Civilizados com bicho de pé

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: agenciabrasil.ebc.com

 

Originário da língua polinésia, o termo tabu, significando alguma coisa sagrada, perigosa, proibida ou pouco limpa, ganhou no idioma português, além do sentido próprio, certa noção de discriminação imposta pela sociedade a tudo que possa ir contra à religião, às opções sexuais, ao estilo de vida comumente aceito, entre outras manifestações discriminatórias ao diferente, ao revolucionário.

O maior inimigo do tabu é justamente a ação transformadora do tempo, que age sobre cada nova geração, modificando continuamente a percepção da realidade. No Brasil, o ato de quebrar certos tabus diz muito sobre nossas origens e nosso processo civilizatório.

O colonialismo com suas características inerentes ao escravismo, ao patriarcalismo, às crenças religiosas, não só europeias, como indígenas e africanas, moldaram nosso jeito de ser, miscigenando não apenas as três raças de três continentes, mas nosso íntimo, nossas crendices e tabus. Somos o que somos, selvagens e arredios inseridos no século XXI. Jesus, Maria, José, Ogum, Oxossi, Oxumaré, mesclam-se à Tupã, Anhangá, Sumé, gerando o que somos: civilizados com bicho de pé.

A mudança, que se acredita radical, entre governos de tendências ideológicas antagônicas, fez com que muitos tabus, que se pretendiam ser colocados no fundo do mar, viessem à tona, trazidos à luz pela necessidade premente de serem, ao menos, repensados nesse momento.

Um desses tabus que urge que seja quebrado pelo bem de milhares de brasileiros é justamente o que regula o uso medicinal de medicamentos à base de canabidiol, não só para os que sofrem os sintomas da epilepsia, mas os portadores de Esclerose Múltipla, Mal de Parkinson, Esquizofrenia, Aids, efeitos colaterais provocados pela quimioterapia do Câncer, vários tipos de Depressão severa, Ansiedade, doenças degenerativas, entre outras.

A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), portadora de tetraplegia, é uma das defensoras do uso medicinal do CBD. Em sua luta para que se estabeleça uma legislação regulamentando essa questão, a senadora lembrou que mais de 40 países pelo mundo afora já decidiram o assunto, institucionalizando o uso do medicamento, como é o caso de boa parte dos Estados Unidos, vários países da Europa e até Israel.

Hoje no Brasil os pacientes que buscam essa terapia são obrigados a pedir autorização judicial e importar esse tipo de medicamento a custos elevadíssimos e depois de vencer um trâmite surreal de burocracia. É preciso, segundo ela, e outros parlamentares que defendem um projeto de lei específico sobre o assunto, que sejam autorizadas e incentivadas as pesquisas e a produção desses remédios em todo o país, não só para barateá-los, como também para torná-los acessíveis a todos os brasileiros que necessitam. “Se a saúde das pessoas não emociona os parlamentares, então vamos falar de economia”.

Na Colômbia, foram criados 1,7 mil empregos. […] O mercado legal de cannabis é um dos segmentos da economia global que mais cresce. A taxa é de 22% ao ano. No Brasil, a estimativa de crescimento é de R$ 1,1 bilhão. Isso reverteu o desemprego na Flórida. E o desemprego é uma das maiores doenças do Brasil”, afirma a parlamentar, mostrando também pesquisa de opinião pública mostrando que três em cada quatro brasileiros apoiam o uso desse medicamento. Mesmo na contramão da aprovação de uma lei tratando desse assunto, pesquisa sobre a importação desse medicamento mostra que seu uso, para fins medicinais, vem crescendo a um ritmo acelerado.

Em apenas um ano (2015), mais de 78 mil unidades de produto foram importadas para uso terapêutico. O Senado aprovou na Comissão de Direitos Humanos a sugestão legislativa para uso medicinal do CBD. O autor do relatório foi o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“— Se a gente aprovar um projeto permitindo só o canabidiol, o medicamento que inclusive eu tomo, vai ser proibido. Isso vai fazer com que eu perca a minha força laboral. E, poxa, alguém aqui já me viu alucinando em algum canto do Congresso? Alguém aqui já me viu falando besteira? Alguém aqui tem algum senão quanto à minha dedicação, à minha seriedade no meu trabalho?”

Senador Mara Gabrilli

 

 

Na verdade

Carregados de dados e emoção, os depoimentos dos coordenadores do Centro de Valorização da Vida na Câmara e no Senado. O caso é que quem conhece potenciais suicidas não tem à mão um serviço de emergência ou quem não pode pagar por remédios caros ou profissionais competentes fica mesmo à deriva. Acesso à prevenção de suicídio é restrito.

Foto: setembroamarelo.org

 

 

Prática

Uma música inicia o atendimento no número telefônico 188. “Sua chamada é a….40.” Difícil acreditar que o CVV funcione desse jeito. Além disso, são voluntários. Eles recebem algum tipo de capacitação? Algumas pessoas que já foram atendidas acreditam que não. Muito ruim o serviço.

 

 

 

Passagens subterrâneas

Hora da faxina nas passagens subterrâneas. Cheiro de urina, e algumas com fezes, mostram a falta de manutenção. Quem quer se proteger do trânsito usando esses corredores é obrigado a suportar esse descaso.

Foto: Andre Borges/Agência Brasília

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O dr. Laranja, de quem falavam mal, que não conhecia a cidade, e não sei mais o quê, está se revelando na Novacap. Reuniu o que havia de melhor para a diretoria, e está indo muito bem. (Publicado em 30/11/1961)

Muito tabu e pouca racionalidade.

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Foto: ingredientesonline.com.br

Como todo assunto que requer uma pausa no preconceito , obrigando as pessoas a repensar o que acreditam ser o monólito onde estão esculpidos “seus valores e dogmas”, quaisquer questões que envolvam mudança de paradigmas, são, logo de saída bombardeadas sem ao menos terem tido a possibilidade de manifestarem-se.

Foi assim com a questão do divórcio, um assunto tabu e que sofreu grande resistência por parte da Igreja e de parte da sociedade conservadora, embora as tentativas de institucionalização dessa questão aparecesse, de forma tímida, desde a proclamação da República em 1889. Foi somente em 1977, com a emenda constitucional número 9, que o divórcio foi instituído oficialmente pela Lei 6515. De autoria do ex-senador Nelson Carneiro, a controversa lei gerou grande polêmica naquele período também. Lembrando que nos anos 40, 50 e 60, mulheres desquitadas ou que decidiram deixar seus maridos, por violência ou outros motivos justos, sofriam horrores e preconceitos de toda a ordem, sendo taxadas de “mulheres de vida fácil” entre outros maus dizeres.

Até mesmo a sua colocação no mercado de trabalho, era tarefa difícil, vivendo marginalizadas, perseguidas e mal faladas. Em outras questões fundamentais e que dizem respeito à evolução e transformação natural da sociedade, persistem ainda certos tabus em assuntos como o feminismo, a educação sexual de adolescentes, o papel da mulher na vida moderna, orientação sexual, percepção de gêneros, aborto entre outros temas que mostram a dinâmica social como um fenômeno ligado a própria história humana.

Nesse sentido merece reflexão profunda também a questão hodierna da regulamentação do uso medicinal de remédios à base de canabidiol. Como todo assunto tabu, a aceitação do princípio farmacológico desse produto, tem merecido, por parte das autoridades as mais controversas avaliações, sendo, como toda novidade nesse país, bombardeada com os mais estapafúrdios argumentos. Curioso observar sobre esse e outros temas tabus, que a antiga resistência feita pela Igreja Católica a certas mudanças nos hábitos e condutas sociais, vão sendo substituídos hoje pela oposição ferrenha das igrejas neopentecostais, principalmente porque essas adquiriram certo status político dentro do Congresso e, portanto, maior poder de influir em assuntos nas esferas cíveis.

Em depoimento contundente e emocionado a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), comentou sua própria relação e experiência com os remédios à base de canabidiol, sensibilizando seus colegas da Comissão de Direitos Humanos (CDH) a aprovar, através de um projeto de Lei que irá tramitar na Casa, o uso desse tipo de medicamento. Segundo a parlamentar, que ficou tetraplégica há algumas décadas atrás, por conta de um acidente. Há significativos avanços em seu tratamento desde que começou o uso medicinal dessa substância à base de THC. “Eu mexo muito pouco do pescoço para baixo, mas eu mexo muito mais do que eu já mexi um dia, porque eu era uma pessoa deitada, que respirava numa máquina, que não falava, que não sentava, que não sentia e que não se mexia. […] Sabe por que eu faltei tanto tempo aqui, fiquei de licença? Porque durante todo o período que fiquei sem ter o THC, eu desenvolvi uma epilepsia refratária” , confessou a senadora, ressaltando que além dela, milhares de pessoas em todo o país sofrem com o mesmo problema e com outros tipos de complicações, justamente pela falta desse tipo de medicamento.

Na sua avaliação, é preciso que o Congresso não evite que outros brasileiros possam ter a mesma qualidade de vida e de saúde. “Temos que legislar também com o coração” disse a parlamentar, lembrando que hoje o THC é fundamental em sua vida. “Quando ele entra no meu corpo é como tirar o desconforto e a dor com as mãos”, confessa.

A frase que foi pronunciada:

“E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.”

Gênesis 1:12

 

Câmara Legislativa

É muito interessante o PL 333/2019 onde permite a entrada de cães em asilos. Mas se quiser ver um idoso feliz realmente é só encher a casa de crianças. Esse contato é saudável tanto para o futuro, com crianças que respeitam os idosos quanto para o passado, resgatando a alegria do idoso.

 

Sucesso total

No restaurante do Sesc, no Senado uma homenagem ao Rio de Janeiro. Dos aventais dos garçons à decoração da mesa, tudo sobre o tema carioca – “Rio de Janeiro – Sabor em todos os sentidos”. Teresa Corção, a chef embaixadora de cozinha brasileira do Senac RJ, impressionou em todos os aspectos, inclusive no detalhe de uma florzinha comestível enfeitando a rabanada.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O dr. Jaime Almeida é, agora, diretor financeiro. Cada vez que viaja para o Rio, os empreiteiros vão ver se ele embarca mesmo, e, quando volta, as mesmas pessoas vão ver se a pasta veio mais “reconfortante”. (Publicado em 30/11/1961)

O preço de Dilma

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Foto: ricardoantunes.com

 

Não é de hoje que a ex-presidente Dilma Rousseff vem num périplo frenético pelo planeta para, basicamente, fazer o que mais aprendeu, não apenas durante o período que integrava a cozinha dos movimentos de guerrilha, mas, sobretudo, quando foi alçada ao poder pelo chefão petista, e que pode ser resumido em mentir, falseando a verdade e os fatos históricos, de forma a colocá-la numa posição quer de vítima, durante o regime militar, quer de presidente afastada por impeachment por um suposto golpe urdido pelo Congresso.

O desconhecimento e mesmo o desprezo com que o mundo desenvolvido acompanha o desenrolar desses tipos de acontecimentos no Brasil, um país visto como exótico, distante e perdido no tempo, tem ajudado essa senhora a expor sua narrativa ficcional a plateias basicamente formadas pelo que restou da esquerda radical no mundo contemporâneo. De toda forma, esse tour, ao mesmo tempo em que reforça a imagem negativa do país, prejudica os negócios do Brasil lá fora. Com ponto ou sem ponto no ouvido.

Depois de mais de uma década da razia promovida pelos governos petistas ao erário e que quase transformou o país numa ruína gigantesca, com milhões de desempregados e uma inédita depressão econômica, todo esse cenário é, em sua versão, debitado unicamente aos opositores e à classe política dominante.

O mais curioso é que os custos desse passeio, do outro lado do Atlântico, são feitos exclusivamente em países de primeiro mundo, onde se hospeda nos mais caros hotéis do lugar e onde frequenta os mais requintados restaurantes, nos quais saboreia acepipes dignos de um monarca.

Tudo isso, é claro, colocado na conta do pobre contribuinte brasileiro. De um modo geral, é reconhecido que, desde que chegou ao poder, para exercer uma espécie de governo tampão entre 2010 e 2014, até o retorno do chefão, e talvez até antes, quando ocupou o Ministério das Minas e Energia e a Casa Civil, Dilma é sem dúvida a presidente que mais deu prejuízos em toda a história do país, quer por sua gestão desastrada, ou pelo fato de dar continuidade ao processo sistemático de corrupção que se instalara no governo de seu antecessor. Somente em uma única empresa pública, a Petrobras, Dilma e seus auxiliares provocaram um rombo que ascende a bilhões de reais.

Hoje, fora da presidência, sua equipe de oito assessores entre seguranças e secretários custa, aos pagadores de impostos, R$ 5,5 milhões ao ano. Somente no ano passado, Dilma espetou no erário uma conta de meio milhão de reais ao Palácio do Planalto. É de longe a presidente que mais gasta em viagens e outras mordomias. Segundo informações do próprio Palácio, os custos com sua equipe no ano passado, sem contar dos salários, foi de R$ 632,2 mil. Desse montante, R$ 587 mil foram gastos em diárias e passagens em primeira classe.

Em Madri, por onde anda agora, Dilma tem repetido, à plateia da Central Sindical do Partido Comunista da Espanha, que Bolsonaro é um neofascista que está destruindo a Amazônia e a soberania do Brasil e que o golpe que sofreu visou apenas a implantação do modelo neoliberal.

O mesmo fala em relação ao ex-presidente Lula que, em sua narrativa, foi condenado e preso para não disputar as eleições que, em sua visão, venceria com facilidade. A ex-presidente também repete o mantra de que a Operação Lava Jato foi feita exclusivamente para mirar em Lula e nos petistas, deixando o restante dos envolvidos do lado de fora.

De tanto semear essas mentiras, Dilma acredita que um dia elas poderão germinar como verdadeiras, da mesma forma como quem semeia feijão e colhe laranjas. No terreno baldio da cabeça da ex-presidente tudo é possível.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Onde foi que erramos?”

Juca Kfouri, em entrevista no seu canal, pergunta à “ex-presidenta” Dilma, que ficou sem palavras, sem resposta.

 

 

Doação

Projeto UDF sem Fronteiras está arrecadando livros infantis para a Casa da Paternidade. A iniciativa é das professoras Elisa Muniz e Josilene Moura.

Banner: facebook.com/udfsemfronteiras

 

 

Talento

Já desfilava desde os 13 anos. Sabe o que quer. Já morou em dezenas de países. Agora com 18 anos, está em Hong Kong. Gosta tanto que chama de Home Kong. Veja a seguir algumas fotos da modelo Mariana Dominicini.

Fotos: 2mmodel-books.netwalkapp.com e classmodelos.com

 

 

Desburocratizar

Hoje, o advogado-geral da União, André Luiz de Almeida Mendonça, proferirá palestra em São Paulo durante o Seminário “Desburocratização e Eficiência Estatal”. O evento é promovido pela Federação das Indústrias do Estado da capital paulista. O debate gira em torno do papel da Advocacia-Geral da União e do Judiciário na modernização da gestão pública.

Reprodução/PGU

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não sei que significado darão a essa palavra, com o amontoado de casebres existentes, sem que ninguém queira sair de onde está para passar uma rua, ou uma praça. (Publicado em 30/11/1961)

As ruas e os shoppings

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Foto: Valdemir Cunha (viagemeturismo.abril.com)

 

Em qualquer cidade do mundo, uma das grandes atrações, preferidas por 9 em cada 10 turistas, é poder caminhar com tranquilidade pelas ruas e avenidas, observando as pessoas, as praças, o comércio local e as vitrines das lojas, com suas variedades de produtos e preços. Nesse tipo de esporte, andam-se quilômetros sem perceber. É assim em Nova Iorque, Paris, Londres, e na maioria das grandes cidades, onde as ruas são limpas, iluminadas, seguras e aprazíveis. Sentar em um banco, ver o público se movendo de um lugar para outro, fazer um lanche, tomar um café, repor as energias e seguir desbravando a cidade, a pé, conhecendo seus segredos, sua gente.

Não apenas turistas buscam esse prazer, mas os próprios moradores também buscam as ruas para se distrair. A rua é a extensão natural da casa e uma necessidade do ser humano para interagir, conversar, encontrar amigos, se divertir. Muito mais do que um lazer, as ruas representam um fator de saúde para muitos que vivem fechados em espaços exíguos e com poucos movimentos.

Em Brasília, essa necessidade foi amplamente pensada e posta à disposição de seus moradores, principalmente dentro do Plano Piloto, que, à época da construção da capital, se acreditava ser o espaço principal e único da cidade. Dentro dessa concepção é que foram projetadas as avenidas W3 Norte e Sul.

Com uma extensão de aproximadamente 13 quilômetros, incluindo o trecho em que corta perpendicularmente o Eixo Monumental, essas duas avenidas, outrora o centro nervoso da capital, são reconhecidas, pela maioria dos urbanistas, como o principal e potencial eixo de comércio da cidade. Com um desenho e uma topografia para lá de favoráveis a todo o tipo de atividade comercial e de lazer, essas, que poderiam ser duas das maiores e mais aprazíveis avenidas do mundo, continuam esquecidas e adormecidas numa espécie de sono profundo

Com isso, um processo lento e gradual de decadência foi-se instalando nessa vital artéria, propagando seus males para as várias ruas adjacentes. Os prejuízos econômicos para a capital, ao longo de todos esses anos de abandono, são incalculáveis e, se corrigidos, dariam para construir uma outra capital.

Inconcebível que numa moderna vitrine do que de melhor se fez em arquitetura e urbanismo nesse país, uma longa via como essa, praticamente esperando uma oportunidade para acontecer e brilhar, não se tenha um projeto racional e belo que possa restituir a vida a essa avenida.

Enquanto esse dia não chega, os shoppings, que se aproveitaram dessa leniência de seguidos governos continuam faturando. Do estacionamento aos preços de qualquer produto, o custo pela manutenção desses edifícios gigantes são repassados aos consumidores. Um simples cafezinho, que na rua você encontra por até R$ 4, nos shoppings chegam a custar R$ 10. Essa majoração de preços assustadora vem por conta dos altos alugueis e de outros custos que esse tipo de mercado geram para os lojistas.

Revitalizar as avenidas W3 Sul e Norte é acabar com esse tipo de monopólio de comércio que gera lucro apenas para os donos do empreendimento. O renascimento das W3’s significa a geração de milhares de empregos, aumento na oferta de produtos, concorrência mais intensa e melhores preços para os consumidores, além de uma excelente opção para os turistas e para os habitantes da cidade, que terão a oportunidade de fugir dos ambientes monótonos, caros e sempre iguais dos shoppings.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Susana estava mais W3 do que nunca.”

Nicolas Behr, candango construtor de poesias

Foto: Ailton de Freitas

 

 

Dia desses

Alegre e rodeado por amigos, o general Mourão se deliciava num restaurante especializado em carnes, na asa norte.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

 

De olho

Em 19 de outubro de 1961, essa coluna publicava sobre o uso indevido de carros oficiais. Os abusos continuam 57 anos depois.

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

 

 

Cores e perfumes

Sucesso o FestFlor. Produtores como o seu Francisco Araújo puderam trocar cartões com negócios prósperos. O lucro foi satisfatório na mostra. Segundo a Emater, são 139 produtores de flores e plantas ornamentais que recebem capacitação pela instituição. Dados revelam que em Brasília, por consumidor, são gastos R$ 44,23 por ano na compra de flores contra R$ 26,27 da média nacional, movimentando cerca de R$ 200 milhões anuais até o consumo final.

 

 

Pega mal

É preciso o pessoal da página do governo do DF ficar mais atento às informações repassadas aos leitores. Há uma aba na página do GDF que chama a atenção pelo nome: “espalhe a verdade”. Ao acessar a url (http://www.brasilia.df.gov.br/category/espalheaverdade/), a notícia mais atualizada é de abril de 2017.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A cidade livre está se acabando em matéria de comércio, e aumentando demais em miséria. É um horror, a gente ver aquilo que foi o núcleo pioneiro. As fossas estouradas, jogam esgotos na rua e a câmara aprova a “urbanização”. (Publicado em 30/11/1961)

Um Brasil direto da fonte

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Foto: ONU/Reprodução

Fosse dito, há um ano atrás, que Jair Bolsonaro iria abrir a 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), poucos acreditariam. Ainda mais que diria em seu discurso, perante o mundo, que o Brasil ressurgiu das cinzas depois de estar à beira do precipício socialista.

Para aqueles que, a essa altura dos acontecimentos, já possuem uma ideia do estilo do atual presidente, seu discurso não se diferenciou daquilo que vem propondo desde sua campanha em 2018. Surpreso mesmo ficaram aqueles que duvidavam que o presidente teria a ousadia de desafiar os variados regimes socialistas com assento na ONU. Para esses, Bolsonaro desfilou uma série de fatos que apresentam essas esquerdas como culpadas diretamente pelo subdesenvolvimento crônico, corrupção generalizada, altos índices de criminalidade, além de ataques aos valores familiares e religiosos que formam a maioria dos povos do continente. O mesmo que os brasileiros puderam, em grande parte, vivenciar durante os governos petistas. Nesse sentido, o presidente Bolsonaro deixou muito claro seu posicionamento ideológico diante de nações como Cuba, Venezuela, Nicarágua e outras onde os sistemas socialistas continua persistindo no desmonte das liberdades individuais, da economia de livre mercado, entre outros valores da democracia e do liberalismo.

Nesse ponto, acusou o regime cubano de escravizar seus médicos, de interferir na América Latina para impor, pela força, o sistema socialista, incluindo também, nesse rol, a Venezuela, onde a ditadura impôs a pobreza generalizada, expulsando pela fome e violência mais de 4 milhões de compatriotas que foram buscar refúgio em outros países, inclusive no próprio Brasil.

Para marcar seu posicionamento, Bolsonaro deixou claro também os esforços de seu governo em trabalhar conjuntamente com países como os EUA para que se restabeleça a democracia nos países da América do Sul, pondo fim às ditaduras socialistas que ainda insistem no continente.

Para se situar de forma coerente entre aqueles que não se intimidam em reconhecer sua posição totalmente contrária à dialética das esquerdas, o presidente Bolsonaro fez referência também ao Foro de São Paulo que, para ele, se trata de uma organização criminosa criada por Fidel Castro e Hugo Chávez para difundir o socialismo na América Latina, alertando que esse organismo continua ainda vivo e, por isso, tem que ser combatido. “Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica e vice-versa”, enfatizou o presidente em seu discurso marcado por um posicionamento político e ideológico firme.

Obviamente que as esquerdas cuidaram logo, nas redes sociais, de apontar como vexaminoso e falso esse discurso. Uma olhada também nas milhares de opiniões que se seguiram nas redes e que expressam a maioria da população brasileira: Bolsonaro falou exatamente o que os seus eleitores e outros queriam ouvir.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Bolsonaro com B de Brasil”

Faixa em NY

 

 

Cuidados

Depois das vistorias da vigilância sanitária em salões de beleza, seria interessante a visita de fiscais do trabalho nesses mesmos salões. São funcionárias sem direito algum, que dividem o salário apenas para ter um local para trabalhar.

Foto: saude.df.gov

 

 

Segredo

Por mais placas e sinalizações, são inúmeros os visitantes perdidos no Senado Federal. Em breve, a Casa oferecerá aos visitantes um aplicativo como o Waze, que funciona especificamente no perímetro da Casa.  Mas, por enquanto, é segredo.

Foto: Pedro França/Agência Senado

 

 

Visita

Marcelo Ferreira da Silva, administrador do Lago Norte, está sempre ligado à comunidade. Com o WhatsApp a postos, ouve todas as reclamações e resolve quando é possível. Em outubro, vai tomar café com os moradores do trecho 9 do SMLN.

Foto: lagonorte.df.gov

 

 

Receitas

Em Manaus, há um concurso de melhores receitas regionais da alimentação escolar.  Essa é uma boa ideia para o secretário da educação, João Pedro Ferraz dos Passos, implementar. Afinal, Brasília é a casa de todos os estados.

Foto: Arquivo/Ac (acritica.com)

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

No lado dos ministérios militares, cada dia um palanque diferente. E as rodinhas brancas dos condecorados de 25 de agosto ainda registram, na calçada, o trajeto do “professor” antes da renúncia. (Publicado em 30/11/1961)

Jovens no comando

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Foto: PAUL BRAVEN (EFE)

 

Juntando as peças do imenso e delicado quebra-cabeça que forma o momento histórico atual, já é possível vislumbrar o que parece ser um novo fenômeno mundial que vai se desenhando no vácuo do poder deixado pelo descrédito inédito da maioria das lideranças políticas nesse início de século XXI. A instantaneidade das informações, propiciada pelas redes de computadores, a relativa liberdade no fluxo de mensagens, estão ligando jovens em todo o planeta em tempo real em prol do que se percebe como a salvação urgente do planeta.

As manifestações que vêm ocorrendo em diversos países do Ocidente possuem dois elementos em comum: são formadas por jovens de todas as idades, imbuídos por um desejo sincero de salvar o planeta e, por extensão, a própria raça humana do que já é considerada, por muitos cientistas, a maior encruzilhada já experimentada pelos humanos, desde o seu surgimento sobre a Terra. Na verdade, são eles que herdarão essa Terra que aí está, degradada por um modelo de exploração que não prevê futuro algum à frente. A descrença crescente que marca muitas das atuais lideranças políticas dessa parte do Globo tem aberto caminhos por onde os jovens vão tomando a liderança de um movimento que não pode aguardar mais soluções burocráticas e atreladas a uma agenda puramente econômica. A questão aqui é de sobrevivência.

Por conta disso, os jovens, em boa parte do mundo, já perceberam que o tempo político é por demais elástico para acompanhar os acontecimentos que vão num crescendo alarmante e, por isso, pretendem o protagonismo nessa questão. Obviamente que os políticos, com receio de seus embustes, fazem orelhas moucas a essas reivindicações, considerando-as apenas mais uma manifestação sem lastro. Parece que desta vez os políticos estão errando em suas avaliações. Muitos daqueles que vêm acompanhando essas manifestações acreditam estar assistindo a um verdadeiro ponto de inflexão na questão ambiental. De fato, o que se sabe, a essa altura dos acontecimentos, depois de imagens que correm o planeta mostrando incêndios devastadores, inundações, desmatamento, desaparecimento de geleiras e de muitas espécies de animais e plantas, é que na maioria dos países desenvolvidos, as manifestações em prol da preservação do meio ambiente estão tirando o sossego dos líderes políticos, ameaçando seus governos e fazendo os eleitores se afastarem da velha agenda e de seus postulados.

Pela proporção que esses fatos ligados à sobrevivência do planeta ganharam em muitos países, não só os políticos foram ofuscados e tornados obsoletos, mas muitos organismos, que lhes serviam de palanques, perderam a luz própria. O movimento Fridays for Future parece ter tomado a dianteira e a agenda de fato dessa questão. Num mundo interligado, atento e atônico com seu próprio futuro, as lideranças mais velhas perderam o rumo e a capacidade de conduzir. Até mesmo as Organizações Não Governamentais parecem estar fazendo um papel de plateia e de figurantes para essa nova geração que quer agora a direção e o comando do planeta.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada

“Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos. E, por estranho que pareça, sou grato a esses professores.”

Khalil Gibran, filosofo libanês.

Imagem: Alamy

 

BTS

Foi uma grande ideia aproveitar o nicho de passageiros no setor de clubes. Com contratos de fretes, a empresa faz parceria com diversas instituições localizadas naquela área.

Foto: onibusbrasil.com/joseaugustogama

 

Vigilância

É comum ver carros da polícia judiciária rondando os estacionamentos dos tribunais, já que a arquitetura favorece uma longa caminhada dos funcionários. Como o final do expediente termina já à noite, a área é bastante vulnerável.

 

 

Clubes

Assefe aproveitou bem a área do clube dos funcionários do senado para instalar a creche. Ambiente maravilhoso para o desenvolvimento da criançada. Fica o exemplo para outras associações.

 

 

História de Brasília

A Praça Municipal, agora, é depósito de lixo. Fizeram um horror. Roubaram a Loba Romana, e o buriti do dr. Israel morreu. Ninguém fez nada para lembrar uma época de Brasília. (Publicado em 30/11/1961)

 

Ecologia, economia e comércio em volta da Amazônia

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Foto: Reuters/Ricardo Moraes/Direitos Reservados

 

Enganam-se as autoridades brasileiras caso acreditem que o governo americano, que parece lhe servir de modelo, fará vistas grossas aos incidentes que vêm ocorrendo na região amazônica. Principalmente com relação à leniência com que o atual governo vem tratando essa questão. Não existe a tão almejada amizade fraterna entre governos, como erradamente sonham alguns dentro e fora do Palácio do Planalto.

O mundo move-se pelo interesse, em nome do qual não hesita fazer a guerra. Prova disso é que assim que retomaram seus trabalhos, os congressistas americanos focaram seus debates sobre os últimos acontecimentos havidos na região amazônica, principalmente na parte brasileira. Tido por muitos políticos daquele país como uma espécie de quintal próprio, a Amazônia vem tomando lugar entre as preocupações de americanos e de europeus, receosos que de essa região venha, conforme advertem os cientistas, entrar num processo irreversível de destruição, com sérios prejuízos para todo o planeta.

A bancada democrática americana vem pressionando para que o governo adote uma postura mais dura com relação aos produtos brasileiros, sugerindo, inclusive, que se adote uma proibição às importações de determinados itens. A punição se estenderia também aos acordos de livre comércio. Entre os itens que poderiam sofrer restrições estão o petróleo, o milho, o papel, o tabaco, o açúcar, a madeira, o couro, a soja e a carne, ou seja os principais produtos da pauta de exportação brasileira destinados para aquele país.

Do desmatamento que segue sem restrições, inclusive impulsionado pelo mercado chinês, as preocupações se estenderam às queimadas descontroladas que varrem parte significativa do bioma da região. Curioso notar que esses embargos poderiam englobar também a assistência militar, assunto de grande interesse para o governo brasileiro.

Durante os debates que se seguiram, foi aberta ainda uma oportunidade para que a pesquisadora brasileira do Peterson Institute for International Economics e diretora do Programa de Estudos Latino Americanos da Johns Hopkins University, Monica De Bolle, apresentasse sua visão sobre a questão amazônica. Em sua avaliação, o governo brasileiro precisa entender que o comércio no século XXI exige uma estreita simbiose entre ecologia, economia, principalmente na área comercial. “sob Bolsonaro e sua guerra ideológica contra o clima e o ambientalismo, muitos predadores passaram a se sentir confortáveis em depredar a Amazônia”, afirmou a pesquisadora, para quem é preciso que o governo reveja, o mais urgente possível, o desmonte das regulações e das agências ambientais como o Ibama e o Inpe.

Bolle criticou também a atuação do governo Trump em não aderir, de forma racional, à agenda ambientalista. “O fogo na Amazônia não é só uma tragédia, mas também uma oportunidade para que os governos do Brasil e dos Estados Unidos parem de negar as mudanças climáticas e passem a cooperar em estratégias para preservar a floresta e o meio ambiente” afirmou.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a força da lei.

Mas quem são mesmo os amigos e os inimigos? ”

Alguém na Praça dos Três Poderes, bastante confuso.

Foto: EBC

 

 

Cuidados

Não é só por causa da seca que a conjuntivite aumenta. Uma vistoria nas grandes clínicas dos olhos em Brasília seria interessante. De um paciente para o outro, o que se passa nos equipamentos é um papel seco. Nada mais.

Foto: hojeemdia.com

 

 

Anjos inocentes

Fica, em Samambaia Norte, a instituição Santos Inocentes. Na QR 425, Conj. 5. Essa casa, além de rejeitar o aborto, recebe as adolescentes e mulheres que resolveram manter a vida da criança, apesar das dificuldades. Esse é um bom lugar para se investir. Veja como no link Como colaborar.

 

 

Receitas

Quase um terço de todos os alimentos que produzimos, 1,3 bilhão de toneladas por ano, é perdido ou desperdiçado. A informação é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Veja, no link Sete receitas com cascas e bagaço de alimentos, as publicações sobre o uso de cascas de alimentos em receitas deliciosas.

Brigadeiro de casca de banana

 

 

História

Escrita por Ari Cunha em 1961, a notinha da história de Brasília de hoje comenta sobre as aves da região nos primeiros anos da cidade. Ontem, foi publicada uma matéria no El Pais com a informação de que a metade das aves mais comuns da Europa e da América do Norte desapareceram. Os estudos dizem que, nos últimos 50 anos, há três bilhões de pássaros a menos.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O Lago está bonito. Está na cota mil, e cheio de garças. A nossa Lagoa do Jaburu, também. Vou pedir ao Anapolino para me mandar duas sacas de arroz em semente, para plantar lá, e conservar as aves que poderão desaparecer. (Publicado em 30/11/1961)

Amazônia, uma filha maltratada

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Foto: BBC

Soberania, com o sentido de domínio inconteste e irrenunciável sobre um determinado bem, um mantra tão caro as alas militares de todo o planeta ao longo da história, parece possuir, no mundo atual, que se pretende globalizado, uma outra semântica. Essa significância mais diluída e imprecisa, obviamente, põe de cabelos em pé todos aqueles grupos que acreditam que esse domínio e posse, antes de quaisquer outros sentidos, representa uma carta branca de alforria para, inclusive, pulverizar esse bem , transformando-o em cinzas.

Numa analogia mais aproximada, seria como se um pai, por sua autoridade de progenitor, possuísse também o direito de vida e morte sobre seu filho (ou a mãe, mas aí já é outra história). Não só para o mundo moderno, mas em todo o tempo e lugar, o sentido de domínio sempre foi imposto pelo poderio da força bélica. Ocorre que na atualidade essa posse também passou a ser encarada pela noção de responsabilidade e respeito por esse bem.

Da posse pelo uso, do passado, passou-se agora a posse pelo zelo. Dono, repetia o filósofo de Mondubim, é quem cuida, assim como pai é quem cria. A diluição de fronteiras, a conhecida escassez progressiva e alarmante de recursos naturais e sobretudo os efeitos indiscutíveis das mudanças climáticas, colocam a grande região amazônica no centro das atenções mundiais pelas mais diversas razões. Algumas coerentes e outras estratégicas, decorrentes das presentes e urgentes necessidades da espécie humana.

Com isso, o que se quer clarear aqui, é sobre a necessidade de o Estado brasileiro passar a ver aquela região, sempre deixada à margem, com um novo olhar, assumindo uma responsabilidade para além da retórica da força, considerando aquela metade do país, como um centro de atenção e cuidados permanentes. Para tanto, é preciso abandonar o passado extrativista, primitivo e predador, adotando agora uma moderna estratégia que possa, inclusive, servir de parâmetro para o restante do planeta.

Foi preciso que mundo desse um puxão de orelhas no novo governo para que ele se conscientizasse de que esse problema histórico do abandono a que sempre foi relegada aquela região, havia chegado ao limite do tolerável. Claro que essa situação atual resulta de um passado sistemático de descaso e desatenção, não só por parte do governo federal, mas sobretudo por parte das lideranças daquela região, tradicionalmente preocupadas mais em enriquecer a si a aos seus em detrimento da floresta e de seus habitantes. Pelo volume que tomou essa questão, é que os problemas da região amazônica, por complexidade e grandeza, representam hoje o maior desafio da atualidade para o país. Bravatas e outros gritos de guerra roucos, de nada adiantam. Dizer aos vizinhos que o filho é seu e você o castiga o quanto quer, pode ter um preço impagável.

Uma espécie de conselho tutelar do mundo se formou e pode deitar sua mão pesada sobre Estados irresponsáveis, como é hoje o nosso caso.

A frase que foi pronunciada:

Estamos nos afogando em informações, enquanto ansiamos por sabedoria. A partir de agora, o mundo será dirigido por sintetizadores, pessoas capazes de reunir as informações certas no momento certo, pensar criticamente sobre elas e fazer escolhas importantes com sabedoria.

Edward Osborne Wilson, entomologista norte americano e biólogo

Educação

Embrapa cria uma cartilha “Três famílias e o fogo – um encontro no Cerrado” onde a comunidade começa a aprender sobre as estratégias com o fogo para combater o próprio fogo, além de outras técnicas para o manejo de áreas. Alunos do quinto ano da Escola Classe 111 Sul foram os primeiros a receber a cartilha durante visita do grupo à Embrapa Cerrados.

 

Calor

Brasília alcançou os 34ºC, sendo o mais alto grau da história da cidade. A umidade parece menor que os 13% apontados pelos ponteiros. Onde estão as cigarras que em setembro chamavam as chuvas?

Charge: Pelicano

Boicote

Para denunciar o preço abusivo cobrado pelos postos de gasolina estão usando também o e-mail  151@procon.df.gov.br . Entende-se que mais de R$4,22 é valor acima do normal. A tecnologia ajuda no boicote aos altos preços.

foto: Rafaela Gonçalves/Esp. CB/D.A Press

Dilma

Espetacular a entrevista da ex-presidenta Dilma dada ao Juca Kfouri. Ela fala muito bem quando está entre 4 paredes. 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E por falar nisto, doutor, seja contra a eleição para vereadores em Brasília. Mesmo que o senhor se desgaste, seja contra. Estão fazendo horrores, em matéria de política, nas cidades satélites. Parece São João Del Rey na campanha eleitoral. (Publicado em 30/11/1961)

Psicologia e assistência nas escolas

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Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

É sabido que, na atualidade, as escolas de um modo geral e as públicas em particular experimentam um crescente conjunto de problemas de ordem social e que decorrem de diversos fatores, ligados não só aos novos modelos de família impostos por uma sociedade em rápida transformação, mas sobretudo às péssimas condições de vida enfrentadas por essas famílias.

Hoje não só os país, mas as mães também necessitam de trabalhar fora de casa, para a complementação de renda. Com isso, os pais se veem obrigados ou a ceder parte da educação dos filhos a terceiros, como parentes, creches e outros tutores, ou simplesmente deixá-los entregues à própria sorte.

Nos países subdesenvolvidos, essa nova realidade, somada às questões típicas enfrentadas pelas populações de baixa renda, aguçam ainda mais os problemas vividos pela parentela, criando uma espécie de círculo vicioso em que a má distribuição de renda, a precariedade dos serviços públicos, de moradia e a baixa escolaridade acabam afetando negativamente o desenvolvimento de muitas famílias.

Não é segredo para ninguém, muito menos para o governo, que essas famílias são obrigadas hoje a empreender esforços sobrenaturais para educar seus filhos. Dessa forma, as questões sociais complexas e desvantajosas para a maioria dessas comunidades carentes acabam, de alguma forma, adentrando as escolas, obrigando esses estabelecimentos a abrir espaços de entendimento para essa temática, de modo a permitir o andamento do processo educativo em consonância com essa nova realidade.

Embora a maioria dos problemas vividos por essas comunidades não possam ser resolvidos e sanados no âmbito escolar, é certo que seus reflexos nefastos também se fazem presentes em sala de aula. Violência contra alunos e professores, evasão escolar, reprovações bem como a deterioração material e humana do ambiente das escolas é hoje uma realidade.

De alguma forma, esse mundo distópico e instável que vai cercando, cada vez mais, as escolas públicas nas periferias pobres de todo o país, induzem efeitos diretos no comportamento e na psique geral desses alunos, contribuindo negativamente para o desempenho escolar. Para os especialistas nessas questões, muitas escolas públicas dessas áreas estão trabalhando no limite de suas possibilidades, com professores, servidores e alunos convivendo com o medo e a insegurança diária.

Enquanto providências de ordem macroestrutural não chegam, o jeito é ir encontrando saídas para contornar a crise. Projeto de Lei aprovado agora na Câmara dos Deputados (PL 3.688/2000) obriga as escolas de cada rede pública de educação básica a disponibilizarem, para os alunos, os serviços de uma equipe multiprofissional de psicólogos e de assistentes sociais para desenvolver ações conjuntas com a comunidade, com o objetivo de aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem. Pelo projeto, os sistemas de ensino terão até um ano para providenciarem o cumprimento dessa norma que aguarda apenas sanção do Executivo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nada me o abismo deu ou o céu mostrou. Só o vento volta onde estou toda e só, E tudo dorme no confuso mundo.”

Fernando Pessoa, poeta português

Ilustração: revistabula.com

 

 

General Mourão

Perguntado sobre o que os políticos podem aprender com os militares, o general Mourão respondeu: “Lealdade, camaradagem e amor à Pátria. Sacrificar seus interesses pessoais em favor do país e aprender a administrar.” A segunda pergunta foi sobre o que os militares podem aprender com os políticos. “A tolerância. Como dizia Ulisses Guimarães, em política até a raiva é combinada. ”

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

 

Todos juntos

Está combinado. Se o posto de gasolina passou dos limites na cobrança do litro de combustível é só pedir a nota fiscal e denunciar na ANP. Parece que está dando resultado.

Charge: marcosalmeidalocutor.wordpress.com

 

 

Estética

Eder Alencar, André Velloso e Luciana Saboia da ArqBR Arquitetura Urbanística são os autores da bela Igreja Sagrada Família no Park Way. Que fique o registro.

 

 

Mobilização

Sindicato dos Jornalistas do DF em franca campanha de eleições. Só há uma chapa.

Imagem: sjpdf.org

 

 

Crimes&Roçados

Aos poucos a fumaça das queimadas na Amazônia vão se dissipando. Uma declaração daqui, outra dali e a verdade sobre os fatos começa a ser mostrada.

Foto: Evan Fitz/Reproducão/Twitter
(Último Segundo – iG)

 

 

Terrível

Vindos da L4 Norte para chegar à PGR, na altura da entrada do Eixo Monumental, os motoristas não conseguem enxergar as faixas do asfalto. Dirigem por braile. Volta e meia há batidas por ali.

 

 

 

Missão

Apesar do olhar longínquo e do semblante triste, o senador Tasso Jereissati obteve êxito na apresentação do relatório da Reforma da Previdência. Vários senadores pediram a palavra para enaltecer o espírito público da condução das discussões sobre a matéria.

Foto: senado.leg.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Aqui já há reivindicações, os sindicatos já controlam os candangos, mas o que todo o mundo quer, mesmo, é voto. (Publicado em 30/11/1961)

Um penhasco entre eleitores e eleitos

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Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 

Classificados juridicamente como entidades de direito privado, embora exerçam funções públicas, os partidos políticos são as únicas instituições em todo o país, autorizadas por lei, a representar e fazer a mediação entre a população e um dos poderes do Estado, no caso o Legislativo.

Com isso, eles concentram, em si, o monopólio dentro da representação democrática, aferida em cada ciclo eleitoral. No desenho teórico, conforme inscrito na Constituição de 1988, os partidos políticos são considerados de suma importância para o regime democrático. De acordo com o inciso III do artigo 17 da atual Constituição, cabe a essas instituições obedecer a certas obrigações e preceitos muito claros, dentre eles a prestação rotineira de contas e de todo o gasto efetuado com a máquina partidária, de forma que se tornem, aos olhos dos contribuintes cidadãos, entidades absolutamente transparentes.

Depois dos escândalos recentes que revelaram como eram firmadas as relações entre as grandes empresas brasileiras e os partidos, com a captura do político pelo poder econômico, o Supremo Tribunal Federal foi forçado a publicar um acórdão proibindo o financiamento eleitoral por pessoas jurídicas, de forma a pôr um fim na chamada Plutocracia que se instalara dentro do processo político nacional.

Essa distorção e captura se deu a um tal ponto que as centenas de milhões de reais que eram despejados pelas empresas nas legendas, e sobretudo naqueles políticos com ascendência nos partidos, mostraram que quem mandava de fato no processo político brasileiro eram esses financiadores, para os quais, posteriormente, as portas dos cofres públicos eram escancaradas.

Com essa barreira, imposta há exatos quatro anos, em 17 de setembro de 2015, obviamente que a temida asfixia dos partidos não se confirmou, uma vez que, logo em seguida, os políticos sacaram da manga do paletó um novíssimo modelo de financiamento, feito agora diretamente no bolso sem fundo dos contribuintes. Do investimento estratégico que as empresas faziam nos partidos, com vistas a estreitar e abrir caminho para suas pretensões dentro do poder público, saltou-se para um modelo em que o cidadão se viu de modo compulsório a custear não só as campanhas milionárias, mas o próprio partido. Com isso, as mais de três dezenas de legendas que superlotam o Congresso passaram a contar com duas fontes generosas e praticamente ilimitadas de financiamento: o fundo partidário e o fundo eleitoral.

Reajustados praticamente a cada ano, esses fundos, do ponto de vista dos eleitores e dos pagadores de impostos, representam uma verdadeira sangria na economia popular. A tão almejada transparência que se pretendia com esse novo modelo ainda é uma miragem perdida no horizonte. O fracasso desse modelo, de certa forma, era um fato já previsto por muitos. Como poderia entidades de direito privado, loteada por políticos que frequentaram praticamente todos os episódios de escândalos de corrupção nos últimos anos, passarem agora a receber vultosas e infindas verbas públicas e apenas com isso mudarem de comportamento ético?

Prova disso é o recente projeto de Lei (PL 5.029/2019) alterando, outra vez, diversas regras eleitorais, de partidos políticos e de valores de financiamento. Recebida pela população em geral como um projeto que afronta os mais elementares itens da moralidade pública, o PL abre, mais uma vez, as portas dos partidos políticos para a impunidade e o cometimento de crimes de toda a ordem.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Em uma República democrática, ninguém ostenta coroa e todas as cabeças do povo formam um todo soberano.”

Senador Lasier Martins

Foto: senado.leg.br

 

 

Falei das flores

Com a presença de Batista Reis, o FestFlor em Brasília promete ser um sucesso. A entrada é gratuita. O evento começa a partir de hoje, no pavilhão do Parque da Cidade, com cursos, palestras workshops (alguns pagos).  Para participar, é preciso se inscrever no site da FestFlor (7ª Festflor Brasil 2019), na aba “Programação”.  Essas são apenas algumas das atividades paralelas às flores. Veja todos os detalhes da programação a seguir.

 

 

“Park Away”

Chico Santana denuncia que o Park Way foi entregue como uma capitania hereditária ao distrital cearense João Hermeto de Oliveira Neto, um policial que antes das eleições era muito respeitado pelos seus pares. Demitiu toda a administração, foi um susto para os moradores da região, conhecidos pela luta que travam para a defesa do território. Veja a matéria do Chico no link: Park Way: Ibaneis nomeia representante de invasores de área pública para gerir licenciamento de obras.

Ivani Macedo num momento de descontração com o deputado distrital Hermeto (MDB)

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Só esqueceu uma valeta, que é perto do Palace Hotel. Mas é preciso reconhecer, que quase quinhentas valetas foram fechadas em 36 horas de trabalhos consecutivos. (Publicado em 30/11/1961)