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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Alarmante é o estudo apresentado pela Cambridge University Press mostrando que 61,6 milhões de brasileiros, ou algo como 26% da população, vivem sob regras impostas por facções criminosas espalhadas por todo o país. São cidadãos que, por ausência do Estado, estão colocados sob o jugo da chamada governança criminal, que, com leis e punições próprias, controlam imensos territórios.
Mostra ainda, o estudo, que a vida comunitária nesses locais está sujeita a estreitas regras impostas por essas organizações, afetando do acesso a serviços públicos a até mesmo as eleições, onde, sob grande pressão, essas comunidades acabam votando em candidatos ligados aos criminosos e aos seus projetos.
Dinheiro para esse país controlado pelo crime não falta. Apenas em 2024, as organizações criminosas movimentaram mais de R$ 150 bilhões em recursos vindos de uma multiplicidade de fontes ilegais que, depois, são branqueadas por empresas de fachadas, também espalhadas por todo o país. A área de compra e venda e distribuição de petróleo e derivados tem sido a predileta desses grupos, por serem produtos onde a falsificação e a sonegação são mais facilitadas. O fato é que o crime organizado não depende do governo para se estabelecer e crescer. Tem renda própria, maior que muitos municípios juntos.
Seu poderio tem crescido e se expandido enormemente nos últimos anos. As forças de segurança, com recursos econômicos cada vez mais minguados, conhecem bem o poderio de fogo desses criminosos, cada vez mais bem armados e treinados em táticas de guerra.
São, de fato, organizações com atuação sofisticada e que chegam a operar até de dentro da própria máquina do Estado. Levantamento feito pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) mostra que o Brasil tem, aproximadamente, 100 grandes e pequenas organizações criminosas. Entre 2022 e 2024, facções do crime foram identificadas dentro de 1.760 pavilhões prisionais por todo o país. É um mundo à parte, ou submundo paralelo, ao qual os brasileiros fingem não conhecer por medo e as autoridades, por questões diversas, fazem questão de deixar em paz.
Algumas entidades que estudam esse caso escabroso chegam a afirmar que hoje quase um terço da população brasileira se encontra direta ou indiretamente subjugada por organizações criminosas de toda a espécie. Os Estados Unidos, por exemplo, já manifestaram diversas vezes sua preocupação com a expansão das facções brasileiras, especialmente pela conexão dessas organizações com cartéis internacionais e com redes de lavagem de dinheiro que atravessam fronteiras. O Comando Vermelho e o PCC são frequentemente citados em relatórios do Departamento de Estado e da DEA (Drug Enforcement Administration), devido ao envolvimento não só no tráfico de drogas, mas também no fornecimento de armas e na articulação de redes ilícitas que chegam a países vizinhos.
Nesse ponto, surge a tênue linha que separa o crime organizado dos grupos classificados como terroristas. Ao controlar territórios, impor regras, financiar campanhas políticas e transnacionalizar suas operações, essas facções já não atuam apenas como máfias locais, mas assumem características de organizações insurgentes. O risco, apontado por especialistas, é de que a América Latina se torne um grande corredor de instabilidade, onde o narcotráfico e o crime organizado se transformem em ameaças diretas à segurança nacional de vários países.
Não se trata mais de uma guerra localizada nas periferias brasileiras, mas de uma expansão continental. Países vizinhos, como Paraguai, Bolívia e Colômbia, sofrem com a presença desses grupos, seja pela penetração financeira, seja pela utilização de seus territórios como rotas de tráfico. Em consequência, cresce a possibilidade de cooperação internacional em operações de inteligência e segurança, com os EUA exercendo um papel central.
O que o estudo revela, portanto, é que o Brasil corre o risco de se tornar um epicentro do crime organizado transnacional, com ramificações que fragilizam democracias inteiras. Se nada for feito em termos de coordenação internacional, políticas públicas efetivas e fortalecimento do Estado, a tendência é de que essas organizações não apenas se consolidem, mas avancem para um patamar ainda mais perigoso, assumindo funções tipicamente políticas e desestabilizando o continente como um todo.
A frase que foi pronunciada:
“Nossa geração não lamenta tanto os crimes dos perversos quanto o estarrecedor silêncio dos bondosos!”
Martin Luther King

História de Brasília
Entrando ou saindo de uma superquadra, ponha seu carro em segunda. Respeite o pedestre que está atravessando na faixa de segurança. Êle tem direito, mesmo que não haja guarda orientando o tráfego. (Publicada em 8/5/1962)
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Você parece estar perguntando se organizações criminosas brasileiras como o PCC (Primeiro Comando da Capital), o CV (Comando Vermelho) e outras poderiam vir a se constituir, um dia, como organizações paramilitares ou até políticas — talvez nos moldes de grupos armados ou milícias que, em outros contextos, assumiram papéis de poder institucional ou regional. De fato, isso já ocorre. Organizações como o PCC e o CV, embora não sejam paramilitares no sentido clássico (com ideologia política explícita ou objetivo de tomada formal do poder), possuem, como é sabido, estrutura hierárquica, armamento e controle territorial em favelas e periferias urbanas, tudo muito similar às milícias ou grupos insurgentes em outros países. Afinal, já controlam comunidades inteiras, impõem regras, aplicam “justiça”, cobram impostos (“arrego”) e negociam com políticos e policiais. Em alguns casos, como em partes da Amazônia ou do Nordeste, já há controle de rotas logísticas e até pactos locais de governança informal com elites corruptas ou agentes do Estado. Pior é: e se um dia vierem a se transformar em partidos ou forças políticas oficiais? Financiar candidatos, isso eles já fazem. Mas tudo isso vai depender do grau de deterioração do Estado democrático e do pacto social.
Diferente das FARC na Colômbia ou do Hezbollah no Líbano (que têm discursos ideológicos e legitimidade entre parte da população), o PCC e o CV não possuem, por enquanto, um discurso político claro. São essencialmente organizações voltadas ao lucro, por meio do narcotráfico, extorsão, roubo e outras modalidades de crime. No entanto, não se pode negar que há um histórico antigo de alianças com políticos locais, especialmente em regiões onde o Estado é ausente, e isso, obviamente, pode se intensificar com o tempo. Agora, caso o Estado brasileiro entre em um processo de colapso institucional severo (sendo a corrupção a indutora desse colapso), ou haja um processo extremo de fragmentação federativa, é possível que esses grupos venham a se institucionalizar, como máfias que se tornaram partidos ou milícias que viraram governos locais. Tudo vai depender da saúde institucional e ética dos poderes. Mas em relação às milícias do Rio, vários indícios e evidências mostram que já têm um pé no mundo político, com vereadores, deputados e até governadores ligados a essas redes. O avanço delas dentro do Estado é mais claro do que o das facções tradicionais.
Nesse sentido, as milícias são, por enquanto, o elo mais visível entre o crime organizado e o poder político institucional no Brasil. Verdade seja dita, o PCC e CV já operam como Proto-Estados paralelos em algumas áreas. A transformação em uma força paramilitar explícita ou política organizada pode ser improvável a curto prazo, mas não inconcebível a longo prazo, especialmente se o que assistimos no dia levar-nos ao colapso institucional do Estado. No entanto, é preciso aceitar que o futuro urbano de grandes metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo diante do fortalecimento do crime organizado é, para dizer o mínimo, nebuloso.
Em São Paulo, o PCC atua com baixa visibilidade e alta organização, quase como uma empresa clandestina com cadeia logística e disciplina interna. O Estado, praticamente “coexiste” com ele. No Grande Rio, há três forças paralelas disputando território: CV, TCP (Terceiro Comando Puro) e milícias armadas ligadas a ex-policiais, que cobram taxa de segurança, vendem gás, internet e fazem justiça à margem da lei. Caso o crime organizado consiga penetrar nas estruturas políticas locais, como vereadores, prefeituras, associações de bairro, a coisa está feita. Pois eles podem facilmente influenciar decisões de urbanização, como transporte, serviços públicos. Além, é claro, de controlar o “voto de cabresto” nas favelas e periferias. O cenário futuro promete o aumento da favelização e de “zonas autônomas” de fato, que são áreas onde a polícia não entra ou entra apenas com operações de guerra.
Entra, ainda nesse rol de infortúnios, a questão da liberação dos jogos de azar, que pode facilitar ao máximo a lavagem de dinheiro. Mas isso depende também do enforcement do Estado ou sua capacidade de ações e procedimentos legais para garantia das leis. Facções e milícias já atuam em bicheiros, caça-níqueis, máquinas ilegais e apostas online. E com a legalização dos jogos físicos, passaram a criar casas de apostas como “fachadas”, onde declaram lucros fictícios em jogos de baixa fiscalização. Com isso, misturam dinheiro limpo e sujo, dificultando rastreamento. Além disso, se utilizam de “laranjas” e empresas de fachada para abrir cassinos, bingos e plataformas online. É preciso evitar a todo custo a transformação do crime em uma espécie de “capitalismo criminoso sofisticado”. Na questão dos jogos de azar, onde os lucros são bilionários, a corrupção na máquina do Estado favorece, ainda mais o crime. A verdade é que foi dada liberação dos jogos de azar sem uma devida regulação forte. Seria necessário empreender uma colaboração direta entre Receita Federal, COAF, Polícia Federal, MPF e bancos. O que não podemos negar é que cidades como Rio de Janeiro e São Paulo enfrentam uma erosão progressiva da autoridade estatal em muitos territórios populares.
A frase que foi pronunciada:
“Uns venceram por seus crimes, outros fracassaram por suas virtudes.”
William Shakespeare

HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os pontos de taxis na W-3 estão tomando espaço demais, além do necessário. É um abuso, porque enquanto sobram 10 vagas em cada posto, os carros particulares têm que estacionar longe demais, e às vêzes não há local. (Publicada 04.05.1962)
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Com a promessa do presidente americano, Donald Trump, de dar nova classificação aos cartéis de drogas, elevando-os à categoria de organizações terroristas, muda todo o cenário relativo às operações de combate a essas facções. A razão dessa mudança de status dessas organizações, primeiramente aquelas que têm suas bases fincadas no México, é que esses grupos representam, além de uma ameaça direta e poderosa à segurança nacional norte-americana, um prejuízo incomensurável tanto à política externa daquele país quanto à sua economia.
Os Estados Unidos têm uma longa experiência no combate direto a esses cartéis, inclusive com o emprego de suas forças armadas, bombardeando plantações e laboratórios de produção da cocaína e outros produtos entorpecentes. Lembrando ainda que o país experimenta hoje um recorde de mortes por overdose de opioides sintéticos e outras drogas.
O avanço das facções criminosas é uma realidade agora em toda a América Latina. A extensão do problema ultrapassou os limites das fronteiras, tornando-se não apenas uma questão de segurança dos EUA, como de todo o continente. Os chefões desses cartéis, cientes de que haverá um recrudescimento no combate às suas atividades criminosas, há muito cuidaram de diversificar seus negócios, investindo bilhões de recursos em atividades legais, onde lavam e escondem todo esse dinheiro sujo.
Mais uma vez, o continente está prestes a assistir ao retorno da guerra contra as drogas, protagonizada pelos militares americanos com todo o poderio que têm de destruição. A ordem executiva assinada pelo presidente Trump vale para todos os cartéis de drogas do continente, incluindo, nessa lista aberta, ao lado dos cartéis mexicanos e venezuelanos e outros, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), que atuam não só em todo o território nacional, como além das fronteiras.
O governo americano sabe, até melhor do que o próprio governo brasileiro, o que essas organizações do crime andam fazendo aqui no Brasil e em outros países. Conhece e tem informações precisas sobre a movimentação de recursos desses bandos e sabe exatamente o que que vai fazer e quando. As informações que mais preocupam as autoridades americanas são aquelas que mostram que esses criminosos há tempos vêm se preparando para eleger candidatos próprios, a fim de infiltrá-los na máquina do Estado, tanto no Legislativo quanto no Executivo, de onde poderão vir a ter maior poder ainda. A coragem
e a força do dinheiro fizeram com que essas organizações começassem a operar livremente dentro de nossas metrópoles, por meio do controle de linhas urbanas de transporte, postos de abastecimento e distribuidoras de combustíveis.
O branqueamento desses recursos vindos do crime dentro da economia formal do país é outro ponto a incomodar o governo Trump. Hoje, vai ficando cada vez mais difícil distinguir entre os cartéis de drogas mexicano e o crime organizado brasileiro, dado o poder que cada um desses grupos desfruta dentro dos respectivos governos. As autoridades brasileiras também se deram conta de que, sozinhas, não podem enfrentar o crime organizado. É consenso de que essa é uma missão e uma guerra que só as Forças Armadas podem enfrentar de igual para igual.
O fato é que o combate às organizações foi sendo considerado, por vários governos, um assunto de menor importância e, como tal, poderia ser resolvido apenas com o trabalho das polícias Civil e Militar regulares. Acontece que o crime cresceu em tamanho, poderio econômico e estratégico, elevando o número de áreas sob seu controle direto.
Lugares onde entrar sem permissão significa a morte. As ações de combate aos cartéis que estão sendo planejadas meticulosamente pelos americanos, com certeza, vão incomodar muitos governos, sobretudo aqueles que falam em soberania. A verdade é que esse é um problema que muitos governos não puderam ou quiseram resolver.
A existência do narcoestado já é uma realidade a desestabilizar a segurança de todos no continente, inclusive dos americanos. As autoridades também sabem que esses grupos operam de forma coordenada e estruturada, tendo pessoal e armas de última geração.
O Brasil, com milhares de quilômetros de fronteiras secas e com a imensa Região Amazônica fazendo vizinhança com países produtores de drogas, entra nessa lista de Trump também como um dos alvos das ações das forças de segurança americanas. Doa a quem doer.
A frase que foi pronunciada:
“O desafio do governo não é apenas enfrentar a criminalidade com inteligência e força de segurança, mas também fortalecer a resiliência das comunidades vulneráveis diante do assédio do crime organizado”
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça

História de Brasília
Apesar de inaugurado o telefone público, os do aeroporto estão na mesma. Eram quatro. Um foi retirado, dois não funcionaram, e um funciona mal. (Publicada em 29/4/1962)
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Alertas feitos este mês pela cúpula dirigente dos serviços secretos da Inglaterra, MI5, e dos Estados Unidos, FBI, vêm chamando a atenção de muitos governos, mundo afora, para os sérios riscos que correm os países ocidentais, por conta da avassaladora expansão chinesa, cujos objetivos escondem propósitos que vão muito além das relações comerciais.
De acordo com os diretores do FBI, Cristopher Wray, e do MI5, Ken Mcllum, em comunicado durante um evento em Londres, existe, com essa expansão acelerada e que segue, à risca, as diretrizes traçadas pelos altos dirigentes do Partido Comunista Chinês (PCC), além de uma preocupante ameaça econômica, uma ameaça à segurança de muitos países, pelo modo perigoso como essa expansão vem sendo praticada, onde o roubo de propriedades intelectuais e a espionagem são práticas comuns já constatadas.
Além disso os chineses, ou aqueles que participam diretamente desse verdadeiro programa de dominação e submissão do Ocidente, têm feito movimentos e ações que buscam, sobretudo, influenciar a política interna em muitos desses países. Quem conhece de perto a capacidade dos chineses em copiar, sem cerimônias, os produtos e a tecnologia do Ocidente, não tem dúvidas sobre os objetivos que essa expansão mercantil esconde de todos.
O roubo de tecnologia pelos chineses se dá em vários segmentos da indústria. Ao mesmo tempo em que usam de práticas condenáveis, o governo daquele país do Oriente vem adotando uma série de providências para proteger e blindar sua economia interna de futuras sanções, que, por certo, virão um dia. Recentemente, e só à guisa de ilustração, os chineses apresentaram, no concorrido mercado automobilístico internacional, uma cópia perfeita do Volkswagen, Fusca, um ícone da indústria alemã e um dos carros mais vendidos de toda a história.
Batizado de ORA PUNK CAT, o Fusca, versão chinesa, embora com um novo motor elétrico, é uma cópia do modelo da VW, o que mostra a cara de pau dessa potência que almeja substituir os EUA e conquistar o planeta pelas beiradas. Segundo o diretor do MI5, o PCC não está interessado em liberdades democráticas apresentadas pelo Ocidente. Interessa aos chineses pesquisar nossos modelos e sistema democráticos, midiáticos e legais para usá-los ao seu modo e para ganho direto da elite política do PCC, que controla, com mão de ferro, aquele país.
Uma vez roubado os segredos tecnológicos, o próximo passo que os chineses dão vão no sentido de minar os negócios dessas empresas, oferecendo produtos copiados a preços irrisórios e, com isso, dominando esse nicho de negócio. Para isso, não se intimidam em usar de todos os meios possíveis para obter informações, sejam espionando, copiando, subornando e interferindo, direta ou indiretamente, nos governos locais para atingir seus objetivos.
Segundo os estudos ingleses, o próprio governo chinês recruta Hackers em grande escala, junto com uma rede global de agentes de inteligência, em busca de obter acesso a segredos das tecnologias que consideram mais importantes no momento. Aqui no Brasil, esse avanço se faz não apenas no setor agrícola e pecuário, mas sobre as indústrias também.
Desde que o governo petista, sempre ele, em 2004, anunciou, com grande estardalhaço, que reconhecia a China como economia de mercado, ou seja, um país que respeitava os princípios éticos e as regras básicas de comércio, nossa economia vem sendo minada e destruída, tijolo por tijolo. Fábricas têxteis, de celulose, de maquinário, calçados e muitas outras simplesmente fecharam as portas e demitiram, por não suportar a concorrência desleal com os produtos chineses, sempre vistos como mais baratos e também de menor qualidade.
Naquela ocasião, o então presidente Lula, inebriado com o que parecia ser uma grande conquista de seu governo e uma diretriz básica de seu partido para reunificar as esquerdas de todo o mundo, declarou que, com aquele gesto, o Brasil dava uma demonstração de que essa relação estratégica era para valer. Demonstrava a prioridade que seu governo, leia-se seu partido, devotava às relações entre China e Brasil.
No mesmo tom, o então chefe máximo do Partido Comunista Chinês, Hu Jintao, que viera para o Brasil especialmente para se certificar, de perto, de que esse reconhecimento seria de fato selado, depois de forte pressão, respondeu, ao discurso de seu colega de ideologia, que essa postura do Brasil iria criar as condições para uma relação estratégica e muito mais rica e que iria também favorecer a cooperação econômica e comercial entre esses dois países. Note-se que, em ambos discursos, tanto o governo Lula quanto o de seu colega chinês usam a expressão “estratégica” para definir a avaliação que cada um dos mandatários fazia desse acordo.
Pelo lado brasileiro, a expressão “estratégica”, contida no discurso de euforia de Lula, possuía um significado que unia elementos de uma ideologia utópica e orientada a reerguer o Muro de Berlim, derrubado alguns anos antes, juntamente com uma vitória do próprio partido, que, com esse gesto, fortalecia sua presença no mundo das esquerdas, abrindo, simultaneamente, espaço para a entrada massiva de um regime dessa orientação nos negócios brasileiros.
Não se sabe ainda com exatidão que benefícios diretos, do tipo utilitarista e argentário, o Partido dos Trabalhadores colheu desse acordo exótico, já que, em todos os “negócios” envolvendo o Estado Brasileiro, essa sigla encontrou meios de obter altos lucros indevidos e enviesados. Pelo lado chinês, a expressão “estratégia”, contida no discurso do chefe do PCC, tinha o significado próprio dado por aquele governo a todos os outros acordos e negócios feitos com o resto do planeta, sobretudo com os países do terceiro mundo, onde o lucro máximo com riscos mínimos é sempre a fórmula acordada.
O Brasil, que hoje é um dos principais fornecedores de alimento para a China, corre o risco paradoxal de, nessa posição e nessa parceria inusual, vir a ser literalmente engolido pelo governo chinês, sem sequer dar contas dessa situação ameaçadora. O caso aqui se parece com aquele empregado de um zoológico, que mesmo cumprindo com sua obrigação diária de alimentar o tigre enjaulado, corre risco de morte diariamente, caso o animal escape das grades. O filósofo de Mondubim já alertava: “crie corvos e eles arrancarão seus olhos.”
A frase que foi pronunciada:
“Se a China quer ser um ator construtivo e ativo na economia mundial, tem que respeitar os direitos de propriedade intelectual ou torna praticamente impossível fazer negócios com eles.”
Dan Glickman

História de Brasília
Todos os dias de manhã, um ônibus da Fundação Brasil Central faz uma contra-mão à altura do edíficio da Câmara dos Deputados, virando à direita, no Eixo Monumental, em direção ao Bloco 11. (Publicada em 02.03.1962)
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Não passa um dia sequer sem que as manchetes dos noticiários locais tragam, em letras garrafais, notícias sobre a escalada da criminalidade e da violência na capital do país. Foi-se o tempo em que Brasília era uma cidade pacata, como muitas no interior do país, onde as ocorrências policiais, com raras exceções, eram fatos pitorescos. Esse tempo, perdido no longo corredor da memória, é ainda lembrado por muitos que conheceram a cidade nos seus primeiros anos de existência.
Os brasilienses observavam o Brasil à distância. A violência era então um problema que parecia afligir apenas outros estados, há centenas de quilômetros. No Plano Piloto, que naquela época era a principal e mais populosa área urbana da capital, era comum os moradores deixarem os brinquedos das crianças e outros objetos debaixo dos blocos ou nos parquinhos próximos, assim como os carros abertos, já que as ocorrências de roubos eram baixas, quase inexistentes. Andar pela cidade a qualquer hora do dia ou da noite era um prazer seguro e comum.
Essa espécie de paraíso de tranquilidade e paz durou aproximadamente até o início da chamada emancipação política da capital. De lá para cá, o clima citadino mudou de água potável para água contaminada, com a cidade se igualando e até superando muitas capitais do país quando o assunto é insegurança pública. A explosão demográfica e repentina experimentada pela capital não teve paralelo em outras partes do país.
Do dia para noite, os políticos locais estreantes tomaram posse da cidade, fazendo dela o que seus colegas sempre fizeram em outras partes do país, que é, basicamente, usar a população para alcançar seus objetivos pessoais inconfessáveis. Sem o que oferecer aos seus novos eleitores, esses personagens da política local, muitos de triste memória, passaram a utilizar as áreas públicas, mesmo aquelas dentro de polígonos de preservação como moeda de trocas políticas, dentro da lógica: um voto, um lote.
Deu no que deu. A cidade, antes meticulosamente planejada para atender às necessidades nacionais de administração, tendo sido, inclusive, por seus méritos arquitetônicos e urbanos, elevada, merecidamente, a patrimônio cultural da humanidade, um status de grande importância internacional, é hoje apenas mais uma cidade brasileira, cercada de miséria e de violência pelos quatro lados.
Por enquanto, as estatísticas oficiais apontam, a cada dia, mais de quarenta ocorrências de roubos registradas na cidade. O número de quadrilhas, cada uma especializada em determinado nicho do crime, multiplica-se. Integrantes do temido PCC são vistos no Distrito Federal. O tráfico de drogas nunca lucrou tanto. Os casos de assassinatos e de latrocínio aumentaram assustadoramente.
Todos os dias, os noticiários locais apresentam o retrato de uma cidade em que a criminalidade avança sem parar. Não bastassem essas mazelas, que comumente sempre atingiram outras partes do país, Brasília vai, lentamente, perdendo sua antiga qualidade de vida, substituída por uma modernidade que nada mais é do que o avanço da poeira e da confusão.
O abandono de superquadras inteiras tomadas pelas invasões de áreas públicas e por um número crescente de barracos de latas, que nascem e se multiplicam como mato, vendendo de tudo, mistura-se ao lixo e ao desmazelo com as áreas verdes.
Carros estacionam em cima dos gramados. Andar à noite pela cidade é correr sério risco de morte. O barulho, a poluição visual e o desrespeito são regras gerais, tanto no Plano Piloto como nas administrações regionais. Quem manda, de fato, hoje em Brasília são políticos locais. Eles querem exatamente esse caos generalizado, porque é dele justamente que colhem os frutos podres de suas seguidas eleições.
O centro da cidade, tomado por mendigos e viciados e outros marginalizados, é um retrato acabado da decadência do terceiro mundo. Não se vê policiamento em parte alguma. Mesmo que houvesse, não daria conta do recado, pelo número de arruaceiros que perambulam pelo centro da capital.
Os governadores, todos eles, só pensam em obras vistosas e caras, capazes de chamar a atenção da população. O desrespeito às regras do tombamento é visto em toda a parte e ameaçam essa honraria. Por toda a parte se vêm a multiplicação de barracos de lonas, abrigando famílias inteiras que vivem nessas áreas públicas sem quaisquer condições humanitárias dignas e sem quaisquer controle dos órgãos de assistência social.
Também esses serviços, dado o grande número de pessoas em estado de miséria, não dão conta de atender a tanta gente. Vive-se na capital um estado de caos permanente e crescente, com o Plano Piloto tomado por problemas sociais de todo o tipo.
Essa é a herança, realmente maldita, que vai sendo deixada na soleira da porta das casas de todos os brasilienses, trazida pela invenção da política local. É nisso que se transformou a capital de todos os brasileiros, numa cópia, de um retrato em preto e branco, do que de pior há e havia no restante do país.
A conhecida Teoria das Janelas Quebradas, na qual o Plano Piloto de Brasília insere-se hoje como um modelo exemplar, mostra, com toda a clareza, que, ao caos urbano e sem cuidados adequados, seguem todos os outros fatores de decadência, no qual a violência e os crimes são as consequências mais vistosas e as mais dramáticas.
A frase que foi pronunciada:
“Se você for ver Brasília, o importante é o seguinte: você pode gostar ou não dos prédios, mas nunca poderia dizer que já viu algo parecido antes. Aquelas colunas finas, os prédios como penas tocando o chão, tudo isso cria um efeito de surpresa.”
Oscar Niemeyer

História de Brasília
O pessoal da Cidade Livre que se mudou para a Asa Norte está vivendo momentos difíceis. A Prefeitura localizou as residências numa quadra que, posteriormente, foi vendida ao Exército. (Publicada em 23.02.1962)
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Difícil é convencer alguém de bom senso, e que conhece de perto a realidade política interna da China, que o governo daquele país, em suas relações com outras nações, seria capaz de dar tratamento pacífico e complacente a pessoas de outras nacionalidades que, eventualmente, viessem a se opor às diretrizes políticas impostas por esse regime fechado e de partido único (PCC).
Mesmo assim, nações pelo mundo afora, principalmente a partir da aurora do século XXI, começaram a comercializar com aquele país do extremo Oriente, colocando de lado, ou mesmo desprezando, o fato de ser, aquele governo, um antípoda das concepções clássicas de democracia e por extensão dos Direitos Humanos e, no caso das relações comerciais, um inimigo da livre concorrência e da liberdade do mercado (Laissez faire) e do liberalismo.
Conhecendo os muitos relatos que falam de detenções em massa, torturas, mortes, abusos policiais e outros crimes contra a humanidade, praticados pelo regime ditatorial chinês, fica claro que as relações da China com o mundo são montadas sob um disfarce, como uma cópia oriental de Jano, o deus romano de duas ou mais caras a concentrar, na mesma figura, o passado e o futuro, que dá por uma mão e toma pela outra. Seria possível haver relações comerciais livres, saudáveis e com base nos princípios da ética humana, com alguém que despreza ou ignora esses valores? Essa é uma questão que, sabemos, pouco interessa no mundo dos lucros e das vantagens.
Entre nós, existe apenas dois elementos capazes de se espalhar com a mesma velocidade da atual pandemia do Covid-19: as notícias ruins e as fake news. O mais interessante é que, em algum ponto do espaço e do tempo, ambos elementos se cruzam, gerando o que muitos conhecem por teoria da conspiração. Após o advento das redes sociais, as comunicações instantâneas e, sobretudo, do conteúdo fatual dessas informações que passaram a chegar aos indivíduos e à sociedade, em grandes e aceleradas avalanches, deram origem a um fenômeno intrigante e, ao mesmo tempo, problemático, que passou a afetar, de modo significativo, o comportamento de todos. Com isso, passou a ser comum que versões e fantasias cheguem ao conhecimento de todos, muito antes dos fatos em si. O que, de certa forma, reforça a tese histórica de que o homem é um contador de estórias por natureza. A grande questão aqui é como separar o que é realidade de fantasia, já que as duas parecem ter a mesma origem.
Os antigos costumavam dizer que quanto mais longe da fonte, mais a água está turva. Assim também ocorrem com fatos. Essa característica vem lá de trás, da origem da humanidade, quando na impossibilidade de entender o mundo à sua volta, os homens buscavam, na fantasia e no misticismo, as explicações sobrenaturais para os fenômenos da natureza. Essa herança trouxemos até os dias atuais, adaptando-a ao mundo virtual da Internet. De um país sem liberdade e de quem vive em um país livre que defende o país sem liberdade, tudo se pode esperar.
Para a imprensa, que até pouco tempo detinha o monopólio natural sobre a informação, isto é, as notícias, essa mudança de eixo e de mãos tem modificado, sobremaneira, o trabalho diário, obrigando os profissionais a separarem, com lupa, fatos e ficções. Não é por outro motivo que muitos órgãos de informações tiveram que criar um departamento especializado em checar minuciosamente as notícias, separando os grãos de areia dos fatos, do oceano de boatos.
Nessa nova tarefa imposta pela aldeia global ao trabalho da imprensa, surgiram ainda outros desafios, dessa vez realizados no sentido contrário da lógica de investigação e apuração jornalísticas, fazendo o caminho inverso, ou seja, partindo dos boatos e dos sinais de fumaça para se chegar aos fatos e a verdade escondida em meio à paisagem.
É justamente com relação a esse ponto que, por exemplo, parte da imprensa nacional e internacional tem deixado de lado os efeitos da recente e perigosa pandemia do vírus da coroa, seguindo atrás dos boatos e das teses defendidas pelos teóricos da conspiração, na tentativa de chegar às fontes e às causas que determinaram o surgimento dessa doença.
Para os seguidores dessas teorias fantásticas, em um mundo cada vez mais surrealista, tudo teve início com a chamada guerra comercial declarada pelos Estados Unidos contra os superávits seguidos, que vinham sendo obtidos pela China ao longo das últimas décadas e que passaram a ser combatidos pela atual administração do país.
Essa história é longa e com vários capítulos paralelos e que vão ganhando versões mais atualizadas a cada dia. O que parece real é que, por detrás desse vírus, se escondem fatos e verdades que, mais dia, menos dias, chegarão ao conhecimento de todos, levando-nos a conhecer até onde governos são capazes de ir para fazer valer questões de mercado, laboratórios, políticas e de ganhos sobre a vida de pessoas, tornadas, nesse jogo cruel, meros dados estatísticos, sem valor e sem qualquer respeito pela dignidade humana.
A frase que foi pronunciada:
“Custava ferver o morcego?”
Meme viralizado nas redes sociais
Acende, ascende!
Vários protocolos registrados, mas a iluminação das ruas no trecho 9 da SMLN está uma lástima! Moradores revoltados e inseguros.
História de Brasília
Ao dr. Laranja: muita gente que produz em Brasília continua jogando fora ou deixando morrer nos canteiros ou dando aos animais, verduras e legumes que poderiam ser vendidos a baixo preço. (Publicada em 01.02.1962)
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Passados os momentos mais urgentes da pandemia, depois que forem restabelecidas algumas normalidades, inclusive as normalidades da razão, por certo, haverá espaços de sobra para que sejam encaixadas todas as pedras soltas, ou melhor, todas as ampolas usadas, e, finalmente, possam ser esclarecidos todos os pontos envolvendo o negócio bilionário e açodado das compras e vendas das vacinas.
Vivêssemos nos tempos da civilização mesopotâmica, onde vigorava a Lei de Talião, inscrita no Código de Hamurabi (1770 a.C.), talhado em rocha de diorito com 2,25 metros de altura e que decretava penas duríssimas para infrações de toda a natureza, haveria um responsável que o mundo todo fosse capaz de confirmar. Precisamente, a burocracia, que comanda o país com mão de ferro, seria diretamente responsabilizada pelo alastramento da Covid-19, pagando conforme era dito: “olho por olho, dente por dente”.
Dessa forma, surpreende que seja esse mesmo governo ditatorial a lucrar, não só com a venda de equipamentos médicos de toda espécie, mas também, agora, de insumos para as vacinas salvadoras da peste. Primeiro quebram-nos as pernas, depois vendem-nos as muletas a preços de ouro. O dinheiro tem comprado até consciências.
Nessa confusão mundial, em que a pandemia e a morte de mais de 1,5 milhão de habitantes em todo o planeta misturaram vidas humanas com os lucros exorbitantes nas vendas e aquisições de medicamentos e vacinas, questão que certamente envolve outros laboratórios internacionais, é preciso muita cautela neste momento. Sobretudo, com relação à qualidade e à eficiência desses remédios e seus efeitos colaterais de longo prazo.
Passado o momento de pânico generalizado, será necessária uma séria investigação, não só interna, mas em âmbito mundial, para se apurar esse verdadeiro “negócio da China” que foi criado com a pandemia e que rendeu lucros vergonhosos para alguns laboratórios mudo afora. O certo e justo, dentro da Lei de Talião, seria obrigar o Partido Comunista Chinês a fornecer, gratuitamente, todo o material necessário para deter a pandemia. O mesmo deveria ser feito com os diversos laboratórios envolvidos nesse caso.
Trata-se aqui de uma questão humanitária e que aflige todo o planeta. Assim sendo, não é possível, sob nenhuma hipótese, que lucros exorbitantes sejam obtidos com negociações envolvendo a salvação de vidas humanas, apanhadas de surpresa por uma pandemia, que muitos ainda desconfiam ter sua origem em descuidos de procedimentos em um dos vários laboratórios secretos da ditadura chinesa.
As cortes internacionais, bem como as cortes aqui no Brasil, fazem cara de paisagem para um assunto sério como esse. Talvez reste ao parlamento, quando esse acordar de seu sono egocêntrico, instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI) para esclarecer o que existe pode detrás dessa que, à primeira vista, parece uma tentativa de genocídio, conforme detalhado no Estatuto de Roma de 1998, em seu art. 7ª: “O Estatuto de Roma, de 1998, definiu em seu art. 7º como aqueles cometidos num quadro de ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil, havendo conhecimento desse ataque. Ou seja, crimes desumanos de caráter semelhante, que causem intencionalmente grande sofrimento, ou afetem gravemente a integridade física ou mental.”
A frase que foi pronunciada:
“Alguns estrangeiros com a barriga cheia e nada melhor para fazer apontam o dedo para nós. Primeiro, a China não exporta revolução; segundo, não exporta fome e pobreza; e terceiro, não bagunça com você. Então, o que mais há para dizer? ”
Xi Jinping, presidente da China

Circuito 2
Começam hoje os jogos com atletas cadeirantes de tênis em Brasília. O evento será na Associação Médica de Brasília, com entrada franca.

Ligue 100
Segundo a Polícia Civil do DF, já foram 576 pessoas idosas vítimas de violência. Até agora, 13 agressores estão presos. Mais de 520 denúncias foram apuradas nos locais indicados pelos telefonemas feitos ao disque-denúncia.

Oportunidade
Ministra Damares, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), conseguiu R$ 2 milhões a serem aplicados em capacitação de pessoas com deficiência. A ação foi anunciada pelo Governo Federal.

O chefe da missão Permanente da Liga dos Estados Árabes, Embaixador Qaís M Shqair, reuniu os poucos funcionários da embaixada numa grande mesa onde todos compartilharam o alimento e as histórias de vida.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os diretores da DASP que resolveram suas divergências através de sopapos e murros foram os senhores Valdir Lopes e Lúcio Leite. Não se sabe até agora, qual foi a punição para ambos. (Publicado em 19/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Se ainda estivesse na ativa, cruzando os rios Estige e Aqueronte, carregando em sua nau as almas dos recém falecidos, por certo, o barqueiro Caronte de Hades, da mitologia grega, teria muito trabalho a realizar, tendo que atravessar esses cursos d’água 738 mil vezes, levando os atingidos em todo o mundo pela nova peste negra, desta vez, chamada de Covid-19. Somente para transportar os mortos do Brasil, Caronte teria que realizar o mesmo trajeto mais de 103 mil vezes, indo e voltando, numa viagem de ida e vinda sem dia para terminar.
No poema épico Eneida, de Virgílio, escrito no século I a.C., “Se não posso dobrar os céus, moverei Aqueronte”, o que em outras palavras poderia significar uma busca por um significado, uma razão ou mesmo um culpado por tamanha fatalidade global. Muitos ainda buscam uma razão para uma mudança tão brusca no modus vivendi de todos nós. Que consequência terá essa situação dramática e inusitada para os indivíduos, sobretudo para os mais moços? Por certo, haverá oportunidade para traumas, do tipo pós-guerra, maculando o subconsciente de muitos. Talvez uma questão dessa dramaticidade possa ser superada, em parte, buscando-se, ao menos, os pretensos culpados por instalar, sem aviso e sem remorsos, o mundo distópico que acreditávamos existir apenas na ficção, nos filmes noir.
Quem sabe, ao indicar os responsáveis diretos e indiretos por esse drama humano, talvez seja encontrada a razão de tudo isso. Se o mundo ainda não identificou corretamente os culpados por tantas mortes presentes e futuras, ao menos, muito já sabem os nomes e sobrenomes daqueles que, por ofício, tinham a obrigação de levar as pessoas a um bom porto. E se soubéssemos os nomes e a culpa atribuída a cada um nesses episódios macabros, de que adiantaria? Os que foram levados para o outro lado do rio, pelo barqueiro da morte, lá ficarão para sempre. O que parece não ser possível, ou ao menos concebível, é que não exista protagonistas responsáveis por essa verdadeira montanha de mortos.
Mesmo a vacina, que se anuncia no horizonte, capaz de aplacar o medo de uma morte sufocante, não terá o condão de pacificar o mundo e, sobretudo, os traumas permanentes gerados em muitos. É preciso encontrar os culpados, para ao menos entender suas razões. O mais inquietante é pensar que, por ação humana deliberada de alguns líderes políticos do nosso mundo, ousaram transformar a Terra no próprio Hades, onde as expectativas de uma vida de quietude e simplicidade foram, simplesmente, banidas para longe.
Ao destruir, com propósito, qualquer feixe de uma luz de esperança, esses que agora estão sentados em suas cadeiras, dirigindo nações inteiras, organismos, e em outros postos chaves, por certo, cometeram crimes hediondos e devem responder por eles, seja internamente ou perante os tribunais internacionais. O que não dá é fingir que nada aconteceu, que tudo foi um acidente sem maiores problemas, varrendo esses acontecimentos para debaixo do tapete da história, cobrindo-os com a poeira do tempo e do esquecimento. O que se quer, muito mais do que os culpados, que certamente aí estão impunes, é buscar suas razões. Até para que flagelos como esse não voltem a surpreender a todos novamente.
A frase que foi pronunciada:
“A palavra é meu domínio sobre o mundo.”
Clarice Lispector

MAB
Muitos planos para o Museu de Arte de Brasília. Localizado em uma região especial, há um projeto grandioso para entregar, à cidade, o antigo museu aportado como uma área moderna, num complexo cultural que a capital merece de volta. A Concha Acústica será uma extensão desse complexo.

Conhecimento
Por falar em Ceará, recebemos do amigo Silvestre Gorgulho um depoimento da Dra. Rosete Ramos. Ela fala nas lições passadas pelo Dr. Fábio Rabelo, no então Hospital Distrital. O cearense, Dr. Edmar Maciel, também é destaque como o precursor no uso da pele de tilápia para reconstituir peles queimadas, que lhe rendeu o Prêmio Abril de Ciência. O conhecimento está sendo enviado para o Líbano.

Resultado
Novacap, Administração Regional do Lago Norte e Secretaria de Saúde, unidas para cercar e aumentar o Horto ao lado da Unidade Básica de Saúde do Lago Norte. Brasília acorda para proteger tudo o que já foi conquistado. O próximo passo é o Parque Nacional.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Hoje é Sábado, dia de conferir o grau de desenvolvimento das tilápias do Lago. Vou para o meu pesqueiro. Lá, terei a tilápia que quero, com o caniço que escolherei. (Publicado em 13/01/1962)
A Polêmica do compartilhamento dinâmico de espectro introduzido pela 5G
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Como repetia o filósofo de Mondubim, em certas circunstâncias, “há males que vêm para o bem”, isso se forem bem absorvidos o que eles possam produzir em ensinamentos. Vale até lembrar frase infeliz proferida pelo ex-presidente Lula, ao afirmar em entrevista recente: “Ainda bem que o monstro do coronavírus surgiu”. Deixando de lado as sandices habituais do ex-presidente, para quem vale a máxima do “quanto pior, melhor”, o fato de a pandemia do Covid-19 ter deixado suspensas muitas iniciativas de interesse da população tem servido para que, ao menos, tenha uma pausa, forçada e necessária, o caso da polêmica discussão sobre a implantação da nova tecnologia de comunicação 5G, para uma melhor reflexão de todos sobre um tema ainda tão cheio de sombras e presságios.
De fato, a questão do chamado Compartilhamento Dinâmico de Espectro (DSS, em inglês), trazido pela nova tecnologia 5G, precisa, ainda, antes de ser adotado em nosso país, ser estudado com extrema cautela, pois, por detrás dessa novidade de conexão super-rápida, escondem-se armadilhas que necessitam ser previamente esclarecidas e desarmadas.
Com a pandemia provocada pela virose do Covid-19, vinda supostamente direto da China, surgiram, em todo o mundo, muitas interrogações sobre a possibilidade de o governo ditatorial daquele país estar organizando, por meio dessa nova tecnologia desenvolvida pela gigante local Huawei, um conjunto de estratégias e táticas geopolíticas que dariam ao Partido Comunista Chinês, que controla o país com mão de ferro, acesso ilimitado a dados pessoais de praticamente todos os cidadãos do planeta.
Não é pouca coisa e, se isso for verdadeiro, trata-se de uma estratégia global de dominação que seguiria os passos deixados após a invasão dos produtos chineses em todos os mercados do globo. Mais do que uma estratégia de marketing, visando aumentar lucros, o que é normal no mundo do comércio, a estratégia montada pelo PCC estaria associada a uma estratégia muito maior de dominação do resto do mundo, conforme programado pelo estatuto do próprio partido.
Para alguns analistas do tema, trata-se de uma guerra pela soberania cibernética que está em andamento e cujos movimentos são feitos com a tradicional paciência e tenacidade dos chineses. Teoria da conspiração ou não, o fato é que países que levam a sério a questão de segurança de seus dados estratégicos e dos dados das suas populações já resolveram impedir a expansão da tecnologia 5G, montada pela multinacional Huawei em seus territórios.
Estados Unidos, Grã Bretanha, Austrália, Japão e outros países desenvolvidos, simplesmente, têm impedido a implantação do DSS pela Huawei. É preciso lembrar que, dentro da própria China, o governo determina que as empresas que operam dentro do seu território devem armazenar seus dados e torná-los acessíveis às autoridades locais, sob pena de prisão.
No caso do Brasil, onde a tecnologia 5G está sendo lançada neste momento, em algumas poucas localidades de São Paulo e Rio de Janeiro, o risco de avançarmos com essa armadilha, com os olhos vendados, por supostas vantagens econômicas imediatas, é imenso, dado o que já sabemos sobre a fraqueza de nossa classe política ao dinheiro.
Aquartelada em casa, a população precisa se posicionar, pressionando as lideranças políticas para que esse tema não avance sem um aval majoritário e consciente de todos os brasileiros.
A frase que foi pronunciada:
“Há tantas imparcialidades quantos os autores, e jamais foi possível por de acordo dois críticos imparciais sobre um mesmo assunto, quer ele seja a virtude de Lucrécia Bórgia ou o gênio de Napoleão.”
Carlos Malheiro Dias, jornalista, cronista, romancista, contista, político e historiador português.

Quarentena
Para matar a saudade dos tempos dos selos, nossa leitora foi aos Correios levar uma encomenda e uma cartinha para as netas que moram em Connecticut. Voltou para a casa com a encomenda nas mãos. Nenhuma correspondência para os E.U.A. tem sido recebida pelos Correios.

Sem titubear
Uma iniciativa honesta e surpreendente. A academia Smart Fit, conhecida na cidade pelos preços atrativos, em posse das fichas dos clientes, durante a pandemia, cancelou automaticamente a matrícula dos frequentadores com mais de 60 anos.
Sem pudor
Por outro lado, escolas infantis, que cobram o valor de uma mensalidade do curso de medicina para crianças de 4 anos de idade brincarem, ameaçam os pais, que querem trancar a matrícula em tempos de pandemia. Invocam a Lei nº 12.796/2013, que estabelece a idade escolar para a educação infantil.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Outra reivindicação do SIA: água. O uso de bombas e poços artesianos é uma emergência, e deveria ter existindo somente ao tempo da fundação da cidade. (Publicado em 12/01/1962)
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Ironia do destino ou não, o fato é que uma das principais facções do crime organizado, nascida em São Paulo, vai, à revelia das autoridades e contra todos os prognósticos oficiais, pouco a pouco se instando de mala e cuia na capital do país.
Entre os objetivos desse grupo que se expandiu em número, fortuna e ousadia nesses últimos anos, pode estar a criação de uma espécie de Estado Paralelo, fincado bem no coração da capital, de onde passaria a controlar outras regiões. A intenção desse grupo em se fixar na capital é antiga e vem sendo acompanhada pelas autoridades desde 2002, quando integrantes da cúpula dessa organização estiveram presos no complexo da Papuda.
De lá para cá, a polícia tem efetuado, com certa regularidade, várias prisões de integrantes da facção que formariam núcleos embrionários do crime organizado no Distrito Federal e principalmente nas áreas do entorno. Informações passadas à imprensa dão conta de que em regiões administrativas como o Paranoá, São Sebastião e outras já estariam abrigando vários indivíduos aliciados pelo bando, numa mostra de que essa facção possui planos ambiciosos, que vão muito além da prática de crimes comuns.
Suspeitas nesse sentido foram levantadas pelas próprias investigações, mostrando que membros dessas organizações vêm comprando casas, terrenos e lojas no Distrito Federal e nas cidades goianas limítrofes. Investimentos dessa natureza, feitos em imóveis, revelam que os planos desse grupo para se fixar no Centro-Oeste são ambiciosos e devem, portanto, despertar o olhar mais apurado das autoridades que tiverem interesse em cortar o mal pela raiz.
Com a chegada agora, e de surpresa, do principal chefe dessa organização para mais uma estadia no Presídio de Segurança Máxima de Brasília, as autoridades de segurança, inclusive o próprio governador Ibanez, protestaram de forma enérgica, condenando a decisão do Ministério da Justiça. Esse fato revela o nível de preocupação com a vinda desse líder e de outros ligados à cúpula criminosa para a capital.
Obviamente que virão também familiares, amigos e advogados dos contraventores. A crise financeira e a falta de investimentos nas áreas de segurança têm enfraquecido o poder de combate ao crime em todo o Brasil e em Brasília não tem sido diferente.
Com poucos recursos humanos, escasso material, como armamentos e com uma força de inteligência necessitando de grandes investimentos, controlar as múltiplas atividades desse grupo criminoso aqui no DF será uma tarefa das mais delicadas, ainda mais quando se conhece as especificidades da capital como sede dos Poderes da República e sede de todas as representações diplomáticas.
A frase que foi pronunciada:
“Fortalecem organizações criminosas pela educação e segurança deficientes, propiciando o aumento da violência e da marginalização.”
Thiago Soares Garcia, em artigo publicado no portal Âmbito Jurídico.
Clique no link para ler o artigo completo: A seletividade penal pela perspectiva do combate aos crimes de colarinho branco

Nova legislação
Casos de pessoas que largaram o emprego para vir fazer o concurso da Sedest, gastos, privações sociais de todos os tipos durante meses para manter o ritmo dos estudos. É desumano cancelar qualquer concurso. É preciso haver a previsão no edital sobre multas no caso de suspensão das provas de concurso, como as licitações. Assim, haveria mais segurança, capacitação dos fiscais e a logística precisaria ser infalível. Caso contrário, multa e jamais a possibilidade de novos contratos.

Eficiente
Correspondências enviadas ao presidente da República são respondidas com brevidade pela Diretoria de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal do presidente Bolsonaro. O Sr. Marcelo da Silva Vieira assina as correspondências.
Muito boa
Quem lê com mais acuidade estranha que Rodrigo Maia tenha pedido para o líder do Executivo, presidente Bolsonaro, ter mais empenho na aprovação de uma proposta do Governo Federal. Se a aprovação é dada no Legislativo, onde os parlamentares representam a vontade do povo, o natural seria o contrário. A observação é de Ascânio Seleme.

Esperança
Com recursos do FNO do Banco da Amazônia, a linha de crédito para Energia Verde apoia a produção de energias renováveis na região com obras que têm como princípio beneficiar a população local com saneamento básico, telecomunicações, transporte e empregos. Outros fundos na operação: são eles o Fundo de Desenvolvimento da Amazônia, BNDES e Orçamento Geral da União.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E para terminar: é comum uma telefonista reclamar para a gente, o salário que ganha, o número de horas que trabalha, as dificuldades que a Novacap lhe transfere com relação à habitação, transporte e local de alimentação. (Publicado em 15.11.1961)





