Transição para o passado

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Imagem: REPRODUÇÃO YOUTUBE GLEISI HOFFMANN

 

Pode até parecer ironia, mas, com a volta do passado, com todo o baú de velhas novidades que alberga em interior, a preocupação doravante é com o futuro. Nesse caso específico, pode haver mais similitudes entre o passado e o que nos aguarda o futuro. Mais do que um simples jogo de palavras, essa é a expectativa mais prudente a ser externada e, talvez, observada logo no primeiro dia de janeiro de 2023, quando haverá a transição de governo, em que o presente irá passar a faixa para o passado. Parece surreal!

Depois dessa solenidade, é só correr para casa, ligar a televisão e aguardar a saraivada de notícias que virão. Com a queda física do Muro de Berlim, em novembro de 1989, e toda a simbologia que esse evento trazia em seu bojo, as esquerdas em todo o mundo ficaram órfãs, exceto naqueles lugares como a China, Cuba, Coreia do Norte, onde as sinistras ditaduras comunistas reinam absolutas. No resto do mundo, o sentimento era de luto.

Na América Latina, onde os ventos das mudanças sempre chegam com atraso, a solução para a perpetuação dessas ideologias moribundas foi dada a partir da integração continental de mais de cem partidos, dentro do recém criado Foro de São Paulo, em 1990. Obviamente que o objetivo central desse Foro era a futura consolidação da União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL), que viria a substituir a antiga União Soviética (URSS).

Um olhar sobre essas três décadas passadas, a intenção era transformar todo o continente, no que são hoje, países como a Venezuela, Cuba, Nicarágua, Argentina e outros, onde a socialização da miséria foi para esses povos e a concentração de riquezas para os áulicos desses partidos. É certo que, dentro da ideia da URSAL, o Brasil, por suas potencialidades econômicas, seria a principal locomotiva a tracionar essa distopia.

A transformação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de fomentador nacional em banco supranacional, fazendo dessa instituição um motor a alimentar, com recursos dos pagadores de impostos do Brasil, todas as ditaduras do continente, foi uma das primeiras ações postas em prática pelos governos petistas. Bilhões de reais foram então para esses países, sem a contrapartida em garantias. O calote foi feral e debitado nos cofres da União.

Não confundir aqui URSAL com Mercosul! Uma busca a hegemonia política de poder das esquerdas a partir da integração, inclusive de Forças Armadas de todo o continente. A outra é uma tentativa de criar-se um livre mercado comum, semelhante à União Europeia. Se tudo correr conforme o traçado em paralelo, o Brasil voltará, a partir de 2023, a ser o grande financiador desse pesadelo, escoando os recursos internos, a fundo perdido, para todas as ditaduras do continente.

Para dar uma máscara mais moderna e mais parecida com a democracia, essa nova esquerda latino-americana submete-se até aos processos de eleição. Só que esses processos são viciados e longe de quaisquer possibilidades de contestações. “Está mais do que claro que o Foro visa aparelhar as instituições. Trata-se, como teorizou Antônio Gramsci, de um golpe silencioso e sistêmico. O que se prega é uma perpetuação ideológica no continente.

“Infelizmente, o PT conseguiu infiltrar seus agentes nas instituições. Eles são fiéis às suas ideologias, e não à democracia e à constituição. Acredito que o PT vem para terminar o serviço, alinhar o restante da máquina pública à sua visão e gerenciar uma estratégia de hegemonia política no país, o que acredito ser muito difícil, ainda que possível”, reflete o filósofo Pedro Henrique Alves, do Instituto Liberal.

Essas últimas eleições no Brasil deixaram bem claro, para todos aqueles que querem ver, de que lado as principais instituições do país estão. Resta agora começar um trabalho de limpeza nas Forças Armadas, trazendo novos oficias de alta patente, das Três Armas, para o lado do novo governo, a começar pelo afastamento gradativo de todos os Generais, Almirantes e Brigadeiros contrários aos “novos Tempos”.

 

A frase que foi pronunciada:

“A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano.”

Voltaire

Foto: reprodução da internet

 

História de Brasília

O Ipase até hoje não construiu a garagem do Bloco 5, da superquadra 208. Por isto, os carros trafegam por cima do passeio, numa vingança que vem prejudicar os próprios moradores. (Publicada em 13.03.1962)

Há um trem parado na estação

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Charge do Adão, de Um Brasil

 

            Em tempos de conflitos e de um embaralhar de línguas, onde parecem prevalecer apenas os monólogos e mímicas de cegos e mudos, melhor mesmo é deter a marcha, olhar para trás, para ver em que ponto dessa jornada tomamos o atalho errado. Com isso, a recomendação é seguir o que recomendam os antigos e mais experientes nesses processos em que os humanos voltam a se perder nos labirintos da Torre de Babel.

            O primeiro passo talvez seja não discutir com os tolos e ignorantes. Do mesmo modo, não insistir em prosseguir jogando ou pelejando xadrez com os pombos. O que parecem ser, à primeira vista, receitas singelas e fáceis, são na verdade potente unguento contra os males das discórdias.

            Diante da impossibilidade de acreditar no relativismo de todas as coisas e de todos os atos, melhor não prolongar o debate e cessar logo o discurso. Não pode haver discussão ou entendimento, onde a verdade foi impedida de se estabelecer. Na ausência da verdade, a estratégia dos antigos mandava imperar o silêncio. Para o leitor e eleitor, apanhado de surpresa em meio a esse tiroteio, não existe justificativa, nem no céu, nem na terra, que faça prevalecer a força que combate a ética e os valores humanos. O mal não necessita de justificativas, pois ele se impõe pela força ou pela falta de raciocínio.

            Quando eleições nacionais, e que dizem respeito apenas aos brasileiros, passam a ganhar grande destaque na mídia internacional, figurando nas primeiras páginas dos principais noticiários do planeta, é que esse pleito específico deve merecer maiores reflexões por parte de nossos eleitores. Num planeta em que a maioria dos países sempre torceu o nariz para nossos assuntos internos, que importância teria essa eleição agora para chamar tanta atenção?

             A resposta a essa questão não está apenas no fato de o Brasil ser o celeiro do mundo. Vai mais além. Muito além. Ocorre que esse destaque internacional, que em alguns casos beira a torcida organizada, é bem mais visível por parte daqueles países e noticiários mais vinculados à ala esquerda. Há, de fato, uma torcida por parte dessas ideologias, para que vença o atual candidato da oposição. Isso é patente. O que não é muito claro são os motivos dessa torcida.

            Nesse mundo onde a inversão dos valores passou a ser o novo normal, o que fica nítido, em primeiro plano, é que o candidato da oposição é, de fato, o escolhido pelo sistema. Que sistema? perguntariam alguns. O sistema é tudo o que engloba as forças e o poderio das finanças da esquerda, espalhadas tanto em nosso continente como alhures. Para esse lado ideológico especifico, o chamado “trem da história” aguarda apitando e soltando fumaça na estação. Os passageiros aguardam apenas a chegada do novo Lenin tropical. Desde sempre, os antigos vêm alertando a todos para que tomem cuidado com aqueles que dizem ter uma missão. Sobretudo se essa missão apontar para além das fronteiras nacionais. Essa é uma experiência do passado e que tem causado muitos sofrimentos e perdas humanas, mas ainda assim é repetida e aceita por força do niilismo que parece imperar nas mudanças de século e de milênio.

            Também foi dito pelos antigos sábios que o melhor é sempre manter distância das ideologias do momento. Principalmente se essas vierem acompanhadas por ideias de paraísos futuros. Líderes autênticos não apontam paraísos fictícios. Falam a verdade como ela é: em preto e branco. Políticos não são arautos de paraísos. Muito menos pai ou mãe disso ou daquilo. O que parece complicar ainda mais toda essa explanação é que vivemos, de fato, tempos em que a censura e o cala boca voltaram com força, anunciando, com sua mordaça, o que poderá ser o porvir. Em momentos assim é que as antigas parábolas e alegorias voltam à tona redivivas.

            Num país onde o ensino e a qualidade da educação formal são escassos, nada mais natural do que termos eleitores médios, com ideias e pensamentos médios e que não prestam muita atenção ao que se passa ao redor, nem em seu meio. A realidade, ao contrário do que muitos acreditam, não está no futuro, mas no passado e em tudo o que pôde ser visto a olho nu, sentido na pele e escoado pelas lágrimas. Na mão de políticos hábeis, a imaginação é manipulada a tal ponto que faz com que a mentira ganhe uma auréola de luz. A política, entre nós, que já não era chegada à verdade e à razão, ganhou ainda mais impulso e vida no mundo virtual das mídias, irmanando-se com o falso perfume das utopias. “Vamos botar fogo no circo”, dizem alguns. “Vamos jogar ainda mais gasolina nas chamas”, dizem outros.

           Cuidado com as eleições, sobretudo aquelas em que muitos alimentam com nacos do próprio fígado. Esteja consciente de que seu voto é uma arma apontada para sua própria cabeça, mas que pode ferir e matar aqueles que estão próximos a si. Se não por bala, por desgosto. Não acredite em discursos que falam sobre coisas como a “festa da democracia”. No melhor de Millôr, lê-se: “democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim.”

            Neste dia de eleição, rume rápido e silente para as urnas. Não confie em ninguém. Não declare seu voto. Volte também rápido para casa. Tranque a porta. Desligue o rádio. Realize seu trabalho doméstico como de costume. Mantenha-se alheio ao que se passa nas ruas. Não dê ouvidos aos diálogos sobre política e eleições. Não alimente expectativas. Aprenda que o desejo é a fonte do sofrimento. Cessa o desejo, cessa o sofrimento.

            Se na segunda-feira, quando você se inteirar que seu time não ganhou o campeonato, não se importe. Siga como antes. Não dê os parabéns, nem critique os vencedores. A vida é o que você faz dela. Siga em frente! Não deixe que suas emoções de alegria e dor fiquem estampadas no seu rosto. Em tempos incertos, voltam os antigos a ensinar que a vida, como a política, pode ser sempre um exercício fútil.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O cargo mais importante, e que todos nós podemos e devemos ocupar, é o de cidadão.”

Louis Brandeis

Louis Brandeis. Foto: Biblioteca do Congresso, Washington, DC

 

História de Brasília

Embora ainda distante, a Semana Santa é responsável pela alta desenfreada nos produtos pescados. O “Peixe e Gelo”, que ninguém sabe porque continua na “invasão”, podendo estar nos mercadinhos aumentou consideravelmente seus preços. (Publicada em 13.03.1962)

Retrovisor, espelho meu.

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Daniel Ortega. Foto: vermelho.org

 

          Não tomar as lições históricas como aprendizado tem seu preço. Por vezes, o preço dessa omissão é alto e passa a ser cobrado de todos indiscriminadamente. Um olhar atento pelo o que ocorre hoje em nosso continente pode fornecer algumas pistas e mesmo preciosas lições a serem aprendidas com urgência. Ou é isso, ou iremos repetir os mesmos erros e, sobretudo, adentrarmos por caminhos que certamente nos conduzirão ao mesmo vale desolado e desesperançoso em que muitos países da América Latina se encontram no momento.

         O que teriam em comum, países como Nicarágua, Cuba, Argentina, Venezuela e outros, que poderiam nos servir como aprendizado nesse momento em que o segundo turno das nossas eleições está prestes a acontecer? A resposta pode ser resumida com a lembrança de uma antiga propaganda de bebida. Essas nações podem estar vivenciando hoje, na pele e na alma, o que poderemos vir a ser amanhã. Enfeitiçados pelo canto das sereias vermelhas do oceano marxista, esses povos amargam agora as consequências da ditadura socialista, em que os prejuízos são socializados e os lucros apropriados pelos donos do poder e do partido, tudo em nome do povo, que nada vê.

         A Venezuela é a vitrine atual desse descalabro produzido por um modelo socialista em que população, ou aquela pequena parcela que permaneceu no país, foi reduzida à miséria e à fome, enquanto os membros do governo se enriqueceram com todo o tipo de manobra, inclusive com o narcotráfico. A decadência moral e econômica daquele país, outrora modelo para toda a América Latina, o fez refém de potências bélicas como a Rússia, que hoje ocupa e controla as suas Forças Armadas locais. Ouvir relatos dos milhões de fugitivos dessa hecatombe pode nos dar uma pequena ideia do inferno em que se transformou aquele país. Só que a realidade e a tragédia humana chegam a ser bem mais cruel do que os relatos feitos pelos deslocados. Nicarágua é outro exemplo desse tipo de ditadura socialista, que assolou o país.

         Depois de mais de 43 anos da chegada Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) naquele país e mais de vinte e seis anos no poder, Daniel Ortega é um tirano exemplar. Perseguiu e mandou prender e exilar o que restava de oposição e hoje governa com mão de ferro, ladeado por sua mulher. Nem mesmo a Igreja Católica, que, no passado, deu abrigo e refúgios aos sandinistas, tem escapado de sua tirania. Muitos bispos e padres estão presos e exilados. Organizações não-governamentais foram fechadas e mandadas para fora do país. O vazio de ética pública foi também ocupado por países aproveitadores como China, Rússia, Cuba, Venezuela e outros de igual pendor, controlando e fornecendo armas para essa ditadura.

          Governando desde 1984, Ortega é, para muitos, um exemplo de democrata e endeusado por aqueles que estão no poder naquele pequeno país. Obviamente que, para se manter no poder, Ortega tem recorrido a fraudes de todo o tipo, controlando o Judiciário e o Legislativo Nicaraguense. Não chega a ser coincidência que a Nicarágua e a Venezuela sejam hoje os países mais pobres do continente. O número de mortos e desaparecidos do regime aumenta a cada dia e, juntamente com os exilados, chega à casa dos milhares.

          Quem controla a temida Polícia Nacional é seu cunhado, que cuida de limpar a área de opositores. A militarização de todo o Estado alcançou, como na Venezuela, o poder absoluto. As mídias sociais e a imprensa estão sob severo controle do Estado. A censura é total. Não há nenhuma liberdade de opinião. Em comum com o Brasil, temos que a FSLN foi organizada ao mesmo tempo em que o PT em nosso país, contando para isso com a cobertura da Igreja Católica, que, na época, sofria grande pressão por parte de alas ligadas à Teologia da Libertação.

         Pensar em um Brasil parecido será como ter a certeza de que não aprendemos nada, não esquecemos nada também.

 

A frase que foi pronunciada:

“Nosso passado nos oferece uma escolha… viver nele ou viver dele.”

Brittany Burgunder

Brittany Burgunder. Foto: Divulgação

 

Suspeitas

Havia uma esperança de que o senador Álvaro Dias trouxesse à tona tudo o que sabe sobre loterias. Mas isso nunca aconteceu.

Charge: Nani Humor

 

Ver de novo

No Blog do Ari Cunha, as imagens da TV Senado, da Comissão de Constituição e Justiça de 21/02/2017, dia da sabatina de Alexandre de Moraes, indicado ao cargo de Ministro do STF. Muito interessante.

 

Os sem notícia

Por falar em ver de novo, às vezes a profissão de jornalista é ingrata. Os anos se passam e as notícias vão e voltam como bolas enjoadas no chão de um barco. Fim do foro privilegiado, decretação da prisão em segunda instância, medidas eficazes de transparência, fiscalização na administração pública são assuntos que colocam só a cabeça fora da gaveta.

Charge do Jaguar

 

História de Brasília

O Serviço de Trânsito treinará, nestes próximos dias, a primeira turma MT (Monitores de Trânsito). Serão alunos, com capacete e talabarte como distintivos, que orientarão os pedestres e os automóveis às saídas das escolas. (Publicada em 11.03.1962)

Torre de Babel

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Por ocasião das comemorações dos 10 anos de governos petistas, a filósofa Marilena Chauí, para gaudio do chefão da sigla, que se encontrava presente, afirmou, de forma um tanto crua, que odiava a classe média brasileira e que as pessoas na hierarquia média social representavam o atraso de vida, a estupidez, era reacionária, conservadora, ignorante, petulante, arrogante, terrorista, uma abominação política, uma abominação ética, violenta, e uma abominação cognitiva por ser ignorante, entre outros adjetivos, dignos de uma acalorada discussão de boteco.

Não suspeitava a douta professora que o que estava fazendo naquele momento, além do papelão e da sabujice, era seguir à risca o que previu o semioticista Umberto Eco (1932-2016), em seu tratado “Relativismo”, de 2005. Nesse trabalho, o filósofo denunciou que as redes sociais e a mídia iriam pôr um fim na cordialidade e acentuar a polarização entre os indivíduos, minando o compartilhamento de ideias e que toda essa animalidade, que hoje nos envergonha, iria se estender também para a política. É o que presenciamos hoje nos debates, não apenas entre os políticos, mas englobando a todos, inclusive pessoas a quem, por sua formação acadêmica, esperávamos um mínimo de civilidade e educação.

Dizia Eco que essa mudança ou regresso ao primitivo não seria tanto culpa da grosseria da mídia e se daria muito mais pelo fato de que as pessoas hoje só falam pensando em como a mídia irá noticiar o que foi dito. “Temos a impressão nos dias de hoje de que certos debates acontecem a golpes de facão, sem fineza, usando termos delicados como se fossem pedras”, previu o escritor do best seller “O Nome da Rosa”.

De fato, Chauí usou as palavras como quem atira pedra sobre a classe média, uma parcela da população de mais de cem milhões de brasileiros e que, desde 2002, vem empobrecendo a olhos vistos, por conta, sobretudo, de governos elogiados pela dita professora de filosofia. Os vaticínios de Humberto Eco se confirmaram para além do previsto. Atualmente, a cordialidade nos debates, seja de que tema for, foi deletada ou, no dizer moderno, “cancelada” das redes sociais. Dessa forma, o que assistimos agora são embates enfurecidos que nascem onde quer que haja diferença. O ódio fez sua morada nas redes sociais. Há, nesse contexto, uma certa tara das pessoas em criar desavenças e inimigos.

Com isso, a sociedade vai deixando de lado o compartilhamento de ideias, substituindo essa virtude por uma animalidade que está cada vez mais na flor da pele. As redes sociais são hoje um oceano cheio de tubarões, prontos para atacar, censurar e ofender.

Na política, toda essa ferocidade ganhou ainda mais adrenalina. Já não se tem oponente ou concorrente, mas inimigo fidagal, que deve ser destruído ou, ao menos, desconstruído em sua totalidade. Para Eco, seria como se andássemos para trás no tempo, em termos humanos, levando conosco um tablet de última geração.

Quem se deu ao enfado de assistir aos últimos debates para presidente pela televisão pôde verificar que os projetos de governo sumiram. Quando surgiam ideias aproveitáveis e raras, eram logo substituídas por ofensas e acusações, como num ringue. Quem ofende mais leva a melhor, segundo às redes. Os perdedores estão entre aqueles que não querem polêmicas e se restringem a apresentar propostas. Debater num ambiente assim é inútil. Ninguém ouve o que é dito. Perdemos a capacidade de escutar. Até os ouvidos falam. A língua comanda o cérebro.

As redes sociais bombam com essas batalhas. A descortesia ficou na moda, atingindo, de alto a baixo, todas as classes. A contribuir para esse mundo de intrigas e de extremismos, as redes sociais agem para estimular, por meio das fake news e das meias verdades, os embates e a violência. Não seria estranho que algum dia alguém venha a classificar as redes sociais, sobretudo no mundo político, como o renascimento da mítica Torre de Babel.

No afã de perfurar o céu, essa torre magnífica, uma espécie moderna das Torres Gêmeas de Nova Iorque, veio abaixo marcando, com sangue, a entrada do século XXI, porque os homens parecem já não falar ou compreender a língua humana.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A verdadeira liderança vem de ser quem você é, e não quem finge ser.”

Robert Iger

Robert Iger. Foto: Jeff Kravitz_FilmMagic

 

Dúvida

Leitor e motorista da categoria D, taxas pagas, exames em ordem, pergunta a razão de o Detran levar mais de mês para entregar a carteira de motorista.

DETRAN. Foto: Web/Reprodução

 

História de Brasília

Venha logo, dr. Juscelino. O “homem” do mau humor chegou. Traga logo para nós, uma mensagem de alegria, confiança e bem-estar. Fale pra gente ouvir, fale pra deixar o povo contente. (Publicada em 09.03.1962)

Fome de esquerda e esquerda da fome

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Foto: Getty Images/iStockphoto/direitos reservados

 

Aqueles que possuem curiosidade em conhecer a realidade atual vivida por alguns países vizinhos, sobretudo os que, através de eleições livres ou nem tanto, estão sendo governados pela esquerda política, de certo, já possuem, nessa altura dos acontecimentos, uma ideia aproximada do que nos espera a partir de outubro, caso parcela da população brasileira, mal informada ou mal intencionada, resolva, majoritariamente, seguir pelos mesmos caminhos ideológicos.

Um olhar sobre países como a Argentina, a Venezuela e mesmo o Chile, para ficarmos apenas em três dos países do continente que, em poucas décadas, passaram de nações prósperas e com bom Índice de Desenvolvimento Humano para Estados falidos, com suas populações vivendo na miséria e sem perspectivas, pode dar uma ideia do que está por vir.

Infelizmente, a economia real, aquela do livre mercado e da livre iniciativa, em que o mercado regula a oferta e a procura como nenhum outro mecanismo já criado pelo ser humano, não se deixa iludir por ideologias do tipo políticas e segue funcionando a despeito do que possam desejar governos de plantão.

O que ocorre, normalmente, no caso das liberdades econômicas, é a desastrosa interferência dos governos de esquerda, danificando o mecanismo e o fluxo de riqueza. Sem produção e circulação, ou seja, sem crescimento econômico, não é possível para nenhum governo conduzir adequadamente a máquina do Estado. Em outras palavras, não se pode criar riquezas destruindo o mercado e aqueles que atuam nessa área. A esquerda prega a ideia que, no íntimo, nem ela mesmo acredita, de que um Estado forte e centralizado tudo pode. A economia estatal é um engodo se formos verificar que ela necessita do fluxo de riqueza, que os pagadores de impostos e os investidores podem oferecer.

O Estado não cria riqueza. Essa é uma máxima que a esquerda não gosta de ouvir. A junção da esquerda com o populismo fez, em tempo recorde, o que nenhuma guerra seria capaz: aumentar, em mais de quase 70%, o nível de pobreza na Argentina. Tudo isso em menos de dez anos. Com uma inflação que supera os 60% ao ano, a Argentina se transformou num país, que era sinônimo de riqueza para todo mundo, em uma nação hordas de deserdados que perambulam pelas ruas em busca desesperada por alimentos. No Chile, as más notícias se repetem. Somente a inflação de junho está entre as maiores dos últimos 30 anos. A dolarização da economia interna, por conta do descontrole geral, tem levado o peso chileno e argentino a perderem valor.

Hoje, quem busca proteger seu dinheiro da crise crescente compra dólares americanos o mais rápido possível. A incerteza política e a alta dos derivados do petróleo têm feito crescer, a níveis assustadores, a insatisfação popular, com arruaças e greves se sucedendo. A Venezuela que, para alguns líderes da esquerda brasileira, vive hoje um excesso de democracia, é talvez a vitrine da gestão ruinosa das esquerdas na América Latina. Nesse país, o socialismo do século XXI fez o que nem dezenas de bombas atômicas seriam capazes. Quase um quarto da população, ou aproximadamente 5 milhões de pessoas, deixaram a Venezuela, fugindo da fome, dos conflitos internos e da perseguição política. Com isso, se tornaram um dos maiores grupos de populações deslocadas do mundo.

Mesmo sentada em cima de uma das maiores reservas mundiais de petróleo, a Venezuela amarga uma das maiores crises humanitárias do planeta. Parece um cenário surreal, mas falta, inclusive, gasolina e outros derivados nos postos do país. Há, no país, o reconhecimento da existência de um Narco Estado, dominado por criminosos do colarinho branco e de farda militar. Obviamente que o retrato atual desses países é aquele que nos chega por meio da luz imprecisa e embaçada da imprensa.

Ao vivo e a cores, a situação é bem mais complicada e danosa para essas populações que se vêm obrigadas a deixarem seus países em busca de paz e melhores chances. A questão aqui é saber até quando esses ciclos perversos que levam a América Latina a mergulhar de cabeça nos turvos rios da esquerda irão durar. Talvez nunca cessem enquanto houver possibilidade de governos charlatães chegarem ao poder e dessa posição passarem a multiplicar o número de pobres e famintos.

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita.”

Carlito Maia

Carlito Maia. Foto: Agência Senado

 

ZFM

Durou pouco tempo a alegria dos ciclistas com a redução de  35% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Não se sabe a razão, o governo anunciou a volta da alíquota de 10% também em outros produtos da Zona Franca de Manaus.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

Taxa demais

Agaciel Maia entende de política. Argumentou que serviços públicos e as concessões “devem se adaptar à realidade da população”. E tocou numa ferida: as tarifas de água e esgoto cobradas pela Caesb. Agaciel apresentou um projeto de lei para que os reajustes estabelecidos, desde 2021, sejam cancelados. “Precisamos reduzir as tarifas”.

Foto: cl.df.gov

 

História de Brasília

Na lista Telefônica de Brasília há um ministério a mais: Ministério Fábio Ernesto. Verifiquem, e verão. (Publicada em 09.03.1962)

Não é carta, estúpidos. É a economia

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Foto: wikipedia.org

         De acordo com o Banco Central, o mais credenciado porta-voz das finanças deste país, há sinais fortes e consistentes de que a economia nacional está entrando em espiral de crescimento, com o Produto Interno Bruto (PIB) experimentando uma variação positiva, saindo de uma previsão pessimista de zero para uma nova projeção em torno de 2,05%. Trata-se de um salto para frente que vem surpreendendo muitos economistas, mesmo do governo. Quem, no entanto, parece desanimado com esses novos números é o pessoal que cuida dos programas econômicos dos candidatos da oposição. A recuperação econômica caiu sobre essas equipes como um balde de gelo e já provoca reflexos também nos números apresentados pelas pesquisas de opinião, que mostram, agora, um crescimento acentuado na confiança do atual presidente.

         Há muito, os historiadores e outros sociólogos constataram que o povo ou a vontade popular imanente só é abalada, de fato, pelo fator fome. A fome e suas irmãs siamesas, a miséria e a escassez, têm sido, ao longo da existência humana, o moto-perpétuo das revoluções, tudo dentro de uma antiga noção fatalista: se vamos morrer mesmo de fome, lenta e dolorosamente, melhor então morrer logo por um ferimento de bala, instantâneo e decisivo. Em outras palavras, o que leva o povo a lutar nas ruas é seu instinto mais selvagem de preservação, herdado ainda dos tempos da caverna. Nesse caso, se a recuperação da economia continuar nesse passo ascendente, com a diminuição nos preços dos alimentos, as chances de retorno ao passado, configurada na figura do Minotauro de Garanhuns, são bem menores.

          Em 1993, George Bush, então presidente dos Estados Unidos, era o favorito, quase absoluto para se reeleger. Sua recondução ao cargo era quase certa. Havia apenas um detalhe entre sua nova vitória e a realidade. Nesse período, os EUA enfrentavam uma preocupante recessão econômica, agravada ainda pela guerra do Golfo. Foi, num cenário assim, que o marqueteiro, James Carville, trabalhando para um desconhecido e pouco popular candidato do Arkansas, de nome Bill Clinton, instigou-o a bater em seu adversário, tendo como mote a recessão, que inquietava os americanos. Com a frase: “É a economia, estúpido”, dirigida a Clinton, Carville ensinou o caminho das pedras que levara seu cliente para a Casa Branca.

         De fato, não há como negar, a população brasileira, assim como outras e em outras partes do planeta, enxerga as eleições como uma feira, onde os clientes acabam sendo atraídos para a banca onde o feirante promete mais vantagens e preços melhores. O Resto é prosa ou prosopopeia. Nesse sentido, cabe ainda a discussão sobre a chamada Carta em Defesa da Democracia, um libelo que serviu como elemento aglutinador das oposições ao atual governo e acabou se transformando em propaganda das oposições.

          Os marqueteiros desse documento esqueceram de substituir as frases de efeito e de retórica por um programa econômico e realista, capaz de empolgar as massas. O povo não se interessa por libelos, sejam de esquerda ou direita. O libelo do povo está nas gôndolas dos supermercados, recheados de produtos de boa qualidade e a preços honestos, acessíveis e baixos. Fica aqui o lembrete: “É a economia, estúpidos!”.

A frase que foi pronunciada:

“Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem.”

Ludwig van Beethoven

Ludwig van Beethoven. © Photos.com/Thinkstock

Peça rara

Andando por uma livraria, nossa sugestão é que compre Faíscas Verbais, de Márcio Bueno. O jornalista faz um compilado histórico surpreendente a cada linha. Diverte e instrui.

 

Cidadania

Sugestão da leitora Petra Fortes é humana e de importância vital. Não é justo que o pessoal da reciclagem, responsáveis por uma cidade ecologicamente correta, fique abrindo sacos de lixo para retirar entre restos de comida, as garrafas PET, papelões ou latas de alumínio. A cena corriqueira poderia ser evitada se os cidadãos tivessem compaixão no momento de separar o lixo.

Arte: sema.df.gov

 

Sem condições

Também sobre recicláveis, escreve-nos, de Águas Claras, o leitor Renato Mendes Prestes, que observou o estado crítico dos veículos coletores de lixo reciclável transitando naquela região administrativa. Diz o leitor: “sem as mínimas condições de segurança, sem lanternas, pneus carecas e reboques impróprios para cargas. Sua maioria, praticamente sem condições de trafegar. Afora, que os catadores usam o teto e a parte traseira externa do veículo para o acondicionamento de volumosas cargas, colocando em risco os carros que transitam atrás, ao lado ou à frente. Cadê o Detran?”

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

História de Brasília

Jânio no Brasil. Deus que ilumine os nossos líderes e que nos proteja contra dias de revolução, de agitação. O país já progrediu demais. Falta progredir politicamente. (Publicada em 08.03.1962)

Quanta felicidade

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Charge publicada no jornal argentino La Nación

 

          Nem dá para imaginar a alegria com que os cidadãos aguardam o retorno do ex-presidente Lula à Presidência do país, trazendo consigo toda a sua já conhecida e eficiente equipe. O Brasil, por certo, será outro. Ficamos a imaginar a Praça dos Três Poderes toda ocupada por bandeiras vermelhas do Partido dos Trabalhadores, do Movimento Sem-Terra e dos Movimento Estudantis, Sindicatos, todos festejando a volta do ex-presidente. Nessa cerimônia grandiosa, estarão presentes também todos os personagens ilustres, que, nos últimos anos, foram maldosamente desprestigiados como os presidentes dos mais democráticos países da América Latina, como a Venezuela, a Nicarágua, Cuba, Argentina, e outros como o presidente do México e de tantos países governados pela esquerda.

          Por certo, o cidadão de bem, aquele que acorda cedo e vai sacolejando nos transportes públicos e que hoje paga alta taxas de impostos, também estará comemorando o retorno desse que é o pai dos pobres e dos desassistidos, e que foi injustamente perseguido pelo tirânico ex-juiz, Sérgio Moro, num julgamento todo ele incorreto e parcial.

          Do exterior, tem surgido as mais contundentes mensagens de apoio, como do ex-deputado Jean Wyllys, que teve que renunciar ao mandato para não ser morto e que agora anuncia que retornará para ajudar o futuro da nação. Diria o filósofo de Mondubim, “Quantas notícias formidáveis!”.

          Pensar que todo aquele injusto e penoso processo da Lava Jato, do Mensalão e de outros do mesmo gênero, que tantos males causaram a todos os envolvidos, serão revistos e anulados, com a devolução dos bens e do dinheiro confiscado, com juros e correção. Também serão ressarcidos todos aqueles que foram caluniados, principalmente o ex-presidente Lula, acusado por gente sem coração como o ex-procurador Deltan Dellagnol.

           Mal dá para esperar que a Gleisi Hoffmann volte a ocupar a Casa Civil, onde irá cuidar das importantes ações no campo da política. Também é com grande entusiasmo que a população irá receber de volta personagens ilustres como o ex-ministro Guido Mantega ou o ex-ministro Paulo Bernardo, que, juntamente com a Gleisi, foram maldosamente acusados de desviar dinheiro dos aposentados.

         Também estarão em êxtase os funcionários da Caixa, dos Correios, Petrobras e do Banco do Brasil e todos os trabalhadores que terão, finalmente, seus fundos de pensão valorizados e bem distribuídos. Em festa, estarão também os milhares de presos em todo o país, que foram postos nessa condição pela perversidade de uma sociedade indiferente aos problemas sociais. Por certo, no novo governo Lula, estes e outros trabalhadores perseguidos pelas elites serão postos em liberdade e compensados pelas injustiças sofridas.

          Com todo esse entusiasmo, virão também novos componentes para a Suprema Corte, todos eles muito afinados com esse novo Brasil que se anuncia. As universidades finalmente terão a paz que sempre almejaram e vão poder dar prosseguimento ao excelente padrão de educação que sempre fizeram jus. Também as escolas públicas poderão retomar as magníficas diretrizes educacionais, com a volta da escola com partido, do retorno das políticas de gênero e todo um manancial extraordinário de medidas pedagógicas com vistas ao engrandecimento do partido.

         É preciso lembrar que esse retorno só estará completo após a punição exemplar de todos aqueles que ousaram acusar ou apontar o dedo para o grande líder. O brasileiro já nem consegue esconder toda a sua expectativa para esse grande dia, quando parte da imprensa será finalmente regulada, para que aprenda, de uma vez por todas, a não falar mal de seus líderes. Que venha logo esse glorioso dia para que o Brasil, como diz, nosso grande guia, volte a sorrir.

A frase que foi pronunciada:  

“Por mais iludido que você seja, sempre haverá um iludido maior para achar que você não o é.” 

Emprestado de Millôr Fernandes

Millôr Fernandes. Foto: Daniela Dacorso/Bravo (exame.abril.com)

Conhecimento

Vale conferir o webinar mediado por Alexandre Garcia, do Instituto Villas Bôas. Os assuntos sugeridos são: “Mineração na Amazônia e os inimigos invisíveis”, com Antonio Feijão, geólogo, advogado e presidente da Fundação Amazônica de Migrações e Meio Ambiente (Finama) e “A Amazônia que os satélites não conseguem ver: o extrativismo mineral sustentável, um sonho possível”, com Marcelo Norkey, garimpeiro e conselheiro de unidades de conservação no Pará. Disponível no link 4º webinar do Instituto General Villas Boas.

Opinião

Fiquem atentos. Pesquisas que indicam tendências dificilmente apontam, por antecipação, vitoriosos. Ajudam a nortear campanhas. Elas se aproximam de alguns resultados, mas não conseguem captar, no cenário real, os acasos e as incertezas no comportamento humano. Esse é um extrato da análise do professor e jornalista Aylê-Salassié Filgueiras Quintão, sobre as eleições. Leia o artigo completo a seguir.

Foto: camara.leg

“Não haverá nem segundo turno”: Cuidado com a aritmética!

Aylê-Salassié Filgueiras Quintão*
 
– Êta!…Então a eleição está ganha!. Lula tem 42 por cento da preferência  do eleitorado nacional e Bolsonaro 36 por cento, apontam as pesquisas.  Não é bem assim. Pesquisas divulgadas com antecedência tem o mesmo propósito de uma  propaganda explícita.   Pretende   fazer o eleitor acreditar que  aquele  candidato já está eleito. Uma falsa indução. A premissa condutora é a de  “não se vota em candidato previamente derrotado” . O Tribunal Superior Eleitoral  (TSE), por alguma conveniência,  faz de conta que não vê.
Nada mais enganoso que essa aritmética absolutizada, mesmo que   esteja assinada por um grande instituto de pesquisa. Existem mais de 100 no Brasil. Alguns copiando os resultados dos outros, e alguns vendendo opiniões. Assim, foi em eleições anteriores e, nesta próxima, não parece  diferente.
As indicações de resultados prévios entre   Aécio e Dilma,  Bolsonaro e Haddad e em alguns estados marcaram  grandes enganos das pesquisas. O candidato que lidera as pesquisas, na maioria dessas disputas é quase sempre atropelado no final,  embora até o última momento as pesquisas   o indiquem como potencial  vencedor. Em geral, os institutos de pesquisa concentram-se em dois dos candidatos com  melhores resultados, com vistas a um segundo turno ou não. Há pesquisas tendenciosas cujas conclusões  vem acompanhadas da afirmação – verdadeira pregação – de que  “Não haverá nem segundo turno!”. 
 Esquecem-se dos votos dos candidatos pouco citados, dos votos nulos e brancos – já chegaram a 20 %  dos votantes – , dos indecisos que podem mudar o voto na última hora (está ainda em 4 %) e dos ausentes. Somados chegam a milhões de eleitores. Existem  estudos no campo da política eleitoral,  mostrando que, o número de votos perdidos pelo eleitorado  é maior que os       conquistados pelos eleitos: em geral, mais de 50 %. Dir-se-ia que se trata de uma performance democrática.
Fiquem atentos. Pesquisas indicam tendências, dificilmente apontam, por antecipação,  vitoriosos. Ajudam a nortear campanhas.  Elas se aproximam  de alguns resultados, mas não conseguem captar no cenário real os acasos e as incertezas no comportamento humano. Nunca se sabe  tudo da pesquisa, embora, por exigência do TSE, ao serem registradas , as pesquisas  são obrigadas a revelar os métodos  usados , o período e os objetivos a serem alcançados.  
Os maiores interessados  em conhecer resultados prévios das pesquisas eleitorais são os  empresários, atentos ao futuro da economia e, por extensão,  dos seus negócios.  Mal concluída uma eleição, os políticos distribuem os cargos para os cabos eleitorais, e já estão preocupados com a próxima. Os empresários não são assim. Para eles, cada eleição é um drama ou uma solução para os investimentos.  Por isso, financiam pesquisas eleitorais, como álibi, para conhecer as tendências  e fazer projeções sobre  a nova política econômica. Daí aqueles financiamentos de campanha  tentando fortalecer os candidatos que mais compactuam com seus propósitos empresariais ou os que mais tem chance de sair vitoriosos das eleições.
Os empresários não estão nem aí para os partidos. O fulano, sendo eleito, vai abrir a economia à busca do desenvolvimento, conceder estímulos e isenções fiscais;  o outro vai exercer um controle fiscal rigoroso para equilibrar as contas públicas e os empresários e empreendimentos em andamento serão suas vítimas.  A equação é simples. O resto é pantomina. Por isso as mudanças  no Brasil  são lentas: Primeiro o meu, depois o do Abreu.
Após a eleição de Obama nos Estados Unidos, amparada nas redes sociais digitais, houve grandes mudanças na estrutura das campanhas, mas por aqui centenas de candidatos ainda dependem da propaganda analógica e dos Correios para comunicar-se com os eleitores.  Se este for o caso, não confie que terá êxito. As pesquisas tem seus problemas e nos Correios existe  uma militância não expressa que interrompe qualquer processo eleitoral. Ninguém sabe, ninguém viu : o certo e que a correspondência eleitoral – pesquisas, cartas, folders, santinhos e até cartazes costumam não chegar, ou se chegam, os prazos já venceram. Existem regras, manuais operacionais, mas os servidores são distópicos, agem organicamente, quase sempre em sentido contrário, acho que nem  sempre por opção ideológica, mas disposição mesmo para o trabalho. Tem regras e ritmos próprios. 
Na verdade, pesquisas eleitorais são mesmo é um bom negócio, quando não trabalham para candidatos caloteiros. Quase  todos o são . Se perdem a eleição, não pagam as contas. A Rede Globo conseguiu, certa vez, financiamento para  acompanhamento prévio do resultado das eleições presidenciais no Brasil, fazendo  boca de urna (proibida)   nas maiores cidades do País. Usou duas estratégias: selecionou aqueles colégios eleitorais mais representativos  e ouviu o eleitor no momento em que  ele acabava de dar seu voto. Resultado: acertou em cheio, e divulgou  o resultado no mesmo dia, usando inclusive seus comentaristas políticos para dar legitimidade pública. Onde chegamos: o sistema Globo esteve próximo de dirigir o País. Seus proprietários, diretores, repórteres, atores e atrizes ainda são cortejados por aí
Foi o maior vexame para o TSE, que demorava quase uma semana para anunciar os resultados das eleições . Digamos que esses eventos não mais seriam possíveis, e  que as pesquisas que estão sendo divulgadas até agora  são todas duvidosas: Lula tem 42 % dos votos; Bolsonaro, 36%,  Ciro tem 9%, a Tebet ( de um dos maiores partidos do País) 4%  . O Data Folha divulgou recentemente uma nova provocação :  12 %, pelo menos, do eleitorado decide mesmo em quem votar quando está, de fato, em frente  ao desafio de uma  urna. Fiquem espertos . Até aqui a aritmética não bateu.
*Jornalista e professor

História de Brasília

Todos os dias de manhã, um ônibus da Fundação Brasil Central faz uma contra-mão à altura do edíficio da Câmara dos Deputados, virando à direita, no Eixo Monumental, em direção ao Bloco 11. No dia em que houver um desastre, surgirão, então, as explicações, mas aí já será tarde demais. (Publicada em 02.03.1962)

Sem remorsos e sem intrigas

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Charge do Jindelt

 

         Quase sempre incorre em erro aqueles que, em matéria de discussões e de fatos políticos, buscam tirar conclusões apressadas. À ninguém é dado o condão de se colocar como juiz e árbitro, seja no que for, ainda mais quando o que está em pauta são debates acalorados, rixas e todo e qualquer acontecimento havido no mundo político.

         Em assunto desse tipo, o mais acertado e sensato é colocar-se no papel de espectador silente e desconfiado de tudo, até mesmo da sombra. Não há o preto no branco quando a questão é de cunho político. Tudo nesse campo possui a forma de uma densa fumaça, varrida pelo vento forte. O político, pelo menos no nosso caso, e parafraseando o poeta português Fernando Pessoa, é um fingidor.

         Finge tão completamente que chega a fingir que é verdade a mentira que lhe escapa por entre os dentes. Não é por outra que o também escritor realista português Eça de Queiroz dizia com propriedade: “Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.” Ao contrário dos animais domésticos, não se deve adotar político de estimação. Melhor é ficar longe deles, mantendo-os sempre ao alcance da vista.

         A situação de antagonismos e mesmo de violência vem num crescendo desde que, a partir de 2002, o então presidente Lula passou a dividir o Brasil em duas bandas opostas denominadas “nós e eles”. Foi depois dessa estratégica e metodológica cizânia política que a grande parte dos brasileiros, que ficou alijada do que seria o “nós”, buscou alternativas para não ficar politicamente órfão, principalmente depois de tudo o que assistiu.

          Foi nesse ponto que boa parte da população passou a perceber que todos os valores que mais prezava como família, ética, propriedade e diversas outras, tão caras e universais à dignidade humana, estavam simplesmente sendo solapadas a partir de seus alicerces, num processo perverso de corrosão social que visava apenas ao advento do caos e deste para a consolidação de uma ditadura do proletariado, conforme pregado nos longínquos anos sessenta do século passado.

         O que se vê hoje em forma de fezes lançadas do céu, bombas de lamas, assassinatos e outras sandices vem na esteira que diz: semear ventos e colher tempestades. Lula de fato acabou trombando com um adversário tão radical quanto ele próprio. Deu no que deu. O curioso é que ainda vemos, entre nós, a razia vazia das ideologias, como se elas fossem a ponte segura para atravessar a história do país. Como dizia o filósofo Millôr: “As ideologias quando ficam bem velhinhas vêm morar no Brasil”. O fato é que o leitor e principalmente o eleitor, que lê essa coluna desde sua fundação em 1960, já pode perceber que, ao longo de todas essas décadas, nunca nos guiamos por arautos da política, sejam eles de que cores forem. Do mesmo modo, nunca nos deixamos iludir por falações e outras verborrices regurgitadas a esmo. Usamos o cérebro e o subproduto deste que é a razão para guiarmos e enxergarmos o caminho a seguir.

         Num jogo de boliche, o que permite a bola derrubar todos os pinos numa única jogada é, além do fato dela possuir um desenho perfeitamente geométrico e sem arestas, ser lançada com precisão e força bem no centro desses pinos, dispersando-os igualmente para a esquerda e direita, não deixando nenhum de pé. Assim, pensamos nós, deve ser a imprensa, oposição centrada, capaz de atingir, indistintamente, um lado e outro. Sem remorsos e sem intrigas.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O desespero eu aguento. O que me apavora é essa esperança.”

Millôr Fernandes

Millôr Fernandes. Foto: Daniela Dacorso/Bravo (exame.abril.com)

 

Agência Senado

Dados do senador Paim, vice presidente da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados, mostram o seguinte: o Brasil registrou uma queda de 88,3% no número de refugiados em 2021, quando comparado ao ano anterior. Até o momento, o país tem refugiados de 77 nacionalidades, com Venezuela em primeiro lugar, representando 90,82% dos totais de casos. O número elevado em 2020 ocorreu em razão do fluxo de imigrantes da Venezuela durante a grave crise humanitária. A Síria ocupa o segundo lugar, com 3,91% e a República Democrática do Congo em terceiro, com 1,22% de refugiados

Foto: Getty Images/iStockphoto/direitos reservados

 

De olho

Já na Câmara dos Deputados, O PLN 17/22 autoriza mudar o credor da nota de empenho, durante os procedimentos contábeis relacionados à execução de restos a pagar não processados. Atualmente, no caso de impossibilidade de pagar um credor, é necessário cancelar a nota de empenho e emitir uma nova com o nome do outro credor. Por um lado, o deputado Carlos Henrique Gaguim defende a medida que vai retomar 28 mil obras inacabadas, e por outro, a deputada Adriana Ventura chama de lambança o fato de permitir que os restos a pagar sejam alterados, driblando a transparência.

Foto: congressonacional.leg

 

História de Brasília

O sr. Francisco Mangabeira está disposto a importar gás da Argentina, em troca de automóveis. O gás será utilizado para abastecimento doméstico, já que vindo daquele país poderá sair mais barato que o produzido no Brasil. (Publicada em 02.03.1962)

De olhos bem fechados para outubro

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          Fechar os olhos à realidade em volta é o mesmo que andar descalço sobre um chão forrado de cacos de vidro. Do mesmo modo, de nada adianta parte da mídia fingir que não enxerga a extensa folha corrida ou capivara, no jargão policial, apresentada pelo candidato das oposições e que não para de surpreender a todos pelo acréscimo constante de crimes de toda a natureza.

         Não bastasse o diálogo “cabuloso” que esse ex-mandatário mantinha com as lideranças do crime organizado, conforme revelado por escutas feitas pela própria polícia, a votação surpreendente que o seu substituto, Haddad, receberia da população carcerária nas eleições de 2018, não deixa margem para dúvidas de que estamos diante de um candidato favorito, pelo menos, entre os quase um milhão de presos que cumprem pena nas penitenciárias de todo o país. Mais de 82% desses cidadãos, que, em tese, não deveriam ter o direito de votar, preferem, segundo pesquisa do Globo, que esse candidato assuma o comando do país.

         Não é por outro motivo que, em suas declarações em comícios, volta e meia surgem menções à liberação das drogas, da “injustiça” sofridas pelos “meninos” que roubam celulares, ou quando se mostra orgulhoso por sua cruzada, para libertar, da cadeia, os sequestradores do empresário Abílio Diniz. As ilações de que esse candidato sempre manteve interlocuções com o mais ativo e perigoso grupo do crime organizado são antigas e se sucedem, desde que subiu a rampa do Palácio do Planalto em 2002.

         A mais importante e conhecida jornalista investigativa da Espanha, Cristina Segui, que, há décadas, dedica-se com afinco a acompanhar os bastidores da política ibero-americana, vem fazendo denúncias sérias da conexão existente entre os partidos de esquerda em seu continente e, principalmente, na América do Sul, com o narcotráfico latino-americano. A Segui cita, em sua pesquisa, Lula e Dilma Rousseff como políticos que receberam ajuda financeira para alavancar o Partido dos Trabalhadores, desde seu surgimento nos anos oitenta.

         Toda essa revelação bombástica, e que não recebeu atenção devida da imprensa brasileira, teria surgido a partir da prisão do ex-chefe de inteligência do governo chavista da Venezuela, Hugo Carvajal, conhecido como El Pollo. Extraditado para os EUA, Pollo falou o que sabe e o que presenciou na Venezuela e em outros países como o Brasil, Espanha e Portugal. Há, segundo Cristina Segui, uma extensa rede internacional, formada pelos mais poderosos carteis de drogas, para apoiar, financeiramente, os partidos de esquerda nos dois lados do Atlântico, pois sabem que a ascensão dessas siglas ao poder ajuda a dar proteção ao comércio ilegal de drogas e armas, fazendo vista grossa dessas atividades, ao mesmo tempo em que recebem partes dos lucros com essas transações.

          Essa é, de fato, uma longa e tenebrosa história que deveria merecer uma investigação parlamentar aprofundada aqui no Brasil, mas que, misteriosamente, continua sem o mínimo de atenção. O perigo trazido por essa associação criminosa entre esses cartéis é o da formação de verdadeiros Narco-Estados, como ocorre hoje em países como a Venezuela. Para dar ainda maior tensão a uma situação que em si já é bastante delicada e nefasta, investigações recentes, feitas pela Polícia Federal e que resultou na prisão do maior e mais procurado contabilista do crime organizado do Brasil, mostrou que esse técnico em finanças era também quem fazia as declarações de imposto de renda do ex-presidente Lula há anos, sendo que, no prédio onde estava instalada sua “consultoria”, funcionava também o escritório do Lulinha, outro craque em finanças.

         Para dar ainda mais um tom cinzento a todos esses fatos, recentemente, o notório Marcos Valério, o homem da mala petista, preso e condenado no escândalo do mensalão, resolveu revelar, em delação premiada, os estreitos laços existentes entre o PT e a maior organização do crime que age no país, dando detalhes sobre essas amizades perigosas. Apenas um pouco de todos esses fatos já seriam, num país sério, motivo para parar tudo e dar início a investigações aprofundadas. Mas, em se tratando de Brasil, onde tudo acaba em pagode e roda de samba, todo esse cenário de mau augúrio, que se prenuncia para outubro, é considerado exagero. A fusão do PCC, formando a sigla política PTCC, para a Segurança Nacional, não passa de fake news.

A frase que foi pronunciada:

“Não é o que você olha que interessa. É o que você vê.”

Henry David Thoreau

Henry David Thoreau. Foto: Benjamin D. Maxham

 

I Encontro Regional de Palhetas Duplas do Centro-Oeste

Homenagem ao professor Václav Vinecky, na Escola de Música, com entrada franqueada ao público. Ao piano, Marília de Alexandria; oboé, Ravi Shankar e Sandra Romero; Kleber Lopes, Moisés Pena e José Medeiros representarão a OSTNCS, e o professor Lamartine representará o grupo de Choro do IFG- Campus Goiânia. Também a presença de Roseane Cruzeiro, como palestrante. De amanhã ao dia 10, no Teatro Levino de Alcântara, na Escola de Música, às 19h30.

 

História de Brasília

E as empresas são quase que forçadas a transmitir essas mensagens, apesar das restrições impostas pelo Código de Comunicações. O pessoal da Camargo Corrêa quando quer falar com o sr. José Paulo Viana, usa sinais de fumaça da usina de asfalto, porque o telefone está quebrado há mais de um mês, sem que ninguém o conserte. (Publicada em 02.03.1962)

Xôuí

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Foto: jornaldocampus.usp.br

 

          Saudada como uma espécie de musa intelectual das almas penadas que professam o credo no messianismo sem cérebro do lulismo, a professora Marilena Chauí, encontrou na pobre e sofrida classe média brasileira, um mote para desenvolver todo um rosário de elucubrações pseudofilosóficas em torno do, nada nobre, sentimento de ódio que diz sentir e alimentar por esse estrato da pirâmide social do nosso país.

        De fato, o Brasil é um país sui generis. Como dizia o músico Tim Maia, em suas tiradas sinceras, o Brasil não pode dar certo, pois aqui, prostitua se apaixona, cafetão tem ciúmes, traficante se vicia e pobre é de direita. Poderíamos acrescentar ainda a esse chiste o fato de possuirmos os melhores eleitores que as promessas vãs e os auxílios emergenciais e eleitoreiros podem comprar e iludir.

        Interessante que, nessa malquerença contra a classe média brasileira, alinha-se também o ex-presidente e ex-presidiário Lula da Silva. Não em decorrência de reflexões e outros trabalhos mentais, mas simplesmente porque ouviu essa tese, gostou dela e achou o que dizer nos palanques exclusivos. Um dia, algum psicanalista irá se interessar pelo o que esse demiurgo das montadoras de automóveis vem dizendo, sem mesmo perceber, nos palanques da vida.

        Há muito se diz que é nos palanques que políticos como Lula se revelam e podem ser dissecados até as vísceras. Jornalismo é para se ocupar de fatos sérios e que dizem respeito direto à vida dos leitores e não para analisar ou zumbis insepultos. Mas em se tratando de Brasil, onde realidade e fantasia se misturam numa geleia gosmenta, é preciso acompanhar, de perto, esses personagens, porque mesmo habitando o mundo ficção, eles podem interferir em nossas vidas, maltratando a nossa realidade diária.

        Na relação, pouco usual entre Lula e Chauí, difícil saber onde começa o criador e termina a criatura. Há, por parte da professora paulista, uma tentativa de buscar alguma racionalização e pontos de apoio filosóficos dentro do universo lulista, o que, em si, já nos parece surreal. Dizer que filósofos, por suas carências de ordem pessoal demonstram partidarismo por essa ou outra corrente ideológica e política, já é um contrassenso que compromete a própria imagem de liberdade que deve manter os livres pensadores.

        Quem diz pensar, refuta, duvida e não se alinha a ninguém. O livre pensador é um indivíduo solitário, que cultiva sempre a dúvida, mantendo distância principalmente dos poderosos, sejam eles políticos, empresários ou outros próceres da República. A linguagem do pensador e do filósofo, jamais deve se deixar enlamear pelos discursos e pelas ideologias, principalmente aquelas do momento. Filósofos que acreditam em utopias e distopias vindas de políticos, deveriam voltar aos bancos escolares.

        Lula odeia a classe média, como disse em recente discurseira, enquanto dizia isso apontava para o infinito o braço carregando no pulso um relógio de mais de R$ 80 mil, apenas porque jamais conseguiria se integrar à classe média, já que essa é uma parcela da população, formada mais ou menos por cerca de 100 milhões de brasileiros, gente que sempre trabalhou, pagou impostos e luta para ter uma vida digna.

        Chauí odeia a classe média porque é a única que parece não dar ouvidos às próprias tolices acadêmicas. Na verdade Chauí e Lula detestam todos aqueles que não querem ser parecidos com eles, nem hoje, nem nunca.

 

A frase que foi pronunciada:

É por isso que a arte existe. A realidade, por si só, não basta.”

Mamfil, Manoel Andrade, nosso colaborador

Mamfil. Foto: Arquivo Pessoal / Blog do Ari Cunha

 

História da cidade

Hora de as escolas planejarem um passeio histórico. Catetinho recebendo visitação depois da reforma.

 

O silêncio poderoso

Babel por balbucio. Essa troca de palavras do autor Dore Gold expõe temas interessantes para um debate maduro entre os cientistas sociais. O livro divide os temas: as raízes do terror, a erosão dos padrões, o fracasso prenunciado, o retorno da ONU? Imparcial ao genocídio, cenas do inferno, equivalência moral institucionalizada, a ONU apoia o terrorismo. Conclusão: da equivalência moral à ordem mundial. O livro: Torre de balbucio: como as Nações Unidas alimentaram o caos global.  

 

Susto

Na década de 70, eram muitos os pescadores que voltavam para Brasília do Araguaia, trazendo pequenos jacarés que eram jogados vivos no lago Paranoá. Pena que as imagens de Marcelo Bosi, enviadas pelo WhatsApp nessa semana, não mostrem claramente que o jacaré estava no lago candango. Com o filho de 16 anos, enquanto remava, gravou a cena do animal. Veja a seguir.

 

História de Brasília

Hoje é dia de reunião do Conselho de Ministros. É o dia dos ministros passearem no planalto. Veem de manhã e voltam de tarde. E ficam torcendo para a reunião não demorar muito, senão terão que viajar no Panair das 20 horas, com escala em Belo Horizonte. (Publicada em 23.02.1962)