O Brasil vai melhorar

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Lula e Haddad (Fotos Roque de Sá/Agência Senado e Douglas Magno/AFP)
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/matheus-leitao/a-nova-crise-do-governo-lula-e-que-envolve-haddad

 

         Muito tem se falado e especulado sobre os entraves seculares ao desenvolvimento do país, reunidos num conjunto que passou a ser conhecido como Custo Brasil. Educação, saúde, segurança nas estradas, portos, aeroportos, ferrovias, burocracia, logística, energia e uma infinidade de setores mal resolvidos, o que tem adiado, sine die, o verdadeiro dia da independência dos brasileiros.

         As raízes dessas mazelas, perdidas nas brumas do tempo, possuem, contudo, uma ramificação comum, bem identificável e que sempre esteve presente ao longo de nossa história. Mesmo reconhecendo a inutilidade na busca de culpados por nosso compromisso com o futuro, não deixa de ser sintomático que, na origem de nossos males, figuram, em primeiro plano e isoladamente, nossas lideranças políticas. Não todas elas, mas a grande e significativa maioria. Desse modo, não é exagero afirmar que, à baixa qualidade de nossos representantes políticos, devemos todo nosso subdesenvolvimento.

         A razão dessa tragédia nacional situa-se muito além das características pessoais de cada um deles, totalmente alheios ao que se entende por espírito público. Ao reuni-los em núcleos maiores denominados partidos políticos, que nada mais são do que espécie de clube fechado, multiplicam-se suas forças, ao mesmo tempo em que se tornam impermeáveis às influências das ruas e de qualquer fiscalização externa. Excetuando os períodos monocráticos experimentados pela sociedade, não seria demais conjeturar que nossas urnas eleitorais, muito mais do que portais de entrada para o mundo da democracia, têm representado uma verdadeira caixa de Pandora, que uma vez aberta, libertam uma fila de pessoas sem soluções a apresentar.

         Ao Custo Brasil, agrega-se, como fundamental, o Custo Político. Esta sensação ficou ainda mais evidenciada para a população em geral com a eleição e as posses da nova legislatura e com a eleição e posse dos membros do Executivo. Em ambos os casos, houve o tradicional festejo dos eleitos, com seus familiares e apoiadores. Muita comida, muita bebida, tapinhas nas costas aos novos membros do clube que chegam. Tudo muito animado e distante, anos luz, da população, convidada apenas para bancar os festejos, cada vez mais caros, na forma de impostos crescentes.

         Há uma crise sendo anunciada e o problema maior é que não existe, no horizonte imediato observável, ninguém com a capacidade e credibilidade para chamar todos a razão, apaziguando o país. É em momentos assim que a nação necessita de personagens com a capacidade de liderança, guiando todos para o vale da concórdia. Se tivermos que aguardar o surgimento de lideranças, tal como tivemos durante a pandemia, estamos literalmente no sal e entregues à própria sorte.

         De fato, estamos todos numa espécie de vácuo ou deserto árido, de homens e ideias. É preciso, neste momento, dar o nome aos bois, mostrando a todos quem foram os verdadeiros atores a deflagrar essa crise.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Sentindo que Peter estava voltando, a Terra do Nunca acordou novamente para a vida. Devíamos usar o mais-perfeito e dizer acordado, mas acordado é melhor e sempre foi usado por Peter.”

James M. Barrie

James M. Barrie. Foto: Barrie, 1893 – Coleção Granger, Nova York

 

Incômodo

Veja, a seguir, o tamanho da construção misteriosa que brota às margens da mata ciliar no trecho 9 do SMLN, onde não há vizinhos. Já são 3 andares. Buscas dos moradores do trecho dão conta de que a venda do terreno foi feita pela Novacap. Há que se esclarecer.

Foto: Arquivo Pessoal

 

Barreira

Em várias cidades do país, não há cancela por onde passam os trens. As travessias são feitas quase sempre sem cuidado. Vale pensar em nova legislação que dê mais segurança para a população com o controle do fluxo.

 

Incrível

Quem procura acha. Há realmente passagens de avião para Goiânia, por exemplo, saindo de Brasília por R$128,42.

Foto: kayak.com

 

Lupa

Se todas as emendas saídas do parlamento brasileiro pudessem ser rastreadas pela população valeria mais a pena pagar os impostos. Assim, o que é obrigação de serviço pelo Estado teria a participação do contribuinte.

Charge do Cazo

 

História de Brasília

Firmado o convênio para a Construção em Brasília pela Novacap, do edifício do Itamarati. Tomara que não aconteça o que está acontecendo com o Banco do Brasil. O prédio está sendo construído e a diretoria que funcionava em Brasília, foi embora. (Publicado em 01.04.1962)

Pensar o Brasil

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Imagem: amazon.com

         Ante a perspectiva de o Brasil vir, uma vez mais, a tomar os rumos da estrada sinistra em obediência ao que estariam indicando as “infalíveis” urnas eletrônicas, nada mais útil do que, num gesto de consolo derradeiro, trazer à tona, aqui, não um alerta sobre os muitos malefícios dessa opção, já testada entre nós e em outras partes do mundo, e com os resultados que já conhecemos, mas a lembrança de que o Brasil, como um mau aluno, definitivamente, não quer aprender.

         Mesmo sendo objeto de profunda e criteriosa análise, em que seus males seculares foram devidamente esclarecidos e apontados um a um, ainda assim persiste, em nosso país, a tentação teimosa e inútil de reinventar uma espécie de roda que não gira. Com isso, seguimos parados ou em marcha ré contínua.

          Tivesse o país dado ouvidos ao que pregavam, há mais de meio século, personagens ilustres e dotadas de raciocínio ímpar e brilhante, por certo, as crises institucionais e econômicas cíclicas, que experienciamos nessas últimas décadas, não teriam existido. A insistência com que o Brasil fecha os ouvidos às admoestações clarividentes tem seu preço, na forma da continuidade de governos pouco ou nada afeitos a pensar.

         A frase que dizia: “é preciso pensar o Brasil” foi deixada de lado, por falta de pensadores. Faz falta, ao país, gente como Roberto Campos (1917-2001), cuja missão de vida foi justamente esta: estudar e esmiuçar o país, em busca de alternativas que o libertasse das mazelas e do labirinto do subdesenvolvimento crônico.

         Campos foi além de pensador, arguto. É dele a iniciativa de criação do Banco Central em 1965, quando era ministro do Planejamento, para agir nos ciclos inflacionários e deflacionários e que, em sua visão, deveria ser independente em relação aos governos de plantão, voltado exclusivamente para proteção da moeda, alheio às agitações políticas.

         O problema de ser demasiadamente sofisticado e avançado num país, muitas vezes governado por semianalfabetos, é que esse desnível intelectual acaba ou em invejas e perseguições, ou em banimento, puro e simples.

         Já nos anos sessenta, Roberto Campos tinha uma visão muito clara do que o Brasil necessitava para sair do impasse. Primeiro, mobilizar a poupança interna voltada para o investimento; seguido de uma redução na ineficiência desses investimentos; na sequência, reduzir a instabilidade das receitas de exportação. Por fim, treinar os brasileiros para o advento da civilização tecnológica e para a missão de liderar esses avanços e, obviamente, melhorar a qualidade do governo. É nesse último ponto que andamos às voltas, sendo obrigados, inclusive, a assistir a uma queda acentuada na qualidade de nossas lideranças. Nesse último quesito, andamos para trás, tanto que falar em qualidade soa demasiado despropositado.

         Lembrando aqui que Roberto Campos, chamado raivosamente pela esquerda de “Bob Fields”, foi deputado federal, senador, ministro, embaixador nos Estados Unidos e no Reino Unido, tendo participado da Constituição de 1988.

         Para um país de moucos, Campos pregava, no deserto, o livre mercado, o estabelecimento de um governo com contas ajustadas, onde haveria corte nos gastos improdutivos para permitir o aumento nos investimentos sociais, principalmente em educação, saúde e segurança. Insistia ele que o país reduzisse as barreiras comerciais, para expandir o mercado interno, além de estabelecer regras mais claras, simples e estáveis para regular o setor privado. Tudo o que ainda hoje tentamos fazer a conta gotas.

         Para os que hoje sonham com a volta da estatização da economia, com o governo controlando tudo, Campos advertia: “Há quatro características essenciais ao capitalismo: reconhecimento da propriedade privada, sinalização mediante o sistema de preços, livre acesso ao mercado pelos agentes econômicos e regras estáveis do jogo num Estado de direito”. Roberto Campos já alertava, sessenta anos atrás, que a causa da inflação era o gasto descontrolado do governo e a insistência com que tentava contornar esse problema através da emissão de moeda e de papeis ou letras do Tesouro.

          É preciso ressaltar aqui a íntima relação entre economia e política no Estado. Com isso, fica demonstrado que políticos medíocres induzem a economia, inevitavelmente, para a mediocridade, preferindo ser populistas a serem patriotas.

         No livro que Campos lançou, “A lanterna na Popa”, de 1994, em que perpassa cinquenta anos do Brasil ao longo do século XX, um calhamaço de 1460 páginas, e que logo se tornou um best seller clássico, Campos lembrava da frase de Coleridge: “A luz que a experiência nos dá é de uma lanterna na popa, que ilumina apenas as ondas que deixamos para trás”.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A mágica agora é o denuncismo do ‘pega corrupto’. Esquecemos as razões profundas da corrupção, a falência múltipla do Estado, obsoleto, corporativo, ocupado por interesses espúrios, cuja ineficiência tem por maiores vítimas, os pobres e indefesos.”

Dr. Roberto Campos

Roberto Campos. Foto: Bia Parreiras/EXAME

 

História de Brasília

Mais uma do “Gavião”: falta água quase todos os dias. Os reservatórios construídos não foram inaugurados. Ou melhor, foram, e não aprovaram, por causa da infiltração. As especificações da construção estavam erradas. (Publicada em 11.03.1962)

A maldição do ouro negro

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Charge do Cazo

 

          Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, repetia o filósofo de Mondubim, ecoando o bardo quinhentista Camões. Tal observação atemporal cabe muito bem no atual manequim da estatal dos combustíveis, a Petrobras. Criada para dar autonomia e independência ao país com relação aos derivados de petróleo, essa estatal tem tido muitos papeis ao longo das décadas. Alguns de importância estratégica, outros de interesse meramente político.

         Hoje, essa estatal parece ter se transformado numa autêntica dor de cabeça para o governo e para os brasileiros. O que essa empresa entrega com uma mão, por meio de impostos e dividendos, arranca com a outra, na forma de uma paridade injusta de preços dos seus produtos. Felizes com o desempenho econômico dessa empresa, estão apenas os acionistas e os diretores que gerenciam os negócios bilionários do ouro negro.

         Com o último reajuste, vindo na crista de inúmeros outros, elevando a gasolina em mais de 5% e o diesel em 14,26%, a política de preços da Petrobras conseguiu uma unanimidade contra si, ao se colocar entre o principal fator do crescimento da inflação.

         A gritaria tem sido geral, com todos acusando a empresa de praticar preços abusivos de olho apenas nos lucros e na rentabilidade dos acionistas e da cúpula dirigente. As discussões sobre a conduta gananciosa da Petrobras, já extrapolaram as salas de sua sede, no Rio de Janeiro, e passaram a ecoar por todo o país, principalmente em Brasília, onde, às vésperas das eleições gerais, o tema atingiu alta temperatura política.

         As ameaças vêm de todos os lados. O presidente da República, que até hoje parece não ter acertado um nome para a direção da estatal, depois de várias mudanças e de inúmeros apelos para que a empresa encontrasse uma fórmula de preços razoáveis, dentro da realidade nacional, perdeu a timidez e agora acusa a petroleira de traição.

         Na Câmara, seu presidente, Arthur Lira, promete não se opor à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mesmo que essa Comissão venha a se transformar num palanque privilegiado para as campanhas políticas. No meio dessa confusão, que vem se estendendo por anos, a oposição parece ter encontrado um gancho para pendurar seus argumentos contra o governo, esquecendo-se do que fez com a estatal, e que resultou na Operação Lava Jato e no chamado Petrolão.

          Há ainda ameaças, vindas de diversas partes, para que a taxação dos lucros da empresa seja revista para cima. Outras ameaças também são verbalizadas, como aquela que pretende entregar, ao alvitre da Agência Nacional do Petróleo (ANP), toda a política de preços referente à Petrobras. A crise dos preços dos derivados do petróleo, transformado em comodities e cotado, no mercado internacional, pela variação do preço do barril em dólar, encontrou internamente um país em séria crise, com o aumento da inflação e do número de famílias vivendo na pobreza.

         Há uma disparidade enorme entre os preços praticados internamente e o preço contado no exterior. Para um país continental e que tem, desde os anos cinquenta, calcado seu modelo de transporte por rodovias, o aumento do diesel é um tiro de morte na movimentação de cargas. Os caminhoneiros já estão acertando os ponteiros para deflagrar uma paralisação monstro, levando um complicador a mais em todo esse processo.

         A verdade é que o governo não possui todos os instrumentos legais para modificar a política de preços da empresa, mesmo sendo grande acionista. O pior é que qualquer intervenção mais brusca nessa empresa pode ocasionar, além de mais inflação, um risco de desabastecimento generalizado, elevando o termômetro da crise.

         A proximidade das eleições é ainda um fato de risco para toda essa crise de paridade de preços da Petrobras, já que induz, nos candidatos, a formulação de programas do tipo demagógico e populista que podem agravar ainda mais a relação dessa empresa no mercado interno. Sem concorrentes diretos internamente e dominando mais de oitenta por cento do mercado interno, a Petrobras continua fazendo ouvidos moucos a toda essa crise, indiferente ao que ocorre hoje no Brasil.

         Amparada por seus estatutos e movimentando-se ao sabor dos elevados preços desse produto no mercado internacional, a Petrobras enxerga ainda mais lucros com a aquisição de novas plataformas que virão, com as perspectivas do prolongamento da guerra no Leste europeu e outros fatores, todos eles distantes da realidade cotidiana do país.

         Trata-se aqui de uma empresa que cresceu, graças aos brasileiros, mas que hoje se mostra indiferente e até hostil àqueles que lhe deram vida. Como a principal fornecedora de combustível ao país, a Petrobras não se movimenta com base em conceitos como patriotismo, cidadania ou outros apelos do tipo sentimental. Seu objetivo é o lucro, não importando como obtê-lo. A maldição do ouro negro, que já atingiu muitos países mundo afora, parece ter encontrado agora um novo país para pôr de fora suas garras.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A Petrobras não será responsável ou obrigada pela transmissão ou acessibilidade de informações exatas, úteis ou disponíveis através do Portal e não será, também, responsável ou obrigada por qualquer transação ou decisões de investimentos feitas com base em tais informações.”

Retirada da página investidorpetrobras.com.br/politicas-e-termos-de-uso

Foto: André Motta de Souza/Agência Petrobras

 

História de Brasília

Termina fevereiro, e o ministério da Saúde não traz a vacina Sabin para Brasília. Vamos apelar agora para o dr. Fabio Rabelo. (Publicada em 01.03.1962)

Cobradores que não pagam o que devem

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Charge do Cazo

 

        Temos aqui ataques contra a população desde 1500. No nosso caso, não é outro país que comete esse ataque, é o próprio Estado brasileiro, na figura dos Três Poderes da República. Esses atores, de forma indisfarçada, vêm empreendendo o que seria uma guerra de dominação, invadindo a vida dos cidadãos e dela se apossando, para seu proveito. Para tanto, lançam, de sua artilharia pesada, aos que estão na planície, uma verdadeira saraivada de bombas, na forma de edição de medidas e interpretações de leis, que impõem a taxação crescente de impostos e tributos, de toda a ordem, que caem como chuva de obuses arrasando as possibilidades da população manter um padrão econômico mínimo e decente.

        Os mísseis, de uma carga tributária escorchante, parecem dotados de uma espécie de sensor que os guia diretamente sobre as classes sociais que se amontoam no sopé da pirâmide. Em última análise, esses Poderes, por suas prerrogativas que vão muito além da razoabilidade, acabam por sufocar os civis, numa luta desigual em que nem mesmo as leis escritas são capazes de pacificar.

        Com isso, garantem a perpetuação do status quo, com a manutenção e aumento dos privilégios, com proteções e regalias apenas àqueles que estão no controle do país. Aumentam os gastos públicos, não em investimento diretos para a nação, mas para dotar esses nichos de poder, instâncias semelhantes a paraísos, onde nenhuma crise é capaz de atingir. Se aumentam os preços dos combustíveis, em lógicas matemáticas diversas, os efeitos negativos nos alcançam, já que, por seus penduricalhos de proventos, estão cobertos por defesas do tipo vale combustível e outras armas.

        Para essa elite, entrincheirada em seus bunkers de luxo, aqui na capital e em outros estados, cabe à população arcar com as consequências das crises cíclicas que ela, diligentemente, fabrica. Trata-se de uma situação que, figurativamente, é também uma guerra, mas que vem perdurando por séculos e que está a se agravar, à medida que aumentam os gastos do governo e de cada Poder em particular.

        É, de fato, uma invasão não declarada, onde os áulicos possuem todas as mais sofisticadas armas. À população sob ataque permanente, resta se defender como pode. Para isso, vê-se obrigada a recorrer às armas que a criação possibilita, mantendo-se numa informalidade clandestina, onde tem que usar verdadeiras táticas de guerrilha, driblando imposições, fazendo gatos aqui e acolá, buscando meios de não ser lançada no abismo das regulações burocráticas, sugada por impostos e taxas sem fim.

        Tem-se aqui uma guerra na qual as armas desiguais acabam sempre por ferir os calcanhares daqueles que andam descalços. A sorte dos brasileiros, se é que se pode chamar isso de sorte, é que os próprios Poderes não se entendem entre si, o que torna uma ação conjunta e coordenada, do Estado contra a população, algo ainda distante e até impensável no momento.

 

A frase que foi pronunciada:

A maioria dos homens são maus juízes quando seus próprios interesses estão envolvidos.”

Aristóteles, séc. IV a.C.

Aristóteles. Foto: Creative Commons

Níveis prata e ouro

Milhões de inventariantes pelo país ficaram sem resposta do Banco Central em relação aos valores a receber pelo Banco Central. A Instituição avisa que, em situações que envolvem questões legais, operacionais e tecnológicas mais específicas – como falecidos ou pessoas com dificuldade de obter contas níveis prata ou ouro – serão tratadas na próxima fase do sistema. A data de início ainda será divulgada pelo Banco Central.

TJDFT

Uma das vantagens do trabalho à distancia recai sobre a Justiça. Casos de pequena causa são resolvidos com maior celeridade. Na página do TJDFT, o formulário para preenchimento fica disponível para a população, que o preenche no site. A data e hora da audiência é marcada e o link para a reunião no Teams é enviado por e-mail.

Foto: brasiliadefato.com.br

Alegria

Marcos Linhares comunica que a hora da arte voltar chegou. Anunciado o Chamamento Nacional de Brincantes, Mestras e Mestres. O Portal do Mamulengo convoca artistas de todo o Brasil para responderem à pesquisa do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e sua cadeia produtiva. Veja os detalhes a seguir.

–> Mestras e Mestres de todo o Brasil para responderem à pesquisa do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e sua cadeia produtiva pelo link https://bityli.com/jwKEl. Previsto para estar disponível para acesso a partir de 30 de março, o Portal (portaldomamulengo.com.br)  reunirá informações de mais de 100 mestres e novos brincantes, com dados, fotos, vídeos, tudo que for necessário para preservar a memória e a técnica centenária desse patrimônio imaterial brasileiro, que sobrevive desde os tempos coloniais.

O coordenador da campanha “Portal do Mamulengo” e diretor artístico e de criação da Cia Voar Teatro de Bonecos (sediada no Gama-DF) , Marco Augusto Rezende,  fala que o projeto bateu a meta de financiamento coletivo um dia antes do prazo final e que a seleção de brincantes conta com uma curadoria super qualificada na área de cultura popular. “Temos uma respeitável equipe curatorial: a bonequeira, Profa Dra Izabela Brochado (UnB), especialista em cultura popular; Chico Simões, mestre reconhecido pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Andreisson Quintela, criador da TV Mamulengo e membro da Comissão de Bonecos Populares da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos (ABTB)”, afirma o bonequeiro.

“Lançamos esse formulário para ajudar na pesquisa que vai dar origem ao site com o máximo de informações sobre, brincantes, mestras e mestre”, pontua Marco Augusto.
Patrimônio
O artista também aponta que desde quando o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste foi reconhecido pelo Iphan como patrimônio imaterial do Brasil (2015), o número de brincantes dos bonecos do tipo mamulengo só aumenta, estando presente em quase todo o país. “Por isso, o portal é tão importante, pois lida com a memória dessa importante manifestação artística e pode alcançar pessoas de todas as idades, o que é muito importante. Vamos trabalhar com muita satisfação para difundir o trabalho dos brincantes”, defende o diretor artístico e de criação da Cia Voar.

“Alguns jovens têm procurado conhecer o mundo mágico dos  bonecos, e aqui e ali, surgem novos grupos. No DF, por exemplo, já contamos com cerca de 20 grupos que trabalham com mamulengos. O que muito nos orgulha e encanta” finaliza.

Parceiros
A Associação Candanga de Teatro de Bonecos (ACTB) e a Associação Brasileira de Teatro de Bonecos (ABTB) são parceiras da Cia Voar Teatro de Bonecos no Portal do Mamulengo.

BNDES
O projeto foi selecionado no âmbito do “Edital Matchfunding BNDES+”, que estimula ações de legado para o patrimônio cultural brasileiro. Assim, para cada real arrecadado na campanha, o BNDES entra com mais dois reais, triplicando os recursos até atingir a primeira meta. Mas a regra é TUDO ou NADA: se essa meta não for atingida, o valor arrecadado é devolvido e o projeto não acontece.

Os diversos nomes dos mamulengos Brasil afora

A apresentação do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste é chamada por diferentes nomes dependendo de onde ele vem. É chamado de Mamulengo, em Pernambuco e no Distrito Federal,  Babau, na Paraíba; João Redondo ou Calunga, no Rio Grande do Norte; e Cassimiro Coco, no Ceará, Piauí e Maranhão.


Serviço:
O quê: Chamamento Nacional de Brincantes,  Mestras e Mestres

O Portal do Mamulengo convoca artistas de todo o Brasil para responderem à pesquisa do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e sua cadeia produtiva
Como: Pelo link https://bityli.com/jwKEl 

Quando: Até o dia 15 de abril
Informações: (61) 99901-3822

Assessoria de Imprensa: Marcos Linhares – (61) 99905-5905

Precedente

GDF anuncia vários concursos para a população. Na Educação, Justiça. Há os que fiquem desconfiados, já que houve concurso onde a regra de classificação mudou ignorando o que determinava o Edital.

Cartaz enviado pela comissão de aprovados do concurso para a SEDES, em 12/03/2020, quando a polêmica da alteração de pontuação mínima na prova objetiva ainda tentava ser solucionada na justiça.

Cerca já!

Desde 2003, o Decreto 23.911 institui o Parque Ecológico do Taquari. Cabe à Companhia Imobiliária de Brasília – TERRACAP, a execução de todos os projetos destinados à implantação, manutenção, vigilância e administração do Parque Ecológico do Taquari, sob a supervisão da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH.

História de Brasília

Desesperados com as promessas dos candidatos, que lá começam a provar porque Brasília não deve ter eleição, os comerciantes da Asa Norte procuram, agora, o CORREIO BRAZILIENSE. (Publicada em 20.02.1962)

O vale-tudo dos vales

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Foto: Daniel Marenco/Agência O Globo

 

Passado o que seria o primeiro tempo da pandemia, depois de um avanço tímido do programa de vacinação, o que se observa, no Brasil, enquanto não acontece o prosseguimento desse jogo da morte, é o que muitos já previam: aumentos significativos tanto nos preços dos combustíveis quanto nos preços dos produtos da cesta básica e nas tarifas de energia elétrica.

Ao lado dessas curvas perigosamente voltadas para cima, o que se tem é o encolhimento de nichos inteiros do pequeno comércio varejista, tragado pela pandemia, que fez desaparecer também boa parte do chamado terceiro setor, formado por prestação de serviços de toda a ordem. Tudo isso embalado por uma crise hídrica jamais vista, tendo ainda, como pano de fundo, o aumento da pobreza, o aumento dos desmatamentos e o aumento da violência urbana. São problemas de sobra até mesmo para o mais fanático dos pessimistas.

Em meio a esse cenário, que parece do fim do mundo, o atual governo tenta trabalhar com o centrão, que forma não apenas a sua base de apoio, mas a base de apoio de qualquer um outro mandatário, que, disposto a pagar o alto preço cobrado, não sabe ao certo em que direção seguir. É nesse marasmo que o gigante Brasil permanece deitado eternamente. E é dentro desse gigante que dezenas de milhões de brasileiros assistem o que parece um trágico e dramático momento da história do país. Estamos imersos, literalmente, na paz dos cemitérios. Difícil é explicar esse quadro todo para o cidadão comum, que a tudo assiste sem entender de onde sopra esse vento frio.

Uma visita aos supermercados pode dar uma noção resumida do que acontece. Em 13 das 17 capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudo Socioeconômicos (Dieese), o custo médio da cesta básica aumentou muita acima da inflação. Nem mesmo o comércio consegue dar conta da oscilação esquizofrênica dos preços, quando se notam diferenças de preços do mesmo produto da ordem de mais de 500% de um local para outro.

Para o consumidor de baixa renda entrar num desses supermercados é uma verdadeira tortura e uma humilhação, já que, com os trocados que carrega no bolso, pouco ou nada pode comprar. Arroz chegou a R$ 30, feijão a R$ 9, carne só se for de capivara.

Para um país que o governo diz orgulhoso de ser o maior produtor mundial de carne bovina, de aves, de suínos, não faz sentido observar famílias inteiras nos centros de atacados e de distribuição de alimentos, recolhendo ossos para levar para casa para fazer sopa. E como entender a estatal Petrobras, que vende o gás de cozinha a preços tão altos e inacessíveis ao pequeno consumidor que, para não ficar mal diante a população, resolveu investir R$ 300 milhões em programas de subsídio para criar o vale-gás.

Depois do vale-refeição, do vale-transporte e outros vales, num país onde o cidadão pouco vale, fica o dilema entre dar cidadania, na forma de educação de qualidade, saúde e segurança, ou conceder vales diversos, amarrando a população a políticas populistas e demagógicas que valem somente até às próximas eleições.

A frase que foi pronunciada:

Mas então é fácil, fácil demais, fazer sermões sobre os perigos do paternalismo e a necessidade de assumir a responsabilidade por nossas próprias vidas, do conforto de nosso sofá em nosso lar seguro e higiênico. Não somos nós, que vivemos no mundo rico, os beneficiários constantes de um paternalismo agora tão profundamente embutido no sistema que mal o notamos?”

Abhijit V. Banerjee, Poor Economics: A Radical Rethinking of the Way to Fight Global Poverty

Imagem: amazon.com

Participação

Fátima Bueno, do Lago Norte, reforça a necessidade de se abordar a falta de compromisso do agronegócio com o meio ambiente, trazendo a aridez permanente das terras exauridas. Diz a leitora que as gigantescas nuvens de poeira chegaram para engolir cidades como alerta máximo à degradação continuada do solo por plantações extensivas, pastos e garimpos em várias regiões do Brasil. A tão propalada exportação de carne, grãos e minérios, como salvação da economia nacional, não prevê o desabastecimento futuro, agravado com a escassez dos recursos hídricos, incentivo ao desmatamento e métodos antiquados de produção de energia.

Isso pode, Arnaldo?

Veja, no Blog do Ari Cunha, um homem-bomba cruzando a Ponte do Bragueto.

História de Brasília

Taguatinga está ameaçada de servir à população, água contaminada. E’ que a água que abastece a cidade é retirada do Córrego do Cortado, e já fizeram loteamento no local da captação. (Publicada em 08/02/1962)

Commodities, os brasileiros não importam

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Charge do Zé Dassilva

 

É nas agruras diárias, experimentadas pelas donas de casa nos supermercados e feiras em nossas cidades, que expressões complexas do linguajar da economia ganham maior familiaridade e significado real. Elas vivem os efeitos da economia na prática e não na teoria, tal como é ensinada em sala de aula pelos experts nessa ciência. Também os ciclos econômicos, tanto de fartura quanto de escassez, ao induzir nossos comportamentos de consumo para determinadas posições, obriga-nos a buscar o significado de alguns desses termos técnicos, até como meio de enfrentá-los com maior maestria.

A isso chama-se sobreviver. Os longos períodos de inflação, que o Brasil tem sido submetido nessas últimas décadas, bem como os seguidos planos econômicos, adotados por cada governo que chega, ensinaram, a muitas donas de casa, que, para lutar contra esse dragão das altas de preços, com um mínimo de vantagem, é preciso conhecer antes algumas de suas fraquezas. Uma delas é, por exemplo, buscar por produtos alternativos com melhores preços, forçando os mercados a encontrarem uma saída para a diminuição brusca da demanda. Tem sido assim com a carne, com os ovos, com o leite, com os derivados de trigo e por aí vai.

Com isso, é possível deduzir que uma ida aos supermercados do país pode conter mais ensinamentos do que as aulas de economia nas faculdades. O arrocho econômico, que a classe média e principalmente aquelas de baixa renda foram submetidas nesses últimos anos, ensinou a essas camadas da população que até mesmo a sobrevivência diária tem um preço fixado. Termos como poupança, investimentos, inflação, déficit, superávit e muitos outros acabaram entrando para o vocabulário popular por uma questão de necessidade. Era preciso conhecer e entender esse inimigo invisível e voraz. A inflação e outros males econômicos, como o déficit público, têm sido nossos companheiros há, pelo menos, meio século.

Conhecemos bem esse fenômeno a corroer nossos parcos rendimentos, assim como conhecemos, até com certa intimidade, outros elementos da economia como balança comercial, dívida pública e, agora, estamos sendo apresentados também ao termo commodities, o que são e quais as consequências que essa expressão estrangeira tem sobre os preços da carne, do feijão, do trigo, dos combustíveis e muitos outros produtos que vão se tornando impossíveis de adquirir nos supermercados.

Desde meados dos anos setenta, com o lema: “ exportar é o que importa” que passamos a conviver com o fenômeno das commodities, produzindo bens primários em larga escala, destinados exclusivamente aos mercados externos a fim de atender, prioritariamente, a demanda internacional por essas mercadorias. A cotação dessas tais commodities ou produtos primários, é feita nas principais bolsas de valores do mundo, onde sempre alcançam altos preços.

Essa, obviamente, é uma vantagem para aqueles que, diretamente, são os proprietários e produtores desses bens. São, portanto, produtos cotados na moeda americana, ou seja, em dólares. Nesse tipo de transação, o mercado interno, mesmo formado por mais de 230 milhões de brasileiros, pouco interessa a esses negociantes, dado o pequeno poder de compra dessa população e sua moeda que vale um quinto da americana.

Assim, produtos como açúcar, café, ferro, carne, petróleo, milho, cacau e outras matérias-primas, que alguns economistas consideram como bens estratégicos para o Brasil, são comercializados a preço do dólar do dia, tanto para exteriorquanto para o mercado interno, embora a moeda corrente, nas mãos dos brasileiros, desde 1994 seja o Real.

Isso e muito mais as donas de casa já sabem e sentem na pele. O que elas e muita gente ainda não sabem, e talvez nunca venham a saber, é a razão desse modelo perverso continuar sendo adotado e obrigando muitos a viverem como mendigos. E mais: ao longo dessas décadas não foi capaz de gerar prosperidade. Mesmo assim continua comprometendo o futuro de gerações de brasileiros.

 

A frase que foi pronunciada:

O homem público é o cidadão de tempo inteiro, de quem as circunstâncias exigem o sacrifício da liberdade pessoal, mas a quem o destino oferece a mais confortadora das recompensas: a de servir à Nação em sua grandeza e projeção na eternidade.”

Ulysses Guimarães, político que trabalhava por um Brasil melhor

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

Fique sabendo

Num exemplo de profissionalismo e comprometimento, os Correios estão dando um show de competência para que as provas do ENEM cheguem em segurança nos recônditos deste país. No Acre, os Correios usaram até pá mecânica para atravessar uma parte da BR364. As cheias naquele estado são caso de calamidade pública. As provas são levadas pelos Correios e escoltadas pela Polícia Militar e pelo Exército Brasileiro.

Foto: portal tarauaca

 

Dados curiosos

Na Operação FNDE, são 115 empregados e 11.000 terceirizados envolvidos. São 98 mil toneladas de carga entregues pelos Correios. Em média, 18 milhões de encomendas/ano com 9 livros em cada kit, formando um total de 160 milhões de livros. Os livros duram até 3 anos. A Operação de entrega do livro didático aos alunos das escolas públicas brasileiras é realizada pelos Correios há aproximadamente 25 anos. São 140 mil destinatários atendidos, de 5.571 municípios brasileiros. Praticamente todos os livros didáticos que algum estudante utilizou nas escolas públicas brasileiras passaram pelos Correios.

Foto: diariodopoder.com

Patrimônio humano

Com o volume de chuva que Brasília tem enfrentado, muitos heróis trabalham silenciosos para promover o bem-estar dos outros. Um deles é o José Martins de Paula, porteiro na 202 Norte. Desde 1984, trabalha no bloco F. Esse foi o primeiro emprego. Tem tanto carinho pelo que faz que levantou às 5h da manhã para verificar os estragos feitos pela chuva. Com a equipe de limpeza, deixou a garagem em ordem, limpou os carros da lama que invadiu o subsolo e foi ver se o telhado do prédio também foi atingido.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Desta forma, o jardim não está tomando o lugar de pedestre. O pedestre é que em frente, na Americana, está tomando o jardim, e é pena que seu arrendatário não faça o mesmo, estabelecendo o trânsito por dentro da Superquadra. (Publicado em 27/01/1962)

Vilezas perpetradas pelo Estado

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Foto: Edição do Brasil

Idosos e aposentados desse país, não é segredo para ninguém, principalmente para aqueles de renda baixa e média, as variações constantes nos preços dos gêneros de primeira necessidade, incluindo alimentos e medicamentos, impostos, taxas e outras contribuições, para ficar apenas nesses custos básicos, que transformam a vida desses brasileiros, que muito já contribuíram para o Estado, num tormento que parece só terminar com a entrada derradeira no necrotério da cidade.

Obviamente que, para o pequeno grupo de privilegiados encastelado, desde a chegada de Cabral, nos altos escalões do poder e que poderiam decretar o fim desse pesadelo, esse é um problema distante e que não lhes diz respeito direto. As flagrantes injustiças cometidas contra os cidadãos, que fazem com que membros destacados dos Três Poderes recebam de aposentadoria até cem vezes mais do que um trabalhador comum, demonstram que esse é um país que ainda possui uma estrada quase infinita a percorrer até que todos os cidadãos sejam tratados com igualdade e com o mesmo cuidado pelo Estado.

Ficassem apenas nesses proventos escandalosos pós laboro, já seria uma indecência inominável. Acontece que, para essa casta de diferenciados, ainda ficam reservados os mais espetaculares planos de saúde, estendidos a esses sortudos e à toda a família, com médicos, exames e medicamentos, tudo de graça.

Para ficar ainda mais difícil de engolir tão medonha desigualdade, é sabido que todo esse mimo é possibilitado graças aos recursos que são literalmente arrancados compulsoriamente dos contribuintes, sobretudo daqueles que menos têm e mais necessitam quando a velhice chega. Vivessem todos os brasileiros igualmente esse abandono por parte do Estado, essas e outras injustiças não chamariam tanto a atenção, pois serias distribuídas de forma equitativa a todos.

Essa dimensão toda vem à tona quando se verifica o tamanho do fosso a separar brasileiros que, pela teoria inscrita na embaçada Carta Magna, todos são iguais em direitos. Para um País que envelhece a passos de gigante e que nas próximas décadas abrigará um número de idosos igual ou maior até do que os países desenvolvidos, a permanência de uma situação de flagrante desigualdade por parte do Estado não só aumentará ainda mais, como poderá alcançar níveis incontroláveis e de difícil reparação.

Dados a aprovar leis em benefício próprio com agilidade, os ditos representantes do povo bateram todos os cronômetros no caso escandaloso do fundo eleitoral de R$ 2 bilhões que contrasta com a morosidade como tratam de assuntos, até corriqueiros, como é o caso da isenção, para maiores de 60 anos, na renovação da CNH. Exemplos desses contrastes de tratamento dado ao cidadão comum e aos assim chamados áulicos, são abundantes e caberiam numa grande e volumosa enciclopédia, talvez intitulada: “Das vilezas perpetradas pelas elites dirigentes do Estado contra seus cidadãos ao longo dos séculos.”

 

A frase que foi pronunciada:

“A virtude não iria longe se a vaidade não lhe fizesse companhia.”

La Rochefoucauld, memorialista, escritor, militar francês.

 

Demais

É comum ver ambulâncias até da Bahia trazendo pacientes para os hospitais de Brasília. Seria desumano não atender. Mas o serviço já é desumano com os que moram na capital da República e entorno.

Foto: congressoemfoco

 

Absurdo

Com 4 anos é preciso tomar vacina de reforço. A criançada com a carteira de vacinação em dia, mas que não têm CPF nem inscrição no SUS estão sendo impedidas pelos  postos de Saúde de receberem as doses. Mesmo que já tenham sido vacinadas no mesmo posto. Recusar a imunidade não parece o mais sensato a ser feito. O Estatuto da Criança assegura. Os documentos não são mais importantes que a proteção da meninada. Bom senso.

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Novidade

Veganos descobrem a jaca. De estrogonofe a assado, oficina da Emater-DF ensina receitas com jaca. As receitas podem ser visualizadas no link De estrogonofe a assado.

Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

 

Cuidados

Gente honesta e distraída é a mais prejudicada pela ação dos hackers. Com a posse de e-mails divulgados na internet, vírus são instalados nos computadores por mensagens com anexos. Boletos de pagamento são os mais rápidos, abertos principalmente por idosos. Abriu, perdeu o computador.

Foto: ICMC

Atenção

Vicentinos que trabalham ajudando a criançada vulnerável do entorno pedem material escolar para distribuição imediata. Contato no Santuário São Francisco na Asa Norte, telefone 3447-7039.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 

E concluem: pelo contrato, o serviço será finalizado por um funcionário da prefeitura, que ainda não apareceu na quadra 41 da Fundação. (Publicado em 15/12/1961)

Nulidade de títulos, até parece.

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ARI CUNHA

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Charge do Lute
Charge do Lute

      Na undécima hora e por ampla maioria de votos, o Supremo Tribunal Federal julgou válidas as normas que estabelecem a nulidade e o cancelamento dos títulos eleitorais de todos aqueles que, por motivos diversos, não cumpriram o rito obrigatório do cadastramento biométrico. Com essa decisão célere, 3,3 milhões de títulos foram declarados nulos, o que corresponde a 2,4% do eleitorado nacional ou 4% de todos os eleitores de regiões chaves para as eleições, como o Nordeste.

     O que chama a atenção nesse julgamento feito praticamente às vésperas das eleições é a ânsia ou o quase desespero demonstrado pelos partidos de esquerda, PSB, PT e PCdoB ao apelaram ao Supremo no sentido de permitir que essa parcela expressiva de eleitores não cadastrados pudesse votar em 7 de outubro. Nos bastidores das eleições, é certo que os estrategistas dos partidos elaboram contas minuciosas sobre o comportamento de cada região do país, em busca das melhores táticas para conquistar o maior número possível de votos. Devido ao alto grau de polarização que parece se antever no próximo pleito, justapondo e reduzindo as eleições entre direita versus esquerda, todo e qualquer voto passou a fazer a diferença. Para os advogados que defenderam o posicionamento dessas legendas dentro do Supremo, a anulação de um percentual tão grande de títulos pode fazer a diferença na reta final das eleições, principalmente quando se verificou que a maioria desses cancelamentos se deu nas regiões nordestinas, consideradas tradicionais redutos dos partidos de esquerda.

         Analisando essa demanda em suas entrelinhas, foram os próprios advogados dessas legendas que se apressaram em dizer que essa ação pedindo a liberalização desses títulos não tinha “motivações políticas”. Analisando de forma mais isenta e direta, o que as legendas de esquerda buscam é a perpetuação do assistencialismo populista nessas regiões carentes e a substituição do antigo voto de cabresto, feitos pelos coronéis de outrora, por uma novíssima esquerda que descobriu nesse canto do Brasil apenas um potencial para se manter no poder.

         Dessa forma, a decisão da Corte Suprema foi como um balde de água fria sobre essas artimanhas ardilosas. Pelo menos aparentemente nesse país de palcos e coxias. Curioso observar ainda que, no voto proferido pelo ministro Ricardo Lewandowski, em que concordava com o pleito desses partidos, foi lembrado que nas eleições de 2014, a diferença entre os votos de Dilma Rousseff e Aécio Neves foi de apenas 3,5 milhões. “Imagine se nós tivermos uma eleição apertada como esta? Uma diferença dessa natureza, em uma eleição que já vem sendo questionada por determinados setores, e não tenho pejo de dizer, antidemocráticos, como é que vamos ficar?”, avaliou o ministro, o mesmo que presidiu o processo de impeachment de Dilma e cavou uma brecha na lei para manter os direitos políticos da antiga presidente.

        Submeter um assunto dessa natureza que poderia muito bem ficar restrita ao Tribunal Superior Eleitoral, até para justificar sua existência, acaba obrigando parte da Suprema Corte a se posicionar de forma ideológica, reafirmando tendências recentes e constantes da chamada judicialização da política.

A frase que foi pronunciada:

“O teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia.”  

Jean Barrault, ator francês

Charge do Amarildo
Charge do Amarildo

Anvisa versus INPI

De um lado, a farmacêutica Gilead Sciences, de outro, a Farmaguinhos-Fiocruz, que já tinha a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para a fabricação de genéricos contra a hepatite C. Na guerra de patente, a Fiocruz perdeu.

Foto: REUTERS/Stephen Lam/File Photo (kfgo.com)
Foto: REUTERS/Stephen Lam/File Photo (kfgo.com)

Falta fiscalização

Por falar em Anvisa, há regras para brinquedotecas que nem sempre são adotadas. “Os equipamentos ou objetos constituídos de aço inoxidável, equipamentos ou objetos que entrem em contato direto com alimentos ou boca e brinquedos, são recomendados desinfecção com solução de água sanitária a uma concentração de 200 ppm (MDCH, 2009).”

Rudeza

É preciso mais investimento em campanhas no trânsito. Aquela Brasília que cedia a vez não existe mais. Os motoristas são tão agressivos que cortam os carros para fazer uma curva mais adiante. Além das leis e multas, é preciso trazer o humanismo à tona.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

Preço menor

Faltam aplicativos para as donas de casa boicotarem os supermercados que abusam dos preços. As diferenças são muito grandes. Está na hora de unir a tecnologia à economia doméstica para que os próprios consumidores possam colaborar com quem cobra menos.

Charge do Lute
Charge do Lute

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O dr. Lúcio informa que o DEP concluiu os estudos para a ligação da W3 com o Setor de Indústria e Abastecimento. Com esta medida, Taguatinga ficará mais perto ainda do Plano Piloto. (Publicado em 31.10.1961)