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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Um dos laureados, neste ano, com o Prêmio Nobel de Economia, o professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Daron Acemoglu, tem chamado muito a atenção do mundo acadêmico, sobretudo dos economistas brasileiros, que fazem coro a um possível retorno do nosso país ao ciclo perverso de uma recessão prolongada e profunda.
Tanto para esse economista quanto para outros, no caso aqui, o CEO da SPX, Rogério Xavier, o caminho para o Brasil voltar a um novo período de forte recessão está sendo pavimentado centímetro a centímetro pelo atual governo, dada a piora progressiva e contínua da situação fiscal incidente sobre as contas públicas.
Em primeiro lugar, é preciso destacar que fazer o caminho inverso, levando o país de volta à chamada década perdida ou ao período de hiperinflação provocado pelo governo Dilma, dará um enorme trabalho. Bagunçar as contas públicas de um país como o nosso, que tem todos os ingredientes para crescer com estabilidade, não é uma tarefa qualquer. Exige persistência e tenacidade. A contenção de gastos ajuda na aceleração da dívida pública e essa, quando erodida, leva o país à estagnação, que consumirá anos, ou até décadas, para ser corrigida.
Aqueles que pilotam a economia do país sabem, ou deveriam saber, que, quando a dívida pública sai de controle, todo o conjunto de ações para conter os prejuízos deixa também de existir ou fazer efeito. Essa também é a visão do o premiado com o Nobel de Economia 2024 professor Daron, para quem somente instituições políticas fortes e inclusivas podem abrir caminho para o crescimento econômico. Em outras palavras, o que esse economista destaca é que as instituições de um país, em sua busca sincera pelo desenvolvimento, devem incentivar abertamente a participação ampla e inclusiva da sociedade, evitando que os recursos da nação acabem nas mãos de uma elite restrita.
Marginalizar grandes parcelas da sociedade, reprimindo inovações e o progresso, concentrando e direcionando boa parte dos recursos públicos para os chamados “campeões” nacionais, no caso empreiteiros ou os bilionários da JBS, tem sido, até aqui, a fórmula para levar o país de volta ao fundo do poço. Da mesma forma, aliar a economia brasileira aos interesses da China, dentro dos Brics, em que o Brasil parece não ter identidade e independência, também é uma outra fórmula de acelerar ainda mais a recessão interna.
O Brasil precisa aprender, o quanto antes, que a ascensão de uma potência extremamente autoritária como a China não é só uma ameaça ao equilíbrio mundial, como favorece os sistemas institucionais dessa natureza, que negam o acesso e a inclusão política da sociedade, que permanecem avançando. Tanto na condução interna da economia quanto em nossas relações externas com parceiros tipo China e Rússia, estamos, na visão de muitos economistas, indo em direção contrária ao crescimento e ao progresso do Brasil. Por outro lado, o controle estatal sobre uma economia como a nossa, que vai mal de saúde e que, mesmo assim, prossegue sendo alimentado pelo governo que deteriora a capacidade da sociedade de inovar e prosperar de forma duradoura.
A frase que foi pronunciada:
“Os pobres ficam ainda mais pobres quando têm de sustentar os burocratas nomeados supostamente para enriquecê-los.”
Mário Henrique Simonsen
Contaminação
Falha humana. Foi o que declarou, à polícia, Jacqueline Iris Bacellar, responsável por assinar os laudos dos exames de HIV do laboratório PCS Lab Saleme. As investigações prosseguem depois que seis pacientes transplantados foram contaminados com o vírus da Aids.
Perita
Especialista em medicina legal e perícia médica, a doutora Caroline Daitx declarou à GB News que “cada caso será tratado individualmente para determinar a extensão dos danos”. No caso do paciente que recebeu um transplante hepático e faleceu, será necessário verificar se o HIV influenciou na causa da morte. Quanto aos pacientes que receberam transplantes renais, a análise incluirá as repercussões atuais da infecção e as possíveis consequências futuras”.
História de Brasília
Precisa, isto sim, ouvir o que disse o deputado Ademar Costa Carvalho contra a sua administração, contra seus funcionários, que, dispondo do dinheiro para o pagamento de faturas, extorquiam dinheiro dos que haviam dado trabalho à cidade. (Publicada em 19/4/1962)
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É fato que o aquecimento global chegou mesmo antes do que esperavam os cientistas. Ao que parece, essa mudança climática, ocasionada em grande parte pelo modelo econômico seguido pelo homem moderno, veio não só para ficar entre nós, como poderá se intensificar a cada ano que passa. Com isso, os 8 bilhões de seres humanos sobre o planeta correm o sério risco de desaparecer, seguindo o mesmo destino que tiveram outras espécies de plantas e animais. A situação é alarmante e supera quaisquer outros problemas atuais enfrentados pela raça humana. O problema é que muita gente parece não ter se ligado que a hora é grave e segue dando sequência a uma vida de total alienamento dessa questão, sobretudo as principais lideranças políticas no planeta.
Soa até como extraordinário e surreal assistir ainda a nações inteiras devotadas a questões de guerra, de desmatamento e de destruição do meio ambiente, quer por uma agricultura descompromissada com essas questões, quer por meio de uma crescente e devastadora prospecção de minérios que deixam atrás de si enormes crateras sem vida e contaminadas por uma série de produtos tóxicos.
Em âmbito mundial, com exceção de uns poucos países, não há um compromisso com a questão premente do aquecimento global, com muitos seguindo como se todos esses acontecimentos fossem obras de uma ficção alarmista. Com um comportamento desse tipo, uma coisa é certa: nosso destino parece estar selado. Portanto, temos, todos nós, indiferentemente de quem seja ou de onde esteja, um encontro com um futuro próximo que pode ser o último de nossa agenda.
Aqui em nosso país, depois das centenas de milhares de incêndios ocorridos de Norte a Sul e das enchentes que quase varrem a parte meridional do Brasil, as autoridades resolveram colocar a cara para fora da toca refrigerada e ensaiam movimentos em prol do meio ambiente. Um desses movimentos espetaculosos foi o da criação de uma tal Autoridade Climática, que deverá, à posteriori, cuidar do que agora chamam de emergência climática. Tudo visando estratégias de última hora do governo para ampliar e acelerar as políticas públicas a partir do Plano Nacional de Enfrentamento aos Riscos Climáticos Extremos.
Enquanto essas medidas seguem apenas circunscritas na teoria e no papel, as ações para a exploração de petróleo nas Foz do Amazonas, bem como o asfaltamento da sensível rodovia BR-319, mesmo contrário à maioria dos pareceres elaborados pelos ambientalistas, vão em frente a todo vapor. No mesmo sentido, seguem as autorizações para a prospecção de minérios por todo o país, boa parte realizada por empresas estrangeiras cujo compromisso com o meio ambiente do Brasil é zero. A mineração e a monocultura de exportação realizadas em imensos latifúndios seguem nos perseguindo com seu bafo fétido desde a descoberta de nosso país, no século 16.
Mesmo a despeito de todos os males que vivenciamos, ao longo de mais de cinco séculos, seguimos ainda na mesma toada. Só que agora a conta parece ter chegado muito mais salgada. Estamos literalmente desmanchando o planeta sob nossos pés. Tudo isso sem colocar nesse balaio de desgraceiras o fato de o Brasil ser hoje o maior importador de agrotóxicos proibidos em outros países. O projeto de lei chamado “pacote do veneno”, recentemente aprovado no Congresso graças ao poderoso lobby do agronegócio, confirma que estamos, de modo proposital, envenenando nosso solo e nossas águas, tudo em favor da produção de commodities a serem exportadas.
Um dos poucos empecilhos a tentar frear que nossa agricultura produza alimentos altamente contaminados com venenos perigosos não parte do governo ou de qualquer autoridade interna, mas dos países europeus que, em uníssono, estão levando adiante boicotes aos nossos produtos, tanto os contaminados como aqueles produzidos em áreas desmatadas. A questão toda é que o meio ambiente, ao contrário de outras pautas, como a economia, não gera pressão ou sequer é levado em consideração pelos políticos de olhos mais fixados no curto prazo das eleições.
A frase que foi pronunciada:
“A Terra fornece o suficiente para satisfazer as necessidades de cada homem, mas não a ganância de cada homem.”
Mahatma Gandhi
Quanta diferença
Quem passa pela Universidade de Brasília (UnB) pode verificar o pouco movimento nas salas de aula. Anos atrás, os estacionamentos ficavam abarrotados de carros, muitas vezes sem vagas disponíveis. Mas o acontecimento é de dentro para fora. Basta dar uma espiadela na lista de aprovados. Também há vagas de sobra. Vale investigar.
História de Brasília
Quando o sr. Israel Pinheiro deixou a Prefeitura, todo o mundo dizia que êle iria para a Suíça. Enfrentou as sindicâncias do sr. Jânio Quadros, feitas com o máximo de sêde e sadismo, e agora vem o sr. Laranja investigar administrações passadas”. (Publicada em 19/4/1962)
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No Brasil, os partidos políticos nascem, crescem e declinam em uma velocidade anormal, mostrando que esses organismos não gozam de boa saúde. E por uma razão simples: são criações artificiais, sem vitalidade político-ideológica, transformadas em empresas que vivem basicamente dos bilhões de reais retirados dos cofres públicos — o que equivale a dizer, dinheiro dos contribuintes.
Sem identidade orgânica e distante da vida real dos eleitores, nossas legendas partidárias vivem e operam em consonância com o que desejam os caciques políticos, donos dessas instituições. O que os fundos partidários e eleitorais criaram ao longo de nossa caminhada democrática não passa de verdadeiras estatais partidárias, blindadas por todo o tipo de leis, infensas ao controle de gastos e protegidas por medidas cíclicas que perdoam as dívidas dessas legendas, mesmo não tendo cumprido exigências contidas nas leis eleitorais.
A última Proposta de Emenda à Constituição está aí para provar essa tese. Foram mais de R$ 23 bilhões em dívidas perdoados pela ação dos próprios políticos, sempre em votações relâmpagos e urdidas de forma coesa. O que ocorre com nossas dezenas de partidos, todos eles ávidos por dinheiro público, faz deles o que são hoje: entidades cujo único contato com as bases eleitorais é feito às vésperas das eleições. O excesso de recursos, aumentado ainda mais pelas emendas que garfam boa parte do Orçamento da União, estragou e desvirtuou os partidos políticos nacionais.
Fazendo um paralelo simples, é o que ocorre, por exemplo, quando os pais passam a entregar grandes somas de dinheiro aos filhos, à guisa de mesada mensal. Quanto mais dinheiro esses jovens imaturos ganham, mais eles gastam e, com isso, passam a alimentar um sentido falso da realidade em que o dinheiro é escasso e ganho com muito esforço e suor.
Os bilhões de reais, drenados para os partidos e que, a cada temporada eleitoral, crescem de forma surpreendente, fizeram mal às nossas legendas e serviram ainda para a criação de mais e mais partidos, todos eles de olho nas facilidades proporcionadas pela cachoeira de dinheiro. Mais mal ainda essa fartura de recursos faz à democracia, pois são criadas entidades que não precisam se esforçar para sobreviver e para se relacionar com as bases.
De fato, não só por sua situação geográfica, mas Brasília e toda a vida política que aqui acontece, dentro e fora dos Três Poderes, ajudaram a criar uma espécie de ilha da fantasia em que apenas os sonhos dessa elite no poder é realizado. O país que se mostra além das vidraças do Congresso, do Planalto e do Supremo é outro totalmente diferente. E até antagônico. Que elementos para conferir qualidade à nossa democracia esse modelo de estatais partidárias pode trazer? A resposta é nenhum.
Essa situação, que pode nos conduzir para o beco sem saída das democracias sem viço, pôde ser observada no primeiro turno destas eleições municipais, com as abstenções chegando perto de um quarto dos eleitores. A um cenário nacional de desânimo com as eleições, com o sistema de urnas e sobretudo com a nossa classe política, toda ela formada pelos chamados gatos gordos. Os partidos políticos anabolizados com a abundância de recursos públicos praticamente não dependem da população para existir. Por isso mesmo, são indiferentes a ela.
O caciquismo nascido dessa degeneração dos partidos e da quantidade de recursos decide a lista daqueles que irão, em tese, representar a população na política, fazendo de nossa democracia uma pantomima falsa. A questão aqui é saber até quando esse modelo irá subsistir, antes que nossa democracia desapareça no ar como mágica ou fantasia.
Não são poucos os acontecimentos em que as carreatas dos partidos são recebidas com vaias, chuva de ovos e outras cenas de revolta popular. Nesse cenário de desolação, as únicas populações que parecem votar em paz e em consonância com o que desejam as lideranças locais são aquelas submetidas ao controle e à vigilância do crime organizado. Não por outra razão, essas facções criminosas já perceberam o que acontece com o nosso modelo de democracia e, como não poderia deixar de ser, entraram também nas eleições elegendo seus candidatos e favoritos.
A frase que foi pronunciada:
“Visando a eficiência do resultado, as investigações serão desenvolvidas sob sigilo.”
Trecho de Nota da Polícia Civil do DF sobre o ataque ao carro blindado do advogado Joaquim Pereira de Paula Neto, ex-presidente do diretório de São Paulo do PRTB, e sua esposa, a também advogada Patrícia Reitter de Jesus Oliveira, ocorrido em Brasília
História de Brasília
É por isto que acontece o que acontece, e quem a paga é a cidade. Quem se prejudica é a cidade. É preciso que haja alguém que diga ao sr. Laranja Filho como Brasília foi construída. Em que moldes, e em que caráter de honestidade. (Publicada em 19/4/1962)
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Em nome dos pais, das mães e dos filhos desta capital do país, é preciso que as autoridades e os políticos locais venham a público esclarecer as razões que levaram o GDF, com a assentimento da Câmara Legislativa, a privatizar, em 4 de junho de 2021, a CEB Distribuição. Com isso, aparentemente, tiraram dos ombros do Distrito Federal, as responsabilidades sobre o fornecimento de um dos mais importantes insumos para a população que é a energia elétrica. A Neoenergia é responsável pela distribuição de energia e manutenção da rede elétrica no Distrito Federal. A CEB Ipes é a empresa que ficou responsável pela gestão da iluminação pública no DF.
Sem bons serviços no fornecimento de energia elétrica às famílias do DF e entorno, não há, nem ao menos, cidadania, que dirá progresso. O que ocorre agora em Brasília é o mesmo que vem ocorrendo em outras capitais brasileiras, onde os serviços essenciais de distribuição de energia foram privatizados sem um devido processo de impactos ou sem uma consulta prévia e acurada junto à população.
Experiências em várias partes do mundo e mesmo aqui em nosso país demonstram que a isenção do Estado na distribuição de energia elétrica acarretou enormes prejuízos à população, além de transformar esses serviços num mercado altamente lucrativo para os proprietários desse tipo de negócio. Pena que a Constituição do Distrito Federal e mesmo a Constituição Federal de 1988 não tenham incluído, entre suas cláusulas pétreas, um dispositivo que vedasse a privatização dos serviços de geração e distribuição de energia elétrica, fornecimento de água potável, além do tratamento adequado de esgoto e do encaminhamento ecológico do lixo urbano.
Tendo que conviver com a maior carga tributária do planeta, esses serviços essenciais e vitais deveriam ser, ao menos, garantidos pela Lei Maior, como direitos inalienáveis, e obrigação máxima do governo e do Estado. Ao empurrar ou lavar as mãos sobre o fornecimento desses serviços básicos, deixando esses contratempos para a iniciativa privada, a população, que antes sabia a quem recorrer ou mesmo levar aos tribunais em caso de falhas, ficou desamparada e à mercê de uma burocracia empresarial alheia às necessidades do povo. Não por outros motivos, as reclamações se avolumam tanto junto à Neoenergia como a outros órgãos, como é o caso do site Reclame Aqui. Já são mais de 76 mil reclamações registradas, sendo que outras milhares não foram sequer registradas.
É bom lembrar que a privatização da CEB, dando o controle dessa empresa ao grupo espanhol Iberdrola, rendeu ao GDF R$ 2,515 bilhões, um valor, que foi capitalizado pela empresa local graças, unicamente, ao dinheiro pago todo mês pelos brasilienses ao longo de décadas. Com o retorno das chuvas e com as previsões nada pacíficas sobre o comportamento do tempo, que, segundo a meteorologia, serão de fortes pancadas de chuvas e trovoadas fora dos padrões normais, as interrupções e falhas nas redes de energia serão comuns e muito além do que poderá essa empresa atender.
O aquecimento global, que também entra nessa equação para aumentar as angústias da população, irá demonstrar que a privatização da CEB foi será um negócio cada vez mais prejudicial para a população, que ficou entregue à própria sorte. Água, luz, esgoto, segurança, educação e saúde não podem ser transformados em mercadorias, nem entregues às dinâmicas do mercado, tampouco às previsões de lucros de empresários. Diante do volume de reclamações que cresce dia a dia e diante dos precários retornos e atendimento, não será surpresa se, daqui a pouco, esse assunto não irá se transformar em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que será realizada na mesma Casa Legislativa local que permitiu a venda desse importante serviço para os espanhóis do outro lado do mundo.
No início do mês, a Neoenergia fez a apresentação de um plano de contingência operacional e de atendimento e mostrou o aumento de investimentos para enfrentar as chuvas que se anunciam. Nesse plano, está previsto o pronto atendimento das equipes para o reforço nas ruas e no Centro de Operações Integradas (COI) e para o atendimento das solicitações emergenciais. A Neoenergia garante que engenheiros, técnicos e eletricistas permanecerão de plantão durante todo o período chuvoso. Inclusive o SAC receberá mais atendentes para atendimento pelos números 116, o WhatsApp ((61) 3465-9318), o aplicativo Neoenergia Brasília e a Agência Virtual. Vamos acompanhar!
A frase que foi pronunciada:
“Benjamin Franklin pode ter descoberto a eletricidade, mas foi o homem que inventou o medidor que ganhou dinheiro.”
Conde Wilson
História de Brasília
É por isto que acontece o que acontece, e quem a paga é a cidade. Quem de prejudica é a cidade. É preciso que haja alguém que diga ao sr. Laranja Filho como Brasília foi construída. Em que moldes, e em que caráter de honestidade. (Publicada em 19.04.1962)
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Historicamente, sabe-se que a Proclamação da República em 1889 não passou de um golpe de Estado, orquestrado pela cúpula militar e por alguns poucos membros a favor desse movimento e da implantação do Presidencialismo como nova forma de governo. O que começou de forma enviesada, sem a participação e engajamento popular e sem um programa claro de governo, não poderia seguir também firme nos trilhos da razão. Há quem assegure que a Proclamação foi uma grande mentira, distante dos ideais sonhados e prometidos pelos teóricos desse movimento e muito mais próximos daqueles que desejavam o poder pelo poder.
Já em 1891, com a primeira Constituição Republicana, os dois protagonistas do golpe seguiam mandando no país. Diante de uma situação de instabilidade que persistia, já em 3 de novembro, era dado um golpe dentro do golpe, com o fechamento do Congresso, estabelecimento de estado de sítio e a prisão de políticos da oposição. Além de não ter alterado as relações entre a população e o poder, a nova República Presidencialista aplainou os caminhos ao poder para a oligarquia local.
Pelo o que se apreende desses tempos confusos, o problema nacional de maior relevância não era a Monarquia em si, mas aqueles que orbitavam em torno do monarca e tramavam contra o Imperador. De lá para cá, transcorridos 135 anos, as instabilidades e crises políticas, e mesmos os golpes e os impeachments, seguiram-se de forma monótona e repetida. O problema aqui é que o advento da República, escancarou as portas do poder, desde o início, para pessoas e pretendentes, na sua maioria, despreparados ou muito aquém do que exigia um cargo dessa natureza. Uma função, diga-se de passagem, que trouxe consigo os mesmos vícios centralizadores da monarquia.
Tivemos pois, ao longo de mais de um século, presidentes que, com raríssimas exceções, assumiram a missão para que foram confiados. Nossas crises políticas e sistêmicas são, antes de tudo, crises decorrentes de inabilidades pessoais dos mandatários e das elites no poder ou mesmo geradas pela ausência das mais elementares noções de ética pública. Comparados com o monarca traído, D. Pedro II, nossas lideranças políticas, até hoje, foram e são, para dizer o mínimo, medíocres e voltadas sempre para o atendimento prioritários dos próprios interesses e de seus grupos em volta.
Não por outra razão, ainda hoje, existem aqueles saudosos que defendem o retorno da Monarquia. Obviamente que essa é uma questão que parece, para muitos, um tema já sepultad. Só que não. Em 1993, foi realizado um plebiscito que buscava saber junto à população qual seria sua escolha entre Monarquia ou República e entre Parlamentarismo ou Presidencialismo. O resultado mostrou que, aparentemente, a população brasileira optou pela atual forma de sistema de governo. Ainda assim, esse assunto não foi deixado de lado definitivamente.
A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal segue avaliando a Sugestão Legislativa 9/24, que sugere a realização de um novo plebiscito, em 2026, para discutir uma possível restauração da Monarquia no Brasil. A proposta surgiu, segundo essa Comissão, após reunir mais de 30 mil apoios na plataforma e-Cidadania, o que demonstra que essa questão permanece viva na alma de muitos brasileiros e parece aumentar à medida em que toda a verdadeira história do Brasil vai vindo à tona.
Para boa parte dos cidadãos, a República Presidencialista não tem se mostrado eficaz ao longo de todos esses anos, o que demonstram as seguidas crises políticas e os recorrentes escândalos. Para muitos, os recursos públicos estão sendo mal geridos e servem apenas para garantir apoio político nas Casas Legislativas, ao invés de serem investidos em educação, saúde, segurança e infraestrutura, obrigando a nação a permanecer presa e estagnada num ciclo perverso de subdesenvolvimento crônico e contínuo. A proposta, segundo analistas, tem poucas chances de prosperar, já que fere, frontalmente, os interesses da classe política.
A frase que foi pronunciada:
“Eu incorporo a monarquia renovada para um novo tempo.”
Felipe VI da Espanha
Semear, Treinar e Construir!
A capital do país ganhará muito com a chegada do Colégio Campus Fidei. O desejo de FORMAR integralmente o irrepetível, insubstituível e indispensável SER de cada vida que lhe é confiada, da Rede de Missão Campus Fidei – que agora se encontra na Paróquia Nossa Senhora das Graças, atrás da UniCEUB, na Asa Norte –, começa a sair do papel. Para isso, eles precisam da ajuda da comunidade para levantar a obra e estão captando benfeitores.
5 peixes e 2 pães
A inauguração, que antes estava prevista para o primeiro semestre letivo do ano de 2025, encontra-se agora sem data definida, devido à falta de fundos para iniciar a construção. No entanto, o Campus Fidei irá oferecer, nas dependências da paróquia, atividades pedagógicas no contraturno escolar, que serão divulgadas em breve nas suas redes sociais.
Sonho de Dom Bosco
São João Dom Bosco já havia profetizado que, desta terra, jorraria leite e mel. Interessado em ser um benfeitor? Acesse o site do Colégio Campus Fidei, conheça o projeto e participe da campanha do metro²! A Rede de Missão Campus Fidei também se coloca à disposição para esclarecimentos de quaisquer dúvidas tanto por meio das suas redes sociais como presencialmente, na Paróquia Nossa Senhora das Graças. Mais informações e contatos a seguir.
Site do Colégio: colegiocampusfidei.org.br
Perfil Oficial do Colégio no Instagram: @colegiocampusfidei
Site da Rede de Missão: campusfidei.org.br
Perfil Oficial da Rede de Missão no Instagram: @campusfidei
Site da Paróquia: pnossasenhoradasgracas.com.br
Perfil Oficial da Paróquia no Instagram: @pnsg.asanorte
História de Brasília
Ridículo isto sob todos os aspectos. O sr. Laranja mora no caminho de Taguatinga, o ministro da Justiça mora na superquadra 108 e o Primeiro Ministro mora no Ipê. Pois bem. Para tratarem de assunto de Brasília, vão se encontrar no Rio. (Publicada em 19.04.1962)
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Após o período mais intenso das queimadas que, este ano, varreram boa parte de nossas matas, matando milhares e milhares de espécies de animais e plantas, de Norte a Sul do país, é necessário, a exemplo do que fazem os bombeiros nos rescaldos dos sinistros, a realização de um levantamento sério, para que se conheça os reais prejuízos causados pelas queimadas em 2024.
De certo, os prejuízos, apenas no âmbito da diversidade biológica, serão catastróficos. O que aconteceu este ano, equivale, em termos de pesquisas científicas e de preservação, a dezenas de incêndios como aqueles que consumiram os Museus Nacionais nos últimos anos. E pena que esse sentimento de perda irreversível só seja sentido por pesquisadores e cientistas que estão mais envolvidos com essas riquezas pouco cuidadas por nós.
Pela extensão das queimadas neste ano, é provável que algumas espécies de plantas e animais, que sequer tínhamos correto conhecimento, tenham se perdido para sempre. Sem o devido conhecimento do bioma que nos cerca e qual sua importância para nosso meio ambiente, em termos de simbiose e outras trocas, é certo que, a longo prazo, outras espécies venham sentir essa perda e acabem por desaparecer também. O equilíbrio do meio ambiente é delicado e sente as interferências humanas.
Pelo o que conhecem os cientistas, e não é muito quando se trata do vasto bioma, algumas espécies de aves só se alimentam de determinados frutos, produzidos por determinada planta. Com o desaparecimento dessa espécie vegetal, também essas aves estão condenadas. O inter-relacionamento entre as espécies é um mecanismo delicado que trabalha como um relógio, o desaparecimento de uma peça produz um colapso em série para todo o sistema.
O mais triste em todo esse episódio que expôs o país a um vexame internacional, é que essas tragédias parecem não ter surtido grande efeito internamente.
O sinal errado emitido pelas autoridades tem funcionado como um incentivo para a depauperação das riquezas naturais do país. Esse nacionalismo às avessas, que age com o pensamento de que “é meu e faço com ele o que quiser”, é um caminho que leva seguramente à perda não só dessas riquezas em si, mas à perda da autoridade moral de posse sobre esses bens.
Não bastasse essa tragédia, o tráfico e contrabando de espécies de vegetais e animais ainda é uma prática corrente em nosso país. Trata-se da terceira maior atividade ilegal de todo o mundo, responsável, segundo os pesquisadores, por retirar, do meio ambiente, dezenas de milhões de espécies a cada ano. Além de exportar ilegalmente espécies de animais para todo o mundo, o Brasil passou também a importar de outros países, espécies estranhas ao nosso meio ambiente, o que tem acarretado graves problemas para o equilíbrio ecológico interno. “A fauna exótica introduzida pode se tornar invasiva, conquistar áreas muito maiores do que as previstas, suprimir a fauna nativa e transmitir novas doenças. Mais de 180 tipos de zoonoses transmitidas por animais já são conhecidos”, alertam os cientistas.
No dia consagrado à São Francisco de Assis, protetor dos animais, e em que igrejas em todo o mundo abençoam os animais, é preciso um olhar de atenção com as espécies que habitam este mesmo espaço e que aqui estão, muito antes da chegada dos homens e da civilização.
A frase que foi pronunciada:
“É realmente devastador ver mais uma vez incêndios devastando os ecossistemas mais vitais da América do Sul – a floresta amazônica, a savana tropical do Cerrado, as zonas úmidas do Pantanal e o Gran Chaco – ameaçando comunidades, a biodiversidade e nosso clima global. Esta é uma emergência climática, ambiental e humanitária que deve ser tratada com ação urgente e imediata pelos governos nacionais e globais na Assembleia Geral da ONU (…)”
Amazon Whatch
Minas e Energia
Neste ambiente democrático, nada mais interessante que saber a opinião dos trabalhadores sobre o horário de verão. A intenção de estabelecer um horário diferente é mudar o horário do pico de consumo de energia para um horário com mais luz solar, diminuindo a necessidade de ligar as usinas termelétricas para dar conta da demanda. As luzes acesas e o banho na madrugada para ir ao trabalho trouxeram uma mostra diferente apontada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), onde no resultado é assinalado o seguinte: “a redução observada no horário de maior consumo”, das seis horas da tarde até as nove da noite, “é compensada pelo aumento da demanda em outros períodos do dia, especialmente no início da manhã”, quando ainda é escuro, na maior parte das regiões, durante o horário de verão.
História de Brasília
Depois de entregar declarações impressas, e de se negar a responder às perguntas dos jornalistas, o sr. Laranja Filho viajou para o Rio, onde tratará do assunto Novacap com o Primeiro Ministro e o Ministro da Justiça. (Publicada em 19.04.1962)
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Justamente nesse momento, em que o mundo parece precisar, mais do que nunca, de um organismo internacional respeitável e de caráter intergovernamental, para impedir que uma nova guerra mundial se alastre por todo o planeta, as Nações Unidas atravessam o que pode ser considerada sua mais severa crise interna de gestão e, portanto, de credibilidade. Essa é uma péssima notícia para o mundo, que vinha tendo, nesse órgão, ao menos uma chance de mediação política desses conflitos.
Ao caminhar para a irrelevância, nesse século XXI, diante de um mundo que parece se dissolver sob nossos pés, a ONU pode se transformar de solução a mais um problema a ser enfrentado. Uma reforma interna dentro desse organismo é urgente, antes que os ponteiros do relógio do apocalipse marquem a meia noite do planeta.
O problema é que não há sinais de que os principais países que compõem esse órgão estejam interessados, neste momento, em fazer esforços para melhorá-lo. A questão é velha conhecida do Ocidente e se prende ao fato de que a política partidária e ideológica, fora de seu contexto natural, ou fora de lugar, sempre foi prejudicial ao bom funcionamento de organismos suprapartidários. Isso que acontece aqui no Brasil, com a politização de instâncias que deveriam ser infensas a partidarismos, ocorre em outros países e, na ONU, não tem sido diferente.
A politização ideológica das Nações Unidas, observada por todos, tem arrastado esse organismo para a vala das nulidades, tornando-a inoperante, num mundo em que as polarizações são cada vez mais visíveis. A situação chegou ao seu ponto máximo nesta 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU (AGNU79). Nesse encontro, não faltaram críticas ao organismo vindas de todas as partes do mundo, sobretudo, ao modo como a ONU vem se posicionando politicamente.
Nem mesmo o governo brasileiro atual, mais alinhado politicamente a essa gestão da ONU, deixou de reclamar da condução desse órgão, que hoje demonstra fraqueza em negociar e a dialogar em busca da paz, justamente agora em que o mundo apresenta um número recorde de conflitos, desde a Segunda Grande Guerra.
Os sinais de que essa crise interna da ONU vai num crescendo perigoso foram dados, agora, por meio do ministro dos negócios estrangeiros israelense, Israel Katz, ao declarar que o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, passou a ser considerado “persona non grata”, sendo proibido de entrar em Israel. Para Katz, Guterres vai ser lembrado como uma “mancha na história da ONU”. Esse fato, por seu simbolismo, diz muito sobre o momento atual da ONU. Com esse gesto, o secretário-geral da ONU perde sua capacidade política de mediar um dos mais perigosos conflitos atuais, tornando-o numa figura meramente decorativa e sem poder moral para negociar. É um golpe na própria ONU.
Para o ministro de Israel, Guterres, por sua posição política à esquerda, tem demonstrado apoio aos terroristas do Hamas, Hezbollah e Houthis. “A ONU perdeu o sentido de existência e está hoje em estado de putrefação, imersa na ideologia progressista-globalista, casada com comunistas, prostituta de ditaduras e amante de tiranos”, afirmou Israel Katz. Para um planeta já envolto com problemas do aquecimento global e mudanças climáticas, que colocam a humanidade numa encruzilhada nunca antes experenciada, a desmoralização da ONU e de seu secretário-geral é mais um ingrediente a ser somado a essa distopia em que nos encontramos.
Se está ruim com a ONU atual, pior será sem ela. Aí será um “Deus nos acuda!”, porque as mesas de negociação estarão viradas ao avesso. É necessário, neste momento, não destruir as pontes existentes. A questão aqui é fazer uma reforma da ONU, acabando com a politização interna, o que parece fácil; ou deixar que ela afunde, juntamente, com o restante do mundo, o que, pelo visto, é mais fácil ainda.
A frase que foi pronunciada:
“Uma das principais lições que aprendi nos últimos cinco anos como Secretário-Geral é que as Nações Unidas não podem funcionar adequadamente sem o apoio da comunidade empresarial e da sociedade civil. Precisamos ter apoio tripartite – os governos, as comunidades empresariais e a sociedade civil.”
Ban Ki-moon
Novos dias
Ouvir o taramelado das araras pelo Lago Norte faz o pensamento voltar às aulas de música da Neusa França. no Jardim de Infância da 308 Sul. Só lá tinha uma arara que convivia com a criançada. Hoje, são várias famílias da ave cruzando o céu no pôr do sol para abrigos em palmeiras de moradores da região que cuidam e protegem.
História de Brasília
Em que pêse os ensinamentos do tratadista João Monteiro sôbre o sentido jurídico da palavra intimação, encontrei no velho Caldas Aulete em abono do referido termo esta definição: “falar com arrogância ao mandar”, e não é este o caso, cremos nós. (Publicada em 18.02.1962)
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Desde a formação dos estados nacionais, no século 14, ocasião em que foram implementadas as condições para o surgimento de um corpo burocrático e de toda uma infraestrutura para garantir o funcionamento de uma “máquina pública”, viu-se que a possibilidade real de tomar decisões internas que fossem aceitas por outros países e outras culturas estava condicionada diretamente à capacidade do Estado de se relacionar diplomaticamente com o mundo à sua volta. De certo modo, a existência e o prolongamento dos estados modernos recém-surgidos se deviam ao bom desempenho de seu corpo diplomático. Questões fronteiriças, religiosas e outras que facilmente descambavam em guerras sangrentas poderiam agora ser mediadas pela diplomacia, economizando vidas e poupando a economia.
Muitos historiadores identificam esse período como o que estabeleceria as primeiras centelhas do que viria a ser posteriormente, no século 19, chamada de Realpolitik. Esse termo, que pode também ser definido como política real, prega que a diplomacia deve ser baseada em considerações práticas, despidas de noções ideológicas, direcionada sobretudo pelo interesse nacional — ou seja, apoiada por princípios do realismo e do pragmatismo. “Para derrubar os muros de Jericó, o Realpolitiker sabe que a picareta é mais útil que a trombeta mais poderosa”, teria dito o criador do termo, Von Rochau. Com isso, ele queria dizer que a diplomacia tinha pela frente que enfrentar um mundo sem regras liberais esclarecidas por meio justamente de ideias liberais e esclarecidas.
Nesse sentido, a Realpolitik se diferencia da Machtpolitik, que é a política do poder usada para proteger os interesses nacionais, inclusive com o uso da força e do troar dos canhões. O Brasil, que historicamente, em suas relações
com o restante do mundo, sempre se posicionou a favor do entendimento e da paz internacional, praticava, até o advento da nova gestão, uma política externa alicerçada na Realpolitik, longe de influências político partidária, voltada apenas para o interesse nacional.
Era o tempo da diplomacia pragmática e profissional a serviço do Estado e não de governos. Com a chegada das esquerdas ao poder, essa orientação, respeitada mundialmente, mudou do vinho para o vinagre, azedando as relações do Brasil com seus tradicionais parceiros, como é o caso dos Estados Unidos. Pior ainda, passou a se aliar a ditaduras, como China, Rússia, Irã, Coreia do Norte, Cuba, Venezuela e Nicarágua.
A politização crescente nas relações diplomáticas do Brasil, simbolizada até pela presença incomum de dois ministros das Relações exteriores, mostra que nosso país tomou léguas de distância do pragmatismo e, hoje, pauta suas relações com o mundo de acordo não com os interesses nacionais, mas com o que deseja o ocupante atual do Palácio do Planalto. Essa guinada à esquerda do Itamaraty tem feito muito mal ao próprio Itamaraty e ao país, uma vez que o realismo diplomático ou a Realpolitik foi posto de lado em benefício apenas das ideologias, com enormes prejuízos para toda a nação.
Nas recentes plenárias realizadas pela ONU, ficou explícita também a atual posição do Brasil, um país cuja legitimidade para defender causas democráticas, violência ou meio ambiente é nenhuma, dado a nossa triste realidade interna. Nossa reputação diplomática e técnica de outrora é coisa de um passado distante. Isso ficou patente com o apoio dado pelo nosso governo ao plano de paz da China, que fortalece a ditadura russa e impõe à Ucrânia o reconhecimento de perda de mais de 20% de seu território, invadido ilegalmente por uma potência nuclear que nunca respeitou o direito internacional.
Na verdade, o Itamaraty é o responsável pela política de relações externas do governo, que se resume à atuação e ao que orienta as pessoas de sempre. Em nosso caso, a maturidade ou a velhice parece não ter produzido bons líderes políticos. A semelhança dos vinhos de qualidade, que adquirem maturação e refinamento sensorial com o passar dos anos em cascos de carvalho, nossas lideranças ganharam em acidez e, hoje, tratam de azedar nossas relações com o Ocidente civilizado, preferindo a companhia de bárbaros e outros tiranos intragáveis.
A frase que foi pronunciada:
“Quando os direitos humanos são desrespeitados em casa, tornam-se públicos.”
Nélida Piñon
História de Brasília
Estou recebendo de juiz da 1ª Vara Criminal a intimação para servir como jurado na 4ª sessão do júri. Comparecei, naturalmente, como cidadão, cumprindo um dever. Resta, entretanto, uma ressalva. O termo intimação poderia ser substituído por convite, porque estarei presente cumprindo um dever de cidadão, mas para cumprir com êsse dever jamais precisaria ser intimado. (Publicada em 18/4/1962)
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Com a aproximação das eleições municipais, mais uma vez, volta ao debate a questão das urnas eletrônicas. É preciso destacar que, nas eleições para presidente, governadores, deputados e senadores em 2026, essa discussão ganhará mais intensidade, mostrando que o assunto, ao contrário do que fazem acreditar aqueles que defendem esse mecanismo, não está pacificado. Pelo contrário, a cada ano que passa, mais eleitores e especialistas voltam a questionar os tabus e barreiras que foram erguidos em torno desse tema.
Talvez mais importante até do que discutir esse tema seja implementar uma auditoria dos pleitos pela adoção do voto impresso. Somente o voto impresso, aliado às urnas eletrônicas, terá o condão de pacificar esse assunto. Nesse sentido, vale a pena conhecer o pensamento do professor e pesquisador Diego Aranha, um dos maiores especialistas em nosso país sobre o sistema de votação eletrônico. Lembrando que ele foi o coordenador de equipe durante os testes de segurança organizados pelo TSE nas eleições de 2012 e 2017.
Nesses trabalhos, foram conferidas questões técnicas de segurança, transparência, bem como a comparação da experiência brasileira com o restante do mundo. Para o professor, a questão do voto impresso vem sendo discutida desde então e foi desses debates técnicos que surgiu, aqui e em outros lugares do mundo, o chamado Princípio da Independência dos Softwares. Chegou-se à conclusão de que um sistema de votação eletrônico é considerado seguro e transparente se e somente se puder ser verificado de maneira independente do software. “Se você quer auditar um software para saber se seus resultados são corretos, você utiliza um conjunto de evidências que seja produzidas de maneira independente do software”.
É o caso aqui de pesquisar se, na produção de dados de um software de uma determinada eleição, foi verificado nos registros eletrônicos que esse software se comportou de maneira maliciosa ou foi adulterado. Isso pode significar que os registros produzidos por esse meio não sejam mais íntegros, o que leva à conclusão de que não se pode mais utilizar esses registros para auditá-lo de maneira segura.
Dessa forma, deve existir, segundo ensina o pesquisador, sempre um conjunto de evidências que sejam independentes desse software. É essa a prática que vem sendo utilizada em todo lugar em que existe o voto eletrônico, e o Brasil, até por respeito aos cidadãos eleitores, não deveria estar fora dessa prática. Na verdade, é esse modelo que vem sendo proposto desde os anos de 1990, quando teve início a ideia do voto eletrônico.
O que se verifica, até de modo sintomático, é que, desde o surgimento e tentativa de implementação das primeiras urnas eletrônicas, existiu paralelamente uma preocupação do legislador de apresentar um conjunto de leis e regulamentos em favor da auditoria feita pelo voto impresso. Muitas foram as aprovações de leis que disciplinavam esses registros de modo confiável e aceitável pelo eleitor.
Outro ponto a destacar é que, nas eleições, os eleitores são os verdadeiros protagonistas dos pleitos, sendo que sua vontade, dentro e fora das cabines de votação, é que deve prevalecer. Além disso, é preciso deixar claro que essa discussão, caso tivesse ficado apenas em seus aspectos técnicos, nada das atuais alegações para negar o voto impresso estaria acontecendo. Foi quando esse debate passou a ganhar as colorações políticas e ideológicas que o tema ganhou o status de tabu, sendo proibido pelo TSE.
Então, técnicos que estiveram envolvidos nessa discussão entendem e defendem que esse sistema tenha um registro físico, para que as possíveis falhas não sejam aceitas. Países que, de uma maneira ou outra, passaram a utilizar a votação eletrônica, convenceram-se da necessidade de adotar o registro físico do voto para que todo o pleito não ficasse com máculas de incertezas e para garantir que futuros processos judiciais tenham amparo em algo que é material e palpável e, portanto, plenamente aceitos pela Justiça de modo incontestável.
É preciso que os protocolos de auditoria sejam resolvidos sem maiores discussões e incertezas no campo eletrônico. A implantação completa do sistema eletrônico de votação só se dará por finalizada com a possibilidade de apoiá-lo em evidências materiais. Afinal, provas materiais são amplamente aceitas em processos jurídicos.
A frase que foi pronunciada:
“A democracia em si não está na votação, está na contagem e publicação dos votos.”
Tom Stoppard
História de Brasília
Recuando um pouco, não tomaria, também, o jardim da prefeitura, e manteria a estética. Aos lados, está impedindo a manobra dos carros nos balões de retorno. (Publicada em 18/4/1962)
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Quem, por acaso, se interessa pelas voltas que o mundo dá, já percebeu, nessa altura dos acontecimentos, que as Nações Unidas (ONU) já não conseguem resolver, nem ao menos mitigar. o volume de problemas gravíssimos que atualmente assola nosso planeta, colocando a raça humana e todas as espécies vivas em um tipo de limbo, entre sobreviver ou perecer.
Não bastassem os problemas catastróficos gerados pelas emissões de gases do efeito estufa e toda a crise climática desencadeada por um modelo econômico que depaupera o planeta, o que se observa, é que essa organização parece ter se transformado num tipo moderno de Torre de Babel. De fato, as nações ali reunidas, mesmo com os esforços de centenas de tradutores, não só não falavam a mesma língua, como parecem fazer questão de não se entenderem. A questão aqui, por incrível que pareça, é política e mais precisamente ideológica.
Nessa 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, não foram poucos os líderes políticos, que do alto da tribuna planetária desse organismo, não pouparam críticas a ONU, acusando-a, entre outras coisas, de ter se enveredado e até mesmo sucumbido aos ditames da esquerda internacional, levando esse importante organismo a uma visão enviesada e perigosa do mundo atual. As críticas são muitas e não necessariamente atuais.
Há tempos, os Estados Unidos, o país que mais tem contribuído para a manutenção da ONU, vem reclamando dessa postura adotada pelo Organismo, inclusive ameaçando-o com cortes nesse financiamento.
Também o mundo tem notado essa guinada à esquerda feita pela ONU. Muitos observadores internacionais também já haviam alertado para o perigo que significava para as nações a guinada desse organismo multilateral para qualquer lado que tire a missão do foco. Notem que alguns anos atrás, um ex-presidente já havia se referido a ONU como uma entidade “mais aparelhada pelas esquerdas do que universidades públicas”. Pelo sim, pelo não, o fato é que essa atual postura da ONU, principalmente depois da elaboração da chamada Agenda 2030, de viés claramente globalista, tem despertado a desconfiança de muitos de seus membros, sendo esse motivo apontado também como causador da debilidade atual da entidade, em resolver os grandes e atuais problemas do planeta.
Não por outra razão, dentre as falas proferidas nessa Assembleia, o que mais tem chamado a atenção de todos foi justamente o discurso do atual presidente argentino Javier Milei, que começou seu pronunciamento se apresentando, não como um político tradicional, mas como um economista liberal e libertário, que só se encontrava na posição de chefe do Estado daquele país, por ampla vontade popular e para resolver o fracasso estrepitoso de mais de um século de políticas coletivistas que destruíram seu país.
Nessa condição seu discurso fazia um alerta para toda comunidade internacional sobre o caminho perigoso que, há décadas, a ONU vem percorrendo. Para ele, essa entidade por suas escolhas, corre o risco de falhar em sua missão original que é a de trazer a paz mundial. “Não venho aqui dizer ao mundo o que deve ser feito, venho aqui alertar as nações sobre o que poderá ocorrer, caso as Nações Unidas continuem a promover políticas coletivistas, de acordo com sua Agenda 2030.”
O mandatário argentino lembrou que um dos principais feitos pela ONU foi a Declaração dos Direitos Humanos, em que está inscrito numa pedra que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. Segundo disse, foi justamente essa Declaração que propiciou ao mundo viver um longo período de mais de 70 anos em paz e prosperidade. Nesse período, segundo afirmou, foi também o de maior crescimento econômico da história humana. Além disso,00 foi um tempo em que as nações podiam dirimir seus conflitos através da cooperação, disse o presidente, acrescentando que por esse motivo foi possível fazer sentar à mesma mesa as cinco maiores nações do globo, apesar de seus interesses totalmente opostos.
Para Milei, infelizmente toda essa criação e esforços desapareceram com o tempo. Para ele, naquela época, havia integração comercial. “Onde entra o comércio, não entram as balas”, recordou, dizendo que o comércio é uma garantia da paz e a liberdade é a garantia do comércio, sendo que a igualdade perante das leis, garante a liberdade. Milei citou ainda o profeta Isaias que disse:” Deus julgará entre as nações e arbitrará entre muitos povos Eles forjarão suas espadas em relhas de arado, e suas lanças em podadeiras; nação não empunhará espada contra nação eles nunca conhecerão a guerra novamente.”
Agora o que se vê, de acordo com Milei, é que a ONU se transformou numa espécie de Leviatã de múltiplos tentáculos, que procura decidir o que cada Estado-nação deve fazer e como devem viver também todos os cidadãos do mundo. Dessa forma, apontou o presidente argentino a ONU passou de um organismo que defendia paz para uma entidade que busca impor uma agenda ideológica aos seus membros.
A frase que foi pronunciada:
“Um mundo com fome é perigoso… sem comida se pode só fazer 3 coisas: revolta, emigraçao, morte.
Josette Sheeran (PAM-ONU)
História de Brasília
No dia em que os diretores do Banco do Brasil visitarem a obra do edifício central, e os apartamentos que estão sendo construídos, como nós visitamos, será marcada a data da mudança do Banco para o Distrito Federal.(Publicada em 18.04.1962)