Erramos

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  “Tanto no caso de grampos telefônicos ou de escutas de ambientes, há métodos certeiros de se descobrir a clandestinidade”, escrevemos na pág. 9. Viu? Um período, dois tropeços. O primeiro bate no paralelismo. O tanto exige o parzinho quanto. O segundo sobrecarrega o infinitivo. O nome do verbo dispensa o pronome se. Eis a forma nota 10: Tanto no caso de grampos telefônicos quanto […]

Viva! Chega-se a algum lugar

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    Gente, há quem acerte a regência do verbo chegar. Professores criam calos na língua de tanto repetir: quem chega chega a algum lugar. Mas ninguém ouve. Prova da surdez generalizada é o tal de “chegar em” (cheguei em Brasília, cheguei no hospital, cheguei em Samambaia). Cruz-credo!   O anúncio do GDF restituiu a dignidade da regência. Lá está, nas páginas de jornais e revistas: O […]

No meio

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    As pragas pegam. São rápidas como fogo morro acima e água morro abaixo. É o caso de “bem assim como”. O mostrengo não existe. O que há é “bem como” ou “assim como”. Mas entrou na moda misturar os dois. Jornais, revistas e tevês adotaram a dose dupla. Aí, dá no que dá. É indigestão pura. Não abuse. Fique com uma ou outra: […]

Barbeiragens

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  Não só motoristas são barbeiros. Médicos também se candidatam ao título. Os cirurgiões plásticos encabeçam a lista. Sem preparo suficiente, aventuram-se a operar homens, mulheres e crianças. Os estragos ganham manchetes. Com elas, a palavra barbeiro. E, claro, o sufixo -eiro.   O danado tem um montão de significados. Um deles: indica origem ou profissão. É o caso de mineiro (quem nasce em Minas). Outro: […]

Comparação

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  “As universidades federais são melhores que as particulares”, noticiou o Correio. A notícia provocou reações. O auê não tem a ver com o fato pra lá de conhecido. Mas com a correção lingüística. Refere-se ao comparativo “melhores que”. Não seria “melhores do que”?   No comparativo, a preposição é facultativa. Ambas as construções estão pra lá de certas: As universidades federais são melhores (do) […]

Está na cara? Não. Está nas palavras

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     A lingüística lida com a língua. A língua, com as palavras. As palavras constroem e destroem mundos. Com elas, a gente faz amigos. Disputa emprego. Ganha eleição. Conquista o amado. Ou, ao contrário, cria inimigos. Perde cargos. Manda o sonho do amor eterno pro beleléu. Perpetua preconceitos. Congela discriminações.   Negro serve de exemplo. Pra designar a raça, não pense em preto, crioulo, […]

É assim

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  “Como se abrevia o nome dos estados?”, pergunta a Maria Dalva de Lira. É simples. Só as maiúsculas têm vez: Paraíba (P B) , Rio de J aneiro (R J), São Paulo (SP) , Rio Grande do Sul (R S) , Rio Grande do Norte (R N), Pernambuco (PE). E por aí vai.

Dois muitos

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  Muito tem plural? Depende. O danado tem uma cara. Mas pertence a duas famílias. Uma é dos advérbios. Aí, o danadinho acompanha um verbo, adjetivo ou advérbio. Não se flexiona nem a pedido da mulher amada: Comi muito. Ele é muito b onito. Vou muito bem, obrigada.   A outra gangue é a dos pronomes. No caso, o muito acompanha ou substitui um substantivo. […]