Fim da fome ou da corrupção?

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Charge do Zappa

 

         Em passado, não muito distante, dizia-se que as criações de fatos inusitados, dentro da política, tinham como objetivo levar a opinião pública a redirecionar sua atenção, não para o que acontecia no país, mas para assuntos de menor importância, deixando assim, a realidade de lado. Políticos descobriram que as multidões preferem dar ouvidos a assuntos que apontem sempre para um futuro melhor, deixando de lado as cruezas do aqui e agora. Daí que, quanto mais colorida forem as promessas de futuro feitas pelos políticos, maior é a adesão dos eleitores.

         As multidões não se apegam à realidade e não gostam de ouvir verdades, ou sobre fatos incômodos. Preferem sempre a fantasia. Nesse caso, melhor posição para os políticos de língua afiada, que sabem falar mal de seus opositores e bem de si próprios. Prometem um país que não podem entregar, pois sabem que se o fizessem, eles próprios estariam se prejudicando.

         Fossem as promessas de campanha, transformadas em programa obrigatório de governo, com direito a punir aqueles candidatos eleitos que não cumprissem o prometido, poucos ou raros políticos teriam vida fácil neste país. Naquele tempo, essa estratégia era conhecida como factóide. Depois da redemocratização, com a volta dos políticos ao poder, muitos factóides foram sendo criados para desviar a atenção do público para o que acontecia nos bastidores do poder. Talvez venha daí que, em regra, os eleitores de nosso país têm eleito muito mais animadores de auditórios do que homens públicos com vocação para servir a nação.

         Políticos sérios e devotados à causa pública, com ficha limpa e vontade de trabalhar, têm tido vida curta no Brasil. A razão é que, para essa minoria, não há espaço no conturbado e ilusório mundo político nacional. Chega-se a pensar que os eleitores nacionais não apreciam muito os políticos arrumadinhos e de vida limpa e monótona. Também não é por outra razão que, caso o eleitor resolva fazer um levantamento da vida pregressa da maioria dos candidatos que disputam cargos públicos em nosso país, chegará à conclusão de que boa parte não possui curriculum vitae – como os que são apresentados nas disputas por vagas de emprego -, mas sim uma enorme capivara contendo uma série de delitos e crimes, que perfazem quase todo o Código Penal Brasileiro. De narrativa em narrativa, vai se empurrando o Brasil rumo ao futuro. Todos nós, bons e maus, estamos indo ao futuro, independente de nossa vontade. A diferença é que o futuro prometido por aqueles que não possuem compromisso ético com o amanhã, é como um castelo de areia construído a beira-mar.

         Esse introito vem a propósito de algumas das mais recentes narrativas, lançadas ao vento, pelas elites no poder e que servem apenas como cortina de fumaça para esconder a realidade de escombros que vai sendo deixada para trás ou varridas para debaixo dos novos e caros tapetes palacianos. Uma dessas narrativas, repetidas por mais de duas décadas, diz que é preciso acabar com a pobreza no país. Não tomando o caminho reto que é o de acabar com a corrupção endêmica, que é uma das suas principais causas, mas acabar com a pobreza, empurrando os ricos também para o patamar da pobreza por meio da taxação das grandes fortunas.

         Obviamente que não se fala aqui de taxar as grandes fortunas amealhadas com a corrupção e fruto de assalto aos cofres públicos. A falsa narrativa aqui é que são os ricos os responsáveis pela pobreza e não os políticos que dilapidam as riquezas nacionais em conluio com os empresários amigos e, com isso, impedem a superação da pobreza pela maioria da população.

         Outro factoide moderno, recém saído do forno, diz que é preciso acabar agora com a jornada de trabalho 6×1. Ocorre que esse é mais um factoide, lançado ao vento, para destruir o que resta de capitalismo e livre inciativa em nosso país, deixando os empresários sem condições alguma de produzir ou lucrar, já que, nesse novo modelo, os salários permanecerão os mesmos, sem redução. É claro aqui também que, nessa narrativa, não se apontam os impactos desse modelo sobre a economia e nem apresentam estudos consistentes para implementá-lo.

         Talvez a proposta para contrabalançar o prejuízo decorrente da pouca frequência do trabalhador, seria atenuada pela redução de impostos proporcionalmente. Reduz-se as horas trabalhadas, reduzindo também, na mesma medida, a carga tributária sobre os empresários.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se todos estiverem avançando juntos, o sucesso cuidará de si mesmo”.

Henry Ford

Henry Ford (1863-1947), Foto: Getty Images

 

História de Brasília

Edifício do Banco do Brasil tem 350 quilômetros de fios e mais de vinte quilômetros de luz fluorescente. (Publicada em 21.04.1962)

As portas da percepção

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Charge do J. Caesar (veja.abril.com.br)

         Uma pergunta que parece ecoar desde sempre ou, pelo menos, desde que inventaram as empresas estatais, busca saber, sem evasivas, a quem essas instituições do Estado realmente servem. A questão ganha uma embalagem mais personalista, quando se nota que essas empresas, ao contrário de outras desligadas do Estado e que por isso mesmo têm que se virar para sobreviver num ambiente totalmente hostil, possuem uma espécie de salvo-conduto, que as tornam imunes a tudo, inclusive a má administração e aos rigores da falência.

         Por suas características exclusivas, as estatais não se enquadram dentro dos princípios de competição, excelência, transparência e eficiência, que marcam as empresas dentro de um regime de livre competição ou a quaisquer outros requisitos próprios do capitalismo. Em regra, as estatais seguem um enevoado e distorcido princípio do capitalismo de Estado, sem o qual elas não sobreviveriam num mundo comandado pelas forças do mercado e pela preferência dos consumidores.

          Não por outra razão, mesmo apresentando um rombo de R$ 7,2 bilhões entre janeiro e agosto deste ano, o maior déficit registrado na série histórica iniciada em 2002, essas empresas seguem em frente confiantes de que isso é apenas mais um pequeno detalhe. Notem que esse passivo, recorrente nos governos de esquerda, não será debitado no caixa dessas empresas, mas na conta dos pagadores de impostos. Déficit nas contas do governo é um outro nome para dizer que os cidadãos estão devendo ao Estado, o que pode ser atenuado com o aumento de impostos e outras taxas.

         Diante de uma realidade cruel como esta, a outra pergunta que fica busca entender porque seguimos preservando as empresas estatais se elas, mesmo com todo o aporte público, não geram lucros ou benefícios diretos para os cidadãos. Que se saiba, nunca houve aumento salarial decorrente de bônus gerados pelas estatais. A não ser na gestão do general Floriano, nos Correios.

         Atualmente, as riquezas que essas empresas prospectam fluem diretamente dos cofres públicos. Em outras palavras, estão nos cofres públicos ou no Tesouro Nacional, o pré-sal e outras riquezas que essas empresas dizem produzir. Sendo assim, abre-se aqui a primeira porta a revelar quem as estatais servem de fato. Primeiramente, servem às políticas do governo no comando do Estado, mesmo que essas ações contrariem a lógica e o bom senso.

          Pela abertura de uma segunda porta, é revelado que as estatais servem diretamente ao governo, mesmo que dissociado das necessidades da população. Seguindo em frente por esse labirinto burocrático, verificamos que as estatais, ao fim e ao cabo, servem aos políticos, sobretudo aqueles alinhados à base governista. Outras brechas indicam ainda que as estatais servem também às dezenas de partidos que orbitam em torno do governo. Abrindo-se outras portas, as quais os públicos não possuem acesso, é visto que as estatais, que a tantos senhores obedecem, servem também aos chamados campeões nacionais ou empresários que encontraram, nessas empresas, o filão de ouro que desejam.

         Não surpreende, pois, que, em nove de cada dez escândalos de corrupção, esses personagens são sempre vistos na cena do crime. O que temos é um imenso balaio estatal, onde estão reunidos membros do governo, políticos e empresários, todos juntos e misturados. Mas engana-se quem pensa que esses são os únicos embarcados nesse transatlântico estatal. A eles se juntam, hoje, boa parte dos artistas, que comungam do mesmo credo ideológico.

          Noticiado pela grande mídia, Petrobras, Itaipu Binacional, Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Serpro e outras deram dinheiro a um festival, organizado pela primeira-dama, que ocorrerá na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, durante o encontro do G-20. No palco desse evento, estarão artistas como Zeca Pagodinho, Alceu Valença, Ney Matogrosso, entre outros devotos da esquerda. A última porta a descortinar o mundo fantasioso das estatais mostra que, internamente, do ponto de vista dos trabalhadores dessas empresas, nem mesmo os fundos de pensão, que eles mantinham como esperança de aposentadorias dignas, foram deixados de fora dessa razia, e hoje amargam prejuízos bilionários. Dizer o quê?

 

 

A frase que foi pronunciada:

⁠”O Estado é manso com as Estatais, mas vilão com os empreendedores.”

Mateus Machado

Charge de Jean Galvão

 

História de Brasília

Apenas uma firma, a Comil, vende em Brasília, por mês, 359 mil maçãs e peras, um milhão de laranjas, 12 mil dúzias de bananas e um milhão e duzentos limões. (Publicada em 21.04. 1962)

Na carteira de ativos digitais

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Foto: Shutterstock/Reprodução

 

         Mesmo antes de vir ao mundo, no caso aqui, ao Brasil, a moeda digital brasileira, também denominada Real Digital ou, simplesmente, Drex, já causa grande celeuma no mundo político. Nos últimos quatro anos, o Banco Central vem desenvolvendo internamente essa nova moeda, seguindo o exemplo de outros países, onde esse novo instrumento de pagamento parece ser a tendência atual.

         A justificativa para a criação dessa moeda seria, de acordo com o BC, modernizar o sistema financeiro nacional, oferecendo maior segurança e inclusão, além de melhorar a eficiência das transações, reduzindo gastos operacionais, aumentando assim a transparência. O ponto de desafio que temos hoje no piloto é justamente a privacidade. “Trazer, para essa tecnologia descentralizada, os mesmos requisitos de privacidade, de sigilo bancário que hoje já temos em qualquer meio de pagamento digital, pix, TED, cartão de crédito e outros mais.” Explica Aristides Cavalcante, chefe do escritório de inovação e cibernética do Banco Central.

         De acordo com o BC, apesar das aparências, a nova moeda não é uma criptomoeda, já que, ao contrário do Bitcoin, ela irá possuir uma autoridade reguladora central, sendo diretamente supervisionada pelo BC, em conformidade com o que estabelece a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Aqui se fala também numa tal de inclusão financeira, o que obrigaria as pessoas a possuir uma conta bancária para negociar com o Drex.

         Ocorre que diante dessa nova maravilha da tecnologia, que está sendo gestada por muitas mãos, esse novo modelo de pagamento servirá como uma luva de instrumento de vigilância estatal, censura e controle social, como já é feito em países como a China. O fato é que muitos estão acreditando que, com a chegada do DREX, a tal inclusão financeira irá resultar numa exclusão de todos aqueles com acesso limitado a tecnologias da Internet e sem vinculação com bancos.

          Políticos da oposição já estão se movimentando para fazer frente a essa nova tecnologia, pelo menos até que todos os detalhes da novidade estejam clarificados. Há o temor de que o fim do papel-moeda acabe também com a liberdade econômica das pessoas. O controle do Banco Central ajuda na elaboração de teses de que o Drex trará consigo a imposição de restrições ao cidadão brasileiro, sempre que ele contrariar as disposições do governo central, transformando a vida do cidadão num arremedo do que se lê em obras que retratam o advento de um mundo distópico como é o caso de “1984” de George Orwell.

         O nascimento dessa nova moeda vem na esteira da atual cena nacional, onde muitas pontas de fio solto vão sendo unidos bem debaixo do nariz de todos. A perseguição a direita, a unificação das forças de segurança sob o comando do governo central, a censura às redes, além da discussão sobre a regulação das mídias a ser feita no próximo dia 27 pelo Supremo indicam a existência de um nítido cerco às liberdades individuais, cujo Drex seria apenas a cereja do bolo.

         A intenção de muitos políticos dentro do Congresso é que a implementação do Drex só aconteça após a aprovação de 60% dos votos de cada Casa. Para tanto, já apresentaram uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para que o Drex e a extinção do papel-moeda só ocorra depois de amplos debates e aprovação majoritária dos congressistas. Por enquanto, é fake que o Drex venha a substituir o dinheiro vivo. O que os oposicionistas almejam é que esse novo bitcoin oficial do Estado não sirva para controlar a vida de cada cidadão. Por mais que o governo tente explicar que o Drex não trará espécie alguma de ditadura financeira, beneficiando os defensores e punindo os oposicionistas, o fato é que a dúvida cresce.

         As possibilidades de controle financeiro por parte dos governos de plantão, são reais e vão desde vigilância do Estado, limitação dos gastos, geolocalização dos gastos, cobranças antecipadas de impostos, bloqueio de contas, retenção de dinheiro por motivos políticos, impedimento de transações, punições financeiras e uma infinidade de outras possibilidades que acenam para o controle total do Estado sobre os cidadãos. Aos olhos dos observadores o que se tem até o momento é a chamada incubação de um verdadeiro ovo da serpente.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Na parte do rastreio nós não estamos procurando inovar, o Drex tem outras características além do sistema de blockchain. Ele foi feito para o ambiente público então o rastreamento não é esse o foco do Drex. A gente não está construindo essa plataforma porque é mais fácil rastrear transação. A gente está construindo essa plataforma porque é mais fácil de você compor serviços de diferentes provedores. Então eu posso ter uma parte do contrato feita por uma fintech especializada num assunto junto com outra fintech especializada em outro assunto. Eu junto esses dois contratos para fazer um produto final para o consumidor. É esse tipo de flexibilidade que a tecnologia de hoje nos permite.”

Fábio Araújo, coordenador da iniciativa do Real Digital na live BC

 

História de Brasília

Os prédios do Banco do Brasil na superquadra 114, em número de 6, tiveram a estrutura feita pela firma Graça Couto. O contrato era para entregar a estrutura de todos os prédios em 80 dias, e com 75 dias de trabalho a encomenda estava entregue. (Publicada em 21.04.1962)

O seu voto representa você?

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Charge do Ivan Cabral

Com a formação das diversas bancadas, da bala, do boi, da Bíblia e de outros grupos dentro do Congresso, um fenômeno vai aos poucos se instalando dentro do quadro político nacional. Trata-se de um lento e progressivo deslocamento do centro de gravidade política dos partidos para esses grupos. As legendas passam a ter seus espaços encolhidos, restando-lhes a função de chanceladoras das questões dentro do plenário.

O Colégio de Líderes, de certa forma, também contribui para o esvaziamento da função individual do parlamentar. Sem uma reforma política, digna do nome, e com os diversos remendos açodados feitos, o funcionamento dos partidos vai, aos poucos, perdendo sua ligação com as bases e os reais desejos dos eleitores, ao mesmo tempo em que, abastecidos com larga soma de recursos públicos, deixam de entender a realidade, voltando, cada vez mais, para os próprios interesses.

Estivessem, como acontece com as grandes democracias do planeta, preocupados com a participação de cada eleitor, arrecadando de cada um, níquel por níquel, prestando contas aos cidadãos dos gastos com campanhas enxutas e objetivas, os partidos poderiam, verdadeiramente, sentir, o quão árdua é a vida política. O que nos países desenvolvidos se chama de base política é justamente o mutirão formado por eleitores de determinado partido para, juntos, levarem a proposta daqueles líderes mais preparados para o cenário nacional.

A nababesca soma de recursos arrancadada compulsoriamente dos cidadãos, por meio de leis corporativistas para o custeio de fundos eleitorais e partidários, distorce o próprio sentido dos partidos transformando-os numa espécie de lojinhas onde tudo é negociado e onde elementos da compliance e da ética simplesmente inexistem. São essas distorções, vindas de todos os lados, que acabam gerando o que os cientistas políticos chamam de crise de representatividade.

Para complicar o que em si já é ininteligível, a multiplicidade de legendas sem proposta e de olho apenas nos fartos recursos corrompe a própria democracia, desgasta o sistema de representação e acaba por refletir nos outros Poderes, à medida que as funções características do Legislativo de fiscalização, nomeações, ratificações e outras ficam contaminadas.

Dessa forma, o exercício da democracia fica restrito aos conchavos, às negociações de bastidores e aos acordos longe do conhecimento do público. Existe, e ninguém em sã consciência pode negar, uma forte demanda do eleitorado por um ambiente mais transparente e ético dentro das legendas.

O impedimento, feito por medidas casuísticas e suspeitas, de fiscalizações e accountability dos milhões recebidos dos contribuintes faz dos partidos as instituições mais opacas e criticadas hoje pelos brasileiros. Como devem explicações apenas a si próprios, contando ainda com o beneplácito da Justiça Eleitoral e dos tribunais de contas, os partidos se alienaram da realidade que ocorre fora dos muros envidraçados do Congresso, passando a girar em torno apenas do próprio umbigo.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“Acho que a moeda da liderança é a transparência. Você tem que ser verdadeiro. Não acho que você deva ser vulnerável todos os dias, mas há momentos em que você tem que compartilhar sua alma e consciência com as pessoas e mostrar a elas quem você é, e não ter medo disso.”
Howard Schultz

O ex-CEO da Starbucks, Howard Schultz. Foto: Jason Redmond | AFP | Getty Images

 

Agefis
Um caminhão de mudança na área verde da entrada do Lago Norte denuncia invasão iminente. Primeiro, tiraram toda a cerca, e, agora, os olheiros não descansam.

 

 

Ele
Foi bonita a cena na principal avenida de Nova York. Os placares em que as melhores marcas aparecem estimulando o consumismo, por alguns segundos, se apagaram, e imagens do dono do Natal apareceram para aquecer o coração de quem via as cenas. Veja a seguir.

 

IA
Fabrício Bertini Pasquot Polido escreve sobre as chances do Brasil em relação à inteligência artificial, depois das eleições norte-americanas. Leia a íntegra a seguir.

Imagem: reprodução da internet

–> Donald Trump reeleito: como ficarão Inteligência Artificial, Estados Unidos vs. China? Alguma chance para o Brasil?

*Fabricio Bertini Pasquot Polido

Donald Trump foi reeleito nos Estados Unidos para mais um mandato presidencial (2025-2029) e existem várias agendas internacionais que serão profundamente transformadas com a rivalidade intensa a ser travada com a China no campo das tecnologias emergentes e da Inteligência Artificial (IA). Para além do prometido tarifaço, da guerra comercial e do abandono das políticas comerciais multilaterais desde a já moribunda Organização Mundial do Comércio – OMC, quatro anos de presidência de Donald Trump terão impactos arrebatadores. Eles serão sentidos na corrida entre os países, projetando-se um controle mais intensivo de oferta por China e EUA, e elevação de preços aplicados a bens, serviços tecnológicos que serão cobrados dos países adquirentes de tecnologias.

Por outro lado, há áreas no Brasil que podem se beneficiar da corrida e disputa tecnológica EUA-China, desde agentes da indústria que fornecem insumos e serviços para ciclo de IA, como no campo de processamento de dados (data centers), geração, distribuição e comercialização de energias (especialmente as energias limpas, renováveis), além da possível ampliação e instalação de plantas para desenvolvimento e fabricação de chips processadores, e assim por diante. Depende muito, no entanto, de como o Brasil realmente possa encarar esse cenário e projete atrativos para que essas frentes possam prosperar.

Faz bem tanto o Executivo brasileiro, e especialmente o corpo diplomático negociador do Itamaraty, mundialmente reconhecido por sua excelência capacidade e qualidade técnica, de manterem boas relações com dois países – EUA e China-, sem cair em armadilhas ideologizantes ou serem pilhados por discursos extremistas na política e economia. Nessa fase, acreditem, será muito difícil recuperar qualquer sentido mais estratégico dos foros multilaterais, G8, G20, Brics e as organizações internacionais, e por isso, o Brasil deverá concentrar esforços seletivos.

Vamos às principais análises.

 IA como motor econômico nacional. Nos últimos anos, o desenvolvimento da IA evoluiu de uma iniciativa eminentemente científica e econômica para um ponto central de estratégia de segurança nacional por governos e alavancagem de novos negócios pelos grandes conglomerados e BigTechs. Durante a primeira presidência de Donald Trump, a mudança se consolidou em uma atitude estratégica que lidava com IA enquanto campo essencial de competição entre as superpotências globais, principalmente entre os EUA e a China. Saindo da posição meramente de defesa e segurança, IA foi transferida para uma ótica competitiva do ponto de vista comercial e tecnológico. Daí porque o primeiro governo de Trump já havia enfatizado a necessidade de superar a China em capacidades de IA para preservar três pilares – segurança nacional, superioridade militar e indústria de tecnologias dos Estados Unidos. Não há nada que modifique drasticamente essa visão para o segundo mandato, o que já estava em curso no governo Joe Biden. A diferença será a sede de ‘vingança’ em um cenário pós-pandêmico e que terá a IA como uma das bandeiras de expansão ou tentativa de influência tecnológica pelos EUA – padrões, standards, práticas e a aparente efetividade da autorregulaçao por setores da indústria de IA.

 Estabelecendo a IA como uma prioridade estratégica: A Ordem Executiva de 2019 de Trump sobre IA foi a primeira tentativa dos EUA de apresentar um arcabouço mais amplo para estruturar as políticas sobre a tecnologia, incluindo diretrizes para sua adoção por agências federais e o financiamento de pesquisas por iniciativas governamentais. Essa medida normativa abriu o caminho para políticas subsequentes, culminando na Lei Nacional de Iniciativa em IA de 2020 (‘National AI Initiative Act’), que direcionou recursos para pesquisas em IA de caráter não militar, portanto, para fins comerciais de aplicação na indústria. Sem nenhuma surpresa, esse marco reforçava a iniciativa frequente dos EUA de apoiarem e subvencionarem pesquisa, desenvolvimento e inovação na indústria, como boa parte do que ocorreu entre as décadas de 1980 e 2000 no Vale do Silício. Nenhum negócio de alto impacto e estratégia transformadora, vale lembrar, nasce de uma ‘garagem’, ao contrário do que as lendas diziam e ainda vendem por aí. Existem universidades, institutos, centros de pesquisa e aportes governamentais e da indústria intensivamente aplicados. Trump soube manejar o próprio Congresso norte-americano e nesse ponto republicanos e democratas se aliaram para a produção de leis de incentivo. Somente no Brasil a desinformação é tamanha a ponto de acreditar, como fazem alguns setores da mídia tradicional, ‘best sellers’ e ‘coaches’, que tudo isso costuma vir de uma garagem ou de um único e genial guru de tecnologias. Até IA responde melhor se perguntada com os parâmetros (‘prompts’) adequados.

 Estabelecendo IA como “corrida armamentista turboglobalizada” e tensões com gigantes da tecnologia: A retórica de Trump frequentemente apresentava a IA como uma corrida entre os EUA e a China, uma “disputa transformadora”. As políticas energéticas dos EUA dariam às empresas americanas ‘vantagens comparativas’, um termo muito caro às teorias do comércio internacional, as quais, curiosamente, os governos brasileiros rechaçaram nas últimas décadas e sacralizam a dependência de uma política comercial com exportações agrícolas e desmantelamento de tudo mais que fosse possível nos campos de ciência, tecnologia e inovação e na indústria doméstica. Fale-se mal ou fale-se bem, a campanha de Trump visualizava duplamente IA como um ativo econômico (daí rivalizar com a China nas relações comerciais envolvendo tecnologias) e componente de segurança nacional, especialmente diante de ameaças e possíveis ingerências externas por meio de operações de influência e ataques cibernéticos, no conjunto dos grandes eventos e processos de cyberwarfare. Em contrapartida, as iniciativas estatais chinesas, fortemente financiadas pelo Estado e centradas no interesse nacional expandindo atividades de conglomerados chineses de tecnologias digitais e IA exemplificaram a abordagem centralizada para a dominação tecnológica. Esse aspecto elevou a pressão sobre os formuladores de políticas dos EUA para acompanhar o ritmo das incursões sino-tecnológicas. Nesse meio tempo, e apesar de priorizar a IA, Donald Trump passava boa parte de seu primeiro mandato vociferando contra gigantes da tecnologia, acusando-as de serem parciais contra a campanha negacionista e os rompantes ultraconservadores do presidente e até de serem uma ameaça maior às eleições do que atores estatais como a Rússia. Durante o primeiro mandato de Trump, o Executivo lançou um conjunto medidas regulatórias tendo como alvo Big Techs no campo comercial e antitruste, levantando alegações de supostas práticas de censura dessas empresas como ameaças à integridade democrática dos Estados Unidos. Na visão de especialistas dentro dos EUA, essas ações revelaram uma espécie de casamento de conveniência de Trump com a indústria de tecnologias: enquanto a condenava publicamente, dela dependia para avanços tecnológicos. Sendo mais cauteloso quanto às ações concretas contra BigTechs, “mais latia do que mordia”.

 Criptomoedas e Soberania Digital: O apoio de Trump às criptomoedas e a ideia de um estoque nacional de bitcoin representaram uma grande divergência das práticas bancárias centralizadas, alinhando-se com a resistência do Partido Republicano quanto à criação de moedas digitais dos bancos centrais (CBDCs) pelos estados e maior monitoramento e controle de transações envolvendo criptomoedas. A posição defendida pelo governo Trump então refletia uma visão mais ampla de autonomia digital, na qual criptomoedas são vistas como ferramentas para a liberdade econômica, para o empreendedorismo, para a ‘disrupção’ do monopólio de moedas fiduciárias reguladas pelos estados. Contudo, qualquer discussão sobre criptomoedas suscita questões mais complexas sobre regulamentação, segurança, confiança, riscos financeiros potenciais e incentivos para práticas ilícitas transnacionais, como lavagem de dinheiro, corrupção, financiamento ao terrorismo e armas de destruição em massa. Esses aspectos poderão levar os Estados Unidos, no segundo mandato de Trump, a revisar certas políticas em curso, como a relutância dos EUA em fazer avançar a discussão sobre temas monetários digitais em organizações como FMI, Banco Mundial, dentre outros. Paralelamente, o governo receberá a pressão dos setores financeiro e bancário tradicionais (os incumbentes) dos EUA pelo fato de que qualquer movimento muito enfático ou entusiasmado sobre as moedas digitais, cripotmoedas e transações com criptoativos esbarra na influência prática e atração simbólica exercidas pelo dólar estadunidense. Ainda que padrão dólar-ouro tenha sido extinto em 1971, mantido vigente desde a criação das instituições do sistema econômico internacional – FMI e Banco Mundial – na Conferência de Bretton-Woods em julho 1944, a moeda dos EUA é que sustenta a racionalidade da conversão monetária, câmbio e as reservas internacionais. Ou tudo isso agora seria simplesmente insignificante, passados 80 anos?

1. Cibersegurança como Defesa Nacional: Reconhecendo o crescente cenário de ameaças, as políticas de Trump centraram-se em temas de resiliência cibernética e no empoderamento da Agência Nacional de Segurança (NSA), além de outros órgãos de defesa, inclusive com colaboração não-transparente de empresas de tecnologia quanto à compartilhamento de dados de cidadãos e vigilância cibernética. Trump expandiu as capacidades ofensivas do Comando Cibernético dos EUA, seguidas de uma Ordem Executiva em 2019 para lidar com a escassez de profissionais em cibersegurança (“America’s Cybersecurity Workforce”), um desafio que permanece crítico em vários lugares do globo. O primeiro mandato de Trump fez mais incursões no campo da cibersegurança de modo também sensacionalista, sobretudo para angariar apoiadores e teóricos da conspiração. O argumento principal estaria na ideia de que segurança da infraestrutura tecnológica dos EUA devesse passar a um tema vital de segurança nacional, especialmente à medida que ameaças cibernéticas se proliferem globalmente. Do lado comercial, no entanto, existe maior aderência a preocupações legitimas sobre defesa cibernética, como o fato de que existem empresas hoje especializadas em desenvolver serviços para ataques cibernéticos, incidentes de segurança de informação, roubo e vazamento de dados. Até o Brasil tornou-se laboratório de agentes de pequeno e médio porte para escala comercial, vendando internamente e exportando serviços de crimes cibernéticos (CaaS) para práticas de golpes digitais e outras condutas ilícitas do ponto de vista cibernético. Mas nunca, é claro, a ponto de fazer frente ao que Rússia, China, Israel e o próprio Estados Unidos desenvolvem no campo militar e vigilância de civis e que representam uma ameaça, sim, à proteção da paz, segurança internacional e dos direitos humanos como compromissos dos Estados desde a criação da ONU em 1945.

Para o Brasil, o cenário de acirramento comercial e tecnológico entre China e EUA e demanda por mais serviços em IA pode ser considerado favorável, a depender, como mencionado, da forma como serão conduzidas as relações com os países e indústria de tecnologia. Resumo em sete pontos:

1) Posição como hub protetivo e sustentável de dados na América Latina: Com o aumento da demanda por processamento de dados, o Brasil pode se tornar região atrativa para instalação de data centers de empresas estrangeiras e brasileiras, atraindo investimentos na construção e manutenção de data centers e abastecimento por plantas da indústria de energia, especialmente promissora e já com forte pegada sustentável no Brasil. A infraestrutura não apenas fortalece a capacidade nacional de armazenamento e processamento de dados, mas também possibilita um avanço no desenvolvimento de IA local e regional, com a possibilidade de estruturas de transferência internacional de dados facilitada pelos padrões de proteção de dados adequados, desde a legislação vigente (LGPD) como regulamentação da ANPD.

2) Energias Limpas e Independência Tecnológica: Com o interesse global crescente em fontes de energia limpas e renováveis, o Brasil pode reforçar seu papel como líder em energias renováveis, especialmente com a expansão de energia solar, eólica e biomassa. Esse movimento deve atrair indústrias dependentes de energias limpas e grandes consumidores de energia, como os data centers e indústria de serviços baseados em tratamento intensivo de dados, além de servir de base para fabricantes de semicondutores e chip processadores (insumos para industria de IA) e novos data centers, que buscam fontes sustentáveis de energia e mais acessíveis para suas operações, inclusive quando são feitas em escala transfronteiriça (por exemplo, Estados Unidos-Brasil).

3) Inovação e Desenvolvimento de IA em Áreas Locais: O Brasil possui um mercado interno vasto e diversificado que permite testar e desenvolver tecnologias de IA aplicadas a diferentes setores, como saúde, agricultura, transporte e serviços financeiros. Políticas e incentivos à inovação em IA podem estimular startups e empresas locais a desenvolver soluções tecnológicas específicas para a realidade brasileira, criando um ecossistema robusto e competitivo para o país no cenário da IA

4) Expansão de Capacidades de P&D em Tecnologias Emergentes: Os setores público e \ privado no Brasil devem incentivar e atrair mais investimentos para colaboração acadêmica em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de tecnologias emergentes, tornando-se polo alternativo de inovação científica e tecnológica em áreas como IA e robótica. Do ponto de vista de leis e regulamentos, esse tipo de programa pode ser feito por meio de incentivos fiscais, apoio governamental a institutos de pesquisa e parcerias com universidades e empresas interessadas em ampliar esse segmento ou cluster da indústria de tecnologias emergentes.

5) Diplomacia Estratégica Comercial, Tecnológica e de Inovação. Mantendo uma posição equilibrada no jogo potencialmente destrutivo entre EUA e China, o Brasil pode buscar tratos mais social e tecnologicamente interessados em suas frentes negociações com os países e em foros internacionais, particularmente se houver perda de participação de Estados Unidos, por exemplo, e mais abertura por parte da União Europeia, Coreia do Sul, Japão nesses campos. A diplomacia científica e tecnológica pode se tornar uma ferramenta fundamental para atrair investimentos, fortalecer cooperação científica e abrir portas para parcerias estratégicas, para que o Brasil possa servir de ator confiável no cenário global de tecnologia e com amplo mercado para expansão.

*Sócio de Inovação e Tecnologia e Solução de Disputas de L.O. Baptista. Fundador de LOTech. Professor Associado de Direito Internacional, Direito Comparado e Novas Tecnologias da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.

 

História de Brasília
Quando o prefeito Sette Câmara resolveu ajardinar a cidade, só à noite foram plantadas quatro mil árvores e feitos jardins nos prédios residenciais. (Publicada em 21.04.1962)

Mistura homogênea

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          Em Química, misturas homogêneas são aquelas em que não se consegue perceber a diferença entre as substâncias dissolvidas entre si. É o caso da mistura de água e sal ou água e açúcar. Fora desse âmbito e transportando o mesmo conceito para as atividades políticas do dia a dia, podemos dizer também que a atual Proposta de Emenda à Constituição (PEC), preparada com um esmero estratégico pelo Ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, e a ser enviada brevemente ao Congresso, é um bom exemplo de mistura homogênea.

         O caso é como integrar ou misturar instituições policiais diversas numa mesma receita homogênea, colocando essa solução politico-química à mercê ou sob o comando direto dos planos estratégicos baixados pelo governo central. O perigo do caso é que a contaminação dessa mistura homogênea, com poluentes do tipo políticos e ideológicos, pode, por seu poder de uniformização, contaminar todo conjunto, fazendo dessa solução, não um remédio, mas um veneno para o país.

         Homogeneizar as forças policiais, transformando-as num aparato armado, cujas características e funções serão determinadas pelo poder central, é um cheque em branco de efeitos inesperados e até perigosos.

         Esse tipo de estratégia sob o manto de segurança pública já estava prevista, se observarmos que essa é uma das medidas essenciais para a perpetuação de partidos no poder. Vide aqui os exemplos das vizinhas Venezuela e Nicarágua, onde as forças de segurança agem sob o comando central desses conhecidos ditadores. O que ocorre com a química, ocorre também na vida real. Depois de misturadas essas instituições ou substâncias, difícil será separá-las novamente. Nesse contexto, a regulação das mídias, defendida pelo mesmo governo, vem como que dar um acabamento final a essa reforma do Estado.

          Para a oposição em geral, que observa toda essa movimentação e, aparentemente, pouco pode fazer contra, trata-se de uma proposta que, ao retirar, talvez, a última prerrogativa dos governadores em termos de segurança pública, enterrando de vez o conceito tão vilipendiado de federalismo, entrega ao governo, no caso aqui ao Palácio do Planalto, um altíssimo poder de dissuasão, capaz até de mudar completamente os rumos da democracia representativa.

         Não se faz necessário lembrar que somando-se à submissão formal e constitucional das Forças Armadas ao Executivo, com essa nova força policial a ser criada, todo o poder, no seu sentido concreto e de repressão, passa a ser concentrado, diretamente, nas mãos do presidente da República. O primeiro passo já foi dado com o desarmamento da população. Essa história de melhorar a atuação do Estado na segurança pública vai nessa proposta, como eufemismo a camuflar os objetivos dessa PEC.

         Por mais que estejam subentendidos os reais propósitos do governo, essa PEC mira horizontes bem mais distantes e específicos. A intenção do governo é criar uma espécie de Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) para dar mais efetividade no combate ao crime organizado, que pode, muito facilmente, servir a outras causas inconfessáveis e, portanto, não tornadas públicas. Suspeita-se que o desenho dessa PEC foi feito dentro do Supremo, por ministros que também acreditam que esse novo modelo trará mais pujança à democracia que eles defendem.

 

A frase que foi pronunciada:

“Tenho minhas dúvidas de que essas pessoas que exercem o poder no Brasil exercem o poder em benefício do povo ou em benefício próprio.”

Hélio Bicudo, em 2015

Hélio Bicudo. Foto: Poder 360

 

Portas abertas

Centenas de pessoas de Goiás e Brasília com o sobrenome Chaves articulam um grande encontro para os próximos meses.

Foto: picapauentalhes.com

 

Inovação

Abertas inscrições pela Biolab, até 15 de novembro, para startups com soluções inovadoras para a saúde. Essa é uma grande oportunidade para as universidades com pesquisas de ponta que têm a oferecer propostas efetivas desde o papel da IA e novas oportunidades na jornada médica, soluções em softwares para otimização do desenvolvimento. A seguir, o assunto com detalhes.

–> Inscrições abertas para startups com soluções inovadoras em saúde no InovaBio Open, da Biolab

Programa de Inovação quer atrair startups com soluções prontas e escaláveis. Inscrições em http://bit.ly/3A2wnJo até o dia 15 de novembro de 2024.

O programa de inovação aberta, InovaBio Open, da Biolab Farmacêutica, quer integrar tecnologias de ponta e ideias para promover a inovação contínua, atraindo soluções eficazes para os desafios da saúde. A iniciativa é destinada a startups e pesquisadores/universidades de todo o Brasil, que já estejam em operação, com soluções prontas, escaláveis e que atendam aos desafios propostos.

“Temos um histórico de longa data de investimentos em pesquisa e desenvolvimento científico que levamos muito a sério. Atualmente, 10% do nosso faturamento são dedicados a essa finalidade. Por isso, estamos muito animados para trazer Inovação de fora que nos ajude a encontrar soluções maduras e aplicáveis que possam se transformar em projetos de impacto para a Biolab e o ecossistema da saúde”, explica Marco Aurélio, vice-presidente de Inovação e Qualidade da Biolab.

A primeira etapa do InovaBio Open acontece entre 14 de outubro a 15 de novembro. Para essa fase serão pré-selecionadas as soluções conectadas com pelo menos 1 dos 5 desafios apresentados. As inscrições estão sendo feitas através do Sling Hub, plataforma de referência no ecossistema de Inovação, que aproxima startups a empresas e investidores em toda a América Latina.

No dia 4 de dezembro de 2024, as empresas selecionadas apresentarão suas soluções presencialmente para os executivos da Biolab. As soluções vencedoras passarão pelas etapas de planejamento e testes em 2025.

Confira os desafios propostos:
1. Papel da IA e novas oportunidades na jornada do médico
2. Soluções comerciais para interface entre representantes/médicos e/ou varejo farmacêutico
3. Novas ferramentas e/ou softwares para otimização do desenvolvimento de novas formulações
4. Desenvolvimento de novos produtos e novas formas de ensaios pré-clínicos e clínicos
5. Como aumentar a eficiência produtiva na indústria farmacêutica

Para mais informações e inscrições, acesse https://www.biolabfarma.com.br/pesquisa-desenvolvimento/inovacao/

Agenda
Inscrições no site 14/10 a 15/11
Triagem: 16/11 a 29/11
Apresentação presencial: 4/12

Sobre a Biolab

Promover um futuro com mais qualidade de vida requer uma busca incansável por tratamentos seguros e inovadores. Com essa missão a Biolab, indústria farmacêutica brasileira fundada em 1997 e com presença internacional, investe em pesquisas e parcerias para superar os crescentes desafios da saúde.

Com seus mais de 3.800 colaboradores e a 4ª maior Força de Vendas do Brasil, a Biolab está entre as maiores farmacêuticas do país, atuando em diversas especialidades, como: dermatologia, ginecologia, ortopedia, gastroenterologia, pediatria, clínica médica e sistema nervoso central, além de ser líder em cardiologia. As unidades de negócio Biolab Genéricos, Avert Humana e Avert Biolab Saúde Animal contribuem com o portfólio de mais de 500 produtos.

A Biolab está em crescimento constante. São três unidades de produção, além de um moderno complexo fabril em construção. E não para por aí: no Canadá é a 1ª farmacêutica brasileira com um Centro de Pesquisas e adquiriu a empresa Exzell Pharma para expandir suas fronteiras.

Viva a evolução!

Saiba mais em www.biolabfarma.com.br e nas redes sociais: Instagram, Facebook e Linkedin.

 

História de Brasília

“Na Universidade de Brasília um tapeceiro chegou para cobrir a parede. O mestre de obras disse que a parede não havia sido levantada. _Sente aí e espere um pouco.” (Publicada em 21.04.1962)

Dia importante para o país

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Manifestantes presos no dia 08 de janeiro de 2023. Foto: Reprodução/ Redes sociais

 

Nesta próxima terça-feira (29), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados terá, pela frente, a discussão de uma pauta do tipo dinamite e que tem todo o potencial para mudar os rumos da atual política nacional, dando início a um movimento de reabilitação e mesmo de justiça plena tantos aos supostos golpistas do 8 de janeiro, como ao ex-presidente Bolsonaro, cassado em seus direitos políticos num julgamento relâmpago e  por uma acusação sem amparo na racionalidade.

O relator do parecer sobre a anistia aos arrolados nessa história Kafkiana mal contada, o deputado Rodrigo Valadares (União-SE), recomendou a absolvição aos envolvidos nessa ardilosa trama político-jurídica. Pelo parecer do relator junto a CCJ, a anistia deve abranger, além do perdão por crimes previstos no Código Penal, o perdão por crimes previstos no Código Penal relacionados às manifestações; o cancelamento de multas aplicadas pela Justiça; a manutenção dos direitos políticos e a revogação de medidas, transitadas em julgado ou não, que limitem a liberdade de expressão em meios de comunicação social e em redes sociais. Caso a proposta venha a ser aprovada na CCJ, a medida deve ser aplicada a todos aqueles que participaram daqueles eventos antes e depois de 8 de janeiro. Além disso, o parecer passa a definir, como abuso de autoridade, a instauração de procedimento investigatório relacionado aos atos descritos pela anistia.

Justificando sua proposta, o deputado Rodrigo Valadares afirmou que aquelas manifestações, provocadas pelo efeito manada, deram-se em razão da indignação dos derrotados naquelas conturbadas eleições. O fato é que, e aqui se trata da opinião livre e desembaraçada desta coluna, os imensos acampamentos armados em frente aos quarteis incomodavam enormemente o presidente eleito e proclamado pelo TSE.

Essas manifestações pacíficas e espontâneas da população mostravam, ao país e ao mundo, que os resultados das sacrossantas urnas eletrônicas não eram completamente absorvidos por grande parcela dos brasileiros. O país estava dividido e conflagrado. Esses movimentos de cunho patriótico retiravam completamente o brilho da vitória do candidato e, até certo ponto, questionava o próprio pleito. Como mostram reportagens da época, o próprio presidente, pressionado e acuado pela situação inusitada, ligou pessoalmente para o General Gustavo Dutra, então chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), ordenando que, segundo disse o próprio militar na CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF, “isolasse a área e prendesse todos que ali estavam na noite de 8 de janeiro”. “General, disse o presidente, são criminosos. Têm que ser todos presos, isole a área e prenda-os pela manhã.” Ainda de acordo com o depoimento desse militar de triste memória, a estratégia do então governo era desmotivar os bolsonaristas inconformados e acampados em frente aos quarteis de todo o país.

Como em outros casos da nossa história, somente o tempo e a distância dos acontecimentos terão o condão de colocar as coisa em seu devido lugar, condenando aqueles que merecem e absolvendo aqueles que foram maldosamente usados nessa trama mal explicada e cheia de segundas intenções. O relator da anistia disse ainda, em seu parecer, que aqueles episódios foram tratados pelas altas cortes com “um rigor excessivo e sem critério legalista e garantista, resumindo-se a deliberar de acordo com critérios ideologicamente punitivistas.” Para ele, a aprovação de sua proposta pode contribuir e devolver o Brasil a um novo tempo de maior maturidade política, de convívio com os diferentes, de garantia à liberdade de expressão e um resgate da presunção de inocência no ordenamento jurídico do país.

Ao presidente da República cabe, antes de tudo e de quaisquer outras virtudes, o desejo firme de pacificação do país, não nos discursos políticos, mas na ação e na prática. Nenhuma outra herança política pode ser maior e mais profundamente duradoura do que o restabelecimento da harmonia nacional.

Para interlocutores desta coluna, como fontes preservadas, a questão da anistia política é um assunto tão sério que não deveria ser confiada apenas aos políticos, mas submetida à ampla e insuspeita apreciação popular por meio de consulta do tipo referendum. O que parece chamar mais atenção em todo esse caso é que as esquerdas para quem o instituto da anistia política foi fundamental para o regresso da democracia em nosso país, clamam agora pela não adoção dessa mesma medida contra as correntes da direita. É nesse tipo de esquizofrenia, que assistimos aos entreveros da política nacional, procurando racionalidade num ambiente já desprovido de calor humano e de quaisquer traços de civilização.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Justiça é a verdade em ação.”

Benjamin Disraeli

Benjamin Disraeli. ©Georgios Kollidas/Fotolia

 

Cuidado

A seguir, a foto do desleixo que acontece no parque Olhos D’Água. Tanto dos frequentadores que jogam lixo onde não devem, quanto da limpeza que parece não ser constante.

 

 

História de Brasília

Em três anos trabalho foram construídos setecentos mil metros quadrados, o que equivale a mais de 694 metros por dia. Brasília possui, hoje, um milhão e meio de metros quadrados de asfalto considerado de primeira. (Publicada em 21.04.1962)

Ciclo perverso

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Charge do Jean Galvão

Desde a antiguidade, não é segredo que a diferença entre o remédio e o veneno está na dosagem. Eis aí uma sentença que se aplica tanto para a saúde e bem-estar humano, como pode também ser usada para manter a economia dentro de parâmetros, digamos, salutares. Lembrando que a má administração econômica de um país pode facilmente levar à morte um número incontável de indivíduos. É o caso da sobrecarrega tributária e tarifária do Brasil, levada adiante por mais um governo.

Fechadas as contas, fica constatado um novo recorde de arrecadação. Alguns dizem que foi o maior recorde de toda a série histórica do país. Para um governo que insiste em gastar e que se mostra claramente contrário a equações do tipo responsabilidade fiscal, a notícia só serve para incentivar a ilusão de que não há problema em torrar indefinidamente e cada vez mais o dinheiro suado dos brasileiros. Do ponto de vista psicológico, para o contribuinte, essa é uma péssima notícia, pois indica que é preciso adotar medidas urgentes para sobreviver em meio a esse ambiente hostil. O desvario arrecadatório do governo, que segue avançando sem quaisquer escrúpulos nos bolsos da população, é um sinal nítido de perigo imediato à frente.

Ao longo de 2024 houve recorde na arrecadação a cada mês e a tendência é que isso vá no mesmo ritmo, ladeira acima até o fim do ano. O mais preocupante é que mesmo com todo esse volume insano de arrecadação, a economia do país segue no vermelho e com tendência de também prosseguir com resultados ladeira abaixo. Segundo o IFI (Instituto Fiscal Independente criado pelo Conselho de Assessoramento Técnico do Senado Federal), a dívida pública chegará a 80% do PIB em 2024 e continuará crescendo.

Apesar da arrecadação, as contas públicas seguem no vermelho, com o governo gastando, somente neste ano, mais de R$ 1 trilhão. Os investidores, há muito tempo, já perceberam que, dessa moita, não sai coelho, tratando logo de retirar seus investimentos do país e rumando para lugares onde ainda existem lógica e racionalidade econômica. O Dólar não para de aumentar, o Real não para de cair, assim como seguem aumentando os índices inflacionários dos alimentos e de tudo o mais. A economia funciona como um relógio suíço. O que não parece funcionar bem é a cabeça daqueles que comandam a economia. Com o aumento da inflação, aumenta também a taxa de juros. Por sua vez, as taxas de juros altos pressionam as contas do governo, empurrando-as para o abismo. É o ciclo perverso da economia provocado por aqueles que nitidamente não entendem de economia, usando-a apenas para ajustar modelos políticos e ideológicos e não modelos matemáticos.

Números, assim como o dinheiro, não aceitam desaforos. Consequências são tudo aquilo que vêm depois. No nosso caso específico, temos nada menos do que quase 80 milhões de brasileiros na lista negra dos inadimplentes, devendo até a roupa de baixo. É um número assustador. Com uma massa desse tamanho devendo, provavelmente leve à queda do consumo, puxando a atividade econômica do país para baixo.

Uma população sem crédito e sem poupança trava o país, lançando-o nas areias movediças da estagnação e posterior colapso. Economistas concordam que o próximo ano será ainda pior, com um estreitamento cada vez maior das chances de crescimento. O mais estranho é que o governo parece não levar a sério as consequências negativas que uma alta carga tributária pode acarretar num curto período. Uma dessas consequências já observadas até aqui é do aumento da informalidade, com pessoas buscando ganhar a vida por conta própria, de preferência, longe da bisbilhotice e gula do governo. Outro mau fruto da sanha arrecadatória é o incentivo à sonegação fiscal, com as pessoas burlando de todas as maneiras o fisco nacional.

As altas taxas de impostos e tributos induzem também a diminuição da competitividade entre as empresas, tanto interna como no mercado internacional, fazendo do produto brasileiro um item pouco atrativo. Ao final dessa trilha nada coerente na condução da economia brasileira, lá na ponta, onde o governo não enxerga ou finge ver, a alta carga tributária ajuda a elevar, às alturas, a desigualdade social e, por tabela, aumenta ainda os índices de violência, de insegurança, mortes e uma infinidades de outras mazelas. Tudo o que a nova democracia repele nos discursos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando o governo teme o povo, há liberdade. Quando o povo teme o governo, há tirania.”

Thomas Jefferson

Foto: Rembrandt Peale – Thomas Jefferson – Google Art Project.jpg

 

Além do jardim

Chegou à nossa mesa um elogio ao professor da rede pública André Junior Rosa de Oliveira. Ministra aulas a alunos especiais. Resolveu abrir a sala de aula para ganhar o mundo dos esportes com a meninada. O Comitê Oligama ficou tão impressionado com a iniciativa que todos os alunos do professor André ganharão uma medalha de participação. É o estímulo e primeiro passo para, quem sabe, as Paralimpíadas.

 

História de Brasília

O concreto gasto na Plataforma Rodoviária, daria para fazer uma cobertura em tôda a Avenida Rio Branco da Praça Mauá ao Obelisco. (Publicada em 21.04.1962)

Fim do futuro

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© dilmarousseff/Instagram

 

Para os observadores internacionais que acompanham de perto a evolução do Brics pela avenida do Sul Global, está cada vez mais claro que esse bloco tem apenas uma fachada, ou verniz, de bloco econômico comum e, muito mais, um propósito estratégico, político e militar de médio prazo para cercar as democracias do mundo, sobretudo a sua mais importante personificação dada pelos Estados Unidos da América.

A primeira lição de um mundo desenvolvido é dada pela seguinte sentença: o capitalismo liberal (e não o capitalismo de Estado) é o único parceiro possível para as democracias. Em outras palavras, não existe capitalismo liberal sem democracia, e vice-versa. São justamente esses dois pilares da civilização Ocidental que China, Rússia e agregados buscam superar, ou mais precisamente demolir, erigindo em seu lugar a fantasia do capitalismo de Estado, orientado por ditaduras frontalmente contrárias aos direitos humanos e a tudo que se refere à liberdade.

Nesta terça-feira, na Rússia, começou a 16º Cúpula do Brics. Nessa ocasião, todo o teatro está armado para demonstrar que o presidente daquele país e membro desse bloco não está sozinho em seus propósitos de trazer das cinzas a velha e carcomida União Soviética. Só que esse seu sonho de marechal de hospício tem levado consigo milhões de mortos desde que ele assumiu o controle da Rússia. Apenas nessa sua cruzada atual de 30 meses contra a Ucrânia, os analistas militares contabilizam quase 600 mil soldados russos mortos em combate. No lado ucraniano, as baixas chegam perto de 190 mil soldados.

Para o governo tirânico da Rússia, o Brics tem sido praticamente o único apoio que recebe do mundo, principalmente na forma de ajuda econômica, facilitando a comercialização de seus produtos, driblando, assim, as sanções internacionais. Não fosse esse bloco, a Rússia, possivelmente, já teria capitulado diante do preço absurdo em vidas e do financiamento pesado do Estado nesse esforço de guerra.

Um terço de todo o orçamento do governo russo vai para área militar. Tem sido assim desde que Putin chegou ao poder. A questão aqui é de se perguntar: como pode um único homem, pequeno em estatura e sabedoria, erguer atrás de si um imenso cemitério de milhões de mortos, na sua grande maioria composto por jovens e pessoas no auge da capacidade operativa, arruinando e comprometendo o futuro do próprio país? O bom senso, nos tempos em que essa virtude era cultivada, sempre recomendou o afastamento de pessoas sanguinárias e belicosas, pois desse tipo de companhia o que se colhe é a morte e destruição.

Ao lado desse companheiro pra lá de problemático, o Brasil se junta também à China, outra parceria comprometida seriamente com questões de direitos humanos, com dezenas de milhares de presos políticos e uma soma igual em desaparecidos ou deletados da vista. Não bastasse esse problema interno, a China, seguindo o exemplo da Rússia, prepara-se em ritmo acelerado para invadir Taiwan — possivelmente agora em 2025. Quem dá essa certeza é ninguém menos do que o ministro da Defesa da ilha. Esse conflito regional pode facilmente envolver também os Estados Unidos, levando o mundo a um período de confrontações cujo desfecho pode se dar pelo uso de armas nucleares.

A esse grupo de encrenqueiros se junta agora o Irã, principal cabeça do chamado “eixo do mal”, pelo seu envolvimento e financiamento a grupos terroristas como Hamas, Hezbollah e outros que visam destruir o Ocidente, sua cultura e suas crenças. Com companhias como essas, a pergunta que surge é: como o Brasil, cujas Forças Armadas vivem seu pior momento, com a debandada de praças e suboficiais por conta dos baixos salários, irá se posicionar? O pior, se é que pode haver pior nesse caso, é que o Brasil pretende levar para esse bloco de incendiários, países aqui da América Latina e Caribe, como Nicarágua, Cuba e Venezuela.

A parceria militar entre Coreia do Norte e Rússia, para onde tem enviado milhares de soldados para morrer nos campos da Ucrânia, parece abrir caminho também para, em um futuro próximo, o país comandado pelo lunático Kim Jong-un possa vir a se juntar ao Brics, transformando esse bloco num caso de risco para todo o planeta. Tivesse um governo sério e comprometido com o futuro do Brasil, parceria dessa natureza seria impensável. Pois tudo o que esse bloco almeja é que o planeta esqueça essa coisa de futuro.

 

 

Frase que foi pronunciada:
“Nem estou falando de outros processos relacionados com a construção do Estado da União. Aqui nós, como combinamos, estamos fazendo tudo isso com calma, sem pressa. Estamos a verificar cada passo para que cada passo nos fortaleça, nos fortaleça por dentro e por fora, fortaleça os nossos sistemas políticos, crie condições para o seu desenvolvimento, crie uma base fundamental, boa e sólida para o desenvolvimento econômico”
Vladimir Putin

 

História de Brasília
Se colocássemos tôdas as obras da Novacap num só bloco, daria um edifício de três andares com a extensão de tôda a Avenida Atlântica. (Publicada em 21/4/1962)

Caminhos de retorno

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Charge disponível na internet

 

Um dos laureados, neste ano, com o Prêmio Nobel de Economia, o professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Daron Acemoglu, tem chamado muito a atenção do mundo acadêmico, sobretudo dos economistas brasileiros, que fazem coro a um possível retorno do nosso país ao ciclo perverso de uma recessão prolongada e profunda.

Tanto para esse economista quanto para outros, no caso aqui, o CEO da SPX, Rogério Xavier, o caminho para o Brasil voltar a um novo período de forte recessão está sendo pavimentado centímetro a centímetro pelo atual governo, dada a piora progressiva e contínua da situação fiscal incidente sobre as contas públicas.

Em primeiro lugar, é preciso destacar que fazer o caminho inverso, levando o país de volta à chamada década perdida ou ao período de hiperinflação provocado pelo governo Dilma, dará um enorme trabalho. Bagunçar as contas públicas de um país como o nosso, que tem todos os ingredientes para crescer com estabilidade, não é uma tarefa qualquer. Exige persistência e tenacidade. A contenção de gastos ajuda na aceleração da dívida pública e essa, quando erodida, leva o país à estagnação, que consumirá anos, ou até décadas, para ser corrigida.

Aqueles que pilotam a economia do país sabem, ou deveriam saber, que, quando a dívida pública sai de controle, todo o conjunto de ações para conter os prejuízos deixa também de existir ou fazer efeito. Essa também é a visão do o premiado com o Nobel de Economia 2024 professor Daron, para quem somente instituições políticas fortes e inclusivas podem abrir caminho para o crescimento econômico. Em outras palavras, o que esse economista destaca é que as instituições de um país, em sua busca sincera pelo desenvolvimento, devem incentivar abertamente a participação ampla e inclusiva da sociedade, evitando que os recursos da nação acabem nas mãos de uma elite restrita.

Marginalizar grandes parcelas da sociedade, reprimindo inovações e o progresso, concentrando e direcionando boa parte dos recursos públicos para os chamados “campeões” nacionais, no caso empreiteiros ou os bilionários da JBS, tem sido, até aqui, a fórmula para levar o país de volta ao fundo do poço. Da mesma forma, aliar a economia brasileira aos interesses da China, dentro dos Brics, em que o Brasil parece não ter identidade e independência, também é uma outra fórmula de acelerar ainda mais a recessão interna.

O Brasil precisa aprender, o quanto antes, que a ascensão de uma potência extremamente autoritária como a China não é só uma ameaça ao equilíbrio mundial, como favorece os sistemas institucionais dessa natureza, que negam o acesso e a inclusão política da sociedade, que permanecem avançando. Tanto na condução interna da economia quanto em nossas relações externas com parceiros tipo China e Rússia, estamos, na visão de muitos economistas, indo em direção contrária ao crescimento e ao progresso do Brasil. Por outro lado, o controle estatal sobre uma economia como a nossa, que vai mal de saúde e que, mesmo assim, prossegue sendo alimentado pelo governo que deteriora a capacidade da sociedade de inovar e prosperar de forma duradoura.

 

A frase que foi pronunciada:
“Os pobres ficam ainda mais pobres quando têm de sustentar os burocratas nomeados supostamente para enriquecê-los.”
Mário Henrique Simonsen

Mário Henrique Simonsen. Foto: istoedinheiro.com

 

Contaminação
Falha humana. Foi o que declarou, à polícia, Jacqueline Iris Bacellar, responsável por assinar os laudos dos exames de HIV do laboratório PCS Lab Saleme. As investigações prosseguem depois que seis pacientes transplantados foram contaminados com o vírus da Aids.

Jacqueline Iris Bacellar em entrevista para a TV Globo

 

Perita
Especialista em medicina legal e perícia médica, a doutora Caroline Daitx declarou à GB News que “cada caso será tratado individualmente para determinar a extensão dos danos”. No caso do paciente que recebeu um transplante hepático e faleceu, será necessário verificar se o HIV influenciou na causa da morte. Quanto aos pacientes que receberam transplantes renais, a análise incluirá as repercussões atuais da infecção e as possíveis consequências futuras”.

 

História de Brasília
Precisa, isto sim, ouvir o que disse o deputado Ademar Costa Carvalho contra a sua administração, contra seus funcionários, que, dispondo do dinheiro para o pagamento de faturas, extorquiam dinheiro dos que haviam dado trabalho à cidade. (Publicada em 19/4/1962)

Quem somos? O que queremos? Para onde vamos?

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Charge publicada no Diário do Acre

 

É fato que o aquecimento global chegou mesmo antes do que esperavam os cientistas. Ao que parece, essa mudança climática, ocasionada em grande parte pelo modelo econômico seguido pelo homem moderno, veio não só para ficar entre nós, como poderá se intensificar a cada ano que passa. Com isso, os 8 bilhões de seres humanos sobre o planeta correm o sério risco de desaparecer, seguindo o mesmo destino que tiveram outras espécies de plantas e animais. A situação é alarmante e supera quaisquer outros problemas atuais enfrentados pela raça humana. O problema é que muita gente parece não ter se ligado que a hora é grave e segue dando sequência a uma vida de total alienamento dessa questão, sobretudo as principais lideranças políticas no planeta.

Soa até como extraordinário e surreal assistir ainda a nações inteiras devotadas a questões de guerra, de desmatamento e de destruição do meio ambiente, quer por uma agricultura descompromissada com essas questões, quer por meio de uma crescente e devastadora prospecção de minérios que deixam atrás de si enormes crateras sem vida e contaminadas por uma série de produtos tóxicos.

Em âmbito mundial, com exceção de uns poucos países, não há um compromisso com a questão premente do aquecimento global, com muitos seguindo como se todos esses acontecimentos fossem obras de uma ficção alarmista. Com um comportamento desse tipo, uma coisa é certa: nosso destino parece estar selado. Portanto, temos, todos nós, indiferentemente de quem seja ou de onde esteja, um encontro com um futuro próximo que pode ser o último de nossa agenda.

Aqui em nosso país, depois das centenas de milhares de incêndios ocorridos de Norte a Sul e das enchentes que quase varrem a parte meridional do Brasil, as autoridades resolveram colocar a cara para fora da toca refrigerada e ensaiam movimentos em prol do meio ambiente. Um desses movimentos espetaculosos foi o da criação de uma tal Autoridade Climática, que deverá, à posteriori, cuidar do que agora chamam de emergência climática. Tudo visando estratégias de última hora do governo para ampliar e acelerar as políticas públicas a partir do Plano Nacional de Enfrentamento aos Riscos Climáticos Extremos.

Enquanto essas medidas seguem apenas circunscritas na teoria e no papel, as ações para a exploração de petróleo nas Foz do Amazonas, bem como o asfaltamento da sensível rodovia BR-319, mesmo contrário à maioria dos pareceres elaborados pelos ambientalistas, vão em frente a todo vapor. No mesmo sentido, seguem as autorizações para a prospecção de minérios por todo o país, boa parte realizada por empresas estrangeiras cujo compromisso com o meio ambiente do Brasil é zero. A mineração e a monocultura de exportação realizadas em imensos latifúndios seguem nos perseguindo com seu bafo fétido desde a descoberta de nosso país, no século 16.

Mesmo a despeito de todos os males que vivenciamos, ao longo de mais de cinco séculos, seguimos ainda na mesma toada. Só que agora a conta parece ter chegado muito mais salgada. Estamos literalmente desmanchando o planeta sob nossos pés. Tudo isso sem colocar nesse balaio de desgraceiras o fato de o Brasil ser hoje o maior importador de agrotóxicos proibidos em outros países. O projeto de lei chamado “pacote do veneno”, recentemente aprovado no Congresso graças ao poderoso lobby do agronegócio, confirma que estamos, de modo proposital, envenenando nosso solo e nossas águas, tudo em favor da produção de commodities a serem exportadas.

Um dos poucos empecilhos a tentar frear que nossa agricultura produza alimentos altamente contaminados com venenos perigosos não parte do governo ou de qualquer autoridade interna, mas dos países europeus que, em uníssono, estão levando adiante boicotes aos nossos produtos, tanto os contaminados como aqueles produzidos em áreas desmatadas. A questão toda é que o meio ambiente, ao contrário de outras pautas, como a economia, não gera pressão ou sequer é levado em consideração pelos políticos de olhos mais fixados no curto prazo das eleições.

 

A frase que foi pronunciada:
“A Terra fornece o suficiente para satisfazer as necessidades de cada homem, mas não a ganância de cada homem.”
Mahatma Gandhi

Foto: Rühe/ullstein bild/Getty Images

 

Quanta diferença
Quem passa pela Universidade de Brasília (UnB) pode verificar o pouco movimento nas salas de aula. Anos atrás, os estacionamentos ficavam abarrotados de carros, muitas vezes sem vagas disponíveis. Mas o acontecimento é de dentro para fora. Basta dar uma espiadela na lista de aprovados. Também há vagas de sobra. Vale investigar.

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História de Brasília
Quando o sr. Israel Pinheiro deixou a Prefeitura, todo o mundo dizia que êle iria para a Suíça. Enfrentou as sindicâncias do sr. Jânio Quadros, feitas com o máximo de sêde e sadismo, e agora vem o sr. Laranja investigar administrações passadas”. (Publicada em 19/4/1962)