Por Samanta Sallum
Ex-secretário da Receita Federal o economista Everardo Maciel apontou que o maior obstáculo para que haja uma mudança tributária é a insegurança jurídica. “Resolver essa questão é prioridade. Sem isso, nada vai dar certo”, disse ontem, durante a palestra “Por que fracassam as reformas tributárias”.
O evento foi para os membros do Lide Brasília, liderado pelo empresário Paulo Octávio. O almoço-debate ocorreu na casa do economista Fernando Cavalcanti, vice-presidente do grupo Nelson Willians, no Lago Sul.
Respeito ao pacto federativo
“Um dos passos prioritários é negociar com os demais entes da nação, pois, se não for assim, será uma violência ao pacto federativo”, alertou Maciel. E defendeu ainda o conceito de “amistosidade tributária”. Para ele, é preciso tratar o contribuinte como parte do processo, e não como adversário.
Sobre imposto único
Maciel não mostrou entusiasmo em torno do imposto único. “A unificação é alimentada por generosidades reluzentes. O fato de juntar duas coisas não necessariamente dará numa terceira realmente boa”, avaliou.
Resistência de setores
No debate que se seguiu à apresentação, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) disse que a reforma tributária “não sai”, enumerando alguns problemas. “Setores como a agricultura, o comércio e o de serviços não vão aceitar o aumento de carga”, apontou.
Para simplificar
“Nós temos de debater a reforma com a sociedade organizada. Precisamos pensar nas perspectivas dessa mudança que o Brasil quer, e que deve vir para facilitar a vida das empresas, gerar mais empregos e simplificar. Ninguém aguenta mais a confusão tributária que temos”, destacou Paulo Octávio.
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