As joias da coroa

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Reprodução/PCC/China

 

Difícil é convencer alguém de bom senso, e que conhece de perto a realidade política interna da China, que o governo daquele país, em suas relações com outras nações, seria capaz de dar tratamento pacífico e complacente a pessoas de outras nacionalidades que, eventualmente, viessem a se opor às diretrizes políticas impostas por esse regime fechado e de partido único (PCC).

Mesmo assim, nações pelo mundo afora, principalmente a partir da aurora do século XXI, começaram a comercializar com aquele país do extremo Oriente, colocando de lado, ou mesmo desprezando, o fato de ser, aquele governo, um antípoda das concepções clássicas de democracia e por extensão dos Direitos Humanos e, no caso das relações comerciais, um inimigo da livre concorrência e da liberdade do mercado (Laissez faire) e do liberalismo.

Conhecendo os muitos relatos que falam de detenções em massa, torturas, mortes, abusos policiais e outros crimes contra a humanidade, praticados pelo regime ditatorial chinês, fica claro que as relações da China com o mundo são montadas sob um disfarce, como uma cópia oriental de Jano, o deus romano de duas ou mais caras a concentrar, na mesma figura, o passado e o futuro, que dá por uma mão e toma pela outra. Seria possível haver relações comerciais livres, saudáveis e com base nos princípios da ética humana, com alguém que despreza ou ignora esses valores? Essa é uma questão que, sabemos, pouco interessa no mundo dos lucros e das vantagens.

Entre nós, existe apenas dois elementos capazes de se espalhar com a mesma velocidade da atual pandemia do Covid-19: as notícias ruins e as fake news. O mais interessante é que, em algum ponto do espaço e do tempo, ambos elementos se cruzam, gerando o que muitos conhecem por teoria da conspiração. Após o advento das redes sociais, as comunicações instantâneas e, sobretudo, do conteúdo fatual dessas informações que passaram a chegar aos indivíduos e à sociedade, em grandes e aceleradas avalanches, deram origem a um fenômeno intrigante e, ao mesmo tempo, problemático, que passou a afetar, de modo significativo, o comportamento de todos. Com isso, passou a ser comum que versões e fantasias cheguem ao conhecimento de todos, muito antes dos fatos em si. O que, de certa forma, reforça a tese histórica de que o homem é um contador de estórias por natureza. A grande questão aqui é como separar o que é realidade de fantasia, já que as duas parecem ter a mesma origem.

Os antigos costumavam dizer que quanto mais longe da fonte, mais a água está turva. Assim também ocorrem com fatos. Essa característica vem lá de trás, da origem da humanidade, quando na impossibilidade de entender o mundo à sua volta, os homens buscavam, na fantasia e no misticismo, as explicações sobrenaturais para os fenômenos da natureza. Essa herança trouxemos até os dias atuais, adaptando-a ao mundo virtual da Internet. De um país sem liberdade e de quem vive em um país livre que defende o país sem liberdade, tudo se pode esperar.

Para a imprensa, que até pouco tempo detinha o monopólio natural sobre a informação, isto é, as notícias, essa mudança de eixo e de mãos tem modificado, sobremaneira, o trabalho diário, obrigando os profissionais a separarem, com lupa, fatos e ficções. Não é por outro motivo que muitos órgãos de informações tiveram que criar um departamento especializado em checar minuciosamente as notícias, separando os grãos de areia dos fatos, do oceano de boatos.

Nessa nova tarefa imposta pela aldeia global ao trabalho da imprensa, surgiram ainda outros desafios, dessa vez realizados no sentido contrário da lógica de investigação e apuração jornalísticas, fazendo o caminho inverso, ou seja, partindo dos boatos e dos sinais de fumaça para se chegar aos fatos e a verdade escondida em meio à paisagem.

É justamente com relação a esse ponto que, por exemplo, parte da imprensa nacional e internacional tem deixado de lado os efeitos da recente e perigosa pandemia do vírus da coroa, seguindo atrás dos boatos e das teses defendidas pelos teóricos da conspiração, na tentativa de chegar às fontes e às causas que determinaram o surgimento dessa doença.

Para os seguidores dessas teorias fantásticas, em um mundo cada vez mais surrealista, tudo teve início com a chamada guerra comercial declarada pelos Estados Unidos contra os superávits seguidos, que vinham sendo obtidos pela China ao longo das últimas décadas e que passaram a ser combatidos pela atual administração do país.

Essa história é longa e com vários capítulos paralelos e que vão ganhando versões mais atualizadas a cada dia. O que parece real é que, por detrás desse vírus, se escondem fatos e verdades que, mais dia, menos dias, chegarão ao conhecimento de todos, levando-nos a conhecer até onde governos são capazes de ir para fazer valer questões de mercado, laboratórios, políticas e de ganhos sobre a vida de pessoas, tornadas, nesse jogo cruel, meros dados estatísticos, sem valor e sem qualquer respeito pela dignidade humana.

A frase que foi pronunciada:

Custava ferver o morcego?”

Meme viralizado nas redes sociais

Acende, ascende!

Vários protocolos registrados, mas a iluminação das ruas no trecho 9 da SMLN está uma lástima! Moradores revoltados e inseguros.

História de Brasília

Ao dr. Laranja: muita gente que produz em Brasília continua jogando fora ou deixando morrer nos canteiros ou dando aos animais, verduras e legumes que poderiam ser vendidos a baixo preço. (Publicada em 01.02.1962)

Por uma CPI internacional

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Foto: Unrwa/Khalil Adwan

 

Há, em âmbito mundial, uma infinidade de fatos mal explicados intercalados entre a pandemia e o processo posterior e apressado de vacinação que, cedo ou tarde, deverão vir à luz, até como satisfação à humanidade. Para isso, será necessário, primeiramente, contabilizar, com precisão, o número de mortos globais e os reais prejuízos econômicos provocados por essa estranha e inesperada virose em cada canto da Terra.

E por que isso será necessário? Para que, em seguida, seja formulado um programa semelhante ao Plano Marshal, aplicado pelos Estados Unidos à Europa Ocidental após a II Grande Guerra, ou seja, para financiar, a longo prazo, os países mais atingidos para que voltem, ao menos, ao estágio econômico em que se encontravam antes da pandemia.

Essa será uma estratégia que impossibilitará uma quebradeira econômica mundial, com prejuízos inclusive, aos países desenvolvidos. Dessa vez, essa espécie de Plano Global deverá ser bancado por aqueles países, instituições e empresas que – acreditem – lucraram bilhões de dólares com essa pandemia ou que, ao menos, sofreram pouco com ela. Essa parece ser uma das poucas saídas para a crise sanitária que tudo paralisou.

Ao contrário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada agora no Senado Brasileiro e que muitos acreditam que se transformará num palanque político-eleitoral e de interesse apenas das legendas para obter mais vantagens, será necessária a formação, em âmbito internacional, de uma Comissão para investigar, a fundo, todas as causas e efeitos dessa estranha doença que chegou tão rápido e com vacinas desenvolvidas em prazos recordes.

Obviamente que caberá, à Organização das Nações Unidas (ONU), a instalação de tal Comissão. Isso se ela vier a acontecer de fato. Caso a ONU não chame a si essa importante questão, o que pode ocorrer, de menor impacto, é o aumento na descredibilidade dessa instituição internacional.

Por outro lado, caso esses problemas sejam postos de lado, poderá ocorrer, não apenas um aumento abissal e intransponível entre ricos e pobres, mas poderá servir ainda como estopim para conflitos generalizados com aumento nas tensões entre as nações e uma explosão de casos de terrorismo. É o pós pandemia. É preciso passar a limpo toda essa história misteriosa que redundou na eclosão da pandemia. Analisar a postura do governo chinês, nesse caso, que escondeu esses fatos do mundo e, mais do que isso, impediu que uma comissão internacional, inclusive da imprensa, checasse, in loco, esses eventos.

Desse comportamento suspeito, nasceram teorias diversas, entre as quais a que dá conta de que esses acontecimentos tiveram origem em um acidente ocorrido em um laboratório daquele país, especializado em fabricar armas biológicas de destruição em massa. Todos esses fatos devem ser checados para que, ao menos, não voltem a se repetir.

Nessa situação surreal em que o planeta foi obrigado a mergulhar, até os mortos clamam por explicações.

A frase que foi pronunciada:

Mandar nos outros ou interferir nos assuntos internos dos outros não traria nenhum apoio.”

Xi Jiping

Tedros Adhanom e o Presidente da China, Xi Jinping, em Pequim.
Imagem: POOL

Vale ver

Anhony Hopkins ganhou o Oscar aos 83 anos de idade. Melhor ator no filme “Meu Pai”. Um belo filme que retrata a mente e o ambiente no final da vida. Link a seguir.

Justiça cega

Até quando o Brasil continuará punindo quem faz a coisa certa? Inconsolável, Elisa de Oliveira Flemen percebeu que os estudos rendiam mais em casa do que na escola. Criou um sistema de dedicação à leitura, prestou vestibular para Engenharia, passou com nota máxima em redação e ótimas notas em geral e foi impedida pela Justiça de cursar a universidade.

Elisa, de 17 anos, optou pelo homeschooling em 2018. Foto: Acervo Familiar

Repensar

Leitora nos envia missiva protestando com a nova modalidade de prestação de serviços do Detran. “Os trabalhos foram direcionados aos usuários que pagam pelos documentos, ficando com a obrigação de reproduzir via internet a consecução do documento CRV e da Carteira Motorista Digital, inclusive a impressão destes.” De uma forma geral, há muitas reclamações de várias localidades sem respostas no portal do Departamento de Trânsito.

Foto: Divulgação/Fazenda DF

Eles merecem

SLU Coleta DF é o nome do aplicativo para o cidadão se inteirar do dia e hora da coleta do lixo. É uma ótima oportunidade para as donas de casa oferecerem um lanchinho para esses incansáveis trabalhadores, que correm o dia todo, respiram lixo para deixar a cidade limpa e agradável.

História de Brasília

O Palácio do Planalto está na mesma linha. Difícil, também, a ligação pelo PABX. Quase impossível, para dizer a verdade. O serviço interurbano do Palácio atende com presteza, mas infelizmente não faz ligações internas. (Publicado em 01.02.1962)

Venezuela tem futuro? E o Brasil?

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Foto:  Prensa Miraflores/EFE

 

Sejam quais forem os desdobramentos derradeiros que a crise na Venezuela venha a ter nesse momento tão crucial para o futuro de seu povo, um fato é indiscutível: permanecendo ou não o atual governo de Maduro, aquele país está visivelmente cindido, tanto pelas incontáveis vidas perdidas por conta da tirania, pelos milhões de refugiados que provocou, pela fome que obrigou os, outrora orgulhosos, venezuelanos a procurarem comida no lixo e água para beber em escoadouros de esgoto e tantas outras desgraças gestadas por um regime de exceção.

Aliada com regimes igualmente cruéis, restam, ao ditador Maduro, poucas opções. Ou acaba de matar a outra parte dos venezuelanos que se opõe ao regime, para seguir governando literalmente sobre cadáveres, ou bate em retirada levando consigo o que restou do botim e dos saques praticados por anos seguidos. De fato, segundo analistas, o regime de Maduro está, neste momento, apoiado apenas por parte das Forças Armadas daquele país, embora conte ainda com o apoio e a logística de guerra de países como Cuba, Rússia, China e Coreia do Norte, países sabidamente avessos à democracia e à transparência do Estado.

A um leitor normalmente distraído que questione que importância tem esses acontecimentos que ocorrem a milhares de quilômetros daqui em um país estrangeiro, é bom lembrar que muitos dos fatores que moldaram essa trajetória histórica malfadada foram diretamente legados pelos governos petistas, que por aqui também trataram de infelicitar a nação com sua pregação separatista odienta. Foram as dezenas de milhões de dólares, extraídos sorrateiramente dos nossos cofres, que financiaram aquela ditadura, favorecendo a compra de armamentos de guerra sofisticados, muitos dos quais operados por soldados famintos e que viram muitos de seus conterrâneos morrerem ou migrarem.

Com a iminente deposição daquele que governa aquele país, qualquer que seja o seu destino final, um outro fato também é inconteste e, com certeza, estará também nos livros de história do futuro: Maduro é, ao lado de Chaves, seu antecessor, parte da galeria dos amigos do ex-presidente Lula, agora um simples presidiário solto por questões ideológicas avessas à letra da lei, que vão, aos poucos, indo ao encontro do inexorável destino reservado aos tiranos e corruptos deste continente. Com tanto dinheiro não devolvido, acreditam manter-se eternamente no poder.

Poucas semanas antes, o mundo tomou conta também do suicídio do ex-presidente do Peru, Alan Garcia, outro político também contaminado pelo poderio corruptor de nossas empreiteiras e comparsa dessa mesma turma de malfeitores que infestaram o continente. Não bastassem as causas e consequências que levaram aquele país a esse desfecho sangrento, herdamos uma espécie de obrigação moral de continuar ajudando aqueles venezuelanos que acorrem às fronteiras em busca de abrigo, comida , remédios e outras necessidades humanas, principalmente em tempos de pandemia. Até porque a Venezuela hoje é um retrato acabado de um futuro que, por pouco, não nos coube também e que, por sorte do destino ou outro fator, escapamos na undécima hora.

A frase que não foi pronunciada:

Aqueles 734kg de ouro desaparecidos cinematograficamente do Brasil com destino incerto e não sabido até hoje, têm relação com que parte dos últimos eventos da nossa história?”

Dona Dita, com a memória mais fresca no que nunca.

 

Novidade

Entre Brasília e Goiânia, o Jerivá já é ponto de parada obrigatória. Pamonhas frescas e iguarias goianas de tirar o chapéu. A novidade é que o trecho Brasília-Goiânia recebe a primeira eletrovia do Centro-Oeste. Com pontos de recarga gratuita, quem viajar com carro elétrico até o Jerivá terá apoio logístico na localidade.

Foto: divulgação

Agenda super positiva

Vídeo do Ministério da Infraestrutura mostra o que acontece no país além do vírus. Veja a seguir.

Honra ao mérito

Com presença marcante no país, a Rádio Nacional está na memória de todos os brasileiros. Programas em regiões longínquas, como o Eu de Cá, Você de Lá, que aproximava familiares que não se viam há anos. A rádio participou do nascimento da nova capital do Brasil e tantos outros momentos importantes. A EBC, antiga Radiobrás, também sobrevive pelo talento e dedicação. Valorizar a competência de cada funcionário dessas rádios é um dever para os mais sensíveis.

 

Solução

Fecha igreja, abre igreja, fecha restaurante, abre restaurante, fecha escola, abre escola. Na parada do Planalto, a ideia do pessoal era realizar todos os eventos dentro dos ônibus da cidade. Boa percepção.

Moradores se aglomeram em parada de ônibus em Ceilândia, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

História de Brasília

Observem as autoridades, que premiar o invasor com um lote numa cidade-satélite é prejudicial e inconveniente. Estimula a apropriação indébita. (Publicada em 30.01.1962)

CPI dos sujos contra os mal lavados

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Foto:
Pedro França/Agência Senado

 

Um dos riscos que o país corre com a possibilidade de vir a ser instalada uma comissão parlamentar de inquérito no Senado, intitulada de CPI da Covid-19, conforme determinação do ministro do Supremo Luís Roberto Barroso, é que a tal Comissão, em tempos de recrudescimento da pandemia, com o aparecimento das novas cepas do vírus, transforme as relações, já conturbadas, do Poder Legislativo com o Executivo e com o Judiciário em um verdadeiro pandemônio, capaz de esgarçar, ainda mais, a já frágil harmonia entre eles.
Embora se saiba que é próprio do Legislativo o papel de fiscalizar o funcionamento da máquina pública, uma eventual abertura de investigação, faltando pouco mais de um ano para o deslanche das campanhas eleitorais, pode, além de acelerar a inauguração de um palanque político expressivo e oportunista, vir a aumentar os desacertos na instável área de saúde, trazendo um complicador a mais para a pandemia.
Por certo, é mais do que preciso uma investigação séria e aprofundada sobre as responsabilidades que cabem a cada um dos entes federativos, tanto na administração da crise sanitária, quanto na boa aplicação dos bilhões de reais que, segundo o governo federal, foram disponibilizados para cada estado. Escândalos fartamente denunciados pela imprensa de todo o país, poderão ser mais esmiuçados e os responsáveis, punidos com rigor.
Para todo esse processo, existe um receituário por demais conhecido, com a escolha do presidente da comissão, do relator e dos demais componentes. O problema é com o andamento desses trabalhos sem a presença efetiva e física desses atores no parlamento, tanto dos senadores quanto dos depoentes, além, é claro, das diligências que terão que ser realizadas in loco e na maioria dos estados.
Deixando de lado o trabalho efetivo e técnico da comissão, é preciso fazer ainda um balanço e uma ponderação sobre as relações políticas de governos e prefeitos com a bancada no Senado e na Câmara, isso tendo em vista as eleições de 2022. Apenas sobre essa perspectiva, é possível inferir que na possibilidade de vir a ser provado a malversação do dinheiro público destinado ao combate à pandemia, o que por certo ocorrerá, sendo esse crime de responsabilidade de aliados de peso, essa CPI terá que fazer o que outras, nesse caso, fizeram, que é acudir com panos quentes.
De outra forma rompem-se acordos pré-eleitorais às vésperas do pleito. Nessa hipótese teremos mais uma dispendiosa e inócua investigação. Mesmo no caso de se remeter as várias denúncias para o julgamento no Supremo, o que a população já sabe de antemão é que nenhum desses envolvidos de alto coturno serão punidos. Talvez sobre aí uma punição para o terceiro escalão ou para um mordomo ou porteiro qualquer como forma de justificar todo esse circo.
Com relação ao chefe do Executivo e sua insistência em negar os fatos da pandemia, os desdobramentos efetivos também ocorrerão de acordo com o poder ou a debilidade da bancada do governo dentro do Congresso. Para os brasileiros, por demais experimentados nessas pantomimas, nada de proveitoso advirá dessa CPI, nem mesmo o retorno dos bilhões desviados por toda a parte.
A pergunta que fica é que estofo moral e ético esses mesmos Poderes da República, que agora se mobilizam para investigar o sumiço do dinheiro destinado ao combate da covi-19, poderão agir, já que todos concorreram, a sua maneira, para desmanchar operações exitosas e profícuas como a Lava-Jato, que contou com amplo apoio popular. A bem da verdade, essa deveria ser a CPI dos sujos contra os mal lavados.
A frase que foi pronunciada
“O consumidor, atualmente, manifesta sua indignação ou compartilha uma experiência negativa em relação a uma empresa, marca, produto, serviço ou atendimento, de uma forma geral, por meio de diversos meios, como chats, blogs, redes sociais, e-mails, SMS, MMS, entre outros meios. A rapidez com que essa mensagem se torna disponível a um grande número de pessoas é espantosa. Se esses meios são capazes de derrubar governos, imagine o que poderão fazer com uma empresa!”
Excelência em atendimento ao cliente, de Alexandre L. Las Casas
Foto: amazon.com
Indébita
Os bancos justificarem o menor tempo para atendimento ao público tendo como razão a pandemia é um acinte. Primeiro, porque pelo lucro que divulgam anualmente é perfeitamente viável introduzir nas agências todos os cuidados sanitários. Segundo, se a aglomeração de pessoas é um perigo, então o horário deveria ser estendido e não reduzido, assim pelas taxas e anuidades pagas, os clientes teriam mais conforto no atendimento.
Foto: cmfor.ce.gov
PL 3.057/2020
Outra justificativa de bancos que instiga a inteligência dos clientes é o limite de valor para movimentações financeiras. Se o cliente é o dono das cifras que o banco guarda, parece que a liberdade e a vontade do consumidor, nesse caso, estão cerceadas se quem dita o limite para uso é o banco. Nesse caso, os parlamentares que legislam representando os seus votantes têm a solução. Basta votar em favor da proposta apresentada pelo senador Plínio Valério, que impede as instituições financeiras públicas ou privadas de estabelecer limites para pagamentos ou transferências.
Ilustração: cointimes.com

 

Mais essa

Em relação à operação bancária por transferência, a justificativa dos bancos parece plausível e toca o coração do cliente tamanha preocupação : “A segurança” é o que dizem. Agora pense em ter dinheiro no banco, estar na mira de um revolver e o banco não liberar a quantia. O resultado será: salvo o dinheiro e o cliente estirado no chão depois de um tiro. Bastava explicar que é a segurança do dinheiro e não a do cliente.

Câmera de monitoramento registra quando três homens invadem agência bancária em Santa Helena de Goiás, em fevereiro de 2021. Foto: Divulgação/Polícia Militar

 

História de Brasília
As superquadras e outras áreas do Plano Piloto estão cobertas de “invasões”. É um problema social que se avoluma a cada dia. A solução, entretanto, já está sendo estudada. (Publicada em 30.01.1962)

Marcas da ciência

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Foto: Sérgio Lima/Poder360-26.mar.2021

 

Com o desenvolvimento da primeira vacina brasileira contra o Covid-19, desenvolvida pelo Instituto Butantã, o país dá um primeiro e tardio passo para que um imunizante contra esse flagelo tenha seu epitáfio escrito e assinado com as letras de nossa ciência. Lamentos não possuem força para mudar o passado, mas permitem um desabafo de alívio, quando, enfim, reconhece-se que havia, desde o início, uma saída para essa pandemia e ela estava bem ali em frente às portas que dão acesso aos diversos centros de pesquisas biológicas, aos laboratórios e às universidades espalhadas pelo país. Alguns desses centros, como é o caso do Instituto Butantã, fundado há mais de 120 anos em São Paulo, tem sido referência para o mundo. Do mesmo, o Instituto Bio-Manguinhos, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), fundado no Rio de Janeiro também há 120 anos, é outro exemplo de centro científico de excelência e pesquisa a serviço da vida e que tem sido modelo para o resto do mundo.

Existem ainda laboratórios de ponta nas universidades de Minas Gerais e de São Paulo, que trabalham na busca de vacinas e imunizantes contra doenças tropicais, e que possuem uma extensa folha de serviços prestados aos brasileiros e mesmo ao nosso continente. Isso sem falar dos laboratórios farmacêuticos nacionais e outros multinacionais que há anos operam no Brasil, produzindo medicamentos diversos e genéricos de todo o tipo.

A diferença, nessa corrida desenfreada contra o morticínio do Sars-CoV-2, é que os centros de pesquisas ligados aos países desenvolvidos recebem absolutamente todos os recursos que necessitam para o desenvolvimento de seus projetos e estudos. Tanto do governo como da iniciativa particular. Com isso, contam não só com os melhores equipamentos que hoje existem, como também com os melhores corpos de pesquisadores, recrutados em todo o mundo, com enormes salários e outras vantagens. Já se disse que o lastro capaz de identificar o mundo moderno é dado pela ciência e a tecnologia.

Por detrás dessas riquezas atuais estão, obviamente, universidades e centros variados de pesquisa, todos atendidos em seus quesitos e onde nada falta. Trata-se aqui de uma estratégia hodierna capaz de fazer prolongar, com saúde e segurança, a vida humana. Por isso mesmo, esses são setores fundamentais da economia e que mais recebem atenção dentro daqueles países. A pandemia talvez tenha deixado claro, para alguns refratários, que sem ciência, levada a sério, não há chance de sobrevivência, nem para a sociedade, nem para a economia, muito menos para a política. Talvez essa lição, experimentada às custas de centenas de milhares de vidas, tenha deixado alguma marca em nossos homens públicos, sobretudo naqueles que negam essas evidências.

A frase que foi pronunciada:

Nosso caminho é o da união, ou então será o caos.”

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado

 

Sensatez e trabalho

Vacinação de idosos sem agendamento é sofrimento desnecessário. Todos sabem que a permanência por horas dentro de um carro não é saudável para um idoso. Havia lugares na cidade com carros em fila por quilômetros. Telefonou, agendou. Mais rápido e com menos riscos. Confira, a seguir, os pontos de vacinação de hoje e fique atento ao link do GDF para agendar.

 

Urgente

Por falar em Covid, o banco de leite do hospital de Santa Maria está precisando de doadoras. Diante das dúvidas sobre o vírus, as doações diminuíram.

Imagem publicada no perfil oficial da Secretaria de Saúde do DF

 

Trabalho

Todos os funcionários da CEB com quem conversamos não reclamaram das mudanças. Aparentemente, ninguém será demitido.

Preço mí­nimo para a privatização da CEB Distribuidora foi fixado em R$ 1,424 bilhão. Foto: correiobraziliense.com

GDF

Comunicação é tudo. Principalmente entre as instituições públicas. O Brasília Legal não tem acesso à emissão dos alvarás. Mesmo que os dois serviços sejam do GDF. Está na hora de modernizar a rede e o sistema. Para o bem do cidadão, que não sofrerá com tanta burocracia, e para o bem do governo, que arrecadará mais taxas e tributos.

Registro histórico

Se o anseio da população era por justiça social, moradia digna e redução da pobreza, hoje esse desejo está mais voltado para a oportunidade de educação, compromisso, honestidade e cidadania. A longa crise social, econômica e política, além da incontrolável mídia social dos últimos anos, teve, ao menos, o condão de mudar a percepção de boa parte da sociedade não somente para os problemas do país, mas, sobretudo, para aumentar o desejo e a atitude de muitos em direção aos valores individuais, fazendo florescer nos brasileiros um sentimento mais individualista e voltado exclusivamente para as necessidades imediatas das próprias pessoas.


HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Se há um Setor em Brasília que não merece ser multado é aquele. São industriais que acreditam em Brasília, construíram, montaram, em muitos casos, maquinaria custosíssima, e hoje não tem a mínima assistência dos poderes públicos, a não ser na hora do imposto ou da multa. (Publicado em 14/01/1962)

Outros tempos, as mesmas verdades

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Imagem: ptnacamara.org

 

Diferença fundamental entre o fanatismo político e a ciência é que, enquanto um se baseia na autoridade, o outro se baseia na observação e razão. O objetivo final da ciência é a verdade. O da política, é o poder. As consequências desse debate têm, no entanto, ido muito além das discussões entre paralisação e isolamento. No campo político, as oposições têm aproveitado o momento não apenas para desacreditar as teses do presidente Bolsonaro, como também para empurrar o país para uma crise institucional, o que, na avaliação dessa gente, renderia benefícios diretos já nas próximas eleições.

Um movimento internacional espalha carta aberta às nações, por e-mail, em italiano, inglês, português, alemão, espanhol e francês. Afirma que o texto foi feito coletivamente e já contou com o apoio de Dom Mauro Morelli, Padre Júlio Lancellotti, Leonardo Boff, Chico Buarque de Holanda, Carol Proner, Zélia Ducan, Michael Löwy, Eric Nepomuceno, Ladislau Dawbor, Frei Betto, Yves Lesbaupin, Regina Zappa e outros. Diz que “no Brasil, homens e mulheres comprometidos com a vida estão sendo mantidos como reféns por Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto com uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.” Provavelmente referem-se à pandemia. Ao contrário do que parece, se tivessem mesmo interesse pela vida, lutariam pela prevenção da doença, falariam da China sem temor, não estariam lutando pela volta do dinheiro fácil, às custas do trabalhador brasileiro; estariam interessados em lutar juntos pelo país, como o pacto sugerido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Diz ainda, em relação ao presidente do país, que: “Este homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção do meio ambiente e a compaixão.” O ódio pelos outros é a razão de exercer o poder. Ao mesmo tempo em que fazem essa afirmação, os signatários, em sua maioria, são a favor do aborto e a um terceiro, quarto gênero, que ultrapassam o feminino e masculino, negando a ciência descaradamente.

E a missiva continua. “O Brasil hoje sofre com o colapso intencional do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas preventivas básicas, o incentivo à aglomeração e a quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política de saúde, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e põem em perigo toda a humanidade. Assistimos com horror ao extermínio sistemático de nosso povo, principalmente dos pobres, quilombolas (comunidades de ex-escravos) e indígenas.” Mais uma vez, desviam o olhar do culpado por tudo isso. E mais. Falam como se outros continentes não estivessem atravessando o mesmo padrão de contágio. Esquecem-se também da Suprema Corte, composta por indicados do mesmo partido, que negou poder ao presidente para agir, dando essa responsabilidade aos governadores.

Quando o discurso é um e a prática é outra, não conseguem mais enganar. Vieram mesmo para matar, roubar e destruir. A igreja é a próxima a sofrer ataques. Que ore e vigie. Aos poucos, essa ideologia da polarização vai ganhando espaço. Em nome do ecumênico, a CNBB sofre críticas até hoje com uma campanha nada fraterna e totalmente incoerente. No passado, a semente da discórdia foi plantada com uma intenção aparentemente positiva onde Comunidades Eclesiais de Base, tidas como comunidades inclusivistas, eram incentivadas pela Teologia da Libertação nos anos 1970 e 80. Na coxia, o teatro continuava depois que saíam do palco sob aplausos efusivos. O filósofo de Mondubim gostava de repetir Abraham Lincoln: “Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo.” Ponto. Saudações!

A frase que foi pronunciada:

Vivemos em tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.”

Hannah Arendt

Hannah Arendt

Críticas e soluções

Por falar em carta aberta, veja na íntegra, no link MANIFESTO POR UMA POLÍTICA DO PATRIMÔNIO CULTURAL DO DISTRITO FEDERAL, o manifesto do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio, com um posicionamento sólido sobre a situação do conjunto tombado em Brasília e indicando as ações necessárias.

Informação

Farmacêuticos do DF estão sendo contaminados pela Covid-19, em seus ambientes de trabalho. Diariamente, eles estão em contato direto com o paciente nas farmácias e drogarias. Segundo levantamento do CRF/DF e do Sincofarma, aproximadamente 1000 farmacêuticos, fora os atendentes de farmácia, foram afastados com suspeita e diagnóstico de COVID-19 e, pelo menos, 07 óbitos de farmacêuticos já foram registrados em decorrência da doença.

Foto: crfpi.org

SOS Melchior

Postamos também, a seguir, imagens do Rio Melchior. Ele nasce na Área de Relevante Interesse Ecológico, JK. Na verdade, é formado a partir da junção do Ribeirão Taguatinga com o Córrego do Valo e o Córrego Gatumé e, ao longo de todo o seu percurso, recebe, em seu leito, contribuições de inúmeras nascentes e pequenos córregos. Além dos três cursos d’água citados anteriormente, são pelo menos quinze afluentes, provenientes, especialmente, da Ceilândia e Samambaia. O informe está no Blog do Chico Santana, mais um jornalista apaixonado pela cidade.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Pelo projeto do sr. Lúcio Costa, a área asfaltada é área de abastecimento. A frequência ao restaurante de Umidade Vizinhança será por dentro da Superquadra, onde há calçada já pronta. (Publicado em 27/01/1962)

É chegada a hora

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Novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

Com a possibilidade, aberta pelo STF, da entrada do ex-presidente Lula nas eleições de 2022, o cenário político, que já era incerto e confuso, ameaçado ainda por uma pandemia viral que vai recrudescendo a cada dia, ganhou mais um elemento perturbador, o que, de certa forma, confirma o dito de que nada está definitivamente ruim que não possa piorar mais um pouco. É com esse cenário, cujo pano de fundo é a aproximação dos 300 mil mortos por Covid-19, que seguimos cambaleantes rumo às próximas eleições.

Dessa situação grave, não tenham dúvidas, há por todos os lados aqueles que sabem muito bem como extrair vantagens, principalmente quando em campanha. Desses velhos conhecidos, que vão armando o circo para agitar os próximos pleitos para presidente, armando palanques, se preciso for, até nos cemitérios lotados, Lula é aquele que tem mais expertise nessas piruetas tétricas. Para ele, caixão e palanque são a mesma coisa. Ainda mais se esses caixões vierem de graça de um adversário que perdeu o timing para agir, demonstrando apatia e desprezo pela realidade.

Caso se confirme a tendência dessa polaridade de extremos, estaremos em maus lençóis mais uma vez, por opção nossa. De bom, nesse pandemônio, se é que se pode achar algo de bom nessa dança macabra, é que a entrada de um Lula redimido pelo STF, graças ao poder das indulgências, obrigou Bolsonaro a sair da toca e agir. A ação, nesse caso, foi mais uma troca de ministro da saúde. Sai Pazuello e entra um Queiroga, que vai logo avisando: vai dar continuidade à gestão de Pazuello, executando a política do governo Bolsonaro para a área da Saúde. Se vai seguir o que vinha dando errado, para quê mudar a direção do estabelecimento?

Nesse contexto, a “marolinha” de Lula em 2008, tem o mesmo sentido falso da “gripezinha” de Bolsonaro em 2020. Em meio a essa dicotomia, conhecedores da fragilidade política que erigimos e toleramos, bem como das frivolidades que envolvem cada um de nossos grupos políticos, os partidos de centro também se movimentam em busca dos nacos de poder que os dois pseudo antagonistas irão deixar cair no chão, em caso de vitória. Por enquanto, ainda não surgiu um nome que venha preencher esse vazio para se estabelecer como uma terceira via. De certo, irá aparecer.

Se o brasileiro médio, aquele que mais tem sofrido com a pandemia, não aprender agora, com a morte rondando a porta de sua casa, disposta a levar um dos seus entes queridos, como já aconteceu a aproximadamente 300 mil brasileiros, a esperança de mudança, pela dor e pelo sofrimento, não irá operar o milagre desejado da mudança e da cidadania. A hora é agora!

 

A frase que foi pronunciada:

“Saber o que é certo e escolher ignorá-lo é um ato de covardia.”

Kakashi, personagem fictício da série de mangá e anime Naruto, escrito pelo mangaká Masashi Kishimoto.

Gif: aminoapps.com

Sarcelles

Nossa artista plástica Lêda Watson foi convidada pelo departamento de Educação e Cultura e de Patrimônio de Sercelles na França, para participar da 20ª Bienal Internacional de Gravuras. Atenção pauteiros: fica a dica!

Lêda Watson. Foto: correiobraziliense.com

 

Regresso

Maria das Dores adoraria trabalhar. Sente falta de ter obrigações fora de casa. Morando com a cunhada, seria perfeito. Acontece que Maria está inscrita em programas do governo local e se tiver a carteira assinada perde os direitos. Alguma coisa está errada nessa rotina. Seria melhor mesmo ter pessoas perfeitamente saudáveis dependentes de favores governamentais enquanto podem trabalhar?

Charge do Sizar

Coisa estranha

Por falar nisso, corre um vídeo do Luciano Hulk, pelas redes, onde moradores de Vergel do Lago, em Maceió, podem receber R$ 200. Basta uma inscrição no link enviado por SMS. Dados de inscritos não vão faltar, com certeza. Mas o que será feito com esses dados é o que todos perguntam.

 

Pelo WhatsApp

Cristiany Bororo, de etnia indígena, está no Santuário dos Pagés. Em passagem por Brasília, possui muitos produtos bem elaborados que estão à venda, na Aldeia no Noroeste. Veja, a seguir, como encomendar lindos cestos e outros objetos.

–> Telefone para contato: 066 992301837

 

Governador

Muitos e-mails cobrando a nomeação dos Administradores da SEDES. Melhor época que uma pandemia para a contratação desses profissionais, não há.

Ofício publicado pela Secretaria da Mulher em 2020, com os números de servidores necessários para o bom funcionamento da pasta.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quando as coisas estavam piores em Brasília, acusava um lucro de 600 a 700 mil cruzeiros diários. Pelo menos era o que informava a um grupo com o qual se associara. (Publicado em 26/01/1962)

Um novo mundo novo

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Imagem: Anton Petrus/Getty Images

 

Possivelmente, estamos assistindo o parto dolorido de um novo mundo, mas, para isso, será preciso que o velho ceda lugar ao que vem pela frente. Para os historiadores, não há surpresas nesse fenômeno, o mundo existe entre uma sístole e uma diástole e isso não pode ser alterado; faz parte da roda gigantesca que move todos. Para alguns gurus da economia, estamos no preâmbulo final do que seria o capitalismo tradicional, com a instalação de uma nova ordem, talvez mais centrada em aspectos como a igualdade, o compartilhamento, a reciclagem, o reaproveitamento, a redução do consumo e outras formas de produção que, ao menos, minore o processo de esgotamento dos recursos naturais.

Nesse processo de mudanças gerais, até mesmo as grandes cidades sentirão os efeitos de uma nova época, sendo esvaziadas, com a possibilidade de um retorno das pessoas aos campos e a uma vida mais comunitária. Não se trata aqui de previsões feitas numa bola de cristal, anunciando um novo e regerado mundo. O que parece vir pela frente não deixa alternativas. Para alguns cientistas políticos, nessas mudanças, até mesmo o grande leviatã, representado pelo Estado onipresente e opressor, perderá muito de seu antigo prestígio, assim como boa parte da classe política e dirigente atual que, aliás, já vinha tendo muito de seu prestígio posto por terra, em muitas partes do mundo ocidental.

A descrença no Estado, na classe política e no capitalismo talvez seja a mudança que mais se fará sentir doravante, com reflexos ainda incertos para todos. Vivemos o que filósofos como o italiano Franco Berardi chama de “epidemia de solidão”. É na solidão que o homem é capaz de refletir plenamente sobre si. Para Bernardi, o vírus produziu, no corpo estressado da humanidade, uma espécie de fixação psicótica, que foi capaz de deter o funcionamento abstrato da economia. Para esse filósofo e professor da Academia Brera, em Milão, autor de livros como “Futurabilidade”, “Fenomenologia do Fim”, “Fábrica da Infelicidade” e outros, o isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19 forçou, como há milhares de anos vem acontecendo, a humanidade, na figura dos filósofos, a compreender, conceber e organizar o pensamento coletivo.

Esse é, para os que pensam o mundo, uma grande possibilidade de transformar esses fenômenos em conceitos que iluminarão novos caminhos. Na sua avaliação, é preciso, antes de tudo, acreditar que existe uma saída ética, política e científica da atual crise, que poderá ser gerada pela própria imaginação filosófica. Ou é isso, ou será a barbárie e a extinção, como muitos pregam por aí. Talvez, o imprevisto subverta os planos do inevitável. Para ele, a missão da filosofia é imaginar o imprevisível, produzi-lo, provocá-lo e organizá-lo. Mas é no campo econômico onde o filósofo enxerga as mudanças mais profundas, com um possível colapso do que chama de “nós estruturais”, com consequências sérias para a demanda, para o consumo, e com um período de deflação pela frente de longo prazo, o que, por sua vez, provocará uma crise também na produção, com reflexos diretos no desemprego.

Segundo acredita, mais do que uma simples depressão, poderá haver o fim do modelo capitalista, com a implosão de uma série de conceitos e estruturas que mantêm as sociedades unidas. Isso não quer dizer que haverá ainda, por um certo período, um grande fortalecimento das empresas digitais, o que poderá estimular um certo controle tecno-totalitário por partes de alguns governos. Há no horizonte, segundo pensa Berardi, uma bolha econômica no sistema financeiro que pode vir a estourar também. Todas essas mudanças, a seu ver, provocarão um caos jamais visto, virando o mundo de cabeça para baixo.

Mas é no caos que o filósofo enxerga a proliferação de comunidades autônomas, com experimentos igualitários de sobrevivência. O próprio planeta, por seu estágio de deterioração, não permite mais o prolongamento do atual modelo capitalista de consumo. “O crescimento, diz, não retornará amanhã ou nunca.” As consequências do vírus não se faz sentir apenas no seu âmbito de saúde da economia, mas se transformou numa espécie de doença psicológica e mental, que afeta, principalmente, a esperança no futuro. E isso, pondera, nos obrigará a imaginar novas formas de vida pós-economia, mais autônoma, centrada na autoprodução do necessário, na autodefesa, inclusive armada.

A rapidez e complexidade dos eventos atuais são, na sua concepção, fortes demais para que haja uma elaboração emocional e consciente de tudo que se forma à nossa volta. O vírus, acredita ele, é uma entidade invisível e ingovernável e o mundo parece se desfazer debaixo de nossos pés, sem que possamos fazer nada a respeito de forma imediata e definitiva. O mais sério parece ser a possibilidade de a vacina não decretar o fim da pandemia. Na impossibilidade de determos, a contento, as sérias consequências de um mundo pós-pandemia, o que parece ser mais efetivo é a criação de redes comunitárias autônomas que não se firmem em conceitos como o lucro e a acumulação, mas baseada em hábitos de sobrevivência mais frugais.

Nesse ponto, o filósofo diz não acreditar em soluções de longo prazo. Não há tempo para isso. O mais sintomático é que as elites políticas, todas elas, não possuem capacidade de apresentar soluções mínimas para o problema. A política, como um todo, tornou-se impotente diante de um colapso de tal magnitude. Sentencia. Nesse instante a política tornou-se um jogo sem razão, sem conhecimento. As soluções que podem apresentar, nesse momento, são, em sua visão, derivadas da raiva pela constatação da impotência diante da realidade. Ainda assim, a pandemia, diz, marca uma ruptura antropológica de profundidade abissal, justamente pela proibição de contatos mais íntimos. Trata-se aqui de uma epidemia de solidão que parece decretar a morte até da solidariedade. É uma verdadeira bomba atômica sobre nossas cabeças, acredita Franco Berardi.

O mais afetado será, sem dúvida, o consciente coletivo, através do que chama de sensibilização fóbica, com o inconsciente de todos, capturado de forma abrupta.

Livro aberto

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Charge do Silvério
Enquanto não se sabe qual o destino das dezenas de bilhões de reais que o governo federal jura ter destinado aos estados para conter a crise do Coronavírus, a população continua sem saber onde foram parar os milionários hospitais de campanha que foram erguidos pelo país afora.
São questões fundamentais que necessitam de resposta para ontem, antes que a montanha de mortos dessa pandemia se transforme numa cordilheira. De fato, não há respostas para nenhuma dessas questões. E é certo que não virão tão cedo. A não ser que o Tribunal de Contas da União (TCU) cumpra o dever cívico de cobrar respostas e esclarecer o mistério.
Enquanto os órgãos de fiscalização parecem entorpecidos pela pandemia, a incúria com os escassos recursos públicos segue solta, dando ainda mais força para a disseminação dessa doença. A imagem simbólica que fica desse descontrole geral por falta absoluta de um minucioso planejamento de defesa é a de um Brasil derrotado antes mesmo de o combate esquentar.
É nessas horas que fica patente o descompasso do modelo de presidencialismo que desenvolvemos ao longo do tempo. Mais uma vez, fica demonstrado a pequena estatura moral, ética e política da maioria dos ocupantes dessa função, em face da enormidade de responsabilidade e seriedade que o cargo demanda. Pior do que isso é a passividade dos que pagam os mais altos impostos do mundo com menos retorno em serviços.
O tamanho da atual crise é assim. Exemplos podem ser conferidos em vários países onde os chefes de governo se cercaram, desde a primeira hora, de uma ampla equipe formada por renomados virologistas, médicos sanitaristas, biólogos e outros especialistas em pandemia para traçar modelos de gestão extraordinária para minimizar os efeitos da virose.
Por aqui, o problema ganhou contornos de disputas político-eleitorais, como o presidente açulando confrontos diversos e entregando, literalmente, o governo aos cuidados das Forças Armadas, num revival de 1964. Não por outra razão, em meio à maior crise sanitária que o país assiste em toda a sua história, temos o Congresso exigindo mais de R$ 18 bilhões para  emendas parlamentares, ou se preocupando com a confecção de leis que garantam a impunidade política total, enquanto crescem, por todo lado, os pedidos de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Com isso, os feitos dessa virose irão se prolongar por ainda muito tempo na forma de acusações mútuas, tanto no desvio de verbas que seriam para a saúde quanto na forma estranha de encarar um vírus que acovardou o mundo em responsabilizar o culpado.
Aos brasileiros que restarem vivos depois desse “dilúvio”, restará o compromisso moral e cristão de cobrar para que todos esses desatinos não fiquem impunes nem se tornem página virada em nossa triste história.
A frase que foi pronunciada
“Intelectuais sérios conhecem algumas das características fundamentais do marxismo: a pretensão de não só explicar o mundo em sua completude, mas reconstruí-lo por meio da revolução total, isto é, a destruição da ordem, das estruturas governamentais aos costumes mais arraigados da população; o maquiavelismo absoluto, para o qual toda prática é sempre oportuna e está previamente justificada se servir, de forma tática ou estratégica, à conquista do poder, ou seja, dispensa-se, por princípio, qualquer preocupação ética; para desagregar, confundir e, se possível, estabelecer o caos, vociferar contra tudo, apontando interesses escusos e irreveláveis mesmo quando não existem, de maneira que restem apenas os próprios marxistas como exemplos de honestidade.”
Flávio Gordon, A corrupção da inteligência
Foto: aluizioamorim.blogspot.com
Novidade
Perto de acontecer uma mudança no registro civil. O nome da madrasta pode ser incluído no documento sem o prejuízo dos pais biológicos.
Foto: Getty Images
Legislação
Crime de tortura contra vulneráveis também terá pena aumentada. O trâmite está avançado e com apoio maciço.
Foto: Copyright by MaxPixel
Castigo
Bem lembrado pelos leitores. Não há abuso maior do que o telefone pré-pago. Com R$ 50 de crédito, é possível fazer poucas ligações de poucos minutos. Outro absurdo é que, mesmo quem economiza créditos para alguma emergência no futuro, se não usar em certo período, perde o que pagou. Muito diferente do que acontece em outros países. Consumidores passivos, prejuízo maior.
Charge do Ivan Cabral
História de Brasília
Somos de acordo, pessoalmente, com as “dobradinhas” para a Prefeitura, a Novacap e a Polícia, porque hoje o custo de vida e as dificuldades são iguais para todos, e não é justo que haja privilegiados. (Publicado em 27/01/1962)

Você é rebelde e eu pago o pato

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Foto: aquinoticias.com

 

Cada crise que atravessamos, ao longo desse longo e tortuoso caminho que teve seu princípio em 1889, com o golpe que levou à implantação da República, vem embalada por novas expressões do idioma, que traduzem e resumem cada momento e que logo são assimiladas por grande parte dos brasileiros.

Já acostumados aos desvarios de um Estado institucionalmente mal ajambrado e capturado desde cedo, por uma elite política mal intencionada, a sociedade já não se espanta com medidas tomadas em cima do laço e sem aviso prévio. Foi assim também no confisco das poupanças e em outras medidas que, em última análise, têm os brasileiros como alvo principal e não as elites, a quem tudo é facultado.

Depois das expressões inflação, déficit, impeachment, peculato, corporativismo, ativismo político, rábulas e outras do gênero, estamos diante agora do estrangeirismo lockdown. Para aqueles que vão, pouco a pouco, familiarizando-se com a palavra que parece ter vindo para ficar, depois de uma pandemia que se dizia breve como uma gripe, trata-se aqui de uma interrupção rigorosa e com critérios diversos, imposta pelo Estado, bloqueando total ou parcialmente a vida nas cidades.

Acostumados a uma pandemia que já se prolonga por mais de um ano, eis que agora é imposto um isolamento rígido, físico e social entre as pessoas, mesmo da mesma família, a fim de se obter uma desaceleração na propagação do Coronavírus e de suas várias e rápidas mutações. Pelo menos é o que acreditam as autoridades sanitárias, diante da anunciada superlotação dos hospitais em todo o país.

Esse bloqueio total, anunciado agora pelo GDF, vem na esteira de outros que estão sendo decretados pelo país afora e tem, como uma das causas principais, a pouca adesão e respeito da população aos protocolos sanitários exigidos e que podem ser observados no simples ato de usar as máscaras. É preciso aqui salientar que, ao contrário do que ocorre em países como a Inglaterra, em que até a rainha Elizabeth II aparece em vídeos institucionais apelando para que todos sigam as orientações das autoridades sanitárias e mantenham a disciplina durante a pandemia, algumas autoridades fingem usar esse equipamento, só ostentando, quando são flagrados pelos repórteres bisbilhoteiros.

Não se vê, em parte alguma, vídeos e outros meios de comunicação das autoridades apelando para que a população siga as normas de higiene e de distanciamento. Com isso, não surpreende que parte da população simplesmente despreze essas medidas e passe a se comportar como se nada disso estivesse acontecendo. As reuniões em bares e restaurantes seguem noite adentro. Em toda a parte, é possível ver brasileiros infringindo as orientações de médicos e especialistas. Se até em um simples grupo de WhatsApp as pessoas se acham no direito de infringir as regras, nesse exemplo diário, vemos como pensam esses rebeldes que desconhecem o bem comum.

De fato, a população repete o comportamento das elites e da maioria dos dirigentes do Estado. Infelizmente, nessa falta de respeito geral, quem mais sofre são justamente aqueles que têm se resguardado em casa, os idosos, os comerciantes que seguem as normas e a maioria dos profissionais liberais, que ganham o sustento no dia a dia de trabalho.

A frase que foi pronunciada:

Governar não foi feito para covardes. Foi feito para quem tem coragem de buscar as soluções, por mais difíceis que elas pareçam”.

Governador do DF, Ibaneis Rocha.

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

 

Nomeia, SEDES

Tudo pronto para as nomeações na Secretaria da Mulher e Secretaria de Justiça. Os concursados, que abdicaram anos de vida para se dedicar a essas provas, aguardam ansiosos. Para a SEJUS, são 100 vagas de Especialista em Assistência Social (EAS) e 100 em Técnico em Assistência Social (TAS). Já na Secretaria da Mulher, são 25 em cada uma dessas especialidades.

Publicação no storie do perfil oficial da SEJUS no Instagram em 24/02

Legislação

Até um Projeto de Lei, o de nº 1726/2021, indica alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias para que tudo aconteça. Agora é acompanhar se a primeira-dama, Mayara Noronha, e as secretárias Marcela Passamani (SEJUS) e Ericka Filippelli (Secretaria da Mulher) terão o aval do governador para primar no atendimento social do DF.

Publicação no perfil oficial do SINDISASC no Instagram

Sem servidores

Para se ter uma ideia, só na Secretaria da Mulher, há a necessidade de 16 Administradores, conforme ofício publicado pela própria pasta. Mayara Noronha tem mostrado boa vontade nesse processo, já que a defasagem de servidores no órgão é prejudicial.

Documento publicado pela Secretaria da Mulher no ano passado

 

Poder Executivo x Poder Legislativo

Uma discussão na rede social expôs o lento andamento desse processo. O deputado Reginaldo Veras levantou várias críticas que devem ser rebatidas com ações muito em breve. Assim, aguardam os concursados e a população carente do DF, grande apoiadora do governador. O imbróglio vai completar 3 anos.

Assista ao vídeo do deputado no link: NOMEAÇÕES NA SEDES JÁ!

Reprodução: vídeo disponível no perfil oficial no deputado Reginaldo Veras no Instagram

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Veio, depois, a prorrogação da “dobradinha” para os que já a recebiam. Houve regozijo, porque a vida já aumentara demais, e as diárias fariam falta, certamente. (Publicado em 27/01/1962)