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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Como a primeira coluna diária da capital, desde Abril de 1960, este espaço, de diálogo aberto e franco com os pioneiros, vem lutando em defesa de Brasília. Desde logo, tínhamos em mente que o sucesso na consolidação da nova capital, um fato que contrariava muitos brasileiros, que não aceitavam a perda de hegemonia política e administrativa do Rio de Janeiro, significaria a sobrevivência deste espaço e do próprio Correio Braziliense. O fato de nascerem juntos, Brasília e a coluna Visto, Lido e Ouvido, ligou, de forma vital, este espaço no jornal aos destinos da nova capital.
O sucesso ou o fracasso da capital selaria o destino do jornal. Não por outra razão e por se colocar, de forma intransigente, na defesa da nova capital e nos ideais que, naquele distante 1960, guiavam o espírito e as mãos do então presidente Juscelino Kubitschek, esta coluna sofreu dura oposição, e assim como o mandatário, naquela ocasião, aguentou firme, porque, no íntimo, vislumbrava que era o melhor para o país, para os brasileiros e, sobretudo, para os candangos que para aqui vieram, sem titubear, construir um novo modelo de cidade.
O tempo mostrou que estávamos no caminho certo. Mais do que isso, o tempo e as transformações extraordinárias ocorridas nessas últimas décadas no mundo, no Brasil e em Brasília, particularmente, acabaram por apresentar novos desafios e novos problemas para a jovem capital.
Ari Cunha, ciente de suas responsabilidades históricas e dos seus compromissos, mais uma vez, permaneceu ao lado de Brasília e dos brasilienses, apontando erros, mostrando soluções e buscando sempre trazer para o leitor a oportunidade de reflexão sobre esses momentos. Assim, quando da chamada emancipação política da capital, uma manobra urdida à toque de caixa e sem um debate aberto com a população local sobre suas consequências para a cidade, essa coluna se posicionou contra essa medida, porque não tinha dúvidas de que essa mudança, sob o manto falso da representatividade democrática, iria acarretar sérios transtornos para a capital e representaria uma mudança drástica de direção, contrariando o que havia planejado JK e todos aqueles diretamente envolvidos na construção da cidade.
Não deu outra. A representação política trouxe, para a capital, todo um conjunto de problemas sofridos em outras cidades, a começar pela partilha administrativa da capital, entregue em mãos de pessoas que, na sua maioria, ou não eram pioneiros legítimos, ou não demonstravam amor ou carinho pela cidade. A transformação das terras públicas em moedas de trocas políticas, dentro da noção mesquinha: um voto, um lote, provocaria estragos irreversíveis para a capital.
Áreas reservadas a futuras barragens, para abastecer a capital de água de boa qualidade e em abundancia foram transformadas em assentamentos. Também áreas de preservação ambiental viraram, da noite para o dia, áreas residenciais, tudo feito por incentivo de políticos, que agiam, inclusive, fornecendo material para as invasões. Escândalos se seguiram, mas os prejuízos já eram fato consumado.
Esta coluna, a todo o momento, não se intimidou, denunciando essas mazelas e crimes contra os brasilienses e contra o futuro da capital. Ainda hoje esses problemas se repetem. Ainda hoje mantemos a linha de proteção à capital aberta por Ari Cunha. Denunciamos esses fatos, mesmo sob ameaças e outras intimidações. A violência, o congestionamento dos serviços públicos, a invasão silenciosa que vem sendo feita mesmo na área tombada, com a proliferação de barracos de lata, espalhados até pelos pontos de ônibus, mostram bem a face nefasta e as consequências danosas de uma representação política mal feita e muito bem remunerada, que custa bilhões aos contribuintes e sorvem recursos que poderiam, muito bem, ser destinados a áreas realmente prioritárias.
A invasão de áreas nobres, como o Parque Nacional, ameaçado de ver diminuídas suas áreas naturais para a implantação de novos assentamentos, mostra que vamos nos aproximando do limite da razão e vamos ficando, a cada dia, mais parecidos com o restante das cidades do país, onde os problemas e as más ações políticas se multiplicam.
Quando colocamos o dedo na ferida, logo surge um falso defensor desse tipo de democracia, que usa o bem público para alavancar candidaturas nocivas à capital. Agora mesmo, vemos o absurdo representado pela candidatura de pessoas financiadas, com altas somas de dinheiro, pelo crime organizado, que manda e desmanda nas áreas que controlam, dizendo quem pode ou não fazer campanha nesses locais.
A aproximação das eleições, sobretudo aquela envolvendo a candidatura de políticos locais, deve ser muito observada pelos brasilienses. Ou a escolha errada, naquele político oportunista e sem valores éticos, significa uma ação a mais visando inviabilizar a vida na capital, para a população e para o próprio eleitor.
A pandemia fez aumentar, ainda mais, a distância entre o cidadão e a Câmara Distrital, por isso mesmo é preciso muita atenção antes de entregar os destinos de sua cidade em mãos desconhecidas. O prejuízo pode retornar para você, em dose dupla e muito antes do que imagina. Todos nós já percebemos que estamos imersos em tempos muito estranhos, rodeados de problemas e sem soluções à vista. Desse modo, torna-se mais do que necessária a tomada de um compromisso íntimo: não votem em pessoas sem amor pela cidade e por sua gente. Na dúvida, vire as costas e vá para a casa.
A frase que foi pronunciada:
“Fazíamos música sentados no gramado das superquadras de Brasília, em casa, na faculdade. Era uma época criativa, mais ingênua, em que as pessoas se divertiam mais, brincavam mais.”
Katya Chamma
História de Brasília
Mas vamos ao avião que fica a três quilômetros da Praça dos Três Podêres. Ontem não ouve aula. O vento jogava chuva sôbre os alunos, porque a escola não tem janelas. As tábuas vão até certa altura, e por diante, o tempo é quem determina a assiduidade. (Publicada em 10.03.1962)
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Por todas as implicações de ordem políticas que o Sete de Setembro passou a concentrar, esse poderá se constituir num evento singular e até extraordinário, dependendo, para isto, de um fator essencial que vem a ser a adesão maciça e espontânea da população brasileira. Não por outra razão, o chamado “deep state” ou, em linhas gerais, “o sistema”, teme pelas consequências dessas manifestações, principalmente pelos reflexos que essas presenças possam trazer para as eleições de outubro.
Comemorações de cunho histórico, pelo bicentenário da Independência, passaram para um segundo plano, embora esse evento tenha tudo para vir a figurar nos livros didáticos de história como um acontecimento ou um ponto, digamos, fora da curva. A depender do apoio dos brasileiros a essa demonstração, as eleições, que irão acontecer em pouco menos de um mês, serão sensivelmente afetadas.
Nesse sentido, a festa de Independência, depois de mais de dois anos de paralisação por causa da pandemia, poderá representar, quer muitos desejem ou não, um ponto de inflexão importante para os rumos do país, a depender, é claro, de outro fator muito importante que é a lisura das eleições, mesmo ante a impossibilidade do voto impresso, como queria parte dos candidatos atuais.
Pelas providências que já foram tomadas e por outras que certamente virão, sem muito alarde por parte das autoridades e do establishment, trata-se de um evento de grandes proporções, sobretudo, na capital do país, onde é esperado um grande número de caravanas de todo o Brasil. Por conta de toda essa mobilização, em torno do Sete de Setembro, há mais de um mês, as Forças Armadas já vinham mantendo um regime extraordinário de prontidão, com seguidas reuniões e preparações estratégicas prévias, de modo a garantir a segurança e a tranquilidade que a data exige.
A depender do que tem sido verificado em outras manifestações da turma do verde e amarelo, maldosamente alcunhada, por parte da imprensa, de direita, a festa da Independência será tranquila e pacifica, com famílias inteiras presentes nos eventos por todo o país. À semelhança de outros acontecimentos do gênero, a presença de idosos, crianças, todos comemorando a possibilidade de liberdade e paz, novamente será o destaque da festa. A bandeira nacional e o amor e apego aos valores e à cultura brasileira, manifestações tão comuns também na maioria dos países desenvolvidos, que levam esses eventos muito a sério, parecem estar de volta e fazem bem ao sentido de nação.
O apego aos valores nacionais, que estrategicamente as esquerdas passaram a denominar chauvinismo, associando-o, erroneamente, à xenofobia, não pode continuar a ser confundido e até menosprezado quando se nota que são esses os valores que induzem o sentido de nação e de pertencimento a uma mesma origem, mesma cultura, mesmo destino.
Incentivar os reais valores nacionais, independente da coloração política, permite estender o sentido de família a toda sociedade, dando coesão e fortalecendo o aspecto humano do Brasil. É com orientações dessa natureza que as grandes nações do planeta se fizeram fortes e respeitadas. Não há outra receita para uma nação.
A frase que foi pronunciada:
“E viva o Brasil livre e independente! De hoje em diante traremos um laço verde e amarelo, e estas ficarão sendo as cores brasileiras. Independência ou Morte!”
Dom Pedro I
Pérola aos porcos
Um dos absurdos de força tarefa mal empregada é chamar o Corpo de Bombeiros para atender bêbados. Concurso, provas, exames físicos, treinamento, capacitação, para virar “babá de bêbado” é um disparate. O tempo foi usado por um morador do Núcleo Bandeirante. Vamos ver se há alguma ideia na Câmara Legislativa para resolver essa situação.
Saudável
Projetos de inclusão são muitos pelo DF. Capoeira, futebol, música. Seria interessante que as administrações construíssem, com as medidas certas, mesas de tênis de mesa pelas praças. É um esporte que desperta o cognitivo, velocidade, interação com a comunidade.
Sem bolsa
Nova modalidade de furto tem acontecido dentro de igrejas em Brasília. Pessoas desavisadas deixam os pertences no banco e os larápios fazem a festa. A última vítima estava na N.S. do Lago, no Lago Norte. Tudo filmado, a meliante tirou o celular da bolsa e saiu tranquilamente da igreja com um comparsa.
História de Brasília
O assunto hoje começa com “Gavião”. Esquecido, abandonado, largado, caindo aos pedaços, lamacento, sem luz, telefone, taxi, farmácia e até a Cruz que o abençoava do alto mãos criminosas a puseram dentro de uma torre metálica. (Publicada em 10.03.1962)
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Chegará o dia em que não me verás mais, por tua janela estreita, subindo a rua, cansada ao fim do dia. Nesse dia terei partido, quem sabe, fortemente escoltada até o navio que me levará ao exílio derradeiro. Ou num caixão sem identificação, sepultada como indigente em cova rasa e sem endereço. Por um tempo minha ausência será sentida. Mesmo o requadro da janela estreita estará vazio, numa espera eterna do vulto que todo o fim de tarde compunha, com as cores do sol poente, esse alguém que subia a rua a passos lentos.
Durante alguns meses ou anos, os poucos e fiéis amigos ficarão a discutir sobre meu sumiço sem aviso prévio. Teria partido para além mar, como refugiada afoita? Quem sabe enfiaram num saco, desses de fio de juta, como mercadoria ordinária, sendo depois despachada para longe ou lugar incerto. Dias atrás, especula um amigo, agentes do Estado disfarçados andaram pela vizinhança com aqueles olhos cheios de curiosidade e maus presságios.
Observavam, de longe, a janela estreita e entreaberta em busca de alguém. A presença desses agentes, deixava exalar, por toda a rua da ladeira e pelos becos antigos, um cheiro forte de morte, desses que a gente sente ao caminhar junto ao muro branco do cemitério do bairro. Por certo, esse, a quem nem os amigos, por medo, ousam dizer o nome, foi se somar a outros que também nunca mais voltaram para casa.
Muitos se foram desse modo descortês, deixando famílias amigos e o requadro de infinitas janelas estreitas e vazias. Molduras antigas vazadas pelo tempo. Saber que aqueles que essa noite dormem, na tranquilidade aparente dos desalmados, contribuíram, cada um ao seu modo, para que essa trama se desenrolasse sem testemunhas, tornam as madrugadas ainda mais vazias e ameaçadoras.
Informantes e carrascos, mesmo com as mãos sujas de sangue, saboreiam o café matinal com suas famílias, que nada sabem sobre suas ações. Não há um pingo de remorso, quando o que está em jogo é o jogo sujo daqueles que possuem o poder da morte e da mordaça. Num ambiente assim, onde o medo e a vigilância de uns sobre os outros passaram a ser o novo normal, falar fora do script pode resultar em desaparecimento. Ou quem sabe em punições mais suaves e não menos desumanas como o cancelamento.
Em situações dessa natureza, sumir da paisagem sem deixar pegadas é já uma normalidade nesses tempos nevoentos. Todo o fim de dia ouve-se o estrondar rouco do apito do navio partindo. Nessas horas, muitos se perguntam: quem estará à bordo dessa vez, sem ser convidado, talvez enfiado num malote com destino ao fundo do mar. Mostre-me um inocente, diz o sistema, e logo ele será incluído na lista negra e despachado também.
Em tempos assim, melhor sorte possuem as janelas estreitas que permanecem silentes onde estão a contemplar a rua deserta, varrida de gentes que saíram do requadro sem deixar pistas, apenas saudades mudas e amedrontadas.
A frase que foi pronunciada:
“Coloca na cabeça perucas com cem mil cachos/ coloca nos pés coturnos de um braço de altura/continuarás sempre a ser o que és.”
Johann Goethe
Pérola aos porcos
Um dos absurdos de força tarefa mal empregada é chamar o Corpo de Bombeiros para atender bêbados. Concurso, provas, exames físicos, treinamento, capacitação, para virar “babá de bêbado” é um disparate. O tempo foi usado por um morador do Núcleo Bandeirante. Vamos ver se há alguma ideia na Câmara Legislativa para resolver essa situação.
Saudável
Projetos de inclusão são muitos pelo DF. Capoeira, futebol, música. Seria interessante que as administrações construíssem, com as medidas certas, mesas de tênis de mesa pelas praças. É um esporte que desperta o cognitivo, velocidade, interação com a comunidade.
Sem bolsa
Nova modalidade de furto tem acontecido dentro de igrejas em Brasília. Pessoas desavisadas deixam os pertences no banco e os larápios fazem a festa. A última vítima estava na N.S. do Lago, no Lago Norte. Tudo filmado, a meliante tirou o celular da bolsa e saiu tranquilamente da igreja com um comparsa.
História de Brasília
O assunto hoje começa com “Gavião”. Esquecido, abandonado, largado, caindo aos pedaços, lamacento, sem luz, telefone, taxi, farmácia e até a Cruz que o abençoava do alto mãos criminosas a puseram dentro de uma torre metálica. (Publicada em 10.03.1962)
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Por ocasião das comemorações dos 10 anos de governos petistas, a filósofa Marilena Chauí, para gaudio do chefão da sigla, que se encontrava presente, afirmou, de forma um tanto crua, que odiava a classe média brasileira e que as pessoas na hierarquia média social representavam o atraso de vida, a estupidez, era reacionária, conservadora, ignorante, petulante, arrogante, terrorista, uma abominação política, uma abominação ética, violenta, e uma abominação cognitiva por ser ignorante, entre outros adjetivos, dignos de uma acalorada discussão de boteco.
Não suspeitava a douta professora que o que estava fazendo naquele momento, além do papelão e da sabujice, era seguir à risca o que previu o semioticista Umberto Eco (1932-2016), em seu tratado “Relativismo”, de 2005. Nesse trabalho, o filósofo denunciou que as redes sociais e a mídia iriam pôr um fim na cordialidade e acentuar a polarização entre os indivíduos, minando o compartilhamento de ideias e que toda essa animalidade, que hoje nos envergonha, iria se estender também para a política. É o que presenciamos hoje nos debates, não apenas entre os políticos, mas englobando a todos, inclusive pessoas a quem, por sua formação acadêmica, esperávamos um mínimo de civilidade e educação.
Dizia Eco que essa mudança ou regresso ao primitivo não seria tanto culpa da grosseria da mídia e se daria muito mais pelo fato de que as pessoas hoje só falam pensando em como a mídia irá noticiar o que foi dito. “Temos a impressão nos dias de hoje de que certos debates acontecem a golpes de facão, sem fineza, usando termos delicados como se fossem pedras”, previu o escritor do best seller “O Nome da Rosa”.
De fato, Chauí usou as palavras como quem atira pedra sobre a classe média, uma parcela da população de mais de cem milhões de brasileiros e que, desde 2002, vem empobrecendo a olhos vistos, por conta, sobretudo, de governos elogiados pela dita professora de filosofia. Os vaticínios de Humberto Eco se confirmaram para além do previsto. Atualmente, a cordialidade nos debates, seja de que tema for, foi deletada ou, no dizer moderno, “cancelada” das redes sociais. Dessa forma, o que assistimos agora são embates enfurecidos que nascem onde quer que haja diferença. O ódio fez sua morada nas redes sociais. Há, nesse contexto, uma certa tara das pessoas em criar desavenças e inimigos.
Com isso, a sociedade vai deixando de lado o compartilhamento de ideias, substituindo essa virtude por uma animalidade que está cada vez mais na flor da pele. As redes sociais são hoje um oceano cheio de tubarões, prontos para atacar, censurar e ofender.
Na política, toda essa ferocidade ganhou ainda mais adrenalina. Já não se tem oponente ou concorrente, mas inimigo fidagal, que deve ser destruído ou, ao menos, desconstruído em sua totalidade. Para Eco, seria como se andássemos para trás no tempo, em termos humanos, levando conosco um tablet de última geração.
Quem se deu ao enfado de assistir aos últimos debates para presidente pela televisão pôde verificar que os projetos de governo sumiram. Quando surgiam ideias aproveitáveis e raras, eram logo substituídas por ofensas e acusações, como num ringue. Quem ofende mais leva a melhor, segundo às redes. Os perdedores estão entre aqueles que não querem polêmicas e se restringem a apresentar propostas. Debater num ambiente assim é inútil. Ninguém ouve o que é dito. Perdemos a capacidade de escutar. Até os ouvidos falam. A língua comanda o cérebro.
As redes sociais bombam com essas batalhas. A descortesia ficou na moda, atingindo, de alto a baixo, todas as classes. A contribuir para esse mundo de intrigas e de extremismos, as redes sociais agem para estimular, por meio das fake news e das meias verdades, os embates e a violência. Não seria estranho que algum dia alguém venha a classificar as redes sociais, sobretudo no mundo político, como o renascimento da mítica Torre de Babel.
No afã de perfurar o céu, essa torre magnífica, uma espécie moderna das Torres Gêmeas de Nova Iorque, veio abaixo marcando, com sangue, a entrada do século XXI, porque os homens parecem já não falar ou compreender a língua humana.
A frase que foi pronunciada:
“A verdadeira liderança vem de ser quem você é, e não quem finge ser.”
Robert Iger
Dúvida
Leitor e motorista da categoria D, taxas pagas, exames em ordem, pergunta a razão de o Detran levar mais de mês para entregar a carteira de motorista.
História de Brasília
Venha logo, dr. Juscelino. O “homem” do mau humor chegou. Traga logo para nós, uma mensagem de alegria, confiança e bem-estar. Fale pra gente ouvir, fale pra deixar o povo contente. (Publicada em 09.03.1962)
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Por certo, num futuro próximo, as primeiras duas décadas que marcam o início do século XXI merecerão, por parte dos historiadores brasileiros, um estudo metodológico aprofundado, capaz de elucidar e lançar luzes sobre todo esse período tumultuado e contraditório na vida do país e dos cidadãos.
A tarefa que esperam esses estudiosos é árdua, imensa e necessária para que as futuras gerações possam entender toda a complexidade desse período, situando o Brasil não apenas dentro de seus contextos e paradigmas internos, mas compreendendo também as transformações que marcaram a história da humanidade nesse tempo e seus reflexos internos. Tomando, talvez, como ponto de partida, a queda emblemática do Muro de Berlim, o fim da primeira fase da Guerra Fria, assim como a redemocratização de países como Portugal, Espanha e o próprio Brasil, os estudiosos terão um longo caminho a percorrer para consolidar vários tomos que mostrarão a riqueza de transformações ocorridas nessa fase histórica para o planeta, para nosso continente, num trabalho vital para o entendimento do Brasil atual.
A importância desse estudo histórico é que ele dará às novas gerações um norte a seguir, aprendendo com os erros e acertos do passado, de modo a tornar a marcha, de nossa espécie sobre a Terra, um movimento rumo à humanização plena. No caso particular do nosso país, as mudanças iniciadas com o fim natural do ciclo militar e com a volta dos civis ao poder mais do que desenhavam as esperanças de mudança, parecem prosseguir aos solavancos, entre fases de tumultos e improvisações, num ritmo de desacertos que tem levado a uma sequência de instabilidades institucionais, econômicas e sociais.
A voracidade com que civis, aqui representados pela classe politica, os burocratas e tecnocratas, foram para cima da máquina do Estado, assenhorando-se das instituições e fazendo destas uma fortaleza para si e para os seus próximos, ocasionou a ruptura atual e mesmo o divórcio litigioso entre o governo e a população.
Há, portanto, no Brasil, dois países distintos, um representado pelo Estado e seus dirigentes de um lado e, de outro, a população, sobretudo, a de baixa renda. Com isso, é possível inferir que o século XXI, pelo menos na sua primeira metade, ainda não lançou suas luzes sobre o Brasil.
A população em geral segue às margens de todo esse processo, continuando refém de programas assistencialistas que visam, sobretudo, torná-las reféns dos senhores do Estado. Executivo, Legislativo e Judiciário entram nesse processo como senhores absolutos da máquina de um Estado portentoso, regada com bilhões de reais, graças a uma das maiores cargas tributárias do planeta. Cada um desses portentos Poderes possuem orçamentos bilionários próprios, distantes anos luz da realidade nacional. É o renascimento de uma versão moderna do Leviatã, feito à moda brasileira e com todo o jeitinho e malemolência inzoneira, formando uma casta de privilegiados, que se movem como verdadeiros “homens cordiais, como bem apontou o estudioso Sérgio Buarque de Holanda, na obra “Raízes do Brasil” de 1936. Trata-se de um perpétuo situacionismo a tornar imóvel uma nação à espera do dia em que o Brasil virá a ser um dos grandes do mundo. Seguimos esperando, como nosso Godot.
A frase que foi pronunciada:
“O Brasil é o país do futuro, mas para tanto é preciso decidir que o ‘futuro’ é amanhã. E, como bem sabem, isto significa que as decisões difíceis têm que ser tomadas hoje.”
Margaret Thatcher
Mais e menos
As calçadas largas deram boa mobilidade aos pedestres do Paranoá. Ficou apenas o absurdo da falta de recuo para os ônibus pararem. Sem o artifício, freiam no meio da pista atrapalhando o trânsito. Certamente, o projeto foi feito por quem nunca usou transporte público.
Equilíbrio
Senador Girão comemora a vitória. Senado aprova a obrigatoriedade de Planos de Saúde cobrirem tratamentos fora do rol da ANS. Certamente não terão prejuízo.
Seja sincero
“Comício foi para gente preparada”. Crucificaram o candidato Ciro por ser sincero. Não foi lapso o que cometeu. Os candidatos devem mostrar quem são verdadeiramente. Muitos vão gostar, outros, não.
História de Brasília
Jânio chegou. “Viuvas” eufóricas espalham notícias pela cidade. Nós, ficamos com o filósofo de Mondubim, que costumava dizer: “cesteiro que faz um cesto, faz um cento”. (Publicada em 09.03.1962)
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No Brasil, já se sabe, a radicalização política é uma forma de manter o status quo dentro de uma primícia antiga, na qual o atraso e o subdesenvolvimento tornaram-se o único projeto de futuro. Um projeto, diga-se de passagem, comum a todos os protagonistas políticos, sejam eles de esquerda ou direita. Na realidade, dada a inconsistência do quem vem a ser ideologia de esquerda ou de direita, qualquer matiz político tem servido como vestimenta ou fantasia temporária nas eleições.
Depois de eleito e empossado, essas tendências desaparecem da mesma forma como vieram: sem deixar rastros. Houvesse uma preocupação real por parte do Congresso em debater, preliminarmente, os programas de governo de cada candidato, verificando a plausibilidade de cada um diante da realidade nacional, outra seria a eleição. A publicação do Correio Braziliense de 26/08, sob o título “Ciro diz que Lula copiou sua proposta para reduzir endividamento”, mostra que não há seriedade na elaboração da diretriz governamental.
Houvesse também, por parte da Justiça que porta a espada, uma peneira, capaz de filtrar e barrar aqueles postulantes maculados por crimes, outra seria a eleição. É essa incapacidade orgânica da Justiça da venda nos olhos, de formalização legal de candidatos capazes de enfrentar os problemas nacionais, que está na origem da atual e tumultuada campanha eleitoral.
A entrega dos destinos do país nas mãos de uma quantidade enorme de partidos sem consistência e com a visão voltada apenas para o próprio umbigo, deu no que deu. Persistir nesse caminho é aprovar a permanência desse nefasto e secular projeto de atraso. Há candidatos de sobra e cidadãos de menos. Da mesma forma, há partidos demais e agremiações políticas, de base popular e autênticas, de menos. Para situações extremadas como a vivida no presente, talvez caberiam soluções do mesmo porte.
Uma medida, capaz de pôr ordem no banzé eleitoral e que vem sendo defendida, não abertamente, mas no silêncio das confabulações racionais, é a de adiar, por mais um ano, as eleições, preparando o terreno e abrindo veredas para um novo e civilizado pleito, onde o instituto da reeleição seria banido, de vez. O mandato para presidente da República passaria de quatro para cinco anos.
O enxugamento do número de legendas seria posto em prática. O instituto da ficha limpa mantido conforme o desenho feito pela população. O retorno da Lei da Improbidade Administrativa mantido conforme foi proposto em sua origem. A impressão física do voto implementada com a intenção de dirimir quaisquer dúvidas.
Com essas medidas apenas, a chanchada eleitoral cederia lugar a uma campanha moderna e de primeiro mundo. A partir dessas medidas essenciais, outras mudanças importantes para o país viriam por inércia natural, como é o caso das reformas tributária, política e administrativa. Dizer que somente os gênios são capazes de enxergar o óbvio não resolve a questão. A questão aqui é não ter medo de ousar e resolver de vez os problemas que afligem a população e não ficar buscando eternamente meios de resolver os problemas dos políticos e de suas legendas, dando-lhes, além de bilhões de reais, todos os meios possíveis para que apenas eles e seus grupos permaneçam como cidadãos de primeira classe.
A questão aqui é colocar a população na primeira classe, relegando o Estado o lugar que lhe cabe, que é o de servir ao povo e não servir-se do povo.
A frase que foi pronunciada:
“Meu mal-estar originou-se da certeza, personalizada por Lula, de que o Brasil se condenou a vagar num cemitério abandonado de princípios e ideias.”
Mario Sabino
Sem pé nem…
Orlando Silva está preocupadíssimo com a segurança dos servidores da Justiça Eleitoral e mesários que vão trabalhar nas eleições. Pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, prometeu enviar um ofício ao TSE atentando para a necessidade de garantir a segurança dos mesários. Segundo o deputado, ameaças físicas podem até colocar em xeque o resultado final das eleições. Temor que não faz o menor sentido. Durante o resultado final os mesários já estarão no aconchego do lar.
Luz
Foi uma verdadeira aula de Pedagogia, Filosofia, História e Política o encontro no plenário do Senado durante a homenagem ao Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil (Isseb). Bem representado pelo senador Girão, o Ceará e seu povo foram assunto na sessão especial com a presença de diretores, coordenadores e alunos.
100 Dúvida
Por falar em Paranoá, ontem a candidata ao Senado Damares estava em um palanque móvel com caixas de som. A ex-ministra, atacada implacavelmente pela imprensa, causou um reboliço na cidade. Virou o jogo e, pelos projetos sociais, conquistou o povo.
História de Brasília
Bueiros sem tampões em frente ao Clube Unidade de Vizinhança causaram vários desastres durante as festas de Carnaval. Uma moça quase quebra duas pernas. (Publicada em 09.03.1962)
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É preciso ler, com lupa grande e nas entrelinhas, a entrevista dada pelo candidato petista à grande emissora de TV, como fazem os psicólogos atentos às armadilhas do discurso. Detalhe: os sapatos vermelhos da entrevistadora. De certo que não fossem as facilidades e a ajuda camarada que ele recebeu do pessoal da própria TV, esse personagem da nossa chanchada política teria dito muito mais coisa, principalmente o que importa e interessa aos cidadãos ouvirem.
Na verdade, é preciso sempre ler e escutar, com os olhos do cérebro, tudo o que esse personagem diz. Já que ele está aí como candidato, como querem e impuseram os magistrados da mais alta Corte do país, melhor é prestar atenção no que ele disse, segundo o pré script preparado para ele. Suas ações, a sociedade, formada por cidadãos de bem, já conhecem bem. O que foi visto, nos seus anos de governo, já foi o suficiente para saber quem ele é e do que ele e sua turma são capazes. Dele é possível esperar qualquer coisa, até o fato de que possa dizer a verdade inconscientemente. E é aí que o jornalismo, aquele exercido com ética e isenção profissional, poderia ajudar a população a esclarecer um período nebuloso de nossa história recente.
Infelizmente, não foi o que se viu. A parcialidade e mesmo o sabujismo como o entrevistado foi tratado mostrou, logo de início, que essa não era uma grande e bombástica entrevista e sim um arremedo de conversa pra boi dormir. O que causa surpresa é verificar que o mesmo entrevistador desperdiçou uma chance em milhões de fazer jornalismo de verdade.
Como pode esse entrevistador, o mesmo que, durante anos, narrou, noite após noite e em horário nobre, para milhões de brasileiros atentos, uma série de reportagens mostrando as entranhas dos escândalos do mensalão e, posteriormente, do petrolão, em matérias que muitas vezes ocupavam todo o horário do jornal noturno.
São centenas de horas em que ele mesmo narrou todos os acontecimentos escabrosos, muitas vezes ao vivo e a cores. Como pode esquecer tudo o que disse, ouviu e viu, dentro daquele mesmo estúdio? Pelo menos dessa entrevista, que não houve, ficaram as certezas de que os cidadãos não podem, de modo algum, contar ou confiar nesse tipo de imprensa. Falta agora esse “jornalista” dizer que tudo foi uma ficção e que não houve nada do que foi longamente noticiado naquele programa.
É com esse tipo de imprensa e de jornalismo que o ex-presidente pode contar para, não só tentar voltar ao poder, como, principalmente, cometer os mesmos crimes. Tudo não passou de uma conversa amigável entre farsantes, de um lado e de outro da mesa. Com entrevistas como essa, que muito mais tem de propaganda do que de fatos, fica explícito que esse é o candidato que essa turma espera de ver de volta.
A frase que foi pronunciada:
“Meu mal-estar originou-se da certeza, personalizada por Lula, de que o Brasil se condenou a vagar num cemitério abandonado de princípios e ideias.”
Mario Sabino
Luz
Foi uma verdadeira aula de Pedagogia, Filosofia, História e Política o encontro no plenário do Senado durante a homenagem ao Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil (Isseb). Bem representado pelo senador Girão, o Ceará e seu povo foram assunto na sessão especial com a presença de diretores, coordenadores e alunos.
Mobilidade
Outra realidade o calçamento na avenida principal do Paranoá. Largos e novos, mais seguro para cadeirantes.
100 Dúvida
Por falar em Paranoá, ontem a candidata ao Senado, Damares, estava em um palanque móvel com caixas de som. A ex-ministra, atacada implacavelmente pela imprensa, causou um reboliço na cidade. Virou o jogo e. pelos projetos sociais. conquistou o povo.
Sem pé nem
Orlando Silva está preocupadíssimo com a segurança dos servidores da Justiça Eleitoral e mesários que vão trabalhar nas eleições. Pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, prometeu enviar um ofício ao TSE atentando para a necessidade de garantir a segurança dos mesários. Segundo o deputado, ameaças físicas podem até colocar em xeque o resultado final das eleições. Temor que não faz o menor sentido. Durante o resultado final, os mesários já estarão no aconchego do lar.
História de Brasília
Bueiros sem tampões em frente ao Clube Unidade de Vizinhança causaram vários desastres durante as festas de Carnaval. Uma moça quase quebra duas pernas. (Publicada em 09.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Ditaduras, em todo o tempo e lugar, seja de matiz esquerdista ou de direita, sempre se alimentaram de carne humana. Não por outro motivo, seus exércitos se somam aos milhões. Um único tirano, com apenas uma boca, dois olhos e dois ouvidos, controla e submete dezenas de milhões de pessoas, apenas porque conta com a submissão de outros milhões de olhos, ouvidos e bocas para denunciar e informá-lo do que se passa.
Embora seja um indivíduo solitário e desconfiado, o ditador sobrevive graças aos aduladores à sua volta. Sem essa rede de intrigas, formada por um colosso de outros indivíduos sem escrúpulos, nada poderia fazer. Para uns tantos que não escapam com vida da brutalidade da repressão interna, restam as guerras açuladas além das fronteiras, contra tudo e contra todos, para onde enviam milhares de soldados na flor da idade, diretamente para a morte certa.
Campos de batalhas, assim como as prisões internas, cuidam diariamente de ceifar vidas, para o gáudio desses novos Césares. Com isso, a economia desses verdadeiros cárceres em forma de Estado possuem, na indústria de armamentos e na construção de uma máquina de guerra fabulosa, sem principal ativo, a empregar mão de obra semiescravizada na produção de bombas, canhões e outros artefatos bélicos.
Ditadores não vivem sem o cheiro de carne fresca e de sangue. Enquanto mobilizam toda a nação num esforço de guerra sem fim, que ele mesmo passa a inventar no dia a dia, talvez para pôr a prova sua virilidade paranoica, cuida ele mesmo de enriquecer, escondendo e camuflando os recursos públicos em paraísos fiscais, usando de empresários sem escrúpulos como laranjas para seus propósitos criminosos.
O mundo civilizado faz cara de paisagem para esses personagens, desde que ele cuide apenas de destruir e reduzir a cinzas países de menor importância. O problema aí é que, cedo ou tarde, a falência interna de suas economias forçam esses facínoras a buscar atritos em territórios de interesse estratégico e econômico para os países civilizados.
Somente nesse momento é que seus crimes passam a ser revelados, começando a ganhar manchetes e a chegar ao conhecimento do público. O mundo dito civilizado sempre foi indiferente aos crimes de guerra, quando cometidos contra populações e minorias sem expressão ou interesse econômico.
Notícias dando conta agora que o ditador russo Putin assinou decreto incorporando quase 150 mil homens e mulheres às Forças Armadas daquele país, dá uma mostra ao mundo do modus operandi desse déspota, que, em pleno século XXI e à vista do planeta, obriga sua nação jovem a ir morrer longe de casa, sem causa ou qualquer efeito para esse senhor da guerra. A biografia desse senhor mostra que, desde que chegou ao poder, há mais de duas décadas, não houve um dia sequer sem que o valoroso povo russo não fosse empurrado para conflitos externos. A lista de mortos debitadas a Putin vai assim caminhando a passos largos, para se equiparar a outros conhecidos facínoras do século XX, um dos quais, Stalin, seu mentor espiritual, que, por acaso, vem a ser também seu conterrâneo.
O que assusta é o silêncio do mundo e, sobretudo, dos países que integram o BRICS, principalmente o Brasil, por fazer parcerias econômicas justamente com aquele governo, que, um dia, terá que prestar contas de seus malfeitos. Aliados, mesmo que na economia, são em casos gravosos como esse mais do que parceiros de comércio, são cúmplices de crimes contra a humanidade.
A frase que foi pronunciada:
“A menor minoria é o indivíduo. Quem não respeita os direitos do indivíduo não pode pretender defender os direitos das minorias.”
Ayn Rand
Antes que seja tarde
Chama a atenção do país, o Dr. Rogério Reis Devisate, sobre o Projeto de Lei 2963/19, que que modifica a legislação brasileira sobre a venda de terras a estrangeiros. Segundo o advogado, o PL é inconstitucional e lesivo à segurança e, por reflexo, atentatório à soberania nacional.
–> Leia o artigo clicando aqui: PL 2963/2019 é inconstitucional e lesivo à segurança nacional.
Sensacional
Uma lista completa dos restaurantes de Brasília comandados por cearenses. Trata-se de uma pesquisa minuciosa elaborada pela Casa do Ceará, que traz nome do restaurante, nome dos cearenses, endereço, telefone e e-mail. Só o Coco Bambu não quis que os nomes fossem publicados, o que valeu o registro: “Excluído da relação por estúpida solicitação dos donos, em Brasília. Seja feita sua vontade.”
Sabedoria
Depois de ouvir a decisão do ministro Alexandre Moraes no radinho da parada de ônibus da Praça dos Três Poderes, seu Manoel saiu-se com essa: “Melhor manter o verde amarelo. Parece que esse pessoal está atrás de sangue!”
História de Brasília
Nós havíamos dado uma nota sôbre o conserto de carros particulares na garagem da Prefeitura. Realmente, a aragem fica no bloco 1 dos Ministérios, mas é da TCB, e ontem havia 7 caros, 2 bicicletas e 1 motocicleta aguardando conserto. (Publicada em 09.03.1962)
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Aqueles que possuem curiosidade em conhecer a realidade atual vivida por alguns países vizinhos, sobretudo os que, através de eleições livres ou nem tanto, estão sendo governados pela esquerda política, de certo, já possuem, nessa altura dos acontecimentos, uma ideia aproximada do que nos espera a partir de outubro, caso parcela da população brasileira, mal informada ou mal intencionada, resolva, majoritariamente, seguir pelos mesmos caminhos ideológicos.
Um olhar sobre países como a Argentina, a Venezuela e mesmo o Chile, para ficarmos apenas em três dos países do continente que, em poucas décadas, passaram de nações prósperas e com bom Índice de Desenvolvimento Humano para Estados falidos, com suas populações vivendo na miséria e sem perspectivas, pode dar uma ideia do que está por vir.
Infelizmente, a economia real, aquela do livre mercado e da livre iniciativa, em que o mercado regula a oferta e a procura como nenhum outro mecanismo já criado pelo ser humano, não se deixa iludir por ideologias do tipo políticas e segue funcionando a despeito do que possam desejar governos de plantão.
O que ocorre, normalmente, no caso das liberdades econômicas, é a desastrosa interferência dos governos de esquerda, danificando o mecanismo e o fluxo de riqueza. Sem produção e circulação, ou seja, sem crescimento econômico, não é possível para nenhum governo conduzir adequadamente a máquina do Estado. Em outras palavras, não se pode criar riquezas destruindo o mercado e aqueles que atuam nessa área. A esquerda prega a ideia que, no íntimo, nem ela mesmo acredita, de que um Estado forte e centralizado tudo pode. A economia estatal é um engodo se formos verificar que ela necessita do fluxo de riqueza, que os pagadores de impostos e os investidores podem oferecer.
O Estado não cria riqueza. Essa é uma máxima que a esquerda não gosta de ouvir. A junção da esquerda com o populismo fez, em tempo recorde, o que nenhuma guerra seria capaz: aumentar, em mais de quase 70%, o nível de pobreza na Argentina. Tudo isso em menos de dez anos. Com uma inflação que supera os 60% ao ano, a Argentina se transformou num país, que era sinônimo de riqueza para todo mundo, em uma nação hordas de deserdados que perambulam pelas ruas em busca desesperada por alimentos. No Chile, as más notícias se repetem. Somente a inflação de junho está entre as maiores dos últimos 30 anos. A dolarização da economia interna, por conta do descontrole geral, tem levado o peso chileno e argentino a perderem valor.
Hoje, quem busca proteger seu dinheiro da crise crescente compra dólares americanos o mais rápido possível. A incerteza política e a alta dos derivados do petróleo têm feito crescer, a níveis assustadores, a insatisfação popular, com arruaças e greves se sucedendo. A Venezuela que, para alguns líderes da esquerda brasileira, vive hoje um excesso de democracia, é talvez a vitrine da gestão ruinosa das esquerdas na América Latina. Nesse país, o socialismo do século XXI fez o que nem dezenas de bombas atômicas seriam capazes. Quase um quarto da população, ou aproximadamente 5 milhões de pessoas, deixaram a Venezuela, fugindo da fome, dos conflitos internos e da perseguição política. Com isso, se tornaram um dos maiores grupos de populações deslocadas do mundo.
Mesmo sentada em cima de uma das maiores reservas mundiais de petróleo, a Venezuela amarga uma das maiores crises humanitárias do planeta. Parece um cenário surreal, mas falta, inclusive, gasolina e outros derivados nos postos do país. Há, no país, o reconhecimento da existência de um Narco Estado, dominado por criminosos do colarinho branco e de farda militar. Obviamente que o retrato atual desses países é aquele que nos chega por meio da luz imprecisa e embaçada da imprensa.
Ao vivo e a cores, a situação é bem mais complicada e danosa para essas populações que se vêm obrigadas a deixarem seus países em busca de paz e melhores chances. A questão aqui é saber até quando esses ciclos perversos que levam a América Latina a mergulhar de cabeça nos turvos rios da esquerda irão durar. Talvez nunca cessem enquanto houver possibilidade de governos charlatães chegarem ao poder e dessa posição passarem a multiplicar o número de pobres e famintos.
A frase que foi pronunciada:
“Quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita.”
Carlito Maia
ZFM
Durou pouco tempo a alegria dos ciclistas com a redução de 35% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Não se sabe a razão, o governo anunciou a volta da alíquota de 10% também em outros produtos da Zona Franca de Manaus.
Taxa demais
Agaciel Maia entende de política. Argumentou que serviços públicos e as concessões “devem se adaptar à realidade da população”. E tocou numa ferida: as tarifas de água e esgoto cobradas pela Caesb. Agaciel apresentou um projeto de lei para que os reajustes estabelecidos, desde 2021, sejam cancelados. “Precisamos reduzir as tarifas”.
História de Brasília
Na lista Telefônica de Brasília há um ministério a mais: Ministério Fábio Ernesto. Verifiquem, e verão. (Publicada em 09.03.1962)
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Caminhamos a passos largos para um impasse do tipo político de grandes proporções e que poderá resultar em desdobramentos imprevisíveis. Tudo por conta da polarização política, tanto de seus atores principais, como dos muitos dos coadjuvantes em torno de um e de outro candidato. Com essa fórmula que aí está, seja quem quer que venha, virá com sede de revanche. Em tal cenário, talvez seja melhor mesmo reduzir tudo a cinzas, reiniciando como Fênix. A culpa por todo esse sistema disfuncional está lá atrás, em nosso passado recente, quando próceres do Legislativo, pensando ser melhor resolver primeiro os problemas pessoais, deixaram as reformas que a Nação exigia, com urgência, para a posteridade, no dia de São Nunca. Com isso empurraram, sine die, as reformas políticas ou simplesmente desfiguraram-na a tal ponto que acabaram por mumificá-las para sempre.
O instituto da Ficha Limpa foi uma dessas medidas, essenciais para a moralização, no bom sentido da expressão, do Estado. Depois de desidratadas, essas medidas perderam o viço e em lei inócua se tornaram. Fosse aprovada conforme desejava a sociedade em seu desenho original, tal medida, teria por seu condão saneador, o poder de afastar da vida pública e do valhacouto dos cargos políticos, toda a espécie de aldrabões e de velhas raposas que sempre sobreviveram, e bem, à sombra do Estado provedor. Sem a Ficha Limpa o que temos para as próximas eleições são candidatos sujos ou mal lavados a concorrer para os mais altos cargos da máquina do Estado. Que país pode dar certo em mãos erradas? Eis a questão. Doutra feita, o desmonte, peça por peça, do instituto da prisão em segunda instância, penalizando, aqueles políticos a quem poderíamos eufemisticamente chamar de “maus brasileiros”, foi outra medida que nos empurrou para a beira do abismo em que estamos.
Sem essa possibilidade, orquestrada em conjunto uníssono pelos Três Poderes da República, o que temos para o pleito de outubro são candidatos a quem não venderíamos, sequer, uma bicicleta velha e sem uso. Muitos cidadãos chamariam a polícia ao ver tais postulantes à solta nas vizinhanças. Com um banzé dessa natureza, não surpreende o fato de verificarmos que quem deveria estar solto, está preso, e quem deveria estar preso, está solto. Não será surpresa também se nessa toada não notarmos, lá na frente, candidatos com tornozeleira eletrônica ou com o dorso tatuado com iniciais das organizações do crime.
O problema que temos pela frente foi erguido lá atrás. Ainda a desconstrução da Lei de Improbidade Administrativa, obra feita pelos mesmos “empreiteiros de ruínas”, legou à população a maior coleção de candidatos ímprobos de toda a história da humanidade. Eles virão e com eles todas as velhos e conhecidos truques de prestidigitações, fazendo o dinheiro público sumir diante de todo mundo.
Outras medidas, preparadas lá detrás, como aquela referente ao for de prerrogativa, uma benesse feita para proteger e blindar malandros, no mal sentido, ao não ser aplicada como deveria e a tempo, gestou, mais uma vez, uma miríade de aleijões políticos que retornarão para nos atazanar a vida. Para decorar o cume desse bolo a democracia, que tal a mais alta corte do país, abrir a cela da prisão, e de lá retirar mais um grande malfeitor, lançando-o diretamente nas próximas eleições. É tudo o que temos para outubro? Ou virão outras surpresas?
Num quadro mal pintado como este, quem quer que venha, virá com sangue nos olhos.
A frase que não foi pronunciada:
“Constitucionalmente, o Senado é a Casa que limita excessos do STF.”
Janaína Paschoal
O cachorro ou eu
Muita gente reclamou quando a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que a convenção de condomínio residencial não pode proibir de forma genérica a criação e a guarda de animais de qualquer espécie nas unidades autônomas. Mas as condições são claras: o animal não pode apresentar risco à segurança, à higiene, à saúde e ao sossego dos demais moradores e dos frequentadores ocasionais do local.
Fato ou Fake?
Uma das alternativas para verificar notícias que tratem do Senado Federal quanto a veracidade é o Senado Verifica, um serviço da Secretaria de Comunicação Social. Quando houver dúvida, os contatos são: senadoverifica@senado.leg.br ou pelo número: 0800 0 61 2211.
Quanto mais, melhor
Uma forma de acabar com a celeuma das urnas é a situação providenciar um aplicativo para as denúncias nas eleições. O TSE já lançou o “Pardal”. O app foi criado para “estimular a denúncia sobre crimes eleitorais”.
História de Brasília
A revista “Brasília”, órgão do serviço de divulgação da Novacap, estará vivendo nova fase a partir de 21 de abril próximo, quando será relançada em bases comerciais. (Publicada em 09.03.1962)