Quando a carne alimenta os sonhos

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Charge do Zappa

          Helena Blavatsky (1831-1891), fundadora da Sociedade Teosófica, costumava dizer, com muita propriedade, que “não existe religião mais elevada do que a verdade”. Ela queria dizer que a busca pela verdade transcende todo e qualquer dogma, inclusive aqueles que não possuem relação direta com questões de fé, como é o caso da política.

         Numa paráfrase livre, poderíamos também afirmar que não existe ideologia política alguma ou mesmo partido político que seja mais importante do que a verdade, posta à disposição do cidadão. Mas, aqui, incorre-se também em um perigo conhecido: as massas, aqui simbolizadas pelos eleitores, deixam-se guiar mais facilmente por fantasias. A realidade as assusta. Não por outra, são os demagogos aqueles que mais conseguem hipnotizar as massas. Quanto mais as promessas políticas de campanha são embaladas em papel lustroso, mais e mais o público se deixa envolver. Afinal, as massas enxergam, nesse tipo de fala, aquela que os levará ao mundo da fantasia, onde tudo será pleno de felicidade.

         Daí por diante, amargam o frio metálico da realidade, tão logo as eleições acabem e a vida volte ao que sempre foi: uma rotina interminável e enfadonha. A verdade na política funciona assim como um anátema, com seu pregador expurgado para fora de todas as opções de escolha. Quem quiser se candidatar e ter algum êxito nesse meio deve, primeiro, afastar de si quaisquer resquícios de verdade. Sangue, suor e lágrimas é tudo o que ninguém quer ver como promessa.

         Para aqueles que formam filas diante dos containers para abocanhar um osso, a promessa é de que, logo logo, estarão se baqueteando com uma suculenta carne, acompanhada de uma cervejinha bem gelada e uma gordurinha passada na farinha. Ciente da preferência dos subnutridos pelos ossos descartados, a realidade, faz com que a maior indústria de carne do país resolva embalar, à vácuo, os ossos, que seriam descartados, e coloca-los no mercado a preços inalcançáveis. Mas, ainda assim, fica na memória a imagem da peça ardendo na brasa e isso é tudo o que vale, afinal, alimenta ao menos os sonhos.

         A verdade, nesses tempos bizarros é produto fora da prateleira. Em política então, chega a ser uma maldição. Freud (1856-1939), que conhecia bem os meandros obscuros de um caráter mal formado perdidos na mente humana, dizia, sobre as massas, o seguinte: “A massa é extraordinariamente influenciável e crédula, é acrítica, o improvável não existe para ela. Pensa em imagens que evocam umas às outras associativamente, como no indivíduo em estado de livre devaneio, e que não têm sua coincidência com a realidade medida por uma instância razoável. Os sentimentos da massa são sempre muito simples e muito exaltados. Ela não conhece dúvida nem incerteza. Ela vai prontamente a extremos; a suspeita exteriorizada se transforma de imediato em certeza indiscutível, um germe de antipatia se torna um ódio selvagem. Quem quiser influir sobre ela, não necessita medir logicamente os argumentos; deve pintar com imagens mais fortes, exagerar e sempre repetir a mesma fala. Como a massa não tem dúvidas quanto ao que é verdadeiro ou falso, e tem consciência da sua enorme força, ela é, ao mesmo tempo, intolerante e crente na autoridade. Ela respeita a força, e deixa-se influenciar apenas moderadamente pela bondade, que para ela é uma espécie de fraqueza. O que exige de seus heróis é fortaleza, até mesmo violência. Quer ser dominada e oprimida, quer temer os seus senhores. No fundo, inteiramente conservadora, tem profunda aversão a todos os progressos e inovações, e ilimitada reverência pela tradição.”

         A questão aqui é como fazer com que cada eleitor possa olhar para as próprias profundezas e aprenda, desse modo, a se conhecer, libertando-se da escuridão em que se encontra e, com isso, aprenda a se ver liberto daqueles que, no mundo exterior, aprisionam-no. Primeiro, aprendendo que a felicidade que ele parece enxergar em promessas de campanha não está fora de si, mas dentro, sendo, portanto, um problema individual e até intransferível.

         Ainda como característica comum às massas, temos a questão da intolerância. As massas são sempre extremadas. Daí que, para o político formado em espertezas e em maquinações, fica fácil promover a polarização e instigar os extremos com a propagação de conceitos antípodas como o amor contra o ódio e coisa do gênero.

         Fernando Henrique Cardoso, que escreveu um livro com o título: “A arte da Política”, dizia que “a política não é a arte do possível, É a arte de tornar o possível necessário”. O problema é quando a arte da política se transforma num faz de conta mambembe e o país num grande circo de ilusões.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Pode ser que nos guie uma ilusão; a consciência, porém, é que não nos guia.”

Fernando Pessoa

Foto: poesiaspoemaseversos.com.br

 

História de Brasília

Para que se diga mais, a Siderurgica Nacional não está agindo com maior correção no que diz respeito ao Distrito Federal. A Hidroelétrica do Paranoá não será inaugurada também, porque a entrega de chapas foi feita com muito atraso. (Publicada em 10.04.1962)

Eleições municipais

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Foto: TSE/Divulgação

 

No próximo 6 de outubro, mais de 150 milhões de brasileiros, aptos a votar, vão comparecer às urnas para a escolha de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dos municípios. As eleições ocorrerão em 5.570 cidades, onde serão disputadas cerca de 60 mil vagas. Para os analistas políticos, essas são as mais importantes eleições para o país, porque dizem respeito à administração política do chamado Brasil real.

É nos municípios que o Brasil existe de fato. Políticos dos mais variados partidos contarão com R$ 4,9 bilhões para gastar nas eleições. É certo que os partidos que mais fizerem candidatos neste próximo pleito terão também maiores chances de vencer as eleições de 2026. O apoio político oriundo dos municípios conta muito na hora de eleger candidatos em âmbito federal. Os políticos sabem disso e por isso apostam pesado nas eleições de outubro próximo.

A ordem do Palácio do Planalto é investir pesado neste próximo pleito, principalmente para fazer o maior número possível de prefeitos. Os prefeitos trabalham politicamente na ponta. O sucesso de suas gestões, à frente dos municípios, rende vantagens para as siglas nacionais e ajudam muito a ampliar as bases políticas, dando maior visibilidade nas disputas de 2026.

Não é por outra razão que a maioria das ações que influenciam a vida nacional tem sua origem nos municípios. De certa forma, as políticas públicas são mais observáveis e sentidas nos municípios. Os programas dos governos estaduais e federal, voltados à saúde, à educação, ao meio ambiente e à segurança, encontram nos municípios maiores terrenos para se desenvolverem.

Outro aspecto é com relação à qualidade de vida. Nos municípios, esses índices são melhor observáveis, atendendo a população da ponta. Alguns cientistas políticos mostram os municípios como sendo regiões geográficas, onde a democracia é exercida com maior autenticidade, dada à proximidade física dos eleitores com os políticos. Também a fiscalização dessas administrações é melhor acompanhada e cobrada. Com isso, a execução de políticas públicas se dá com maior naturalidade e eficácia.

O conhecimento pessoal e as relações próximas facilitam o acompanhamento dessas gestões, conferindo maior transparência. É ainda nos municípios que ocorre o acompanhamento das gestões políticas e onde o cidadão é quase sempre chamado para ajudar na elaboração de programas de governo. O partido que se mostrar ineficiente na gestão pública do município é sério candidato a perder as eleições no âmbito federal.

O contingente de mais de 60 mil cargos eletivos nas eleições de 6 de outubro, mostra, em número, que essa é a maior vitrine política do país, capaz de elevar ou afundar qualquer legenda partidária. Nesse caso, aqui conta tanto o número de prefeitos e vereadores eleitos por uma sigla partidária, quanto a qualidade desses representantes.

Na matemática das eleições municipais, tem-se que cada deputado federal eleito corresponde a 112 vereadores. Na relação prefeitos por partido em 2023, tem-se que o maior número de prefeitos pertencia ao PSD com 968, seguido de MDB com 838, PP com 712 e União Brasil com 564. O PT possui 227 prefeitos, ficando em 10º lugar.

Para essas eleições, o atual presidente da República prometeu percorrer todo o país. O PL, partido do ex-presidente Bolsonaro, quer saltar dos atuais 371 prefeitos eleitos para cerca de 1.500 em outubro próximo.

 

A frase que foi pronunciada:

“Tomo posse como prefeito desta cidade com as mãos limpas e o coração nu, despido estripitisicamente de qualquer ambição de glória. Nesta hora exorbitante, neste momento extrapolante, eu alço os olhos para o meu destino e, vendo no céu a cruz de estrelas que nos protege, peço a Deus que olhe para nossa terra e abençoe a brava gente de Sucupira.”

Odorico Paraguaçu Universo

Odorico Paraguaçu. Foto: Acervo TV Globo

 

Universo

Uma das mais importantes reuniões mundiais acontece na capital da Baviera. A 60ª edição da Conferência Internacional de Segurança de Munique, que começou na última sexta-feira (16), traz discursos importantes que vão reverberar pelo mundo nos próximos anos. Christoph Heusgen, organizador do evento, afirma que a presença recorde de autoridades do mundo é o reflexo da escalada de tensão no planeta. O lema deste ano é “Paz através do diálogo”.

Foto: Thomas Kienzle / AFP

 

Presença
Ao todo, estiveram presentes mais de 50 chefes de estados e de governos, cerca de 60 ministros das Relações Exteriores, além de mais de 25 ministros da Defesa, assim como outros representantes políticos e militares. Acompanhe aqui, na coluna, o que disseram os participantes.

 

 

História de Brasília

Amanhã, às 20h20, estaremos na TV Brasília, comentando os últimos acontecimentos da Rádio Patrulha. (Publicada em 01/04/1962)

Ensaios sobre garantismo penal e criminalidade no Brasil

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Charge do Edra

 

         Quaisquer pesquisas sérias feitas junto à população apontam sempre, entre os maiores problemas do Brasil na atualidade, a questão da violência desenfreada tanto nas cidades como no campo. Afinal, a violência ceifa mais de 50 mil vidas a cada ano, apenas com base em estatísticas oficiais. Trata-se de uma verdadeira guerra civil interna que, embora não declarada, coloca o Brasil como um dos países mais violentos do planeta.

         As posições nesse ranking macabro variam a cada medição e a cada metodologia empregada nas pesquisas. Mas ainda assim, nosso país figura, seguramente, entre os vinte países mais violentos do mundo. Observe ainda que a maioria desses países listados nessas pesquisas encontram-se, literalmente, em guerras, internas ou externas. Então, se é tão séria essa questão para a população, ninguém, em sã consciência, consegue compreender a razão de o governo resolver cortar, no orçamento para 2024, mais de R$ 700 milhões para a pasta de segurança pública. Eis aí uma questão sem resposta e sem razão.

         Outro assunto intrigante com relação a esse tema está na pouca ou quase nenhuma ação eficaz do Estado, e principalmente da Justiça, em fazer valer as leis. Não é segredo para ninguém que a Justiça brasileira tem demonstrado leniência quando o assunto é punição às ações do crime, principalmente aquele alcunhado de organizado.

          Uma prova desse pouco caso é que as principais organizações do crime organizado, que atuam hoje no Brasil, de Norte a Sul, têm crescido a cada ano em número de integrantes, em poder de fogo, em ousadia e em poderio econômico e financeiro.

          Há ainda um sério complicador nessa questão que é a ramificação e mesmo o espraiamento dessas organizações dentro do Estado e dentro da máquina pública. Para o homem comum, que assiste diariamente e ao vivo, todo esse bang bang e que é pouco afeito aos fatores e às variantes relativas à questão da violência no Brasil, fica sempre uma pergunta em sua cabeça: por que os governos, todos eles, ao longo do tempo, sempre permitiram a continuação da violência e deixaram o problema chegar a um patamar de calamidade pública?

          Para questões dessa natureza, que envolvem, inclusive, outros fatores como a liberalização das drogas, a permanência de crakolândias nas principais cidades do país, entre outros elementos, a resposta pode estar, ao menos, em nível teórico em publicações do tipo: “Bandidolatria e Democídio – Ensaios sobre garantismo penal e criminalidade no Brasil”, de Diego Pessi e Leonardo Giardin, já em sua quarta edição.

          Aqui, o que os autores denominam de bandidolatria pode ser resumido pela prática corrente, sobretudo, no âmbito jurídico e penal brasileiro, de transformar o criminoso em uma pura vítima do sistema social reinante, ao mesmo tempo em que encontra brechas para culpar a vítima por ajudar na manutenção dessa desigualdade.

          É o caso aqui de lembrar a recente afirmação de uma filósofa famosa que afirmou, ao vivo e a cores, “que existe uma lógica no crime.” Para complicar uma situação que em si já é catastrófica, há ainda que mencionar a existência de um ostensivo favorecimento, por parte das elites políticas de esquerda, de certas instituições do próprio Estado, de boa parte dos acadêmicos e dos formadores de opinião, com destaque para certos veículos de comunicação.

          Para os autores dessa obra polêmica e atual, o Estado acaba sendo o principal sujeito do que chamam de “Democídio”, ou seja, contribui por sua omissão expressa, para o extermínio de dezena de milhares de cidadãos a cada ano, vítimas da violência descontrolada em nosso país. Outra questão atinente a essa obra e que é muito bem colocada pelos autores é que, para que o Brasil tenha alcançado uma posição tão destacada no ranking mundial de violência e de criminalidade, contribuíram para esse fato a relativização de conceitos e valores morais e éticos que impregna hoje grande parte das elites responsáveis pela administração do país.

          Para esses mesmos que chegam a afirmar que o conceito de democracia é relativo, a relativização da violência e da criminalidade em nosso país segue causas distantes, muitas léguas, do que seja minimamente entendido como ética pública, se inserindo mais a fundo dessa distopia de proteção, a criminalidade e aos seus atores. Nesse ponto, a criminalidade faz parceria com a corrupção. Um atuando contra a população indefesa e outro contra o Estado Democrático de Direito.

A frase que foi pronunciada:

“O sindicalismo não é socialismo. É o capitalismo do proletariado.”

George Bernard Shaw

George Bernard Shaw. Foto: wikipedia.org

 

Estranho

Interessante é que, apesar de todos os trabalhadores celetistas do Brasil terem obrigatoriamente uma conta bancária, o dinheiro da aposentadoria é depositado pelo INSS em banco aleatório, o que obriga o aposentado a abrir uma conta nesse banco desconhecido, para depois fazer a portabilidade. Essa operação não é a favor do aposentado.

Foto/Exame

 

História de Brasília

Nós, que queremos ajudar a administração do DCT, temos um caso a citar hoje. A Casa da Louça, de Itabana, Bahia, mandou uma carta, pagando 10 cruzeiros de selos para a Mercantil Garboggini Ltda, em Salvador. (Publicada em 28.03.1962)

Barbitúricos

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Foto: sjrbrasil.com

 

         Insegurança, que os dicionários explicam ser um sentimento a induzir nas pessoas uma sensação de mal-estar, ansiedade e nervosismo, é hoje, infelizmente, um mal comum a afetar a maioria de nossa população. Dizer que nada neste mundo eterno é uma coisa normal. Outra, totalmente diferente, é observar a população ser submetida a experiências de mudanças bruscas de entendimento, de orientação, de leis, de costumes, de tradições e tudo mais.

         Insegurança jurídica, provocada sobretudo por decisões intempestivas do Judiciário e dos outros Poderes, e que não leva em conta a lenta e gradativa evolução natural da sociedade, é hoje o que mais tem provocado nos brasileiros essa sensação de vulnerabilidade da realidade e das próprias leis, alteradas ao sabor dos ventos ideológicos e feitas sob medida para atender às demandas daqueles que estão instalados em posição de mando.

          Chamar à razão os que, de posse de um poder momentâneo, creem, por bem, reinventar uma espécie de roda quadrada, é perda de tempo. O pior é quando toda essa insegurança institucional passa a invadir a esfera da psicologia humana, em nosso caso, induzindo os brasileiros a um estado emocional que conduz e desencadeia um verdadeiro ataque de pânico geral.

          Não por outra razão, o Brasil é hoje o campeão em mais uma modalidade pouco virtuosa, no caso aqui, de consumo de ansiolíticos, sobretudo os classificados na classe dos benzodiazepínicos. Não se iluda: o aumento expressivo nas crises de ansiedade, detectados pelos serviços de atendimento médico, em todo o país, resulta não apenas de pré-disposições pessoais ou familiares, mas possuem suas raízes também nessa insegurança disseminada aos quatro ventos, que torna o injusto em justo e que passa a confundir o virtuoso com o vicioso e dissipado.

         É o caso aqui de construir uma paráfrase com o que disse Rui Barbosa, quando observou: de tanto verem triunfar as nulidades, a desonra e a injustiça, os brasileiros, sujeitos à realidade nacional distorcida, entregam-se em grande número aos barbitúricos, às bebidas e outras drogas lícitas e ilícitas.

         Não há mais como antes, o exemplo vindo de cima ou o consolo trazido por lideranças aptas a conduzir pelos caminhos seguros da ética. O estresse psicossocial, por suas origens e por seus efeitos reais sobre a mente dos indivíduos, tem boa parte de suas causas justamente no âmbito da sociedade.

         É no meio social, em que o indivíduo está inserido e onde busca laços afetivos e de segurança que, no nosso caso, está-se a induzir, em doses cavalares, os sentimentos de perda de identidade e de valores, que vão sendo destruídos pelos próceres no poder. É o caso aqui da legalização do aborto, das drogas, do desmanche das leis de improbidade administrativa, da lei da ficha limpa, da prisão em segunda instância e de uma série de outras modificações feitas para atender os iconoclastas e niilistas, todos eles dispostos a fazer vingar um mundo distópico e em ruínas.

A frase que foi pronunciada:

“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.”

Preâmbulo da Carta Magna. Só para relembrar

Charge: humorpolitico.com.br

 

Descaso

Impossível compreender a razão de não se colocar uma barra de proteção que impeça a passagem de carros no momento em que o trem se aproxima. Primeiro o alarme e depois a trava desce, impedindo que os carros sigam em frente até que o trem passe. É o mínimo de segurança que se pode oferecer à população. O acidente do ônibus na linha do trem em Brasília é prova desse descaso.

Acidente entre trem e ônibus deixa um morto e 4 feridos | Jornal da Noite – YouTube

 

Segredo

Hoje, no Anfiteatro 9 da UnB, às 19h30, o maestro David Junker vai receber uma homenagem do pessoal do Madrigal. Presença maciça do Coro Sinfônico, ex-alunos, amigos e participantes de vários corais regidos por Junker. Afastado para cuidar da saúde, o maestro nem sonha com essa homenagem. Junker é o maior educador de audiência da música erudita em Brasília.

Nesta Rua – Concerto Jubileu de Prata Madrigal UnB: Regência: Maestro David Junker – YouTube

 

Debate

Interessante a discussão na audiência pública que discutiu o papel do hidrogênio verde no Brasil e no mundo, em Brasília. O evento, promovido pela Subcomissão Especial de Hidrogênio Verde e Concessões da Câmara dos Deputados, conduzido pelo deputado Leônidas Cristino (PDT/CE), contou com a presença do presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região Alexandre Vaz Castro. Na Europa, as plantas de hidrogênio não são mais feitas onshore, em terra, e sim no mar, por questão de segurança.

Hidrogênio Verde no Brasil e no Mundo – CME – Subcomissão Especial – 13/11/2023 – YouTube

 

História de Brasília

O Serviço de Meteorologia, do ministério da Agricultura, que funcionava em Brasília, foi abandonado totalmente. O chefe foi transferido, funcionários entraram em férias, e ninguém foi substituído. (Publicada em 27.03.1962)

Novos colarinhos

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Charge do Nani

         Não é de hoje que parte da imprensa e alguns operadores da Justiça têm chamado a atenção para o lento e progressivo movimento do crime organizado em direção à máquina do Estado, não só em instâncias como o legislativo municipal, estadual e federal, mas nas esferas do Judiciário e no próprio Poder Executivo. Trata-se de um processo que não começou agora, mas que vem ganhando intensidade à medida em que essas organizações crescem em poderio e em eficiência como qualquer grande empresa.

          A sofisticação e os métodos de ação vão se aprimorando a cada mudança no comando desses grupos. As novas gerações de criminosos, alguns com formação universitária, enxergam esses negócios com olhos de empresários e sabem que o melhor a fazer, nesses tempos de tecnologia avançada, é organizar-se com métodos e critérios, criando ramificações no lado sadio da sociedade, sem que ninguém perceba.

          Obviamente que, para essa empreitada, o primeiro passo é qualificar seus integrantes, financiando seus estudos, contratando gente especializada nos diversos ramos de atividade empresarial e tudo mais. O passo seguinte é adentrar a máquina do Estado, instalando-se no coração do poder. Para isso, financiam candidatos a diversos cargos públicos. Em seguida, partem para cima da atividade política, financiando candidatos comprometidos com essas atividades ilícitas ao mesmo tempo em que impedem outros candidatos de concorrer na vasta área dominada pelo crime organizado.

          Como o próprio nome diz, o crime organizado vai, a exemplo dos bicheiros, abandonando as antigas atividades ilícitas e buscando novos negócios mais lucrativos e mais diversificados. Noutra ponta, os criminosos partem diretamente para o suborno de autoridades e mesmo de juízes, comprando a liberdade entre outros benefícios. Para os que não aceitam suas ofertas, os criminosos ameaçam e matam.

         Não são poucos os juízes do nosso país que necessitam de segurança armada 24 horas por dia, dormindo cada noite num local e vivendo uma vida de prisioneiro de fato. Também a imprensa tem mostrado que não são poucos os casos de juízes apanhados vendendo sentenças. A transformação do Brasil em corredor internacional do tráfico de drogas e armas, facilitado pela imensidão de milhares de quilômetros de fronteiras secas e pouco vigiadas, deu aos integrantes das diversas quadrilhas do crime organizado, insumos fartos para suas atividades ilegais.

         O crescimento e a lucratividade desse tipo de negócio são facilitados e até insuflados pela leniência com que o poder público lida com a questão. Leis de progressão de regime, saidinhas, visitas íntimas, bolsas concedidas aos familiares de presos, liberalização das drogas, advogados não revistados e muitas outras aberturas e facilidades são postas à serviço da bandidagem, em nome de uma falsa humanização dos condenados.

         Mas é, na política nacional, principalmente aquela parte que vive à base do toma lá, dá cá, dos orçamentos secretos e dos escândalos rotineiros, que os neófitos oriundos do mundo do crime, também chamados de colarinhos novos, encontrarão os adversários à altura de suas ousadias.

          Aí, nesse Olimpo, terão muito o que aprender para chegar ao status de um autêntico colarinho branco, intocável, impávido e impoluto. O problema com essa infiltração do crime organizado no mundo da política é que, nesse novo ambiente, nem os maiores especialistas do planeta em criminologia saberão quem é quem.

 

A frase que foi pronunciada:

“Temos de colocar esse problema no radar: violência, criminalidade organizada, como impedir a sua infiltração nas instituições e como o Estado reocupar espaços que estão perdidos para o crime organizado. E isso ocorre no Rio de Janeiro e na Amazônia. Portanto, é um fenômeno nacional, continental”.

Ministro Luís Roberto Barroso

Foto: Nelson Jr./STF/Divulgação

 

Barbaridade

A manchete que nunca saiu: “Ministro de Bolsonaro recebe a dama do tráfico em seu gabinete.” Imaginem! Dois pesos e duas medidas. Isso não é democracia.

Ex-presidente Jair Bolsonaro, em 12 de maio de 2021. Foto: Joédson Alves / EFE

 

Debate

Interessante a discussão na audiência pública que discutiu o papel do hidrogênio verde no Brasil e no mundo, em Brasília. O evento, promovido pela Subcomissão Especial de Hidrogênio Verde e Concessões da Câmara dos Deputados, conduzido pelo deputado Leônidas Cristino (PDT/CE), contou com a presença do presidente do Conselho Regional de Química da 21ª Região, Alexandre Vaz Castro. Na Europa, as plantas de hidrogênio não são mais feitas onshore, em terra, e sim no mar, por questão de segurança.

 

História de Brasília

A ressalva em tôrno dos frangos foi feita a propósito, porque as autoridades deviam saber que a granja do Torto, onde reside o presidente da República, tem uma excelente criação de frangos, e era quem fornecia para todos os banquetes realizados em Brasília. (Publicada em 27.03.1962)

Cancelados

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Charge do Duke

 

Não são poucas as pessoas que reconhecem, hoje, que o chamado quarto poder passou da imprensa para as mídias sociais, propagadas pelas diversas plataformas que desfilam no mundo digital. Daí porque não são poucas também aquelas elites no poder que anseiam por uma severa regulação nessas mídias digitais. Nos países onde a democracia é uma miragem e mesmo naqueles Estados em que a liberdade de expressão é uma farsa bem montada, as mídias sociais são vigiadas de perto e, não raro, alguns desses programas exibidos por críticos ao governo são postos fora do ar e desmonetizados entre outras ameaças veladas.

Com isso, quer queiram ou não, aqueles que se abrigam à sombra do sistema e do Estado “mídias sociais deram voz aos imbecis”, no dizer zombeteiro de um alto membro do Judiciário. Nesse caso, os imbecis citados formam uma espécie de sans culottes modernos. São os manés que deram certo ou os matutos que não se deixam levar pelas canções de ninar dos demagogos.

Talvez seja essa a causa por trás a explicar porque tantos artistas brasileiros de grande projeção e sucesso no passado recente, hoje, amargam o descaso e mesmo o desprezo por parte do grande público. Trata-se de um fenômeno novo no cenário nacional e de grande abrangência e adesão popular. Produções e shows caríssimos, protagonizados por esses personagens, são abertamente boicotados pelo público, que virou as costas para esses ídolos de pés de barro.

Aqueles que pensaram que os antagonismos políticos e ideológicos fossem ficar apenas no mundo desalmado da política erraram feio. A polarização política, como todo veneno de frasco pequeno, contaminou, com seu conteúdo deletério, famílias, amigos, grupos sociais, chegando até a classe artística.

Tem-se aqui também um fenômeno novo a mostrar um país cingido, desde que alguém, que todos conhecemos, lançou, sobre todos, a maldição do “nós contra eles”. De lá para cá, muita coisa mudou na vida e no cotidiano do país, inclusive a reversão dessa praga política, que, hoje, pode ser dita como “eles contra nós no poder”.

Essa história de que o rei nunca perde a majestade tornou-se falsa no Brasil e aqueles que se consideravam ungidos por uma espécie de coroa eterna, hoje, veem-se despossuídos não só de realeza, como também foram postos na condição de párias.

Aqueles “imbecis”, que ganharam voz por meio das mídias sociais e que nada mais são do que autênticos cidadãos  brasileiros, uniram suas vontades e, simplesmente, passaram a deletar ou cancelar toda uma gama de artistas e atores, cozinheiros, empresas, lojas de departamento, supermercados, produtos que perderam o brilho ou aquilo que de mais precioso tem uma marca, que é a estrela do carisma. Sem essa estrela, que ilumina o mundo do faz de conta, pouca ou nenhuma luz resta no mundo real. O grande público não aceita ser enganado.

 

61992228720

Esse é um dos números de uma organização que usa o telefone para passar golpes. Dizem que seu cartão foi usado, que a ligação está sendo gravada. Dizem que vão pedir uma confirmação para a contestação de cancelamento da compra feita sem sua autorização. Falam por script, enganando quase que perfeitamente. Pedem informações sobre o limite da conta e do cartão. O mais impressionante é que a ANATEL, agência reguladora, não apresenta uma solução para esses golpes.

Foto: Reprodução

 

Mudou

Brasília sofre com a falta de educação no trânsito. Aquela cidade onde buzinar era um absurdo já começa a dar sinais de mudança. Principalmente os motociclistas, que carecem de uma boa aula antes de terem a autorização para fazer parte do trânsito da capital. São uns irresponsáveis. Ultrapassam pela direita, nas comerciais jamais usam as tesourinhas, fazendo a volta no meio da rua, andam pelas calçadas nas quadras. Alguma atitude precisa ser tomada para cortar o mal pela raiz.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

Dificuldades

Daniel Donizete é o deputado distrital que se elegeu para proteger os animais. Depois disso, quem puxa o carro com os descartáveis é o ser humano, um animal também, mas racional.

Daniel Donizet. Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press

 

Chamados

Em Portugal, acontece o seguinte. Todas as chamadas feitas pela população aos Bombeiros, tão logo são atendidas, são seguidas pela polícia. Dados detalhados são cadastrados para as providências às reincidências e investigações.

Foto: observador.pt

 

História de Brasília

Alguém sem escrúpulos salvo justificação em contrário, construiu uma tôrre metálica sôbre a cruz onde foi celebrada a Primeira Missa de Brasília. O monumento está coberto por armações de aço, num visível desrespeito a um dos lugares sagrados da cidade. (Publicada em 09.03.1962)

A espada da razão

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Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução/Twitter

 

          Tão importante quanto as virtudes morais, também o conhecimento da história brasileira e mundial deveria ser requisito básico a ser cobrado de um chefe de Estado. Sem essas informações coletadas do passado, e que são de suma importância, a compreensão e avaliação do presente ficam prejudicadas, tornando, também, as antecipações de estratégias para o futuro uma missão deveras impossível. Ou se possui essas informações e sobre elas se exerce longa reflexão, ou então o líder será forçado a andar no escuro, tateando e trombando de frente com os fatos. A outra opção é ficar mudo. É como dizia o filósofo de Mondubim: “com pouco estofo, faz-se o murcho.” O risco aqui é quando essas carências e limitações acerca do mundo em volta são bradadas aos quatro ventos, atraindo para a nação os maus olhares e os ventos da indignação do mundo. O resto é torcer para que o palavrório destrambelhado não resulte em retaliações e mesmo não acabe instigando e açulando conflitos.

          Muitos são os exemplos vindos da história que mostram os estragos, inclusive com mortes, provocados pela má colocação do raciocínio e das palavras. Pelo conhecimento da história, o indivíduo aprende, ao menos, a não se meter a ser juiz do mundo, pois acaba intuindo que aquele que não consegue ser juiz de si mesmo e de seus atos nunca estará preparado para julgar ou até entender os outros.

          Dominar e esvaziar o ego também é lição que se aprende ilustrando a alma com conhecimento. Também é preciso não confundir esperteza com conhecimento. É importante aprender que a ignorância sempre fala mais alto que a sabedoria, porque é alimentada pela bílis amarga e pelo fel das ambições.

          Um chefe de Estado que não se apresenta internamente como um aglutinador, na praça do mundo, irá se apresentar como um dissipador, que semeia a discórdia, mesmo que, com isso, siga amealhando inimizades e atraindo maus augúrios sobre todos. Que falta que faz um espelho em casa ou nos palácios! Não um espelho pomposo, desses bisotados e emoldurados com finas camadas de ouro sobre as volutas da madeira e que só reflete o que o objeto quer enxergar. Mas um espelho real, incapaz de omitir verdades, semelhante aquele que confessou à madrasta, no conto A Branca de Neve, que havia em seu reino, alguém superior a ela em formosura, ferindo de morte seu ego imenso.

          A falta que faz um assessor mais realista que o próprio rei, alguém capaz de sacar a espada afiada da razão e desferir um golpe de misericórdia contra as tolices. Alguém que tenha coragem de lembrar que mesmo sendo a violência e a ignorância os traços comuns e onipresentes em todo o nosso triste processo histórico, não há necessidade de declarar isso nos palcos do mundo, ainda mais tendo a mídia eletrônica e a Internet como testemunhas.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A menor minoria é o indivíduo. Aqueles que não respeitam os direitos individuais não podem pretender defender os direitos das minorias.”

Ayn Rand

Ayn Rand. Foto: wikipedia.org

 

Borracha

Em Brasília, a parte norte cresceu mais tarde. Algumas correções foram feitas depois de percebidos os detalhes. Não foi uma boa ideia construir as casas da W3 Sul na beira da pista. Por isso, o desenho foi modificado na W3 Norte.

W3 Sul. Foto: Arquivo Nacional

 

Reparo

Há tempos que um buraco enorme na 915 norte, na saída da Basílica Menor São Francisco, atormenta moradores e fieis. Numa curva, sempre pega os desavisados de surpresa.

Basílica Menor São Francisco, na Asa Norte

 

Consume dor

Ainda há operadora de celular que insiste no inconveniente telemarketing. Quem se sentir incomodado pode fazer uma reclamação tendo o número e o nome do atendente. Basta registrar na ouvidoria da Anatel.

Charge do Ed. Carlos

 

Atitude

Artigo interessante publicado pelo Gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS, Marcelo Martini: A manutenção automotiva e sua contribuição para a segurança no trânsito. Parece óbvio, mas as estatísticas apontam como uma das principais causas de acidentes.

Foto: tecnicosenai.com

 

História de Brasília

Os pacotes de 5 quilos de arroz a 35 cruzeiros são disputados a cotoveladas e empurrões, e cada comprador leva a quantidade que deseja. Se o saco de arroz da Novacap levasse um distintivo pelo qual cada pessoa levaria apenas um, desestimularia, certamente, os que vão ao supermercado para restabelecer seus estabelecimentos comerciais. (Publicada em 18.03.1962)

Tempo que não passa

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Print da página da Câmara dos Deputados

 

          O caráter imperial e monárquico que permeia, em pleno século 21, muitos aspectos da Presidência da República no Brasil é um ranço antigo, herdado ainda da metrópole portuguesa e reforçado com a vinda D. João VI para estas bandas. A carruagem que conduzia a família real, confeccionada em prata – o povo a chamava de “monte de prata”, foi substituída por transportes e hospedagens caríssimos, nos quais a liderança do país usa para viagens com o séquito mundo afora.

         Essa feição de realeza e imponência do chefe do Executivo nem o advento da República, nem as limitações impostas pela Constituição, ou mesmo o próprio tempo conseguiram atenuar. Vivemos ainda sob uma espécie de presidencialismo monárquico conveniente, com mandatários voluntariosos e autocratas. Refastelados no poder, agem e distribuem suas prebendas de acordo com a vassalagem prestada. Senhores de seus atos, não devem explicações à turba.

          À hereditariedade, impuseram o conceito do patrimonialismo sem parcimônia ou culpa. Diante de tanto fausto, até mesmo o Congresso se verga aceitando títulos nobiliárquicos – agora denominados ministérios, pelos bons serviços prestados. Sua alteza, nobilíssima, não se esqueceu de ninguém. Atenta aos dissabores do reino, reforça a Corte de Justiça com impolutas figuras fidedignas.

         Num País assim não é de estranhar que uma vendedora de acarajé, no centro de Salvador, vendo a comitiva presidencial se deslocando pelo Pelourinho, perguntou ao vizinho: “Que chafurdo é esse, meu rei?”.

         Registrava Camões sua opinião em cenários similares: “Leis em favor dos reis se estabelecem / As em favor do povo só perecem”.  Mal sabia ele que a “sede cobiçosa de querer dominar e mandar tudo“ só aumentaria com o passar dos tempos e chegaria ao seu clímax na própria colônia que viu surgir no Novo Mundo.

         Seria nestas mesmas terras de Santa Cruz, muitos séculos à frente, que o Estado, agora denominado sorvedor mundial de impostos, colocaria-se de “boca aberta por se encher de tesouros de hora em hora… que quanto mais alcança mais queria”. Com uma carga tributária campeã beirando os 40% do PIB, o estado arrecadador brasileiro aparenta estar com as burras cheias. Não cumpre o papel que lhe é reservado pela Constituição de promover o bem-estar da população. Saúde, educação e segurança, que seriam suas atribuições básicas, estão aí a olhos vistos e não carecem de adjetivações maiores.

         Tão grave como descumprir a Carta Maior em seus preceitos básicos é também conduzir o Estado a uma situação de insolvência, onde as maiores empresas estatais receberam, noutros tempos, quase meio bilhão em multas por anos, por má qualidade nos serviços prestados, má conservação de equipamentos e problemas de segurança.

         Por enquanto, não é possível acessar, na página da Câmara dos Deputados, a discussão sobre os direitos autorais dos textos gerados pelo ChatGPT e todo o material criado a partir de outros autores captados na Internet. A reunião da Comissão já aconteceu, mas por enquanto está indisponível.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O reino morto ainda vive.”

Pablo Neruda

Pablo Neruda. Foto: Arquivo / Agência O Globo

 

Estante virtual

Portal prático e amigável para quem gosta de ler em papel. Com um acervo gigantesco, Estante Virtual é a grande saída para os leitores que querem livros mais baratos sem se importar se são de segunda mão. Há livros novos também, com o conforto de receber em casa.

Foto: Fernando Souza / Reprodução / Facebook

 

População agradece

Natação de volta na Escola de Esporte, que fica no Complexo Aquático Cláudio Coutinho.

Foto: sistemas.df.gov

 

Olhar e visão

Prêmio Social Media Gov de comunicação pública nas mãos da Comunicação Social do Senado. O reconhecimento pela atuação nas redes sociais levou à premiação pela categoria “Comunicação como Serviço” sobre a redução da jornada de trabalho para mães e pais de filhos com até 6 anos ou com algum tipo de deficiência.

 

Crescente

De Alto Paraíso até Cavalcanti, no Nordeste de Goiás, o plantio de transgênico e os campos de pastagens vão se impondo contra as árvores tortas do cerrado, queimando matas, envenenando os rios, esgotando as terras.

Foto: Carlos Fabal/AFP – 25/08/19

 

Colégio caro

Aluno do 3º ano do fundamental, 8 anos de idade, recebeu a tarefa de fazer os exercícios até a página 26. Empolgado, continuou até a página 48. Como desobedeceu ao comando, a professora cogitou em voz alta apagar as páginas feitas a mais. Até que pressentiu o absurdo e foi consultar a diretoria. Quase foi demitida.

 

 

História de Brasília

Quem disse até agora sobre o dr. Jânio, foi o professor Carvalho Pinto: “Está encerrado o assunto renúncia. Vamos trabalhar, porque os problemas são muitos…” (Publicada em 18.03.1962)

Discrição e soberba

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Tivoli Avenida Liberdade – Hotel eleito por Lula e Janja para se hospedar em Portugal. Foto: @tivoliavenidaliberdade/Instagram/Reprodução

 

         Discrição e recato estão – ou deveriam estar – entre as mais importantes qualidades a serem reconhecidas num chefe de Estado. Com essas virtudes, postas a serviço da nação, todo e qualquer líder servirá como um exemplo a ser seguido e admirado, sendo sua gestão fadada ao sucesso. Na cartilha escrita por Maquiavel (1469-1527), todo o Príncipe deve demonstrar, ao menos, cinco qualidades básicas, se quiser ser bem sucedido: ser fiel ao povo; ter humanidade; possuir piedade com todos; ter religiosidade e, sobretudo, apresentar grande integridade.

         De forma sucinta, todas essas virtudes possuem sua origem e são também traços do caráter de um indivíduo. Os mais renomados headhunters do mundo, ou seja, profissionais que andam à caça de pessoas altamente qualificadas e de verdadeiras lideranças, descrevem, de forma geral, a retidão de caráter como um fundamento essencial na escolha de bons gestores.

          Como repetia o filósofo de Mondubim, uma má pessoa jamais será um boa profissional. Em algum momento do percurso, ela se revelará, colocando tudo a perder. É assim nas médias e grandes empresas. É assim também na vida política. Hoje em dia, dada a grande e quase instantânea exposição midiática dos políticos, muitos desses malfeitores, que usam dessa importante posição, apenas para tirar proveito próprio, sequer conseguem andar livremente pelas ruas. Muitos são ameaçados e jamais ousam sair de casa sem escolta. Um bom governo é aquele que transita livremente entre a população e por todos é admirado e acolhido.

         Nos países nórdicos, principalmente, onde a democracia já atingiu alto grau de civilidade e progresso, é comum encontrar, dentro dos transportes urbanos, um Primeiro-Ministro, ou um alto funcionário do governo indo ao trabalho, como fazem todos os cidadãos. Mesmo ocupando altos postos no comando do Estado, esses políticos usam a discrição e o recato para não chamar a atenção sobre si. Não desfrutam de mordomias e mesmo as repudiam, sabendo que, com esses breves privilégios, a população irá olhá-los com reprovação e isso pode custar-lhes a próxima eleição. Nesses países, que hoje são modelos para o mundo, casos de corrupção são selados com o banimento perpétuo do político da vida pública.

         Estamos ainda muito longe desse alto padrão de moralidade e civilidade. Estranhamente são os países que apresentam os menores indicadores de transparência e de moralidade na vida pública, e mesmo de IDH, aqueles em que suas lideranças mais fazem questão em chamar a atenção, desfilando com entourages numerosas, frotas de carros blindados, hospedagens nos mais caros hotéis e gastos exorbitantes em suas estadias, agindo como verdadeiros marajás, enquanto governam para uma população que pena para sobreviver e custear tudo. Falta discrição e sobra soberba.

 

A frase que foi pronunciada:

“A menor minoria é o indivíduo. Aqueles que não respeitam os direitos individuais não podem pretender defender os direitos das minorias.”

Ayn Rand

Ayn Rand. Foto: wikipedia.org

 

Borracha

Em Brasília, a parte norte cresceu mais tarde. Algumas correções foram feitas depois de percebidos os detalhes. Não foi uma boa ideia construir as casas da W3 Sul na beira da pista. Por isso, o desenho foi modificado na W3 Norte.

W3 Sul. Foto: Arquivo Nacional

 

Reparo

Há tempos que um buraco enorme na 915 Norte, na saída da Basílica Santuário São Francisco de Assis, atormenta moradores e fieis. Numa curva, sempre pega os desavisados de surpresa.

Basílica Menor São Francisco, na Asa Norte

 

Consume dor

Ainda há operadora de celular que insiste no inconveniente telemarketing. Quem se sentir incomodado pode fazer uma reclamação tendo o número e o nome do atendente. Basta registrar na ouvidoria da Anatel.

Charge do Ed. Carlos

 

Atitude

Artigo interessante publicado pelo Gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS, Marcelo Martini: A manutenção automotiva e sua contribuição para a segurança no trânsito. Parece óbvio, mas as estatísticas apontam como uma das principais causas de acidentes.

Foto: tecnicosenai.com

História de Brasília

Os pacotes de 5 quilos de arroz a 35 cruzeiros são disputados a cotoveladas e empurrões, e cada comprador leva a quantidade que deseja. Se o saco de arroz da Novacap levasse um distintivo pelo qual cada pessoa levaria apenas um, desestimularia, certamente, os que vão ao supermercado para restabelecer seus estabelecimentos comerciais. (Publicada em 18.03.1962)

Há torcida do contra

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

         Não há partido político no Brasil capaz de seguir linhas ideológicas e programáticas, independentes do governo de plantão. São apenas legendas formadas ao sabor das ocasiões, clubes interessados apenas em causas próprias e no bem-estar de seus sócios, sobretudo das lideranças. O que temos é uma pantomima política, distante do que sonham os eleitores atentos e do que exige a ética pública.

         Dessa forma, fica a explicação: não há terceira via, porque não há partidos fortes e independentes, capazes de entender o momento que se anuncia de grave polarização, entre o ruim e o péssimo. É com essa visão que os mais de trinta partidos, colados nas tetas dos cofres da União, enxergam os cidadãos, que, para eles, passadas as eleições, transformam-se num estorvo. Simplesmente, não há uma primeira, nem uma segunda via que possa levar o país ao bom termo. É nessa sucessão de mediocridades que jornais e mídias sociais registram a história do Brasil.

         Sem reformas políticas sérias que colocassem um fim ao foro privilegiado, aos fundos partidários e eleitorais, às emendas secretas, à infidelidade partidária, bem como ao número excessivo e lesivo de partidos, à possibilidade de prisão em segunda instância, ao modelo de suplência, à reeleição e mesmo à impunidade dos políticos, excesso de privilégios econômicos, falar em terceira via, ou numa quarta e quinta vias, não significa nada. Há aqui, um problema de origem que não foi sanado por vontade justamente dos partidos tortos que aí estão. Qualquer desdobramento político vem carimbado com o selo e com os vícios de origem, tanto da inoperância como da continuidade de um modelo que os brasileiros de bem, que pagam em dia seus impostos, querem ver extinto.

         A impossibilidade de candidaturas avulsas e do voto distrital, assim como do dispositivo de recall ou chamada, pelos eleitores daqueles políticos que apresentam “defeito” e sua substituição por gente mais capacitada, é um freio às mudanças que a nação reclama. Isso não quer dizer que não existam candidatos, isoladamente, bons e que poderiam, caso tivessem capacidade de desprendimento maior que o ego, fazer alguma diferença nesse próximo pleito. Ocorre que nem a grande massa de eleitores abduzidos e apolíticos e nem mesmo os partidos que aí estão apostam um níquel sequer nessa possibilidade e mesmo fazem torcida contra.

 

A frase que foi pronunciada:

“A história nos desafia para grandes serviços, nos consagrará se os fizermos, nos repudiará se desertarmos.”

Ulysses Guimarães

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

Identidade

Quem nasceu e mora em Brasília sabe que o cimento traz a identidade da cidade. Ver a catedral e outras obras da capital com essa fachada pintadas é doloroso. Na N2, o anexo do Ministério da Educação foi pintado com uma cor entre o bege e o amarelo. Tragédia maior.

 

Precificar a vida

Há anos se noticia a entrada de psicopatas armados em escolas. Legisladores, obrigatoriedade de porta rotatória na entrada dos estabelecimentos de ensino evitaria as futuras tragédias. Custo médio R$20 mil. Não vale à pena?

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Fica a dica

Entre o Big Box e o Iguatemi, no Lago Norte, há uma faixa de pedestre. Estaria bem localizada se não houvesse mato impedindo a visão e se a iluminação fosse adequada.

Reprodução: Google Maps

 

Revisão

Agora que já é possível acompanhar o crescimento de uma criança no ventre materno, assistindo em imagens de 3 dimensões as primeiras batidas do coração, a formação da coluna vertebral, não faz sentido os hospitais terem legislação permitindo o descarte e incineração do feto morto com peso e estatura inferior ao mínimo exigido pelo Conselho Federal de Medicina. As mães que perdem o filho passam por mais esse sofrimento que, infelizmente, é amparado por lei.

Foto: revistacrescer.globo

 

Conhecimento

Foi um sucesso a Tarde do Bem Estar com a Dra. Simone Leite e Dr. Eugênio Reis, no Brasília Shopping, sobre terapia hormonal e benefícios e rejuvenescimento e a beleza natural na dermatologia. Com a plateia participativa, muitos esclarecimentos foram dados e mitos desfeitos.

Foto publicada no perfil oficial do Dr. Eugênio Reis, no Instagram

 

História de Brasília

Os postes do aeroporto foram mandados fazer pelo ministério as Aeronáutica. A prefeitura mandou liga-los à luz da rua, e, agora, surge um problema. A firma empreiteira não recebeu a parcela final. Nem o ministério quer receber o serviço executado. (Publicada em 18.03.1962)