As palavras têm força

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Os árabes, como prova do peso da palavra, repetem que “o silêncio é a língua de Deus”. De outra forma, os japoneses comungavam o mesmo entendimento. A voz do imperador era tão importante que o povo não a podia ouvir. Daí porque os americanos, vencedores da Segunda Guerra Mundial, obrigaram o monarca a comunicar a derrota à população.

Em 1º de janeiro de 1946, os súditos sentiram a tragédia em dobro. Além da morte de 3 milhões de conterrâneos e do pavor da explosão de duas bombas atômicas, descobriram que Hiroito não era deus. Falava. E falou a primeira vez para anunciar humilhações e calamidades. Muitos se suicidaram.