assim: outros 500 milhões de doses.
Pra mostrar superioridade, o desembargador da carteirada falou francês. Vale lembrar: o português tem muitas palavras de origem francesa. Uma delas: etiqueta. Além de identificar o fabricante de produtos, o vocábulo designa um código de boas maneiras para a vida em sociedade. Da língua de Voltaire Estrangeirismos herdados da língua francesa se chamam galicismos. Eles frequentam nosso dia a dia com a naturalidade de quem […]
“Eu estou aqui com um analfabeto que me falou que tenho de usar máscara”, queixou-se o desembargador ao secretário de Segurança. Trocou os verbos. Falar não é dizer. Se fosse, a expressão falou e disse não teria sentido. Mas tem. Dizer é afirmar, declarar. Falar é dizer palavras, expressar-se por meio de palavras: A testemunha disse a verdade. Disseram que sairiam à tarde. Diplomata fala […]
Há coisas que caíram de moda. Uma delas: armazém de secos e molhados. Outra: maiô com saiote. Muitas outras: máquina de datilografia, brilhantina no cabelo, pente no bolso, lenço de pano, eletrola, videocassete, disco de vinil. Comportamentos também ficaram pra trás. É o caso de fumar, dirigir sem cinto de segurança, furar a fila, jogar lixo na rua, arear panela, andar com rolinhos no cabelo. […]
“Só no idioma pátrio a gente pode pensar bem e dizer besteira.”
Antes do verbo? Depois do verbo? Xô, decoreba! Xô regras sem fim. Os bons gramáticos concordam que a colocação dos pronomes átonos no Brasil tomou rumos próprios. Reduzem-se a duas regras: 1. Não inicie o período com pronome átono (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as): Comunicou-se comigo ontem. (Não: Se comunicou comigo ontem.) . 2. Ponha o pronome sempre na frente […]
O texto fala da farra de 3 mi jovens que se reuniram em praça de Frankfurt para participar da Festa do Coronavírus. Houve confusão. Quando policiais chegaram, uma chuva de garrafas os recebeu. Trinta e nove festeiros foram presas. O jornal escreveu: “O tumulto ocorreu na madrugada, quando policiais interviram em briga de cerca de 30 pessoas”. Ops! Tropeçou. Melhor erguer-se: O tumulto ocorreu na […]
O jornal publicou que “Emirados Árabes se sobressaem na corrida espacial”. Tropeçou na regência. Por não ser pronominal, reina sozinho, absoluto. O jornal teria merecido nota 10 se tivesse escrito: Emirados Árabes sobressaem na corrida espacial. Mais exemplos? Ei-los: A Fiocruz sobressai nas pesquisas. O Congresso sobressairá na discussão da reforma tributária. O livro conta a saga de um brasileiro que sobressaiu no debate da […]
Há palavras e palavras. Algumas informam. Outras emocionam. Há as que mobilizam para a ação. Todas têm hora e vez. Cuidado especial merecem as que ofendem ou reforçam preconceitos. Grupos organizados – movimento negro, movimento gay, movimento feminista – estão atentos aos vocábulos politicamente incorretos. Recomenda-se cuidado para não ofender nem agredir o leitor ou o ouvinte. Mas não exagere. Cabeleireiro é cabeleireiro, não hair […]