Atenção família e escolas: é preciso ensinar o respeito ao idoso.

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Foto: santamonicace.com

 

Chama a atenção dos pesquisadores o fato de que em todos os níveis de renda, de escolaridade dos idosos tem se mostrado comum os casos de violência contra esses indivíduos, com o agravante de que esses casos só têm crescido ao longo tempo. Considerado um projeto pioneiro nessa área a Central Judicial do Idoso (CJI) tem buscado acolher a pessoa idosa, em toda a sua complexidade, estimulando sua participação na defesa de seus próprios interesses. De acordo com seus criadores a CJI trabalha subsidiando as autoridades do sistema judiciário, orientando e prevenindo situações de violência e violação da pessoa idosa e promovendo a análise multidisciplinar das situações de negligência, abandono, exploração ou outros tipos de violência, buscando soluções de consenso para conflitos e encaminhando a demanda aos órgãos competentes. Para tanto, como ressaltam seus coordenadores a CJI tem investido no fortalecimento dessa rede de proteção social, através da interlocução e integração entre as diversas instituições públicas.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) a violência contra a pessoa idosa é caracterizada pelo “uso intencional da força ou do poder real, podendo resultar em lesão, morte ou dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”. O Estatuto do Idoso, instituído em 2003, (Lei 10741/03), define em seu Art. 19, parágrafo primeiro, a violência contra o idoso como qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. Segundo os dados do Disque 100 – Módulo Idoso, fornecidos pela Secretaria de Direitos Humanos, o DF que sempre havia figurado nas primeiras posições pelo número de registros de denúncias, apareceu em 2016 na décima posição com 419,50 casos.

Houve, segundo os especialistas, uma redução entre os anos 2015 e 2016. Em 2013 foram 1.188 registros de denúncias apenas no serviço Disque 100, sendo 417 na CJI. Por região administrativa Ceilândia aparece com 16,47% dos casos, seguido de Taguatinga com 10,92% e Brasília com 10,35%. è preciso notar que Ceilândia é a cidade com maior número de idosos (166.000) em relação a população total que era em 2015/16 de aproximadamente 980. 000 habitantes. Estudos comprovam que a violência contra os idosos não está relacionada diretamente a questões econômicas ou a pobreza, mas a múltiplos outros fatores como a violência estrutural, a violência da discriminação e a violência da negligência que negam aos mais pobres o aceso a serviços de saúde e assistência de qualidade.

O fato é que a pobreza na idade avançada tende a aumentar a dependência produzida por condições físicas e psicológicas, como atesta Cecília Minayo. Temos assim que a violência contra os idosos de baixa renda pode ser do tipo estrutural, interpessoal e institucional. O que explica, em parte, o aumento da violência contra os idosos é, segundo Ladya Maio em sua obra Desafios da Implementação de Políticas Públicas de Cuidados Intermediários no Brasil, “que a família brasileira não tem mais condições de ser a única protagonista nem de exercer sozinha a tarefa pela complexidade dos cuidados demandados pelos idosos, seja pela falta de condição financeira, seja pela ausência de parentes que possam compartilhar esse mister, pela necessidade de trabalho externo, principalmente em razão da mudança do papel social exercido pelas mulheres, ou de problemas derivados da violência intrafamiliar.” Trata-se de um problema de grandes proporções se formos avaliar as verdadeiras condições oferecidas hoje pelo Estado às populações idosas e de baixa renda. A verdade é que, diferentemente do que ocorre no Distrito Federal onde já existe uma superestrutura para, pelo menos avaliar esse problema previamente, o atendimento adequado aos idosos no Brasil ainda tem muito que progredir. A Central Judicial do Idoso já é bom caminho.

Em alguns endereços da capital do país a presença constante de grupos de enfermeiras e cuidadoras transitando pelo local é rotina. Trata-se de uma categoria que até poucos anos atrás só se via em hospitais e casas de repouso, mas que, de uns tempos para cá passaram a se tornar mais visíveis e constantes. De fato, já é possível constatar que a velhice, chegou enfim para muitos candangos e pioneiros que por aqui desembarcaram na época da construção de Brasília. Alguns apartamentos foram transformados inclusive em mini hospitais com todo o aparato médico para conforto dessa turma. Nas áreas externas rampas de acesso e corrimões já aparecem instalados estrategicamente em variados pontos, para facilitar a movimentação e segurança desses moradores.

Obviamente essa é uma realidade para poucos, mas que já se instalou no cotidiano do Plano Piloto. Nas regiões administrativas e nas áreas do entorno, a realidade não difere do restante do país e é muito mais cruel. Com ou sem conforto, a realidade é que o Distrito Federal caminha a passos largos para se, nos próximos 16 anos, segundo a Codeplan, para se tornar uma cidade com as mesmas características típicas de países envelhecidos. Pelo Censo de 2010 existia na cidade aproximadamente 200 mil pessoas idosas ou quase 8% da população total daquela época. Em 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), esse número já era de 326 mil idosos ou 12,8% da população. Neste contexto é possível observar que o crescimento da população idosa tem sido mais do que o dobro (9,8%) do restante do país (4,8%). Por outro lado, se verifica também que o Distrito Federal apresenta ainda a maior expectativa de via de todo o país, algo em torno de 77, 57 anos de vida em média, isso lá em 2014. Para 2030 a previsão do IBGE é que se chegue a 80,92 anos para as mulheres e 77,30 para os homens. Dentro dos aspectos sociodemográficos do envelhecimento no DF, preparado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) em conjunto com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios MPDFT) e com a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), “As mulheres representam 57% da população idosa, chegando a 63% no grupo etário de 80 anos ou mais (IBGE, 2011), reforçando o perfil mundial de feminização da velhice, que é uma manifestação do processo de transição de gênero que acompanha o envelhecimento populacional em curso em todo o mundo.

Estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que o número de mulheres já supera o de homens em todo o mundo.” Num futuro bem próximo essa será também a realidade do Brasil. No DF a faixa etária com maior quantidade de idosos (31,9%) se situa entre 60 a 64 anos. A Codeplan atesta ainda que a escolaridade de 60,4% desses idosos é baixa. Apesar disso a renda dessa população idosa é considerada alta, com mais de cinco salários mínimos. Este fato explica, em parte porque muitos idosos ainda assumem o papel de chefes e provedores de família. “a ideologia da velhice como decadência, doença ou problema, no caso brasileiro, está repleta de contradições e não corresponde ao imenso e crescente espaço ocupado pelas pessoas idosas na família, na economia e em outras instâncias, ainda que isso não fique claro no reconhecimento que a sociedade lhes deve.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O homem não se justifica por sua simples presença no mundo. O homem só é homem por sua recusa em permanecer passivo, pelo vigor com que se projeta do presente para o futuro e se orienta para as coisas, a fim de dominá-las e dar-lhes forma. Para o homem, existir é refazer a existência. Viver é a vontade de viver”.

Simone de Beauvoir, escritora francesa

Foto: Simone de Beauvoir em Paris em 1945. Denise Bellon (Álbum) – (brasil.elpais.com)

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A volta do dr. Jânio Quadros está sendo anunciada para o carnaval. Nova máscara, nova cantiga, e Deus salve o nosso povo. (Publicado em 03/12/1961)

Pedofilia

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Foto: Roberta Jaworski/Arte/G1

 

Classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença desde os anos sessenta, a pedofilia é, ao lado do estupro e de outros casos que envolve violência sexual, um dos crimes que mais causa repulsa e desejo de justiçamento na sociedade. Trata-se obviamente de um crime previsto no Artigo 241-D da Lei 11.829/2008, contido no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), com pena de reclusão de um a três anos, mais multa.

Trata-se de uma pena leve, considerados os estragos psicológicos permanentes que provocam nas vítimas e nas famílias. Também no Artigo 227 da Constituição Federal, em seu parágrafo 4º, estabelece que a lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente. O abuso sexual de crianças é ainda um tema tabu entre os brasileiros e, não raro, os casos são tratados com discrição e longe dos olhos do público, da mesma forma com que se vê normalmente nos episódios envolvendo violência contra a mulher. A vergonha e o medo que as vítimas adquirem, não só do agressor, mas da própria interpretação dos fatos pela comunidade, faz com que a criança e os familiares ponham uma pedra sobre o assunto o mais rapidamente possível. Dados fornecidos pelo Disque 100 do ano passado revelam o registro oficial de mais de 17 mil denúncias de violência sexual contra menores de idade. A maior parte desses registros (13.400) foram de abuso sexual, embora tenham sido computados mais de 3.670 casos de abuso sexual. As investigações mostram que 70% dos casos são praticados por pais, mães, padrastos e outros parentes, sendo a maioria dessas ocorrências praticadas dentro da casa do abusador ou da vítima.

Existe em nossa sociedade duas correntes que pregam respostas diferentes para a pedofilia. De um lado estão aqueles que defendem o tratamento clínico do pedófilo como forma de evitar que ele se torne um criminoso mais perigoso. Para essa corrente, o tratamento é uma forma não de proteger o pedófilo, mas de assegurar que outras crianças não sejam molestadas. Ocorre, como já ficou provado, que dificilmente a psiquiatria consegue chegar a um diagnóstico conclusivo sobre o portador de pedofilia, ficando esses casos, na sua grande maioria, a critério do juiz. Por outro lado, existem aqueles brasileiros que defendem pura e simplesmente a castração química dos abusadores, o que normalmente não é permitido. Há também aqueles que defendem a pena capital para esses casos, principalmente aqueles que passaram por essa experiência traumática. O que se sabe do lado da medicina tradicional é que não existe cura para as parafilias, sendo o único tratamento possível a terapia dentro dos parâmetros da psicologia. De toda a forma, sendo o não uma doença, o que a sociedade exige é um endurecimento nas penas para esse tipo de crime.

Nos Estados Unidos, os pedófilos, mesmo depois de cumprirem penas pesadas, são monitorados 24 horas por dia em todo o território. Quando por algum motivo um pedófilo muda de cidade, ele fica obrigado a informar às autoridades seu novo endereço. Assim que fixa nova residência, todos os vizinhos num raio de quilômetros ficam sabendo sua localização precisa. Aqui no Brasil, além da lei que pune esse crime, é preciso aperfeiçoar as estratégias para aumentar a proteção das crianças. Nesse sentido, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados acaba de aprovar proposta que proíbe condenados por crimes de pedofilia de se aproximarem de escolas, parques e praças públicas infantis e de todos os ambientes que sejam frequentados por menores de idade. O texto, de autoria do Capitão Wagner (Pros-CE) com a deputada Caroline de Toni (PSL-SC), prevê que o pedófilo seja monitorado por dispositivo eletrônico. Com essa proposta, os deputados esperam diminuir o grande número de ocorrência desse tipo de crime no país, pelo acompanhamento, de perto, desses doentes/criminosos.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“No Brasil, a liberdade de expressão é aceita quando for mentira, processos em segredo de justiça são revelados sem cerimônia e a privacidade garantida ao cidadão como direito constitucional pode ser invadida por hackers. Mesmo seguindo o caminho para a Justiça, o rastro da imagem denegrida fica. É muita patifaria.”

Presidente Bolsonaro

 

 

Sarampo

Cidades brasileiras que cumpriram a meta de vacinação contra o sarampo estão recebendo bônus por isso.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

 

Desvio de propósito

Todos devem se lembrar dos apelos do governo aos cidadãos brasileiros para economizar água e energia. Pois bem. As Agências Reguladoras, criadas para dar suporte aos cidadãos, de mãos dadas com as concessionárias, taxam se houver economia demais. Quem aproveita a água da chuva, da máquina de lavar e do chuveiro, logo recebe uma notificação da Caesb inquirindo sobre essa economia. Como se não bastasse, todo o investimento de empresas no setor de energia solar corre o risco de uma pesada taxação já no início do ao que vem, graças aos planos da ANEEL.

Foto: destakjornal.com.br

 

 

Voltas do mundo

Um caso apontado pela jornalista Mirella Martins é interessante. A ministra da Agricultura e Pesca, Teresa Cristina, foi “convidada” a sair do PSB. Agora, como ministra, ela vai receber a visita do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, vice-presidente do partido. Ele quer apoio para os trabalhadores que não estão cobertos pelo seguro-defeso, pago aos pescadores atingidos pelas manchas de óleo.

Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

 

 

Resumo da ópera

Entre a expectativa positiva das companhias que navegam de braços abertos nos céus do país, o presidente da Gol, Paulo Kakinof, entregou o ouro. Ele quer a competição no país, mas desde que esses competidores estejam no mesmo ambiente regulatório. Ou seja, mais uma vez, perderão os passageiros.

Foto: ponteaerea.net

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quando se reclama, as informações são as mesmas. Desculpas, e mais desculpas, mas o serviço continua caindo. Péssimo. É a reação dos inertes contra a organização, contra os serviços bem feitos. (Publicado em 03/12/1961)

Crimes comuns

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Foto Montagem Portal de Prefeitura

 

Com a decisão adotada agora pelo Parlamento Europeu, igualando e condenando os regimes nazista e comunista como ideologias totalitárias, responsáveis por inúmeros casos de genocídio e deportações “em uma escala nunca vista na história da humanidade”, foi dado o primeiro e talvez o mais importante passo para o início de um movimento revisionista que busca enquadrar essas ditaduras políticas no rol das bestialidades criadas por nossa espécie.  Mais sintomático, talvez, tenha sido o silêncio imposto a essa importante resolução, pelos países e partidos comunistas, o que reafirma o comportamento histórico dessas ideologias de manter longe do debate público qualquer discussão que ouse desafiar os dogmas desses regimes.

Trata-se, sem dúvida, de uma resolução histórica, aprovada pela esmagadora maioria do mais importante colegiado da União Europeia e que foi contido no documento intitulado “Importance of European Remembrance for the Future of  Europe”. Na realidade, esse debate teve início ainda em 1956 com as revelações feitas por Khrushchev, durante o XX Congresso do Partido Comunista da Antiga União Soviética, quando relatou, em discurso famoso, as atrocidades cometidas por Stalin durante seus 33 anos no poder. Esse discurso mudaria a história da Rússia e o comunismo mundial, levando muitos intelectuais que até então apoiavam o regime a revisar seus conceitos. A imensa relação de mortos apresentada naquela ocasião, inclusive dos próprios companheiros de luta de Stalin chocou o mundo pelos números e serviu de modo fantasticamente iconoclasta para destruir o mito do guia genial de todos os povos, mostrando aquele líder como um homem sanguinário e paranoico, responsável por milhões de assassinatos e prisões.

Em 1989, com a queda do Muro de Berlim, esse debate trouxe mais revelações sobre o que acontecia por detrás da Cortina de Ferro da Europa: milhões de outros cadáveres foram se juntar a conta dos regimes comunistas impostos pela URSS. Em 1997 um grupo de historiadores compilaram, no “Livro Negro do Comunismo”, um balanço geral, preciso e extremamente bem documentado sobre as perdas humanas provocadas pelos regimes comunistas em todo o mundo. Desse levantamento surgiu um número horripilante de 100 milhões de mortos, num período de aproximadamente meio século.

Pela resolução aprovada pelo Parlamento Europeu é feito um apelo a essa e às novas gerações “uma cultura comum da memória que rejeite os crimes dos regimes fascistas e comunistas e de outros regimes totalitários e autoritários do passado como forma de promover a resiliência contra as ameaças modernas à democracia, em particular entre a geração mais jovem”. A condenação do comunismo como um regime equivalente ao nazismo, coloca no mesmo banco de réus dois regimes radicais e antidemocráticos, que usaram o ser humano como peças descartáveis para compor o poderio ilimitado de líderes para os quais a dignidade dos indivíduos não possui valor algum. O tempo em história cuida para que cada elemento e cada fato voltem para seu lugar de origem, repondo a ordem do sistema universal, revelando o que foi oculto, abrindo velhas caixas, colocando tudo de volta exposto à luz, como deve ser.

 

A frase que foi pronunciada:

“O ministro Celso de Mello não pode condenar o vídeo do presidente Bolsonaro. Ele precisa aguardar até o trânsito em julgado.”

Deputada Federal pelo PSL Raquel Stasiaki, em seu perfil pessoal no Twitter

Foto: twitter.com/raquelstasiaki

 

 

Proposta

Proposta do Ministro Toffoli contra a prescrição tem sido recebida, por políticos que ainda prezam pelo combate ao crime, como um placebo e uma fantasia para acabar com a impunidade, além de uma maneira de passar a bola para o Congresso de uma discussão tão cara aos brasileiros, já que seu voto parece seguir em direção ao retrocesso. A sociedade está de olho nessa manobra que pretende vestir a lei com uma roupagem política de ocasião e sem compromisso sério com a realidade nacional.

Foto: Jorge William 24/04/2019 / Agência O Globo

 

 

Óleo 1

Com o reconhecimento tardio de que o vazamento de óleo no litoral nordestino é o maior desastre ambiental já ocorrido na história do país, as autoridades brasileiras correm atrás dos prejuízos. A medida em que o óleo avança sobre as praias paradisíacas, com prejuízos inconcebíveis para a flora, a fauna e para o turismo, que é a principal fonte de renda de milhares de famílias na alta estação do verão, vai ficando mais claro de que a imensidão de mais de 8 mil quilômetros do litoral brasileiro está em descoberto, assim como os 15.700 quilômetros de fronteiras secas.

Praia de Ipojucá (PE) – Teresa Maia/Folhapress

 

 

Óleo 2

Em decorrência desse mega crime contra o meio ambiente no litoral nordestino, há a possibilidade de os leilões dos campos de pré-sal, coordenados pela Petrobras, trazerem de volta, aos brasileiros, a sensação de que o litoral do país ficará ainda mais fragilizado e submetido a riscos de novos vazamentos.

Foto: Simone Santos/Projeto Praia Limpa

 

 

Mercosul

Após as eleições na Argentina, a impressão é a de que o futuro do Mercosul ficará, mais uma vez, submetido às variações cíclicas e ideológicas dos países membros. Com a decisão agora do Parlamento Europeu de equiparar o comunismo ao nazismo, como doutrinas totalitárias e criminosas, o sinal de aprovação e que pode vir desse colegiado para os acordos entre a Europa e o Mercosul pode não ser dado com base nessa premissa.

Edifício sede do Mercosul (Foto: mercosur.int)

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os teletipos dos jornais não funcionam. Na Meridional, a maioria do noticiário é transmitida por telefone, porque os teletipos estão parados. Tanto o internacional como o nacional. (Publicado em 03/12/1961)

Lições do continente

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Com mais uma eleição de Cristina Kirchner na Argentina, tendo, a reboque agora, Alberto Fernandez do Partido Justicialista, o país vizinho parece encaminhar, mais uma vez, rumo ao passado. Para os analistas da política local, mesmo na condição de vice-presidente, será Cristina Kirchner que irá ditar os rumos ou os descaminhos do país, sendo Fernandez, um mero coadjuvante, usado apenas para dar uma aparência mais light à chapa.

Dessa forma, se repete na Argentina a tática já testada pela esquerda petista também no Brasil de usar uma espécie de poste para esconder quem de fato iria mandar no governo. Para a maioria dos argentinos, não há dúvida de que será Cristina e não Fernandez, seu antigo chefe de gabinete, quem irá governar os destinos de um país falido e sem crédito algum no mercado internacional.

Com essa eleição e mais a de Evo Morales, na Bolívia, ainda sob suspeita de fraude, assim como as disputas no Uruguai, que caminham para o segundo o turno, a América Latina vai assistindo a uma esquerda, que se acreditava morta, voltando pouco a pouco ao poder. Que importância esses eventos, vindos do passado, têm para o Brasil, ainda é cedo para avaliar. Depende do desenrolar dos muitos acontecimentos que estão em marcha no Brasil. Sobretudo da manutenção do apoio da população ao governo Bolsonaro. Dependerá também das repercussões que terão as próximas decisões do Supremo Tribunal Federal sobre a possibilidade de prisão em segunda instância. Nesse caso específico, com a possibilidade de libertação do principal personagem que ainda aglutina o que restou de esquerda em nosso país, as próximas eleições podem repetir a polarização entre um indicado por Lula e o atual presidente.

Será criada uma situação de enorme suspense, elevando ainda mais, às alturas, com o uso das suspeitíssimas urnas eletrônicas. Problema aliás que deverá ser resolvido o mais breve possível com o voto impresso para auditoria. Qualquer decisão diferente será brecha para corrupção. Um fato é inconteste: não se brinca com o eleitor. Ainda mais se a economia não mostrar, o quanto antes, uma acentuada melhora.

Não se deve ainda subavaliar a capacidade das esquerdas em cooptar apoios, prometendo o impossível para chegar ao poder. Dessa forma, caso o governo acalente a ideia de permanecer no comando do país em um segundo mandato, deve começar a analisar o que vem ocorrendo à sua volta nesses países e dessa observação colher as melhores estratégias. A instabilidade vivida por alguns países do continente, como Chile e Venezuela, também podem fornecer material para a adoção de estratégias tanto para a condução diária do governo, como para as próximas eleições. Quanto ao Mercosul, um bom conselho é deixá-lo de lado por enquanto, seguindo a orientação antiga que diz: “antes só do que sozinho.”

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.”

Eduardo Galeano, foi jornalista e escritor uruguaio

Foto: VEJA.com/Divulgação

 

 

Briga boa

Aneel complica a vida dos empresários que se dedicaram a vender energia alternativa. O Proinfa foi criado pela Lei 10.438/2002, tendo como objetivo a participação de fontes alternativas renováveis como centrais hidrelétricas, usinas eólicas e empreendimentos termelétricos à biomassa. Os empreendedores, sem vínculos societários com concessionárias de geração, transmissão e distribuição, deveriam receber estímulos. Como tudo deu certo, a Agência Reguladora de Energia Elétrica resolveu reduzir os subsídios para os consumidores que optaram pelos painéis solares. A Aneel pretende rever as regras da geração distribuída. Quem está de olho e promete lutar contra a mudança de regras é o deputado Charles Fernandes, do PSD baiano. Ele já disse que taxar a energia solar é inadmissível depois dos altos investimentos para baratear o consumo da energia elétrica.

Foto: aneel.gov.br

 

 

Menos outro

Certo que preparar um soro caseiro não tem mistérios. Um punhado de açúcar e uma pitada de sal em um copo d’água. Mas muitas mães reclamam que os postos de saúde deixaram de distribuir a mistura pronta para manter a hidratação das crianças.

Arte: pastoraldacrianca.org

 

 

Perigo

Pontas metálicas de uma base de concreto no Lago Norte, enterradas na grama, causam preocupação nos moradores. A demora da solução está mobilizando algumas pessoas para consertarem o local com as próprias ferramentas. Veja a foto a seguir.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Coronel Dagoberto, estão sabotando sua administração em Brasília. Os Correios e Telégrafos nunca estiveram tão ruins, tão emperrados. (Publicado em 03/12/1961)

Como ser patriota no Brasil?

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Charge do Genildo

 

Das muitas e preciosas lições que ficarão para sempre como um Norte a seguir, advindas da Operação Lava Jato e de outras do gênero, uma, em particular, serve como uma luva tanto para os defensores como para os opositores das privatizações: o uso político das empresas do Estado e o corporativismo exacerbado, estão por trás tanto da sequência de crimes como dos prejuízos bilionários gerados para os contribuintes.

A conta dessa incúria, praticada por todos os governos desde o fim do regime militar, tem sido subtraída da poupança pública, ficando o passivo com os pagadores de impostos e os ativos com essas empresas, cumprindo-se assim a sina que reza que uma estatal, por sua cobertura majestosa, jamais entra em processo de falência. Dessa forma, os efeitos nefastos gerados pela gestão delituosa nas empresas do Estado e que precisam de socorro público urgente, são repassadas à população na forma do sucateamento dos sistemas de saúde, educação, segurança e de infraestrutura.

De nada adiantaram os seguidos alertas, feitos por brasileiros conscientes de que o estatismo, na forma como foi concebido, acabaria arruinando o povo e elevando políticos e empresários astutos aos píncaros da riqueza. Foi graças as diversas operações levadas à cabo pelo Ministério Público e pela Polícia Federal que foi posto a nu esse esquema perverso. Colocados numa balança onde seria aferida as vantagens e desvantagens do modelo estatal, duas conclusões opostas indicariam que esse modelo foi vantajoso no início, com o processo industrialização do país.

Passado esse período e principalmente com o retorno da chamada normalidade política nos anos oitenta, o modelo foi totalmente abduzido pela classe política que fez dele uma espécie de tesouro particular, tanto para a instalação de correligionários cúmplices em postos chaves e altamente lucrativos nessas empresas, como para barganhar vantagens, agindo como verdadeiros donos ocultos dessas companhias.

O que para Getúlio Vargas e posteriormente os militares seria um modo de tornar o Brasil um país industrializado e independente dos países desenvolvidos, tornou-se nas mãos de políticos, um ativo de outra ordem, tratado com todo o cuidado dentro das mais puras práticas patrimonialistas. Com a instalação do petismo ou lulismo no comando do país, a pauta estatal ganhou um viés ou uma fantasia ideológica, adequando o estatismo dentro das pretensões do partido de ampliar o poder da legenda e de seus acólitos. O uso de estatais como a Petrobras e o BNDES, apenas para ficar nessas duas empresas só teve seus propósitos e fins devidamente esclarecidos após as investigações feitas pelos procuradores da Lava Jato. O que foi revelado, principalmente no caso da Petrobras, já que as investigações no BNDES prosseguem, mostrou que por trás do afã protecionista diversas vezes manifestado, estava em curso um estratagema criminoso para carrear o máximo de vantagens dessa empresa para o partido e seus membros e demais envolvidos.

Numa conta superficial, fala-se e esse dado foi apresentado inclusive pelo ministro Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal, em R$ 88 bilhões os prejuízos provocados pela ação desse partido e de empresas à eles ligados aos cofres dessa estatal. Trata-se, nada mais, nada menos do que o maior escândalo de corrupção do planeta, segundo especialistas no assunto. Sabendo do poder que os corporativismos possuem dentro dessas empresas, o governo de esquerda, cuidou, logo num primeiro momento de captar essa força para junto do partido, colocando as centrais sindicais, sob seu controle, ao serviço desses empregados, nomeando para cargos chaves sindicalistas que agiam como braços avançados dentro da empresa, com a aprovação tácita desses trabalhadores que viam nas propostas da legenda, um atalho para controlar diretamente a estatal.

Um episódio, burlesco desse ilusionismo que enganava empregados e a população foi feito pelo próprio Lula, quando, em pleno desenvolvimento das investigações que mostravam o envolvimento de seu partido nessas bandalheiras, ele, vestido com o macacão amarelo da empresa, foi fazer comício em frente à sede da companhia, sendo saudado pelos funcionários como uma espécie de salvador da Petrobras, que iria resgatá-la da sanha dos imperialistas. Essa mesma pantomima seria repetida outras vezes em diversas empresas e em muitos pronunciamentos de políticos dessa legenda, apresentando-se como defensores do modelo estatal.

Nem mesmo as fábulas de La Fontaine ousaram ir tão distante em termos de ironia e sarcasmo. Não é necessário ser economista para se chegar à conclusão de que o sistema capitalista, principalmente aquela praticada pelo Estado, ganharia uma nova versão, mais light ao adentrar o Brasil, amalgamando-se ao jeitinho nacional, onde adquiriu doses de patrimonialismo e de outros aspectos do chamado homem cordial. Isso obviamente tem se refletido na condução das empresas públicas.

Num sistema desses, aos políticos vencedores nas eleições, são repartidas espécies de ações que os tornam donos de parte dessas empresas. A formação de blocos dentro do Congresso acelerou esse processo e aumentou sua ingerência nos destinos das estatais. Nem mesmo as Agências Reguladoras escaparam desse destino, sendo, logo após sua criação, aparelhadas por prepostos políticos, mais interessados em obter vantagens do que fiscalizar e regular o funcionamento dessas companhias. O público, nessa altura dos acontecimentos, sabe muito bem que as Agências reguladoras funcionam na contramão dos interesses da população. Entendidos sabem que fossem reunidas apenas no Código de Defesa do Consumidor todas as leis e funções desses órgãos reguladores, o sistema de proteção ao cidadão seria muito mais eficaz e imediato. O problema também é que nossa iniciativa privada, e veja aqui o caso da Odebrecht, não é muito confiável, além de possuir um forte poder do lobby sobre políticos e o próprio governo.

No momento atual, com o crescente descrédito da justiça e com a instabilidade jurídica provocada pelo próprio Supremo Tribunal Federal, com a decisão de acabar com prisão em segunda instância, somada ainda Lei de Abuso de Autoridade, baixado pelo Legislativo, as punições à empresários e políticos por crimes contra o erário ficam, mais uma vez, dificultadas. Perpetuam-se as ações de controle e gestão temerárias dessas instituições do Estado, empurrando para um distante futuro, verdadeiras ações de compliance dessas empresas.

Para alguns especialistas em privatizações, o caminho do meio seria o ideal, com a pulverização do controle dessas empresas públicas para os brasileiros, abrindo o capital das estatais o máximo possível, entregando seu controle e fiscalização ao público interno. O importante é retirar os recursos do BNDES dessas transações, salvando o que resta da poupança nacional. É preciso que todos entendam que a existência de uma empresa estatal, que possui monopólio sobre uma determinada riqueza, não é, em si, um passaporte para a bonança do país.

Segundo a lenda da maldição do ouro negro, muitos países que se utilizam desse recurso natural, tem sofrido mil e uma atribulações. O caso da Venezuela, com uma das maiores reservas do mundo em petróleo é um bom exemplo.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Aí é que entra a conclusão: o país está tentando viver sem governo. Quando estiver na hora de se acostumar, cairá o regime… (Publicado em 03/12/1961)

Investir em Educação. Esse é o remédio.

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Foto: The winners. EPA-EFE

 

O Prêmio Nobel de Economia desse ano foi dado justamente a três pesquisadores que propuseram estudos que abordam esse problema sob uma nova ótica, o que pode possibilitar também novas soluções. Banerjee, Duflo e Kremer apresentaram estudos que tratam do fenômeno da pobreza como um problema multidimensional, que ultrapassa a questão simples da falta de recursos e outros fatores.

Para esses estudiosos, como já havia sido abordado anteriormente em 1998 por outro Prêmio Nobel Amartya Sen, a pobreza é também a “ privação de capacidades”. Com isso ele quis dizer acesso restrito à educação, saúde, exclusão social e financeira. Para os novos premiados a ação de combate à pobreza deve mirar esforços em fatores específicos em cada uma das dimensões.

Levantamento feito por Banerjee em 13 países de vários continentes e apresentado no livro “ A vida econômica dos pobres”, mostrou que aquelas pessoas que vivem abaixo do nível de pobreza, renunciam diariamente à aquisição de bens, inclusive de alimentos para prosseguir. Com isso ficam diminuídas as possibilidades de maior produtividade. O estudo mostra ainda gastos acima da renda em artigos como entretenimento. Houve indicativos de falta de reação contra a qualidade do ensino, da saúde, dos transportes, o que motiva a perpetuação precária dessas questões estruturais.

Para esses cientistas é preciso fortalecer todos os itens ligados a educação, saúde e infraestrutura, para dar início ao processo de superação da pobreza extrema. Para os premiados é preciso também que essas populações superem a ideia de que gastar com educação é uma perda de tempo e desperdício de recursos. Nesse ponto eles incentivam a interação entre setores públicos e privados, inclusive veículos de comunicação.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Em vão busco acender um diálogo contigo: a alma sem tom da tua boca de água e vento despede cinza, névoa e tempo no que digo, devolve ao chão o meu mais longo pensamento… e entre cactos estira esse desertos ambíguo que vem da tua altura ao vale onde me assento, procurando teu verbo.”

Abgar Renault, foi professor, educador, político, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro. Ocupou a cadeira 12 da Academia Brasileira de Letras e a cadeira 3 da Academia Brasileira de Filologia. (wikipedia)

Foto: academia.org

 

 

Park Paranoá

O pagamento mensal pelo apartamento é em torno de R$70. O condomínio também é pago e chega a R$50. O papel dos síndicos dos prédios de habitações populares é bastante importante. São eles que controlam o bem-estar dos moradores. Há prédios onde não são admitidos drogados, festas barulhentas ou entra e sai de estranhos. Essa dinâmica tem ajudado na iniciativa dos pais em controlar melhor os filhos.

Foto: Tony Winston/Agência Brasília

 

 

Muitos mistérios

Governo lança portal para leitores que desejam acompanhar a ‘Mancha no litoral’. Ações já tomadas, equipes, investigações, perguntas e respostas. Não se fala ainda para onde vai o piche recolhido. Aliás, muito não se tem falado sobre esse assunto. Mesmo porque os pesquisadores da Petrobras têm instrumentos suficientes para localizar a origem do material.

 

 

Primeiros passos

Divulgando os primeiros dias da capital, a história de Brasília será contada até o dia 21 de abril do ano que vem pela Agência Brasília. Toda quinta-feira, a série de três matérias fala do nascimento das cidades-satélites. Leia mais no link Cine Brasília: a história da cidade contada na telona.

Localizado numa entrequadra da Asa Sul, o Cine Brasília é, atualmente, o único cinema de rua da capital federal. Foto: Arquivo Público do DF. Foto: Arquivo Público

 

 

Ciência e Educação

Até segunda-feira a Semana Nacional da Tecnologia terá eventos por vários capitais e municípios do país. Em Brasília, a exposição no Parque da Cidade tem sido um sucesso de visitação. A entrada é gratuita. O principal objetivo é despertar o interesse da criançada pelo tema, que nesse ano é: “Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável”. Veja a programação no link Atividades do Evento.

Foto:Fabio Rodrigues Pozzebom/agênciabrasil.ebc

 

 

Menos problemas

Elogiado o trabalho do funcionário Tibério, da Polícia Federal. Casal de amigos elogia a presteza na retirada do passaporte emergencial. A lista de documentos é dada com precisão, o que é raro no tratamento ao público. A tristeza de precisar viajar por causa de uma morte, teve parte aliviada, certamente pela eficiência da prestação do serviço.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Sobre o regime parlamentarista, o sr. Martins Rodrigues é quem tem razão, e lembra a história do cavalo do inglês. O dono queria que o cavalo vivesse sem comer, e cada dia reduzia mais a ração. Às vésperas de se acostumar a viver sem comer, o cavalo morreu. (Publicado em 03/12/1961)

Pobre país de pobres

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Foto: Efrém Ribeiro / Agência Globo

 

Um dos maiores problemas enfrentados pela espécie humana, desde sempre, é a pobreza. Trata-se de uma questão que nem o modelo capitalista, nem tampouco o socialismo têm conseguido uma solução satisfatória. Ao longo de toda a história humana, a pobreza sempre pareceu como uma espécie de condição ou norma natural da maioria e tem permanecido assim desde a formação das primeiras civilizações.

De forma mais superficial, é possível verificar que, em lugares onde não exista segurança jurídica adequada, onde não são permitidos o empreendedorismo e a propriedade privada, bem como a acumulação de capital e investimento, a pobreza parece ser a regra geral. Dizer simplesmente que toda riqueza ou fortuna é montada num roubo, não esclarece a questão. Assim como culpar a concentração de renda pela miséria, também não.

Um fato, porém, é inconteste: o capitalismo, ao permitir a liberdade humana para a competitividade e a inventividade, não deu, às diversas camadas sociais, condições idênticas de partida. Com isso, aqueles que possuem renda começam a se preparar para essa corrida para longe da pobreza em melhores escolas, com melhor atendimento de saúde e melhores condições de alimentação. Dessa forma, a desigualdade se mostra logo no início da partida e isso já faz a grande diferença. O aumento exponencial da população mundial, assim como os fatores hodiernos que provocaram as mudanças climáticas bruscas, como o aquecimento global, só fizeram elevar o problema da pobreza a uma condição absolutamente preocupante, levando a humanidade a sua mais complexa e urgente encruzilhada desde o aparecimento dos homens nesse planeta.

De fato, não há desenvolvimento possível e eticamente aceitável diante de um passivo como esse. Pobres existem em todas as partes do mundo, inclusive nos países desenvolvidos. E essa realidade tem experimentado um crescimento preocupante. As grandes ondas de emigração que têm se verificado dos países pobres para os ricos, só têm feito aumentar esse problema, acrescentando-lhe uma forte dose de outros elementos também preocupantes.

De acordo com estatísticas produzidas pelo Banco Mundial, pobres são aqueles indivíduos que vivem com até US$ 1,9 por dia. Mas ainda assim é possível classificar os níveis de pobreza naquelas pessoas que vivem com uma renda um pouco superior. O século XXI tem pela frente o desafio de encontrar soluções para esse problema que aumenta dia a dia. Cientistas sociais correm contra o tempo em busca de fórmulas e modelos que permitam minorar essa situação antes que esse dilema atinja o patamar de questões insolúveis.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Na ditadura, à sombra de Marco Aurélio, pululam e ficam impunes os Calígulas sanguinários, os Torquemadas da Inquisição e da intolerância, os enxundiosos Faruks da corrupção.”

Ulysses Guimarães, político brasileiro

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

 

Corpo e alma

No Centro de Saúde 13, a surpresa. Um cartaz anuncia a presença de uma benzedeira, sempre na primeira sexta-feira do mês. Respeito à cultura popular. Algumas unidades do DF também receberam a novidade.

Foto: Secretaria de Saúde/Mariana Raphael

 

 

Cinza & Verde

Chiquinho Dornas mostra a preocupação dos moradores com uma obra ao lado do parque da 614, Parque de Uso Múltiplo da Asa Sul. Veja todos os detalhes no link Obra ao lado de Parque da 614 Sul deixa moradores preocupados. Como o Parque do Lago Norte, perto da Bragueto, apelidado de Farofas Clube, a melhor parte era uma nascente que jorrava livremente como chamariz para os frequentadores. Foi a primeira coisa eliminada e hoje o lugar é um desafio para os destemidos.

 

 

Agenda

Já começou no Pontão o evento: Renda-se – feira de artesanato, bordados e rendas. Além da entrada gratuita, a promessa é de shows que vão agitar o público. O evento segue até o dia 27 desse mês.

Foto: Renda-se/Divulgação

 

 

Pró-labore

Abertas as inscrições para quem tiver interesse em estagiar no GDF. As inscrições vão até o dia 6 de novembro. Veja todos os detalhes no link maisempregodf.com.br.

 

 

Outros tempos

No calendário da Nestlé, as habilidades das crianças de 3 anos estão desatualizadas. Meus netos dessa idade fazem muito mais que dizer o nome, idade e gênero ou chamar amigos pelo nome. A Júlia sabe todas as músicas dos Saltimbancos de cor e dita o CPF da mãe e o Emmanuel sabe dizer o próprio endereço e já percebeu a conexão entre as letras e som, dando as iniciais das palavras.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Já que estamos no Ceará, vamos matar saudades. Será apresentada a emenda parlamentarista na Assembleia, e os conchavos já foram feitos. PSD e UDN se uniram (imaginem!) e decidiram: o partido que fizer maior número de deputados, fará o presidente do Estado. O outro, ficará com o presidente do Conselho de Secretários. Já escolheram os nomes, e o povo entrará de gaiato na história. (Publicado em 03/12/1961)

Crimes invisíveis

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Foto: istoe.com.br

 

Com a disseminação no uso das mídias sociais, no dia a dia de boa parte da população do mundo, a interlocução entre o Estado e a sociedade ganhou um impulso jamais imaginado antes. Com isso modificaram-se drasticamente as relações entre os cidadãos e os governos, criando-se uma espécie de instantaneidade no diálogo entre o poder e o povo.

Não é preciso dizer que essas novas tecnologias da comunicação conferiram também maior efetividade à chamada opinião pública, potencializando, ao infinito, o peso dessa massa sobre o Estado. Atentos ao alcance desses novos meios, políticos e marqueteiros de todas as matizes ideológicas passaram a utilizar esses canais para construir imagens hipotéticas ou, ao contrário, destruir reputações, atirando na lama o nome de todo e qualquer adversário. Para isso, passaram a veicular nesses novos prodígios da tecnologia o que de mais velho existe no mundo que é a mentira.

Com as mídias sociais, também a mentira e calúnia adquiriram uma vida e velocidade de difusão fantástica, fazendo estragos em tempo relâmpago e com um alcance até então inimaginável. Em tempos de internet, a propagação de notícias falsas se tornou, em pouco tempo, um fenômeno mundial e, por isso mesmo, tem sido alvo de ações que buscam criminalizar pesadamente sua prática. Ainda assim verifica-se que no mundo das relações e disputas políticas, a utilização e propagação de notícias inverídicas é cada vez mais uma prática usual. Não apenas em épocas de eleição, quando essa difusão é enorme, mas até mesmo no cotidiano.

Em mãos de gente sem escrúpulos, a ferramenta da internet foi transformada em uma arma, pronta para sabotar, difamar e arruinar tanto o antigo correligionário como o adversário da oposição. Não há limites, nem na ética, nem nas leis, que possam impedir que grupos de pessoas ou robôs espalhem as chamadas fake news. Um exemplo bem nítido e atual na utilização desse tipo de prática nefasta pode ser verificado na recente briga visando o controle do partido ou mais precisamente do caixa milionário do PSL.

Nesse episódio, tanto aqueles que se posicionaram ao lado do presidente da legenda, Luciano Bivar, como aqueles que defendiam a posição da família Bolsonaro cuidaram, logo num primeiro momento, de inundar as mídias com umas saraivadas de notícias sempre com trocas de críticas e denúncias de lado a lado. Nesses embates inglórios, o mais grave parece ser a denúncia feita pela ex-líder do governo na Câmara, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Depois de perder o cargo de modo abrupto, a deputada acusou os filhos do presidente Jair Bolsonaro de comandarem uma rede do que chamou de “milícia virtual”, composta por 1,5 mil perfis falsos, de difundir fake news e atacar adversários ou antigos aliados.

Segundo disse, essa milícia age dentro do Palácio do Planalto e é paga com dinheiro público para executar essa tarefa ilegal. Caso consiga provar o que disse na justiça, estará aberta mais uma crise, dessa vez, real e de graves proporções, erguida, quem diria, em cima de notícias falsas, divulgadas nas redes.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou pra trás há mais de 300 anos. Luís XIV achava que o estado era ele. Nas democracias e no Brasil, não há lugar para luíses assim.”

José Serra, atual senador da República

Foto: Beto Barata/PR

 

 

Brasil saqueado

É bom que ninguém esqueça o assalto feito no aeroporto paulista. Nas notícias nacionais, falam-se em tiros, vítimas, reféns, estradas interditadas, valores, quantidade de ouro. Já na imprensa internacional, um detalhe chama bastante atenção: as contradições quanto ao país destinatário. Inglaterra, Nova York, Nova Zelândia, Suíça. Afinal, qual é o final dessa história?

 

 

Planejamento

Mais moradores desesperados pela falta de planejamento na autorização para instalação de escola em área imprópria. Dessa vez na entre quadra 101/102 do Sudoeste. Segundo moradores, a homologação da licitação foi dia 06/06 e, no início de outubro, já estavam construindo. A elaboração de projetos, aprovação no DF, CEB, Caesb, Novacap e obtenção de alvará nunca ocorreu em uma velocidade inabitual. A administração regional confirma: a fila para acessar o colégio será longa e terá impacto em todas as vias. Contamos com o seu apoio para evitar esse desastre no Sudoeste.

Assista sobre em: Moradores do Sudoeste se unem contra construção de escola particular

Reprodução: globoplay.globo.com

 

 

Navegar

Órgãos públicos de todas as instâncias mostram respeito ao contribuinte de uma forma muito simples: mantendo a página na internet atualizada. Nomes que não existem mais nas assessorias, quem é quem totalmente fora de realidade, até notícias de anos atrás mostram o descaso com os internautas.

Arte: portaltransparencia.gov

 

 

História de Brasília
Venceu a firma do Recife. Dois dias depois, a firma do Crato telegrafou diminuindo os preços, e, apesar de aprovada a concorrência, a encomenda foi feita a essa mesma firma do telegrama. (Publicado em 03/12/1961)

O continente treme

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Foto: Protesto no Chile (Ivan Alvarado/Reuters)

 

Ao caminhar para o encerramento de 2019, o Brasil terá que mostrar ainda mais equilíbrio e bom senso no âmbito político, econômico e institucional caso tenha que se posicionar como mediador confiável das diversas crises que, nessas últimas semanas, se instalaram simultaneamente ao seu redor em todo o continente.

É sabido que, por sua importância geopolítica no Continente Sul Americano, o Brasil possui, quase que como missão estratégica, o intuito de cuidar para que seus vizinhos encontrem o caminho para uma convivência harmoniosa. Os desequilíbrios nessa região acabam por refletir internamente no Brasil, afetando não só parte de sua economia, mas trazendo problemas de outras naturezas.

O caso dramático que vem ocorrendo na Venezuela, com milhões de refugiados que fogem da fome e das perseguições políticas, demonstra a necessidade de um acompanhamento diuturno das condições internas nesses países da vizinhança. Nesses últimos dias, as tensões em vários países do continente aumentaram de forma significativa e acenderam a luz vermelha dentro do governo Bolsonaro, mostrando que boa parte da região parece assistir a um momento de escalada de crises sistêmicas, com turbulências políticas e grande pressão das ruas.

Além da Venezuela, que vive um momento particular de crise humanitária e falência total do Estado, a Argentina, por conta de uma crise financeira que já se arrasta por mais de uma década, corre um sério risco de se ver, mais uma vez, nos braços de um governo do tipo populista, de viés esquerdista, num retorno que parece cíclico e trágico a um passado perdido no tempo. Na Colômbia, o ressurgimento das Farc, possivelmente impulsionado pela Venezuela, promete voltar aos tempos de guerrilha, colocando fogo na região fronteiriça entre Brasil e Venezuela, o que também pode levar a um recuo no tempo, quando esses narcoguerrilheiros detinham parte do território, como um país paralelo. No Equador, os conflitos entre a população e o governo de Lenín Moreno, por conta do decreto que cancela os subsídios aos combustíveis, uma exigência do Fundo Monetário Internacional, tem chamado a atenção do mundo. No Peru, os especialistas apontam a atual crise como sendo uma das maiores de toda a sua história, com a maioria dos ex-presidentes investigados por conta dos casos de corrupção envolvendo a construtora brasileira Odebrecht e como resultado da Operação Lava Jato que se espraiou suas práticas criminosas por nada menos do que 49 países do continente, sob a tutela e orientação do Partido dos Trabalhadores. Houve até fechamento do Congresso que se opunha às investigações.

No Chile, as turbulências têm levado milhares de manifestantes às ruas, em conflitos com as forças armadas e um saldo, até o momento, de 15 mortos. Diversos são os motivos dessa revolta: desigualdade social e econômica, concentração de renda, aposentadoria privada, queda nos preços do cobre, desvalorização do peso chileno, além do aumento nos transportes públicos e outros itens. Na Bolívia a tensão vai aumentando a cada dia, ocasionada pelas fraudes nas eleições para presidente. O atual mandatário, Evo Morales, espera se sagrar vitorioso para seu quarto mandato. Sobre o Tribunal Eleitoral daquele país, pesam sérias suspeitas de fraudes. Observadores internacionais já declararam sua desconfiança de que nessa eleição atual está ocorrendo uma série de irregularidades, acobertadas propositalmente pelas autoridades. Os dois lados nessa eleição estão a um passo de iniciarem um conflito com graves previsões para o futuro. No Uruguai, a crise financeira, a proximidade das eleições e as reiteradas críticas feitas por políticos ao antigo regime militar vêm num crescendo que pode, a qualquer momento, acirrar os ânimos e levar esse país fronteiriço a uma instabilidade institucional, com sérios riscos, inclusive para o Brasil.

Além desses países, outros aqui não mencionados como a Nicarágua e o próprio México, na América Central, também atravessam fases delicadas que ameaçam a estabilidade do continente, com repercussões diretas e indiretas sobre o Brasil.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Escrever a própria essência, é contá-la toda, o bem e o mal. Tal faço eu, à medida que me vai lembrando e convindo à construção ou reconstrução de mim mesmo.”

Machado de Assis, escritor brasileiro.

Foto: escritas.org

 

Uber

Mais de uma vez, os assaltos a motoristas de Uber foram com chamadas para igrejas depois das 22h. Essa mentira é um dos sinais de perigo.

 

 

Celíacos

Atrasada, ineficiente e ineficaz é a legislação brasileira em relação aos celíacos. Está na hora de aparecer um parlamentar que enfrente a indústria de alimentos. Os rótulos nem sempre correspondem à verdade. A doença celíaca é autoimune. Por enquanto, o único tratamento é a dieta restritiva. O diagnóstico tardio é um perigo para o paciente. Restaurantes, empresas aéreas, indústrias alimentícias, precisam ser responsabilizadas na falha da prestação das informações sobre o assunto. Veja mais informações nos links: FENACELBRA, Mayo ClinicNational CeliacDeutsche Zoliakie Gesellschaft.

Imagem: fotosantesedepois.com

 

 

Novidade

Há uma pesquisa em desenvolvimento na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, que mostrou que é possível induzir a tolerância ao glúten em pessoas com a doença celíaca (desordem autoimune que provoca inflamação no intestino delgado e outros problemas relacionados a isso). Ontem foi a apresentação da novidade na European Gastroenterology Week, conferência que acontece em Barcelona.

 

 

Brasil

No evento, onde Sebastião Salgado recebeu o Prêmio da Paz dos Livreiros Alemães, em Frankfurt houve choro, riso e declarações de amor à Lélia. Sebastião Salgado é o primeiro fotógrafo a receber a honraria que já agraciou Vaclav Havel, Jürgen Habermas, Susan Sontag e Margaret Atwood. Os principais jornais alemães deram bastante destaque ao evento.

Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Já que estamos no Banco do Nordeste, mais uma: o sr. Alencar Araripe mandou abrir concorrência para a compra de geladeiras para as agências de Recife, Maceió e Aracaju. Para esta concorrência, foram convidadas firmas dessas três capitais, e da cidade de Crato.  (Publicado em 03/12/1961)

De óleos nas praias nordestinas

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Praia de Ipojucá (PE) – Teresa Maia/Folhapress

 

Considerado o maior e mais devastador desastre ambiental já ocorrido no litoral do Brasil, o imenso derramamento de óleo cru, que vai invadindo as praias paradisíacas do Nordeste, prossegue livremente em seu trajeto de poluição e morte desde 30 de agosto. A contaminação atinge uma área costeira de mais de 2 mil e duzentos quilômetros e ainda pode aumentar muito de extensão, dependendo da movimentação das correntes marinhas.

O mais preocupante é que, desde que foi dado o alerta para esse problema, o improviso e a lentidão das autoridades demonstram, mais uma vez, o pouco preparo e a ausência de uma estratégia de emergência para combater calamidades dessa magnitude, já que, ao longo dos mais de oito mil quilômetros do litoral do país, trafegam, dia e noite, enormes petroleiros carregados de óleo bruto, cujo o destino e rotas as autoridades parecem desconhecer ou prestar pouca atenção.

Na falta de uma ação eficaz por parte do governo, voluntários recrutados entre a população vão se revezando no trabalho de recolher manualmente o que podem. Há notícias de que já foram recolhidas cerca de 600 toneladas de óleo bruto.

Da mesma forma como ocorreu durante os incêndios na região amazônica, que foram crescendo em proporção, chamando a atenção do restante do planeta, o governo parece, mais uma vez, alheio a questões dessa natureza. Muitos têm criticado a postura do presidente que, pela segunda vez, deixou de se apresentar prontamente nesses locais para verificar in loco a extensão desses estragos ambientais. Essa ausência diz muito sobre o que esperar do atual governo em casos de calamidade e acende a luz vermelha para a realidade de um Estado totalmente despreparado para atuar em casos de grandes proporções.

Não fosse a ação desses grupos de voluntários, alarmados com a possibilidade de perderem turistas nesse verão que se aproxima, o problema seria ainda mais dramático. A poluição de muitas praias dessa região, algumas consideradas entre as mais belas dos trópicos, pode afetar, de forma drástica, a principal fonte de renda de muitas famílias nordestinas que vivem no litoral e exploram atividades diversas na alta estação. O pouco envolvimento do governo para amenizar os estragos desse derrame tem feito com que a justiça, por meio do Ministério Público, de nove estados nordestinos entre com ação contra o governo pedindo providências a quem o acusa de omissão.

Também na Câmara dos Deputados cresce ações visando a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar responsabilidades. A Petrobras tem feito cara de paisagem. O mesmo ocorre com o Ibama, desmobilizado e desprestigiado no atual governo. A ausência de um Plano Nacional de Contingência para Incidentes, tanto no caso dos incêndios na região Norte, como na poluição por óleo no Nordeste, demonstra na prática que o atual governo não possui uma equipe coordenada para enfrentar calamidades públicas, isso num país continental e com enormes chances de desastres de todo o tipo. O pior é que as autoridades não sabem a extensão desse vazamento, qual sua origem, quais as estratégias corretas a serem adotadas nesse caso, nem a quem punir.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Toda a ambição é legítima, salvo as que se erguem sobre as misérias e as crendices da humanidade..”

Joseph Conrad, escritor polonês

Foto: britannica.com/biography/Joseph-Conrad

 

 

Devolução

Quem foi multado por estar com os faróis do carro apagados deve ficar atento. A multas expedidas pelo DER poderão ser devolvidas. Formam mais de 13 mil autuações.

Charge: glauciapaiva.com

 

 

Surpresa

Leitores contam que a missa das 11h do último domingo, no Santuário Dom Bosco, foi uma surpresa. O padre era um poderoso tenor que cantou todas as músicas da celebração.

 

 

Credenciadas

Em tempos de matrícula, confira, no link www.se.df.gov.br, a lista de escolas particulares credenciadas pela Secretaria de Educação do DF.

 

 

Tributos

Maria Lucia Fattoreli, do Auditoria cidadã, chama a atenção para a votação do PLP 459/2017 que, resumindo, envolve pagamentos para fora dos controles orçamentários, desviando os tributos pagos pelos contribuintes

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Aliás, estamos informados de que o sr. João Goulart prometeu ao sr. Vitorino Freire “convencer” o sr. Carlos Jereissati a aceitar a indicação do sr. Waldemar Alcântara. (Publicado em 03/12/1961)