De sapatos vermelhos

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Lula dá entrevista ao Jornal Nacional — Foto: Reprodução/TV Globo

 

É preciso ler, com lupa grande e nas entrelinhas, a entrevista dada pelo candidato petista à grande emissora de TV, como fazem os psicólogos atentos às armadilhas do discurso. Detalhe: os sapatos vermelhos da entrevistadora. De certo que não fossem as facilidades e a ajuda camarada que ele recebeu do pessoal da própria TV, esse personagem da nossa chanchada política teria dito muito mais coisa, principalmente o que importa e interessa aos cidadãos ouvirem.

Na verdade, é preciso sempre ler e escutar, com os olhos do cérebro, tudo o que esse personagem diz. Já que ele está aí como candidato, como querem e impuseram os magistrados da mais alta Corte do país, melhor é prestar atenção no que ele disse, segundo o pré script preparado para ele. Suas ações, a sociedade, formada por cidadãos de bem, já conhecem bem. O que foi visto, nos seus anos de governo, já foi o suficiente para saber quem ele é e do que ele e sua turma são capazes. Dele é possível esperar qualquer coisa, até o fato de que possa dizer a verdade inconscientemente. E é aí que o jornalismo, aquele exercido com ética e isenção profissional, poderia ajudar a população a esclarecer um período nebuloso de nossa história recente.

Infelizmente, não foi o que se viu. A parcialidade e mesmo o sabujismo como o entrevistado foi tratado mostrou, logo de início, que essa não era uma grande e bombástica entrevista e sim um arremedo de conversa pra boi dormir. O que causa surpresa é verificar que o mesmo entrevistador desperdiçou uma chance em milhões de fazer jornalismo de verdade.

Como pode esse entrevistador, o mesmo que, durante anos, narrou, noite após noite e em horário nobre, para milhões de brasileiros atentos, uma série de reportagens mostrando as entranhas dos escândalos do mensalão e, posteriormente, do petrolão, em matérias que muitas vezes ocupavam todo o horário do jornal noturno.

São centenas de horas em que ele mesmo narrou todos os acontecimentos escabrosos, muitas vezes ao vivo e a cores. Como pode esquecer tudo o que disse, ouviu e viu, dentro daquele mesmo estúdio? Pelo menos dessa entrevista, que não houve, ficaram as certezas de que os cidadãos não podem, de modo algum, contar ou confiar nesse tipo de imprensa. Falta agora esse “jornalista” dizer que tudo foi uma ficção e que não houve nada do que foi longamente noticiado naquele programa.

É com esse tipo de imprensa e de jornalismo que o ex-presidente pode contar para, não só tentar voltar ao poder, como, principalmente, cometer os mesmos crimes. Tudo não passou de uma conversa amigável entre farsantes, de um lado e de outro da mesa. Com entrevistas como essa, que muito mais tem de propaganda do que de fatos, fica explícito que esse é o candidato que essa turma espera de ver de volta.

 

A frase que foi pronunciada:

“Meu mal-estar originou-se da certeza, personalizada por Lula, de que o Brasil se condenou a vagar num cemitério abandonado de princípios e ideias.”

Mario Sabino

Mario Sabino. Foto: Renzo Fedri/O Antagonista

 

Luz

Foi uma verdadeira aula de Pedagogia, Filosofia, História e Política o encontro no plenário do Senado durante a homenagem ao Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil (Isseb). Bem representado pelo senador Girão, o Ceará e seu povo foram assunto na sessão especial com a presença de diretores, coordenadores e alunos.

 

Mobilidade

Outra realidade o calçamento na avenida principal do Paranoá. Largos e novos, mais seguro para cadeirantes.

Paranoá. Foto: Divulgação

 

100 Dúvida

Por falar em Paranoá, ontem a candidata ao Senado, Damares, estava em um palanque móvel com caixas de som. A ex-ministra, atacada implacavelmente pela imprensa, causou um reboliço na cidade. Virou o jogo e. pelos projetos sociais. conquistou o povo.

Sem pé nem

Orlando Silva está preocupadíssimo com a segurança dos servidores da Justiça Eleitoral e mesários que vão trabalhar nas eleições. Pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, prometeu enviar um ofício ao TSE atentando para a necessidade de garantir a segurança dos mesários. Segundo o deputado, ameaças físicas podem até colocar em xeque o resultado final das eleições. Temor que não faz o menor sentido. Durante o resultado final, os mesários já estarão no aconchego do lar.

 

História de Brasília

Bueiros sem tampões em frente ao Clube Unidade de Vizinhança causaram vários desastres durante as festas de Carnaval. Uma moça quase quebra duas pernas. (Publicada em 09.03.1962)

Probo ma non troppo

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Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)

 

Alguns leitores levantam dúvidas sobre a recente decisão do pleno do Supremo em relação a retroatividade da Lei de Improbidade Administrativa, se a LIA surtiria efeitos também no caso específico do ex-presidente Lula. Trata-se de uma questão a ser estudada no âmbito do Direito e que poderá ou não render questionamentos futuros.

O caso em pauta agora é que os ministros do STF decidiram que a Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/2021) não retroage naqueles casos em que já existem decisão transitada em julgado. Lula, como se sabe, não foi condenado especificamente por improbidade administrativa, que é quando o agente público comete ato lesivo ou contrário aos princípios da Administração Pública, durante o exercício de função pública, o que inclui, nesses atos, recebimento de propina, enriquecimento ilícito e que, além de atentar contra os princípios da Administração Pública, causam lesão ao patrimônio público.

No caso do ex-presidente, sua condenação foi por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em primeira e segunda instâncias, além de confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foram dezenas de juízes que chegaram à conclusão que o ex-presidente havia cometido uma série de crimes graves contra o erário. A questão aqui é que a Justiça Federal em Brasília arquivou uma das ações de Improbidade Administrativa envolvendo Lula no caso do INSS.

Em tese alguns juristas acreditam que Lula, muito antes de cometer os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, deveria ser condenado por improbidade Administrativa, já que seus crimes subsequentes, todos eles, apontam para lesão grave do patrimônio público. Como presidente da República e no âmbito da Teoria do Domínio do Fato, na qual o agente público se utiliza de outrem, no caso subalternos, para cometer crimes diversos, Lula, como ficou por diversas vezes denunciado, sabia o que se passava em seus dois governos.

Vários políticos envolvidos ou não no rumoroso caso da Lava Jato, revelaram o fato de haver comunicado ao então presidente o que se passava em seu governo e ele não só não tomou providências a tempo, como, segundo o Direito e parte da Justiça, participou diretamente desses crimes, como ficou sobejamente esclarecido durante as várias frentes de investigações da Operação Lava Jato.

A decisão derradeira do Supremo ao tornar inelegível, prefeitos e outros agentes públicos menores que cometeram os chamados crimes de Improbidade ou por que deixaram de comprar um carro pipa, preferindo a compra de uma ambulância, ou que deixaram de pagar salários para transferir esses recursos para outra rubrica mais urgente, mostram, com clareza, as disparidades, as desigualdades e o alcance dirigido das leis.

Punir qualquer brasileiro que seja, por Improbidade Administrativa, tornou-se, em nosso país, uma medida surrealista e fora de sentido, quando se nota que quaisquer crimes contra o erário praticados doravante ficam insignificantes e até desprezíveis perante os muitos e graves crimes cometidos pelo ex-presidente e seus dois governos, contra o patrimônio público e os brasileiros.

 

A frase que foi pronunciada:

“Como se diz a um comunista? Bem, é alguém que lê Marx e Lenin. E como se diz a um anticomunista? É alguém que entende Marx e Lenin.”

Ronald Reagan

Ronald Reagan. Retrato Oficial

 

Chamados

Em Portugal acontece o seguinte: todas as chamadas feitas pela população aos Bombeiros, tão logo são atendidas, são seguidas pela polícia. Dados detalhados são cadastrados para as providências às reincidências e investigações.

Foto: reprodução da internet

 

Impostos

Vendo a pista central do Eixão, fica a pergunta: por que até hoje Brasília não tem um metrô ligando as pontas Norte e Sul?

Foto: metro.df.gov

 

Majestoso Alfajor

Essa é a marca do doce vendido pela cidade para a campanha de @abdiel.thai, que vai competir fora do Brasil. Esporte por aqui é assim, quando não destroem o que vai bem, cortam apoio e patrocínio.

Abdiel Thai. Foto postada em seu perfil oficial no Instagram

 

História de Brasília

Estão pescando tilápias no Lago com tarrafa, o que é uma maldade e uma covardia. Pior ainda: estão vendendo o produto dessa atividade criminosa. Lembramos às autoridades, que a pesca está permitida apenas para anzol. (Publicada em 09.03.1962)

Não é carta, estúpidos. É a economia

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Foto: wikipedia.org

         De acordo com o Banco Central, o mais credenciado porta-voz das finanças deste país, há sinais fortes e consistentes de que a economia nacional está entrando em espiral de crescimento, com o Produto Interno Bruto (PIB) experimentando uma variação positiva, saindo de uma previsão pessimista de zero para uma nova projeção em torno de 2,05%. Trata-se de um salto para frente que vem surpreendendo muitos economistas, mesmo do governo. Quem, no entanto, parece desanimado com esses novos números é o pessoal que cuida dos programas econômicos dos candidatos da oposição. A recuperação econômica caiu sobre essas equipes como um balde de gelo e já provoca reflexos também nos números apresentados pelas pesquisas de opinião, que mostram, agora, um crescimento acentuado na confiança do atual presidente.

         Há muito, os historiadores e outros sociólogos constataram que o povo ou a vontade popular imanente só é abalada, de fato, pelo fator fome. A fome e suas irmãs siamesas, a miséria e a escassez, têm sido, ao longo da existência humana, o moto-perpétuo das revoluções, tudo dentro de uma antiga noção fatalista: se vamos morrer mesmo de fome, lenta e dolorosamente, melhor então morrer logo por um ferimento de bala, instantâneo e decisivo. Em outras palavras, o que leva o povo a lutar nas ruas é seu instinto mais selvagem de preservação, herdado ainda dos tempos da caverna. Nesse caso, se a recuperação da economia continuar nesse passo ascendente, com a diminuição nos preços dos alimentos, as chances de retorno ao passado, configurada na figura do Minotauro de Garanhuns, são bem menores.

          Em 1993, George Bush, então presidente dos Estados Unidos, era o favorito, quase absoluto para se reeleger. Sua recondução ao cargo era quase certa. Havia apenas um detalhe entre sua nova vitória e a realidade. Nesse período, os EUA enfrentavam uma preocupante recessão econômica, agravada ainda pela guerra do Golfo. Foi, num cenário assim, que o marqueteiro, James Carville, trabalhando para um desconhecido e pouco popular candidato do Arkansas, de nome Bill Clinton, instigou-o a bater em seu adversário, tendo como mote a recessão, que inquietava os americanos. Com a frase: “É a economia, estúpido”, dirigida a Clinton, Carville ensinou o caminho das pedras que levara seu cliente para a Casa Branca.

         De fato, não há como negar, a população brasileira, assim como outras e em outras partes do planeta, enxerga as eleições como uma feira, onde os clientes acabam sendo atraídos para a banca onde o feirante promete mais vantagens e preços melhores. O Resto é prosa ou prosopopeia. Nesse sentido, cabe ainda a discussão sobre a chamada Carta em Defesa da Democracia, um libelo que serviu como elemento aglutinador das oposições ao atual governo e acabou se transformando em propaganda das oposições.

          Os marqueteiros desse documento esqueceram de substituir as frases de efeito e de retórica por um programa econômico e realista, capaz de empolgar as massas. O povo não se interessa por libelos, sejam de esquerda ou direita. O libelo do povo está nas gôndolas dos supermercados, recheados de produtos de boa qualidade e a preços honestos, acessíveis e baixos. Fica aqui o lembrete: “É a economia, estúpidos!”.

A frase que foi pronunciada:

“Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem.”

Ludwig van Beethoven

Ludwig van Beethoven. © Photos.com/Thinkstock

Peça rara

Andando por uma livraria, nossa sugestão é que compre Faíscas Verbais, de Márcio Bueno. O jornalista faz um compilado histórico surpreendente a cada linha. Diverte e instrui.

 

Cidadania

Sugestão da leitora Petra Fortes é humana e de importância vital. Não é justo que o pessoal da reciclagem, responsáveis por uma cidade ecologicamente correta, fique abrindo sacos de lixo para retirar entre restos de comida, as garrafas PET, papelões ou latas de alumínio. A cena corriqueira poderia ser evitada se os cidadãos tivessem compaixão no momento de separar o lixo.

Arte: sema.df.gov

 

Sem condições

Também sobre recicláveis, escreve-nos, de Águas Claras, o leitor Renato Mendes Prestes, que observou o estado crítico dos veículos coletores de lixo reciclável transitando naquela região administrativa. Diz o leitor: “sem as mínimas condições de segurança, sem lanternas, pneus carecas e reboques impróprios para cargas. Sua maioria, praticamente sem condições de trafegar. Afora, que os catadores usam o teto e a parte traseira externa do veículo para o acondicionamento de volumosas cargas, colocando em risco os carros que transitam atrás, ao lado ou à frente. Cadê o Detran?”

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

História de Brasília

Jânio no Brasil. Deus que ilumine os nossos líderes e que nos proteja contra dias de revolução, de agitação. O país já progrediu demais. Falta progredir politicamente. (Publicada em 08.03.1962)

Verás que o filho teu não foge a luta

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        Definitivamente, o Brasil não é para iniciantes e amadores. Como bem alertou, em cartaz, um jornalista americano, durante os Jogos Olímpicos de 2016, realizados no Brasil: “Bem-vindos à selva!” Trata-se de um país em que a realidade fantástica está sempre à espreita, fornecendo continuamente material vasto para os mais inventivos ficcionistas. Até mesmo a realidade cruenta que se assiste nas ruas deste país, com a mendicância e a violência sempre em alta, é capaz de ofertar, aos pescadores de almas e de homens, vasto material literário ao estilo das distopias modernas, indo mais além até do que a Comédia Humana.

         Em que outro país, um procurador de Justiça, que tenha se destacado por seu empenho e disciplina no combate ao crime organizado, acabaria sendo condenado a ressarcir o erário no montante de R$ 2.8 milhões, pelos gastos dispendidos com uma força-tarefa que, sozinha, conseguiu repatriar R$ 15 bilhões roubados dos cofres públicos? Em que outro país, a nação, menos ousada e corajosa do que os criminosos, ficaria em silêncio diante da perseguição escancarada aos verdadeiros operadores da Justiça? Ou fazendo cara de paisagem quando homens de bem são fustigados sob o aplauso de parte da população conivente? Em que outra parte do planeta os tribunais e os doutos juízes teriam a empáfia de soltar um condenado, trancafiado por um rosário de crimes, lançando-o diretamente numa campanha à Presidência da República? Em que outro ponto do mundo civilizado veríamos os advogados de defesa indo e vindo das penitenciárias, trazendo e levando recados dos chefões do crime para seus cúmplices do lado de fora? Em que outra banda da Terra assistiríamos, inertes, uma corrupção sistêmica e avassaladora corroer as bases de todo um Estado, levando o descrédito ao homem comum e incentivando os mais jovens ao cometimento de crimes, diante da imensa impunidade que reina entre nós?

         Num cenário tão inóspito como esse, os mais espertos já perceberam que a melhor estratégia para sobreviver, nesse campo de batalha, é fingir-se de morto. O problema é que essa estratégia não vale para aqueles que possuem, como função, relatar os acontecimentos diários dessa guerra, contando e refazendo o número de mortos.

         Diante de situações tão brutais como a que agora assistimos, com juízes e procuradores que atuaram no combate à maior operação policial do planeta, deflagrada contra poderosos criminosos do colarinho-branco, e que, por um curto período de tempo, trouxe-nos a sensação de que estávamos finalmente ingressando no primeiro mundo, talvez teria sido melhor, para esses profissionais, fingirem-se também de mortos.

         O renascimento da nossa Hidra de Lerna, com suas múltiplas cabeças, todas elas prontas para atacar e dizimar os recursos da nação, tem deixado muito claro, não apenas para esses profissionais, mas todos os demais, que eles estão sozinhos, deixados nus na arena dos tigres. A população, que poderia, nesse e em outros casos históricos, fazer toda a diferença, permanece na plateia, torcendo ora pelo tigre, ora pelo infeliz barnabé, indiferente ao seu destino.

          O polegar da mão direita, desses perversos, foi pendido para baixo, indicando que o show macabro deve começar. O verdadeiro filho teu, que não foge à luta, ficou agora, cara a cara, com a fera faminta, sozinho e abandonado nesta grande arena Brasil.

A frase que foi pronunciada:   

“Adie por um dia, e dez dias passarão.”

Provérbio coreano

Ilustração: jornaldacidadeonline.com

 

Partindo para a ação

Estudantes do Sacre Coeur de Connecticut, Estados Unidos, chegaram em Brasília e foram direto ajudar na cozinha da Casa da Sopa, no Cruzeiro. Carolina e Olivia Figueiredo cortaram os legumes e participaram da distribuição.

 

Solidariedade

Além do Cruzeiro, a Casa da Sopa também está instalada no Itapuã e Taguatinga. Apesar do nome, há distribuição também de almoço, nas quartas-feiras. A sopa é entregue em vários pontos da cidade. Às vezes até em Pronto-Socorro, onde acompanhantes esperam por muitas horas sem se alimentar.

Foto: arquidiocesemilitar.org

 

Voluntariado

A Casa da Sopa foi fundada no início dos anos 60 por Dom Ávila. Hoje é parte da Pastoral Social da Catedral Militar Rainha da Paz no eixo monumental. O mote é: “enquanto há comida, há distribuição”. Doação de legumes, verdura, carne, caixas vazias de leite e principalmente voluntários.

 

Imagens

Susto com a ventania em Balneário do Camboriú, em Santa Catarina. As imagens nos foram enviadas pela leitora assídua Terezinha Bleyer. Veja a seguir.

https://www.youtube.com/shorts/9O0p7O7JvTE

https://youtube.com/shorts/zD35C1sQooQ?feature=share

https://youtube.com/shorts/fjlFqm4oxAM?feature=share

 

História de Brasília

A briga do Palace Hotel com Sbacem resultou nisto: o hotel está completamente sem música. Não pode tocar nem eletrola. Por sinal, a Sbacem está exagerando, e a diretoria do hotel negou-se a pagar 30 mil cruzeiros por mês, no que fêz muito bem. É dinheiro que não chegaria às mãos dos compositores, porque se desintegraria, antes, na partilha entre diversos interessados. (Publicada em 08.03.1962)

E qualquer desatenção, faça não.

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Foto: Francisco Proner

 

         Duas décadas terão se passado desde aquele 1º de de janeiro de 2003, quando subia a rampa do Palácio do Planalto. O mundo, e com ele o Brasil, mudou, e muito. Tanto que fica difícil reconhecer quem é quem hoje nesse jogo atual entre as nações. A bonança herdada do governo de Fernando Henrique Cardoso, com o boom das commodities, ficou para trás. O mundo está em recessão, depois de uma pandemia de dois anos e agora com a guerra imperialista que Putin e seus generais sanguinários vêm travando contra a Ucrânia, e que pode arrastar todo o continente europeu para esse morticínio insano.

         Com um eventual retorno dele ao poder, as atenções, obviamente, estarão voltadas para nosso destino interno ou o que pode ser a repetição de todos os desacertos daquela era. Se o mundo e tudo em volta mudou, o mesmo não se pode dizer com relação a ele e o seu entorno. Pelo o que vem pregando, desde que ficou do lado de cá das grades, diretamente para os palanques, ele não apenas é o mesmo político de sempre, só que agora carrega consigo um poço transbordante de mágoas e infortúnios que semeou para si mesmo. Seu amigo e defensor profetizou: “Por favor / Deixe em paz meu coração / Que ele é um pote até aqui de mágoa/ E qualquer desatenção, faça não /Pode ser a gota d’água.”

         Se a repetição da História, como dizia Karl Marx em 18 de Brumário, dá-se sempre em forma de farsa, o que teremos pela frente com o novo/velho governo dele vai além do mais do mesmo, podendo significar o que seria o grand finale ou a apoteose de uma farsa, toda ela feita de pantomimas e encenações burlescas, transformando o Brasil naquilo que ele parece aos olhos do mundo: uma chanchada.

          Os anos não somaram a ele a experiência e a sabedoria natural aos mais idosos. O  modelo 2003 é muito mais do que um velho político. É um político velhaco e cheio de manhas. Na verdade, se assim apontarem as urnas, quem eventualmente irá galgar a rampa do Planalto não será aquele de 1980, mas uma simbiose de personagens que vai de Macunaíma, passando por  Pedro Malasartes, com pitadas de Saci Pererê e outros personagens dotados de grande esperteza do folclore nacional. Uma verdadeira metamorfose ambulante. Um camaleão político, astuto e cheio de artimanhas.

         Com ele de volta, estarão em pauta também todos os velhos truques do passado, desde a compra de parlamentares, passando pelo aparelhamento e pilhagem das estatais e todo o velho esquema de parcerias com a oligarquia do país e de fora. A questão toda aqui por saber é quem irá se apresentar como responsável, depois que todos tiverem assistido a reprise do grande espetáculo preparado para o distinto público do país? Terminado o grande show, quem se apresentará para recolher as mágoas derramadas do pote?

A frase que foi pronunciada:

“Onde quer que homens civilizados tenham pela primeira vez aparecido, eles foram vistos pelos nativos como demônios, fantasmas, espectros. Nunca como homens vivos! Eis aí uma intuição inigualável, um insight profético, se é que algum já chegou a ser feito.”

E.M. Cioran

E.M. Cioran. Foto: reprodução da internet

 

Figura

Zezé era uma figura querida no Senado. Tratava a todos como pessoas perfeitas. Fazia a mesma festa quando chegava algum diretor ou alguém da limpeza. Abria a geladeira da copa e oferecia molhos alheios para a salada de todos. Quando em um dia usaram o molho que pertencia à ela para servir a todos, ela ficou feliz do mesmo jeito. É o efeito Zezé. Ela fazia com os outros o que gostava que fizessem com ela. Vai deixar muita saudade.

Será?

Resolveram tirar a poeira dos projetos da Quituart. Novamente em análise, dessa vez a área tem grande chance de ser legalizada.

Foto: quituart.com

 

Auto estima

O Senado vai avaliar um projeto bastante sensível enviado pela Câmara dos Deputados, que aprova campanha de incentivo à doação de cabelo a pessoas com câncer. São muitos homens e mulheres que sofrem com o impacto imposto pela doença. O autor da proposta é o deputado federal Vinicius Carvalho, do Republicanos paulista.

Foto: redefemininabrasilia.org

 

Ação

O filho cresceu e a bicicleta está parada? Crianças estão aguardando doações. O Brasília Bike Camp Solidário acontecerá entre os dias 6 e 7, na Granja do Torto.

Cartaz publicado na página oficial do Brasília Bike Camp no Instaram

–> O Brasília Bike Camp Solidário está chegando!
Nossa missão nesse projeto é arrecadar bikes para doação!
Tem aquela bike parada aí? Entre em contato aqui no insta ou em algum ponto de coleta: @bigbike.bsb @redwaycycles @grifedoatleta @ximenesbikeshow @pedalzonebikes

Como diz @broubrutodrews ” Vamos semear o bem que a brutalidade vem!”

Lembre-se: BIKE PARADA NÃO AJUDA NINGUÉM!

Brasília, 6 e 7 de Agosto na Granja do Torto,
A partir de 9h!
● Evento para toda família
● Praça de alimentação
● Sorteio de 4 Bikes e diversos brindes
● Aulas de Ritmos
● Bicicross infantil
● Trilhas abertas
● Espaço Kids com parque inflável
● Shows, DJ

 

História de Brasília

Esta notícia é muito boa, porque entre a 108 e 308 os carros continuam trafegando, com prejuízo para os moradores dos blocos de frente para a estrada improvisada. (Publicada em 08.03.1962)

Lei de Talião

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Charge do Alpino

 

          Depois da imensa alegria que os brasileiros irão sentir com o retorno da alma mais honesta deste país, nada melhor do que assistir também o retorno dos mais eficientes e probos políticos que essa nação já teve. Com a reformulação ou a anulação, pura e simples, da antiga e draconiana Lei de Improbidade Administrativa, os brasileiros e, mais particularmente, os brasilienses podem comemorar agora o retorno de personagens, que algumas leis mais radicais recomendavam serem afastados da vida pública.

          Com os Poderes Executivo e Legislativo, tanto no âmbito federal como estaduais, voltando a receber esses verdadeiros homens públicos, que foram cassados, sem dó nem piedade, por leis e julgamentos rigorosos, e, diga-se de passagem, levados a cabo pelo injusto clamor popular, o país poderá, enfim, dar prosseguimento às reformas tão necessárias para esse novo tempo que se anuncia.

          A começar pela reforma do foro privilegiado, dando ampliação, sem limites para essas prerrogativas, livrando esses homens públicos das bisbilhotices e interferências da lei. Para tanto, essas prerrogativas devem ser estendidas também para todos os familiares e pessoas do entorno imediato desses políticos, acabando com essa novela de perseguição aos nossos homens públicos.

          Com isso, essa leva de políticos, que agora retorna, poderá trabalhar sem os atropelos e longe dos humores ciclotímicos das leis brasileiras. Mesmo a questão de prisão em segunda instância deve ser revista, quiçá tornando impossível que os nossos valorosos políticos, que agora reassumem, sejam molestados legalmente por seus afazeres em favor da nação.

         O teto dos gastos públicos, uma medida que colocava freios e limites à ação desses gestores políticos, é outra providência que deve ser imediatamente abolida, deixando que esses valorosos homens públicos, que sabem muito bem que destino dar ao dinheiro do pagador de impostos, invistam em projetos que considerem melhor para todos.

         Uma outra ação de grande relevância, e que traria tranquilidade a esses gestores em seu regresso ao poder, seria tornar a ação desses políticos, durante todo seus mandatos, inimputáveis e fora do alcance das leis ordinárias, para dar maior liberdade de ação a esses personagens tão significativos para a vida dos brasileiros. Receber esses e outros políticos que foram perseguidos e afastados por uma verdadeira versão brasileira da Lei de Talião é mais do que um dever cívico, é uma obrigação humana!

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O maior obstáculo à descoberta não é a ignorância – é a ilusão do conhecimento.

Daniel J. Boorstin

Daniel J. Boorstin. Foto: loc.gov

 

Liberdade de expressão

Publicado, no portal Migalhas, a posição do Brasil em termos de liberdade de imprensa. O país aparece no 110° lugar no Ranking Mundial. O estudo foi elaborado pela ONG Repórteres sem Fronteiras.

Charge: revistaforum.com

 

Tolhida

Quem imaginaria que uma juíza eleitoral gaúcha caracterizasse a Bandeira Nacional como “um lado da política”. Empresário Luciano Hang aproveitou a deixa para turbinar a venda das bandeiras por baixo custo. Só falta agora proibir o uso da bandeira do Brasil em tempos de eleição.

 

Âmbito jornalístico

Thalita do Valle foi uma das brasileiras que perdeu a vida durante a guerra. Tropas russas invadiram a Ucrânia e a modelo, militar e estudante de Direito, não conseguiu sobreviver. Dentro desse quadro de sofrimento, a professora e jornalista Heloisa Preis traz uma abertura para discussão sobre  a perda da força midiática na guerra e a importância do trabalho voluntário.

 

Redação

Estão abertas as inscrições para os estudantes concorrerem na 12ª edição do Concurso de Desenho e Redação 2022 da Controladoria-Geral da União – CGU. Com o tema “Conversando a gente se entende!”, as inscrições e envio dos trabalhos podem ser realizadas até 28 de agosto.

Cartaz: Divulgação

 

Hoje

Estampada em comerciais e avenidas de várias cidades da Bahia, a foto de Janiel Sacramento mostrava que todo sonho é possível de ser realizado. Bahia. Com 18 anos de idade, crescido em uma comunidade quilombola da cidade de Camamu, Janiel passou no vestibular de Medicina da Universidade Estadual de Santa Cruz. Hoje, tenta se manter no curso, que custa caro demais.

Foto: Arquivo pessoal/Janiel Sacramento

 

Incoerências democráticas

Renan Ramalho pontuou 3 incoerências no discurso do candidato Lula em restabelecer a democracia: Os escândalos de corrupção, a simpatia com líderes autoritários mundo afora e as tentativas de “regulamentar” os meios de comunicação, incluindo, agora, a internet e as redes sociais. Alguém explica?

Charge do Jindelt

 

História de Brasília

Uma boa solução para o caso dos jardins que estão sendo pisados pelo público, principalmente em frente às estações de TV, seria a colocação de pedras fazendo uma passagem. (Publicada em 02.03.1962)

Quanta felicidade

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Charge publicada no jornal argentino La Nación

 

          Nem dá para imaginar a alegria com que os cidadãos aguardam o retorno do ex-presidente Lula à Presidência do país, trazendo consigo toda a sua já conhecida e eficiente equipe. O Brasil, por certo, será outro. Ficamos a imaginar a Praça dos Três Poderes toda ocupada por bandeiras vermelhas do Partido dos Trabalhadores, do Movimento Sem-Terra e dos Movimento Estudantis, Sindicatos, todos festejando a volta do ex-presidente. Nessa cerimônia grandiosa, estarão presentes também todos os personagens ilustres, que, nos últimos anos, foram maldosamente desprestigiados como os presidentes dos mais democráticos países da América Latina, como a Venezuela, a Nicarágua, Cuba, Argentina, e outros como o presidente do México e de tantos países governados pela esquerda.

          Por certo, o cidadão de bem, aquele que acorda cedo e vai sacolejando nos transportes públicos e que hoje paga alta taxas de impostos, também estará comemorando o retorno desse que é o pai dos pobres e dos desassistidos, e que foi injustamente perseguido pelo tirânico ex-juiz, Sérgio Moro, num julgamento todo ele incorreto e parcial.

          Do exterior, tem surgido as mais contundentes mensagens de apoio, como do ex-deputado Jean Wyllys, que teve que renunciar ao mandato para não ser morto e que agora anuncia que retornará para ajudar o futuro da nação. Diria o filósofo de Mondubim, “Quantas notícias formidáveis!”.

          Pensar que todo aquele injusto e penoso processo da Lava Jato, do Mensalão e de outros do mesmo gênero, que tantos males causaram a todos os envolvidos, serão revistos e anulados, com a devolução dos bens e do dinheiro confiscado, com juros e correção. Também serão ressarcidos todos aqueles que foram caluniados, principalmente o ex-presidente Lula, acusado por gente sem coração como o ex-procurador Deltan Dellagnol.

           Mal dá para esperar que a Gleisi Hoffmann volte a ocupar a Casa Civil, onde irá cuidar das importantes ações no campo da política. Também é com grande entusiasmo que a população irá receber de volta personagens ilustres como o ex-ministro Guido Mantega ou o ex-ministro Paulo Bernardo, que, juntamente com a Gleisi, foram maldosamente acusados de desviar dinheiro dos aposentados.

         Também estarão em êxtase os funcionários da Caixa, dos Correios, Petrobras e do Banco do Brasil e todos os trabalhadores que terão, finalmente, seus fundos de pensão valorizados e bem distribuídos. Em festa, estarão também os milhares de presos em todo o país, que foram postos nessa condição pela perversidade de uma sociedade indiferente aos problemas sociais. Por certo, no novo governo Lula, estes e outros trabalhadores perseguidos pelas elites serão postos em liberdade e compensados pelas injustiças sofridas.

          Com todo esse entusiasmo, virão também novos componentes para a Suprema Corte, todos eles muito afinados com esse novo Brasil que se anuncia. As universidades finalmente terão a paz que sempre almejaram e vão poder dar prosseguimento ao excelente padrão de educação que sempre fizeram jus. Também as escolas públicas poderão retomar as magníficas diretrizes educacionais, com a volta da escola com partido, do retorno das políticas de gênero e todo um manancial extraordinário de medidas pedagógicas com vistas ao engrandecimento do partido.

         É preciso lembrar que esse retorno só estará completo após a punição exemplar de todos aqueles que ousaram acusar ou apontar o dedo para o grande líder. O brasileiro já nem consegue esconder toda a sua expectativa para esse grande dia, quando parte da imprensa será finalmente regulada, para que aprenda, de uma vez por todas, a não falar mal de seus líderes. Que venha logo esse glorioso dia para que o Brasil, como diz, nosso grande guia, volte a sorrir.

A frase que foi pronunciada:  

“Por mais iludido que você seja, sempre haverá um iludido maior para achar que você não o é.” 

Emprestado de Millôr Fernandes

Millôr Fernandes. Foto: Daniela Dacorso/Bravo (exame.abril.com)

Conhecimento

Vale conferir o webinar mediado por Alexandre Garcia, do Instituto Villas Bôas. Os assuntos sugeridos são: “Mineração na Amazônia e os inimigos invisíveis”, com Antonio Feijão, geólogo, advogado e presidente da Fundação Amazônica de Migrações e Meio Ambiente (Finama) e “A Amazônia que os satélites não conseguem ver: o extrativismo mineral sustentável, um sonho possível”, com Marcelo Norkey, garimpeiro e conselheiro de unidades de conservação no Pará. Disponível no link 4º webinar do Instituto General Villas Boas.

Opinião

Fiquem atentos. Pesquisas que indicam tendências dificilmente apontam, por antecipação, vitoriosos. Ajudam a nortear campanhas. Elas se aproximam de alguns resultados, mas não conseguem captar, no cenário real, os acasos e as incertezas no comportamento humano. Esse é um extrato da análise do professor e jornalista Aylê-Salassié Filgueiras Quintão, sobre as eleições. Leia o artigo completo a seguir.

Foto: camara.leg

“Não haverá nem segundo turno”: Cuidado com a aritmética!

Aylê-Salassié Filgueiras Quintão*
 
– Êta!…Então a eleição está ganha!. Lula tem 42 por cento da preferência  do eleitorado nacional e Bolsonaro 36 por cento, apontam as pesquisas.  Não é bem assim. Pesquisas divulgadas com antecedência tem o mesmo propósito de uma  propaganda explícita.   Pretende   fazer o eleitor acreditar que  aquele  candidato já está eleito. Uma falsa indução. A premissa condutora é a de  “não se vota em candidato previamente derrotado” . O Tribunal Superior Eleitoral  (TSE), por alguma conveniência,  faz de conta que não vê.
Nada mais enganoso que essa aritmética absolutizada, mesmo que   esteja assinada por um grande instituto de pesquisa. Existem mais de 100 no Brasil. Alguns copiando os resultados dos outros, e alguns vendendo opiniões. Assim, foi em eleições anteriores e, nesta próxima, não parece  diferente.
As indicações de resultados prévios entre   Aécio e Dilma,  Bolsonaro e Haddad e em alguns estados marcaram  grandes enganos das pesquisas. O candidato que lidera as pesquisas, na maioria dessas disputas é quase sempre atropelado no final,  embora até o última momento as pesquisas   o indiquem como potencial  vencedor. Em geral, os institutos de pesquisa concentram-se em dois dos candidatos com  melhores resultados, com vistas a um segundo turno ou não. Há pesquisas tendenciosas cujas conclusões  vem acompanhadas da afirmação – verdadeira pregação – de que  “Não haverá nem segundo turno!”. 
 Esquecem-se dos votos dos candidatos pouco citados, dos votos nulos e brancos – já chegaram a 20 %  dos votantes – , dos indecisos que podem mudar o voto na última hora (está ainda em 4 %) e dos ausentes. Somados chegam a milhões de eleitores. Existem  estudos no campo da política eleitoral,  mostrando que, o número de votos perdidos pelo eleitorado  é maior que os       conquistados pelos eleitos: em geral, mais de 50 %. Dir-se-ia que se trata de uma performance democrática.
Fiquem atentos. Pesquisas indicam tendências, dificilmente apontam, por antecipação,  vitoriosos. Ajudam a nortear campanhas.  Elas se aproximam  de alguns resultados, mas não conseguem captar no cenário real os acasos e as incertezas no comportamento humano. Nunca se sabe  tudo da pesquisa, embora, por exigência do TSE, ao serem registradas , as pesquisas  são obrigadas a revelar os métodos  usados , o período e os objetivos a serem alcançados.  
Os maiores interessados  em conhecer resultados prévios das pesquisas eleitorais são os  empresários, atentos ao futuro da economia e, por extensão,  dos seus negócios.  Mal concluída uma eleição, os políticos distribuem os cargos para os cabos eleitorais, e já estão preocupados com a próxima. Os empresários não são assim. Para eles, cada eleição é um drama ou uma solução para os investimentos.  Por isso, financiam pesquisas eleitorais, como álibi, para conhecer as tendências  e fazer projeções sobre  a nova política econômica. Daí aqueles financiamentos de campanha  tentando fortalecer os candidatos que mais compactuam com seus propósitos empresariais ou os que mais tem chance de sair vitoriosos das eleições.
Os empresários não estão nem aí para os partidos. O fulano, sendo eleito, vai abrir a economia à busca do desenvolvimento, conceder estímulos e isenções fiscais;  o outro vai exercer um controle fiscal rigoroso para equilibrar as contas públicas e os empresários e empreendimentos em andamento serão suas vítimas.  A equação é simples. O resto é pantomina. Por isso as mudanças  no Brasil  são lentas: Primeiro o meu, depois o do Abreu.
Após a eleição de Obama nos Estados Unidos, amparada nas redes sociais digitais, houve grandes mudanças na estrutura das campanhas, mas por aqui centenas de candidatos ainda dependem da propaganda analógica e dos Correios para comunicar-se com os eleitores.  Se este for o caso, não confie que terá êxito. As pesquisas tem seus problemas e nos Correios existe  uma militância não expressa que interrompe qualquer processo eleitoral. Ninguém sabe, ninguém viu : o certo e que a correspondência eleitoral – pesquisas, cartas, folders, santinhos e até cartazes costumam não chegar, ou se chegam, os prazos já venceram. Existem regras, manuais operacionais, mas os servidores são distópicos, agem organicamente, quase sempre em sentido contrário, acho que nem  sempre por opção ideológica, mas disposição mesmo para o trabalho. Tem regras e ritmos próprios. 
Na verdade, pesquisas eleitorais são mesmo é um bom negócio, quando não trabalham para candidatos caloteiros. Quase  todos o são . Se perdem a eleição, não pagam as contas. A Rede Globo conseguiu, certa vez, financiamento para  acompanhamento prévio do resultado das eleições presidenciais no Brasil, fazendo  boca de urna (proibida)   nas maiores cidades do País. Usou duas estratégias: selecionou aqueles colégios eleitorais mais representativos  e ouviu o eleitor no momento em que  ele acabava de dar seu voto. Resultado: acertou em cheio, e divulgou  o resultado no mesmo dia, usando inclusive seus comentaristas políticos para dar legitimidade pública. Onde chegamos: o sistema Globo esteve próximo de dirigir o País. Seus proprietários, diretores, repórteres, atores e atrizes ainda são cortejados por aí
Foi o maior vexame para o TSE, que demorava quase uma semana para anunciar os resultados das eleições . Digamos que esses eventos não mais seriam possíveis, e  que as pesquisas que estão sendo divulgadas até agora  são todas duvidosas: Lula tem 42 % dos votos; Bolsonaro, 36%,  Ciro tem 9%, a Tebet ( de um dos maiores partidos do País) 4%  . O Data Folha divulgou recentemente uma nova provocação :  12 %, pelo menos, do eleitorado decide mesmo em quem votar quando está, de fato, em frente  ao desafio de uma  urna. Fiquem espertos . Até aqui a aritmética não bateu.
*Jornalista e professor

História de Brasília

Todos os dias de manhã, um ônibus da Fundação Brasil Central faz uma contra-mão à altura do edíficio da Câmara dos Deputados, virando à direita, no Eixo Monumental, em direção ao Bloco 11. No dia em que houver um desastre, surgirão, então, as explicações, mas aí já será tarde demais. (Publicada em 02.03.1962)

Criando corvos

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Charge: domacedo.blogspot

 

             Alertas feitos este mês pela cúpula dirigente dos serviços secretos da Inglaterra, MI5, e dos Estados Unidos, FBI, vêm chamando a atenção de muitos governos, mundo afora, para os sérios riscos que correm os países ocidentais, por conta da avassaladora expansão chinesa, cujos objetivos escondem propósitos que vão muito além das relações comerciais.

            De acordo com os diretores do FBI, Cristopher Wray, e do MI5, Ken Mcllum, em comunicado durante um evento em Londres, existe, com essa expansão acelerada e que segue, à risca, as diretrizes traçadas pelos altos dirigentes do Partido Comunista Chinês (PCC), além de uma preocupante ameaça econômica, uma ameaça à segurança de muitos países, pelo modo perigoso como essa expansão vem sendo praticada, onde o roubo de propriedades intelectuais e a espionagem são práticas comuns já constatadas.

            Além disso os chineses, ou aqueles que participam diretamente desse verdadeiro programa de dominação e submissão do Ocidente, têm feito movimentos e ações que buscam, sobretudo, influenciar a política interna em muitos desses países. Quem conhece de perto a capacidade dos chineses em copiar, sem cerimônias, os produtos e a tecnologia do Ocidente, não tem dúvidas sobre os objetivos que essa expansão mercantil esconde de todos.

            O roubo de tecnologia pelos chineses se dá em vários segmentos da indústria. Ao mesmo tempo em que usam de práticas condenáveis, o governo daquele país do Oriente vem adotando uma série de providências para proteger e blindar sua economia interna de futuras sanções, que, por certo, virão um dia. Recentemente, e só à guisa de ilustração, os chineses apresentaram, no concorrido mercado automobilístico internacional, uma cópia perfeita do Volkswagen, Fusca, um ícone da indústria alemã e um dos carros mais vendidos de toda a história.

            Batizado de ORA PUNK CAT, o Fusca, versão chinesa, embora com um novo motor elétrico, é uma cópia do modelo da VW, o que mostra a cara de pau dessa potência que almeja substituir os EUA e conquistar o planeta pelas beiradas. Segundo o diretor do MI5, o PCC não está interessado em liberdades democráticas apresentadas pelo Ocidente. Interessa aos chineses pesquisar nossos modelos e sistema democráticos, midiáticos e legais para usá-los ao seu modo e para ganho direto da elite política do PCC, que controla, com mão de ferro, aquele país.

            Uma vez roubado os segredos tecnológicos, o próximo passo que os chineses dão vão no sentido de minar os negócios dessas empresas, oferecendo produtos copiados a preços irrisórios e, com isso, dominando esse nicho de negócio. Para isso, não se intimidam em usar de todos os meios possíveis para obter informações, sejam espionando, copiando, subornando e interferindo, direta ou indiretamente, nos governos locais para atingir seus objetivos.

            Segundo os estudos ingleses, o próprio governo chinês recruta Hackers em grande escala, junto com uma rede global de agentes de inteligência, em busca de obter acesso a segredos das tecnologias que consideram mais importantes no momento. Aqui no Brasil, esse avanço se faz não apenas no setor agrícola e pecuário, mas sobre as indústrias também.

            Desde que o governo petista, sempre ele, em 2004, anunciou, com grande estardalhaço, que reconhecia a China como economia de mercado, ou seja, um país que respeitava os princípios éticos e as regras básicas de comércio, nossa economia vem sendo minada e destruída, tijolo por tijolo. Fábricas têxteis, de celulose, de maquinário, calçados e muitas outras simplesmente fecharam as portas e demitiram, por não suportar a concorrência desleal com os produtos chineses, sempre vistos como mais baratos e também de menor qualidade.

            Naquela ocasião, o então presidente Lula, inebriado com o que parecia ser uma grande conquista de seu governo e uma diretriz básica de seu partido para reunificar as esquerdas de todo o mundo, declarou que, com aquele gesto, o Brasil dava uma demonstração de que essa relação estratégica era para valer. Demonstrava a prioridade que seu governo, leia-se seu partido, devotava às relações entre China e Brasil.

            No mesmo tom, o então chefe máximo do Partido Comunista Chinês, Hu Jintao, que viera para o Brasil especialmente para se certificar, de perto, de que esse reconhecimento seria de fato selado, depois de forte pressão, respondeu, ao discurso de seu colega de ideologia, que essa postura do Brasil iria criar as condições para uma relação estratégica e muito mais rica e que iria também favorecer a cooperação econômica e comercial entre esses dois países. Note-se que, em ambos discursos, tanto o governo Lula quanto o de seu colega chinês usam a expressão “estratégica” para definir a avaliação que cada um dos mandatários fazia desse acordo.

Pelo lado brasileiro, a expressão “estratégica”, contida no discurso de euforia de Lula, possuía um significado que unia elementos de uma ideologia utópica e orientada a reerguer o Muro de Berlim, derrubado alguns anos antes, juntamente com uma vitória do próprio partido, que, com esse gesto, fortalecia sua presença no mundo das esquerdas, abrindo, simultaneamente, espaço para a entrada massiva de um regime dessa orientação nos negócios brasileiros.

            Não se sabe ainda com exatidão que benefícios diretos, do tipo utilitarista e argentário, o Partido dos Trabalhadores colheu desse acordo exótico, já que, em todos os “negócios” envolvendo o Estado Brasileiro, essa sigla encontrou meios de obter altos lucros indevidos e enviesados. Pelo lado chinês, a expressão “estratégia”, contida no discurso do chefe do PCC, tinha o significado próprio dado por aquele governo a todos os outros acordos e negócios feitos com o resto do planeta, sobretudo com os países do terceiro mundo, onde o lucro máximo com riscos mínimos é sempre a fórmula acordada.

            O Brasil, que hoje é um dos principais fornecedores de alimento para a China, corre o risco paradoxal de, nessa posição e nessa parceria inusual, vir a ser literalmente engolido pelo governo chinês, sem sequer dar contas dessa situação ameaçadora. O caso aqui se parece com aquele empregado de um zoológico, que mesmo cumprindo com sua obrigação diária de alimentar o tigre enjaulado, corre risco de morte diariamente, caso o animal escape das grades. O filósofo de Mondubim já alertava: “crie corvos e eles arrancarão seus olhos.”

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se a China quer ser um ator construtivo e ativo na economia mundial, tem que respeitar os direitos de propriedade intelectual ou torna praticamente impossível fazer negócios com eles.”

Dan Glickman

Dan Glickman. Foto: Getty Images / Ray Mickshaw

 

História de Brasília

Todos os dias de manhã, um ônibus da Fundação Brasil Central faz uma contra-mão à altura do edíficio da Câmara dos Deputados, virando à direita, no Eixo Monumental, em direção ao Bloco 11. (Publicada em 02.03.1962)

Motivo de piada

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Ilustração: otambosi.blogspot.com

 

         Exercitar o engenho e as artes da política, ao contrário do que pensam os vivaldinos e outros espertalhões, que transformam esse importante instrumento das boas relações humanas em algo sem valia, não é para qualquer um. Exige, além de expertise nesse mister, talento, bagagem cultural e intelectual e uma boa dose de humanismo e ética. Sem esses atributos, fica-se apenas na pequena política, de olho em posições e vantagens, voltada para satisfação do próprio ego, alheio ao mundo em redor.

         É desse mal que padecemos e que nos torna eternos prisioneiros de um subdesenvolvimento crônico e sem sentido. Quando essa deficiência política se estende para além dos assuntos internos e passa a abarcar também os interesses do país no campo internacional, o que se tem é a ruína completa de todo o edifício do Estado e de seu entorno. Saber que países jamais estabelecem laços de amizade e sim relações de interesses econômicos e estratégicos é uma das primeiras lições a serem aprendidas. Os amigos do Brasil são, em primeiríssimo lugar, para os brasileiros e para os que aqui vieram com suas famílias começarem uma vida nova e estão aqui para somar. De resto, o que se tem são interesses, inclusive os mais inconfessáveis. Acreditar, como fez o atual governo, que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, era seu amigo particular e de seus filhos foi não só um engano, como um perigo para o Brasil. Do mesmo modo, crer que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nutre laços de amizade fraternal e de apreço pelo atual governo e pelos brasileiros é de uma ingenuidade sem par.

          Putin tem tanta simpatia e amizade com o atual governo e o Brasil, como teve com a Ucrânia, que invadiu e vem destruindo, tijolo por tijolo, matando civis e riscando aquele país, outrora uma nação independente. Observem que, nesse caso, assim como os russos, os ucranianos possuíam, com o invasor, uma história comum e até laços consanguíneos. Nada disso prevaleceu.

         Encontrar vantagens em preços de fertilizantes NPK, como nitrogenados, fosfatados e potássicos, que o Brasil passou a importar da Rússia ou a compra de diesel, como vem sendo negociado agora, é um passo no escuro, como tem alertado aqueles que realmente entendem do xadrez das relações internacionais.

         Comercializar abertamente com um país que está na mira do mundo por seu procedimento arrivista e bélico e que pode, na sequência, levar toda a Europa e o planeta para um guerra sem precedentes, é outra demonstração de um infantilismo político e perigoso. Burlar as sanções justas contra a Rússia é se colocar ao lado do agressor e contra as demais nações democráticas, assumindo o lado errado da história.

          Com o ex-presidente e agora candidato Lula, ocorriam os mesmos erros na condução da política externa. Também o demiurgo de Garanhuns acreditava ser o rei da cocada preta. Suas amizades com os espertos irmãos Castros, com Evo Morales, Hugo Chaves e outros ditadores da América Latina, a quem chamava de “irmãos”, custou bilhões de reais aos contribuintes brasileiros, que deles só obtiveram o calote, puro e simples. Podemos imaginar aqui as risadas que esses personagens da tirania latina davam, entre baforadas de charuto, zombando da grande trapaça que aplicaram no brasileiro Lula, em nome de um socialismo que nem eles, nem ninguém mais acredita.

         Não fosse pela alternância de poder e outros atropelos, como o impeachment contra Dilma, esses falsos camaradas de chanchadas, metidos em seus uniformes militares de fantasia, teriam levado até as cuecas dos brasileiros, tudo em nome do socialismo do século XXI.

A frase que foi pronunciada:

“Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e oficial, em uma palavra, opressores e oprimidos, estavam em constante oposição um ao outro, travavam uma luta ininterrupta, ora oculta, ora aberta, que cada vez terminava, ou na reconstituição revolucionária da sociedade em geral, ou na ruína comum das classes em conflito”.

Karl Marx, O Manifesto Comunista

Retrato de Karl Marx (1818–1883). Foto: John Jabez Edwin Mayall – Instituto Internacional de História Social.

 

De graça

Sempre valorizando a arte e a comunidade brasiliense, a Casa Thomas Jefferson apresenta, no programa Sexta Musical, as Obras para Violão de Guerra-Peixe interpretadas pelo violonista Álvaro Henrique, “conhecido por se apropriar da música como forma de comunicação. O concerto será às 20 h, na Thomas da 706/906 Sul.

Violonista Alvaro Henrique toca obras de César Guerra-Peixe no palco do CTJ Hall

Com entrada gratuita, espetáculo será nesta sexta-feira (15), às 20h, na Casa Thomas Jefferson da SEP Sul 706/906

Nesta semana, as Sextas Musicais apresentam ao público o espetáculo Obras para Violão de César Guerra-Peixe. No palco do CTJ Hall, na Casa Thomas Jefferson da SEP Sul 706/906, peças do renomado compositor brasileiro (1914-1993) serão interpretadas pelo versátil violonista Alvaro Henrique, conhecido por se apropriar da música como uma força de comunicação. O espetáculo, nesta sexta (15), às 20h, tem entrada gratuita.

A apresentação terá também transmissão ao vivo pelo YouTube do centro binacional, que conta com o apoio da Embaixada dos EUA na realização de seus eventos culturais. Dessa forma, esse patrimônio de belas apresentações musicais permanecerá disponível online.

Sobre César Guerra-Peixe

César Guerra-Peixe foi o primeiro a se formar como compositor no Conservatório Brasileiro de Música (1944). Em seguida foi estudar com Koellreuter e mesclou serialismo com nacionalismo. Abandonou o serialismo em 1949. Viveu em Recife de  1948 a 1950. Participou do Movimento Armorial.

Guerra-Peixe começou a escrever para violão após retornar ao nacionalismo. Sua primeira peça para o instrumento mistura serialismo com nacionalismo, a Suíte para violão sua Sonata para violão é a primeira sonata para o instrumento feita por um brasileiro. Desenvolvidos a partir de uma trilha sonora que ele escreveu, seus 5 Prelúdios exploram muito cordas soltas com arpejos ao longo do braço do violão. 

A maior parte de sua obra para violão é para iniciantes, como o Caderno de Mariza, as Breves, e as Lúdicas (de Ludos, diversão em Grego). Peixinhos da Guiné é uma composição a partir de uma canção folclórica.

Sobre Alvaro Henrique  

Alvaro Henrique, violonista, percorreu uma longa trajetória para se tornar um intérprete bem incomum. Iniciou seus estudos musicais como um adolescente muito tímido que tinha dificuldade de interagir com outras pessoas. Seu pai pensou que tocar um instrumento ajudaria. Alvaro não estava interessado até ouvir o violão. Alguns dias depois, ele começou a estudar o violão clássico. 

Por sorte, Alvaro entrou numa escola de música que o encorajou bastante a tocar em público. Então, desde o início, notou que a música poderia ser sua forma de se comunicar e se conectar com outras pessoas. Ele podia expressar o que sentia – o que todos sentimos e precisamos dizer – com música em vez de palavras. Portanto, a música é, para Alvaro Henrique, uma linguagem que usa para se comunicar com as pessoas. Todo seu trabalho artístico é baseado nisso, seja pesquisando a expressividade musical (na sua dissertação de mestrado), seja programando recitais que conectam as plateias com um mundo de emoções e histórias que incendeiam ideias, conversas, e significados. Os programas de recital de Alvaro Henrique incluem vários instrumentos de cordas dedilhadas cobrindo uma vasta gama de histórias e culturas. 

Ele toca a antiga vihuela, o violão barroco ateorbado, o violão do século XIX e, claro, o violão moderno. Seu repertório flexível permite apresentações com cinco séculos de música e culturas. 

Alvaro Henrique também estreou obras de vários compositores, como Mario Ferraro e Ernest Mahle. Ele toca obras de Villa-Lobos, Scarlatti,Tárrega e Guerra-Peixe, assim como transcrições surpreendentes de obras de Tchaikovsky e Stravinsky. 

Como solista de orquestra, já se apresentou no Brasil com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro e com a Orquestra de Cordas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, assim como na Finlândia com a Vaasa Sinfonietta. Estreou 5 concertos, e trabalhou com os regentes Julio Medaglia, Ville Mankkinen, Angelo Cavallaro, dentre outros. 

Com um interesse especial em arte que provoca mudanças, os projetos de Alvaro incluem a encomenda de obras sobre temas sociais. São exemplos o Concerto Que Todos os Ditadores Caiam, de Jean Goldenbaum (inspirado na Primavera Árabe), e Brasília 50, de Jorge Antunes (uma obra para violão e sons pré-gravados que descrevem eventos históricos que ocorreram de 1960 a 2010). 

Comprometido a auxiliar a plateia a realizar conexões significativas com a música, Alvaro com frequência realiza concertos didáticos e aulas-espetáculos em escolas, centros comunitários e asilos. 

Conhecido pelo drama e humor de suas performances, além de suas presença de palco com a plateia, Henrique viajou por 15 países e lançou dois álbuns solo e um DVD. 

Alvaro Henrique é bacharel em violão pela Universidade de São Paulo (USP), possui diploma de Kunstliche Ausbildung pela Hochschule für Musik Nürnberg (Alemanha) e é mestre em música pela Universidade de Brasília. Entre seus principais professores, estão Franz Halasz, Alvise Migotto, Bohumil Med e Zilmar Gustavo Costa. Os recitais, concertos, e gravações de Alvaro Henrique mostram a música primeiramente como uma força de comunicação, e cada projeto transmite uma mensagem.

 O programa do espetáculo:

 – Suíte para violão (5 min): serial + nacional.

 – Sonata para violão (13 min): a obra-prima que você ainda não conhece.

 – Prelúdios 4 and 5 (4 min): uma aula de orquestração com cordas soltas

 – Violão a Bordo, do Caderno de Mariza (2 min): fácil pode ser bonito.

 – Breves II (2 min): música para iniciantes com cara de música.

 – Lúdicas 4 (Berimbau) (2 min): a melhor representação no violão.

A Casa Thomas Jefferson e Brasília

A história da Casa Thomas Jefferson se mistura com a de Brasília. O centro binacional, entidade sem fins lucrativos, foi criado na capital federal para contribuir para o desenvolvimento dos habitantes por meio de experiências singulares em cultura e educação. Idealizada desde a inauguração da cidade por um grupo formado por brasileiros e norte-americanos, iniciou as suas atividades em 1963, modestamente, em salas comerciais na Quadra 510 da W3 Sul e segue fiel ao seu estatuto e compromisso com a sociedade.

A série Sextas Musicais destaca-se no cenário de Brasília e do Brasil e pode ser considerada um patrimônio imaterial da capital por sua contribuição à sociedade, às instituições e à comunidade artística. A excelência em todas as áreas em que a Casa Thomas Jefferson adquiriu ao longo de seis décadas e que agora é expandida para outras cidades no Brasil deve ser considerada, com legitimidade, típica e oriunda de Brasília para o Brasil.

Sobre as Sextas Musicais

As Sextas Musicais são um tradicional evento de Brasília. Desde 1987, a Casa Thomas Jefferson realiza esses concertos gratuitos e com classificação indicativa livre, mantendo-se fiel à missão de conectar e transformar vidas através de gerações por meio de experiências singulares.

Desde 2020, com a pandemia do novo coronavírus, a Casa Thomas Jefferson adaptou as apresentações para o formato on live streaming. Com produção requintada, qualidade de captação e transmissão de som e imagem, as Sextas Musicais demonstram o compromisso e o respeito do centro binacional com os artistas profissionais da música que dedicam suas vidas ao estudo e à performance musical e ao público.

Serviço

Evento: Sextas Musicais com público presencial e transmissão ao vivo

Obras para Violão de César Guerra-Peixe

Alvaro Henrique, violonista

Data: 15 de julho de 2022

Horário: 20 horas

Local: CTJ HALL-Casa Thomas Jefferson – SEP-Sul 706/906

Classificação indicativa: Livre

Entrada gratuita

 

Mestrado

Em Harvard e Yale, está dando certo. Também a Universidade de Brasília passou a ministrar a matéria ‘Felicidade’. Como trazer a felicidade para a família, Medicina, Direito ou para qualquer profissão escolhida. Como chegar à felicidade com o compartilhamento. É um assunto novo e, dessa vez, positivo.

 

História de Brasília

Nêstes últimos dias, o gás engarrafado sofreu um aumento de 20,6%, o que constitui um record sôbre todos os aumentos anteriores. (Publicada em 02.03.1962)

Sem remorsos e sem intrigas

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Charge do Jindelt

 

         Quase sempre incorre em erro aqueles que, em matéria de discussões e de fatos políticos, buscam tirar conclusões apressadas. À ninguém é dado o condão de se colocar como juiz e árbitro, seja no que for, ainda mais quando o que está em pauta são debates acalorados, rixas e todo e qualquer acontecimento havido no mundo político.

         Em assunto desse tipo, o mais acertado e sensato é colocar-se no papel de espectador silente e desconfiado de tudo, até mesmo da sombra. Não há o preto no branco quando a questão é de cunho político. Tudo nesse campo possui a forma de uma densa fumaça, varrida pelo vento forte. O político, pelo menos no nosso caso, e parafraseando o poeta português Fernando Pessoa, é um fingidor.

         Finge tão completamente que chega a fingir que é verdade a mentira que lhe escapa por entre os dentes. Não é por outra que o também escritor realista português Eça de Queiroz dizia com propriedade: “Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.” Ao contrário dos animais domésticos, não se deve adotar político de estimação. Melhor é ficar longe deles, mantendo-os sempre ao alcance da vista.

         A situação de antagonismos e mesmo de violência vem num crescendo desde que, a partir de 2002, o então presidente Lula passou a dividir o Brasil em duas bandas opostas denominadas “nós e eles”. Foi depois dessa estratégica e metodológica cizânia política que a grande parte dos brasileiros, que ficou alijada do que seria o “nós”, buscou alternativas para não ficar politicamente órfão, principalmente depois de tudo o que assistiu.

          Foi nesse ponto que boa parte da população passou a perceber que todos os valores que mais prezava como família, ética, propriedade e diversas outras, tão caras e universais à dignidade humana, estavam simplesmente sendo solapadas a partir de seus alicerces, num processo perverso de corrosão social que visava apenas ao advento do caos e deste para a consolidação de uma ditadura do proletariado, conforme pregado nos longínquos anos sessenta do século passado.

         O que se vê hoje em forma de fezes lançadas do céu, bombas de lamas, assassinatos e outras sandices vem na esteira que diz: semear ventos e colher tempestades. Lula de fato acabou trombando com um adversário tão radical quanto ele próprio. Deu no que deu. O curioso é que ainda vemos, entre nós, a razia vazia das ideologias, como se elas fossem a ponte segura para atravessar a história do país. Como dizia o filósofo Millôr: “As ideologias quando ficam bem velhinhas vêm morar no Brasil”. O fato é que o leitor e principalmente o eleitor, que lê essa coluna desde sua fundação em 1960, já pode perceber que, ao longo de todas essas décadas, nunca nos guiamos por arautos da política, sejam eles de que cores forem. Do mesmo modo, nunca nos deixamos iludir por falações e outras verborrices regurgitadas a esmo. Usamos o cérebro e o subproduto deste que é a razão para guiarmos e enxergarmos o caminho a seguir.

         Num jogo de boliche, o que permite a bola derrubar todos os pinos numa única jogada é, além do fato dela possuir um desenho perfeitamente geométrico e sem arestas, ser lançada com precisão e força bem no centro desses pinos, dispersando-os igualmente para a esquerda e direita, não deixando nenhum de pé. Assim, pensamos nós, deve ser a imprensa, oposição centrada, capaz de atingir, indistintamente, um lado e outro. Sem remorsos e sem intrigas.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O desespero eu aguento. O que me apavora é essa esperança.”

Millôr Fernandes

Millôr Fernandes. Foto: Daniela Dacorso/Bravo (exame.abril.com)

 

Agência Senado

Dados do senador Paim, vice presidente da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados, mostram o seguinte: o Brasil registrou uma queda de 88,3% no número de refugiados em 2021, quando comparado ao ano anterior. Até o momento, o país tem refugiados de 77 nacionalidades, com Venezuela em primeiro lugar, representando 90,82% dos totais de casos. O número elevado em 2020 ocorreu em razão do fluxo de imigrantes da Venezuela durante a grave crise humanitária. A Síria ocupa o segundo lugar, com 3,91% e a República Democrática do Congo em terceiro, com 1,22% de refugiados

Foto: Getty Images/iStockphoto/direitos reservados

 

De olho

Já na Câmara dos Deputados, O PLN 17/22 autoriza mudar o credor da nota de empenho, durante os procedimentos contábeis relacionados à execução de restos a pagar não processados. Atualmente, no caso de impossibilidade de pagar um credor, é necessário cancelar a nota de empenho e emitir uma nova com o nome do outro credor. Por um lado, o deputado Carlos Henrique Gaguim defende a medida que vai retomar 28 mil obras inacabadas, e por outro, a deputada Adriana Ventura chama de lambança o fato de permitir que os restos a pagar sejam alterados, driblando a transparência.

Foto: congressonacional.leg

 

História de Brasília

O sr. Francisco Mangabeira está disposto a importar gás da Argentina, em troca de automóveis. O gás será utilizado para abastecimento doméstico, já que vindo daquele país poderá sair mais barato que o produzido no Brasil. (Publicada em 02.03.1962)