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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Em tempos de crises profundas, quando a humanidade, por suas escolhas imediatistas, se vê, mais uma vez, em sua história, imersa nos campos áridos da disputa e da luta fratricida, é necessário e vital buscar, nas pausas da reflexão, a luz e a sabedoria daqueles que, por sua experiência e bom senso, podem indicar os caminhos de volta à vida.
É em encruzilhadas e abismos, como agora se anunciam no Leste da Europa, que se precisa convocar a presença dos verdadeiros construtores de pontes, para reestabelecer laços e vínculos perdidos. “Nunca, como agora”, diz um dos mais notáveis construtores de pontes da atualidade, o papa Francisco, “houve a necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes, e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”.
Refere-se o pontífice precisamente à Campanha da Fraternidade de 2022, cujo lema é “Fraternidade e Educação”, e que, neste momento, parece ganhar uma dimensão toda especial e urgente. Observa-se que, justamente por se afastar de uma educação que induza a fraternidade e a partilha é que, mais uma vez, se ouve falar em guerras e destruições. A educação, nos moldes em que ela é ativamente desenvolvida em vários países do globo, e que estimula, sobremaneira, o espírito de concorrência entre o alunado, para que sobreviva numa sociedade cada vez mais competitiva e excludente, está na raiz da maioria das guerras.
Para a então educadora italiana e também construtora de pontes Maria Montessori (1870-1952), na educação estruturada para a competição, está o princípio da maioria das guerras a que temos assistido ao longo da história humana. A paz, dizia ela, não escraviza o homem, pelo contrário, ela o exalta. Não o humilha, muito ao contrário, ela o torna consciente de seu poder no universo. E porque está baseada na natureza humana, ela é um princípio universal e constante que vale para todo ser humano. É esse princípio que deve ser nosso guia na elaboração de uma ciência da paz e na educação dos homens para a paz.
Tivessem os generais e políticos que hoje estão envolvidos direta e indiretamente nesse conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia recebido, em tempo de escola, uma educação próxima daqueles conceitos montessorianos, por certo não estaríamos assistindo ao espetáculo horrendo da dança da morte nos campos de batalha.
O que os soldados fazem nas frentes de batalha, a mando de seus superiores, é repetir o modelo de competição que recebiam em suas escolas. Com uma diferença: agora, os jogos e as disputas saíram das salas de aula e estão sendo praticados de arma em punho, numa autêntica caçada humana.
A Campanha da Fraternidade deste ano Fraternidade e Edu cação, com o subtítulo “fala com sabedoria e ensina com amor”, foi retirada de Provérbios 31:26-31, e teve início na quarta-feira de cinzas. A proposta dos idealizadores, com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) à frente, é aprofundar o tema educação, incentivando a reflexão pelo Pacto Educativo Global, conforme convocado pelo papa.
Entre os objetivos estão: analisar o contexto da educação na cultura atual e seus desafios potencializados pela pandemia; verificar o impacto das políticas públicas na educação; identificar valores e referências da palavra de Deus e da tradição cristã, em vista de uma educação humanizadora na perspectiva do reino de Deus; pensar o papel da família, da comunidade de fé e da sociedade no processo educativo, com a colaboração dos educadores e das instituições de ensino; incentivar propostas educativas que, enraizadas no Evangelho, promovam a dignidade humana, a experiência do transcendente, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum; estimular a organização do serviço pastoral em escolas, universidades, centros comunitários e em outros espaços educativos, em especial os das instituições católicas de ensino; e promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres.
A frase que foi pronunciada:
“É necessário que o professor oriente a criança sem que esta sinta muito a sua presença, de modo que possa estar sempre pronto para prestar a assistência necessária, mas nunca sendo um obstáculo entre a criança e a sua experiência.”
Maria Montessori
Expressão
Passeando no site da Embaixada da Alemanha, um internauta perguntou a razão de a instituição defender a Ucrânia e pagar pelo gás da Rússia. Foi bloqueado. Entrou com outra conta e perguntou se isso é saudade da DDR. Foi bloqueado novamente. Quem estava acompanhando viu tudo.
Vagas
São raros os alunos do EJA que chegam animados para estudar. Ou o atrativo é o lanche, ou são os colegas que ficam fora da escola em reunião. O diploma é importante, mas como a reprovação é evitada pela direção, esse tipo de aula não tem validade. Basta imaginar uma instituição independente organizar uma prova e aplicar aos alunos que frequentam as aulas à noite. Seria um desastre.
Produção
Apoiados pela Emater, os produtores rurais iniciam as feiras de agricultura familiar, que funcionam em março no DF. Veja a lista de datas e locais a seguir.
Feira Rural no Parque
Quando: dias 13 e 27 (domingos)
Horário: 8h às 14h
Local: Estacionamento 10 do Parque da Cidade (antigo pedalinho)
Feira Rural no CABV – Sobradinho
Quando: dias 8, 15, 22 e 29 (terças-feiras)
Horário: 17h às 21h
Local: Área multiúso do Condomínio Alto da Boa Vista
Feira Rural do Palácio do Planalto
Quando: dias 3, 10, 17, 24, 31 (quintas-feiras)
Horário: 10h às 15h
Local: Anexo IV da Presidência da República (próximo aos restaurantes)
Feira Rural de Multiprodutos do Barreiros
Quando: 4, 11, 18 e 25 de (sextas-feiras)
Horário: 16h às 21h
Local: DF-140, km 11, Núcleo Rural Barreiros (Jardim Botânico)
Feira Rural do Produtor da Vargem Bonita
Quando: dias 5, 13, 19 e 26 (sábados)
Horário: 7h às 15h
Local: Em frente ao comércio local, ao lado da quadra de futebol
*Com informações da Emater-DF
*Agência Brasília
História de Brasília
O Globo publica um comentário do “Republicain Lorrain”, de Metz, contra Brasília e termina por perguntar se valeu mesmo a pena empreender a construção colossal de Brasília. (Publicada em 18/02/1962)
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Quando um governo, sozinho e em pouco mais de dois anos de gestão, consegue o feito impensável e histórico de ter contra si a unanimidade dos produtores de ciência e de cultura de todo o país, é indício forte de que sua administração, além de prejudicial ao desenvolvimento da nação, possui um caráter reacionário, revelador, talvez, de uma má formação intelectual.
Pode ser também, quem sabe, decorrente de uma aversão típica esse tipo peculiar de governante decorrente de alguma ideologia política do tipo centralizadora, o antídoto ou remédio pode estar nas urnas e nas próximas eleições. Se for algum tipo de desvio psicológico, a situação adquire um certo grau de gravidade e só pode ser resolvido no âmbito da medicina.
De toda a forma, esse é o cenário atual que acomete tanto a classe artística como os cientistas e pesquisadores, praticamente, desde o primeiro dia de mandato do atual chefe do Executivo. A questão parece ter extrapolado o simples corte de verbas para essas importantes áreas do país, atingindo níveis de perseguição pessoal a uma classe de cidadãos que, normalmente, possui opiniões próprias e contundentes e muitas vezes contrárias a dos governos.
Mas, analisando a questão material do corte nos orçamentos para a ciência e cultura, o que se verifica, logo de saída, é que esses setores da vida nacional foram duramente penalizados, de uma forma jamais vista em outras épocas. A lista desses setores que sofreram cortes drásticos em seus orçamentos é extensa e reveladora de uma fase negra vivida tanto por pesquisadores como por artistas nas diversas áreas da cultura brasileira.
A frase que foi pronunciada:
“Para a maioria das pessoas, nenhuma notícia é uma boa notícia; para a imprensa, uma boa notícia não é uma notícia.”
Gloria Borger, jornalista americana, 1952
Amanhã
Albertina era uma máquina supermoderna dos parques gráficos que imprimia em cores heliográficas. Isso há 60 anos. Vendo o desenvolvimento tecnológico, como você imagina que as notícias chegarão em 60 anos?
Países Unidos
Nenhuma vacina está pronta antes de 5 anos de testes. Tanto que anunciaram, aos quatro cantos do mundo, que a Janssen seria uma dose só e já estão ventilando ordens diversas. Outras vacinas não são aceitas em alguns países. Foi explicado que a razão não é a falta da eficácia contra o vírus. Quem pensou, não compreendeu. É impossível que o mundo se dobre dessa forma aceitando passaporte de uma vacina que não completou o ciclo de cientificidade. A Austrália já não aceita.
À sorrelfa
De uma forma sorrateira, a China está se infiltrando em universidades para se apoderar de criações nascidas no mundo acadêmico. A NBC News anunciou que o professor chinês Bo Mao, da Universidade do Texas, foi acusado pelos promotores de pegar a tecnologia de uma start-up do Vale do Silício para entregar à Huawei, a rede de telecomunicações chinesa.
Lamentável
Perto do setor inventado de galpões do Paranoá, está virando depósito de lixo. Mais umas semanas assim e a administração perderá o controle.
Como proteger
Divulguem a campanha do Ministério da Saúde ensinando as pessoas a tossir ou espirrar. Parece bobagem, mas veja, a seguir, a velocidade e o material orgânico espalhado no ambiente durante um espirro. E mais: O lenço não adianta, nem as mãos para aparar o espirro. Por uma razão simples: sem limpá-las com eficiência onde elas encostarem, levarão consigo o material espirrado. Só a dobra do braço funciona. Mas poucos sabem disso.
Boa ideia
Em legislação local, São Paulo obriga qualquer instituição comercial a doar água potável para quem solicitá-la. Excelente iniciativa!
Prevenção
Antes que a chuva chegue para ficar, seria sensato reforçar a tinta das faixas de pedestre. No Plano Piloto, as que ficam nas entrequadras estão em péssimo estado.
História de Brasília
Há um ano, aproximadamente, falamos na numeração das quadras da W-3, e houve a promessa de que isto seria feito. Chegou-se a fazer um estudo procurando corrigir anormalidades, que tiveram resultados excelentes. (Publicada em 10/02/1962).
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Entre as mil facetas proporcionadas pela cultura, há a abertura de oportunidades para a realização individual e coletiva das pessoas e o aspecto fundamental e agregador de toda e qualquer sociedade, seja ela do passado ou do presente. Não seria exagerado supor, então, que, por meio da produção cultural, é possível afirmar que a perpetuação de uma civilização está diretamente ligada à sua capacidade de gerar cultura e, portanto, conhecimento.
Não é por outra razão que muitos estudiosos apontam a cultura como sendo a própria alma de um povo, capaz de dar impulso e ânimo. Tão importante ainda como a identidade dada pela cultura a um povo, comumente chamada de identidade cultural, é o fato de que é, através dos mecanismos propiciados pela cultura, que surgem as possibilidades e os meios para o desenvolvimento das artes, em todas as suas vertentes. E é aí que voltamos ao que concerne da importância que a cultura exerce em momentos especiais, sobretudo, numa época em que, tangidos pelo medo da doença e da morte, os indivíduos buscam, na cultura e no seu mais importante produto, as artes, a possibilidade de sentir como igual, desfrutando do mesmo destino, seja em tempos de paz ou de guerra.
O teatro, a música, o cinema, a poesia, as artes plásticas e uma infinidade de outras realizações do gênio humano tornam a jornada humana sobre o planeta uma experiência que vale ser vivida, não importando o que se passa lá fora. Nesse aspecto, não importa se a cultura é erudita ou popular. O efeito terapêutico sobre as diferentes pessoas é o que importa. E como importa!
Dentro desse contexto, é fundamental reforçar a contribuição dada pelas mídias sociais na divulgação dos mais variados temas artísticos e culturais. Ouve-se do pagode à música clássica num toque de dedos. Bibliotecas de todo o mundo estão ao alcance de todos nas redes. Do ponto de vista cultural, as mídias sociais possibilitam desde visitas virtuais a museus e outros sítios de interesse histórico, até a passeios que levam o internauta a dar um giro pelo mundo sem sair do lugar.
Não é à toa que muitos consideram que o confinamento da pandemia é suavizado com essa porta escancarada para o mundo. Obviamente que chegará um dia em que a pandemia cederá lugar à vida como ela deve ser: livre e plena de futuro. É nas ruas, ou nessa sala de visitas comum e coletiva, que podemos desfrutar a vida com todo o seu potencial, ao vivo e a cores. É preciso lembrar que apenas as cidades mais providas de equipamentos de cultura, como teatro, galerias, museus e outros centros culturais são as que possuem maior capacidade de formar um povo agregador, consciente, alegre ou triste, mas solidário.
Em outros lugares áridos de cultura, sem espaços adequados para o exercício da cidadania e das artes, o retorno das pessoas à normalidade se dará, apenas, pela força da obrigação diária. Sem esses centros de atratividades, desempenhados por esses espaços onde se cultuam as artes, o fim do isolamento pode ser até um transtorno.
No caso da capital do país, onde seu principal teatro continua fechado, sua mais tradicional galeria, representada pelo Museu de Arte de Brasília (MAB), assim como a biblioteca demonstrativa e outros espaços voltados à cultura e às artes, continuam também fechados e esquecidos, e as poucas livrarias existentes vão fechando as portas, uma a uma, melhor mesmo será continuar fechado, também, em casa.
A frase que foi pronunciada:
“A cultura está acima da diferença da condição social.”
Confúcio, primeiro grande filósofo chinês do Período das Primaveras e Outonos. (Wikipedia)
Você sabia?
Um acordo de décadas dá aos brasileiros, que trabalham no Japão, a possibilidade de usar esse tempo de serviço para a previdência do Brasil. O tratado é recíproco e tem ajudado muita gente.
Lobby
Um projeto da então senadora Marta Suplicy, de 2015, proibia o uso de gorduras vegetais hidrogenadas na fabricação de alimentos. À época, a Organização Mundial da Saúde recomendou que os ácidos graxos trans industrializados fossem eliminados de qualquer alimento. Pelo visto o lobby venceu.
CNPT
Para quem conhece a Bíblia sabe que a crise dentro da igreja já estava prevista. Para quem acredita, assiste de camarote com o terço nas mãos. Veja, no link Dividida, o que corre nas redes sociais sobre o assunto.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
As ruas de Taguatinga estão infestadas de animais. Galinhos e cães cruzam as pistas a todo instante, como que pedindo à Prefeitura a criação da carrocinha tradicional em todas as cidades. (Publicado em 13/01/1962)
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Com o isolamento social, imposto pela pandemia, aquela parcela da sociedade que ficou confinada em seus lares, inclusive aqueles que encontraram amparo econômico por meio do trabalho em casa, teve, em algum momento, que buscar refúgio e paz de espírito na cultura. Sem esse recurso, que muitas vezes passa despercebido, enfrentar um isolamento, sem dia para terminar e com as ameaças constantes que esse vírus provoca na vida das pessoas, seria um suplício ficar confinado em casa.
Ao contrário do que muita gente acredita, a cultura, incluindo aí tudo o que diz respeito ao universo das artes, não é mero passatempo reservado ao entretenimento e ao lazer. Nem tampouco atividade para o desfrute de uma classe de pessoas privilegiadas. É muito mais do que podemos mensurar. Um povo desprovido de produção cultural, se é que existiu algum na história da humanidade, sobrevive alheio ao mundo ao redor. Pois a cultura é a própria tradução e representação do mundo em que estamos imersos.
Mesmo aquelas civilizações que devotavam todo o seu tempo e o melhor de sua gente às atividades de guerrear e submeter outros povos, como parece ser o caso dos espartanos, na Grécia Clássica, mesmo esses povos baseavam sua cultura na educação e no treinamento militar rigorosos e obrigatórios para todos os cidadãos, num regime conhecido por “agoge”. Eles, que amavam as armas e a guerra, cultivavam a leitura, a música, a escrita e a dança. Assim, agiam também as mais diversas sociedades humanas ao longo da história. Todas, em menor ou maior grau, produziram cultura, até como uma herança social, capaz de agir como elemento aglutinador de identificação entre os indivíduos de uma sociedade, falando de seu passado e acenando para o futuro.
Para a antropologia, a cultura é o elemento que, por excelência, diferencia o homem racional de outros animais. O ser humano é, por conseguinte, um animal produtor de cultura. Aliás, a maioria dos povos que, ao longo de milênios, cresceram, desenvolveram-se sobre o planeta, ou mesmo foram extintos, só puderam ser conhecidos como tal, graças à produção de cultura que organizaram em seu tempo de existência. Ainda dentro das ciências que exploram a existência humana no mundo, a cultura é vista como elemento indutor da própria evolução humana, contribuindo para o aprimoramento de técnicas diversas que tornavam a vida mais proveitosa e, por consequência, mais longeva.
Também, graças à propagação das atividades e do fazer cultural, foi possível abrir caminhos para o combate aos problemas socioeconômicos, melhorando a autoestima dos povos, atraindo novos valores, conferindo identidade, disciplina e outros valores morais e éticos, que foram sendo aperfeiçoados ao longo da jornada humana. Mesmo aspectos outros, como o sentimento de pertencimento a um determinado lugar, a um determinado povo, foi dado por meio do trabalho e do desenvolvimento da cultura.
A frase que foi pronunciada:
“Apenas em Roma pude sentir o que é ser verdadeiramente um homem. A essa elevação, a essa felicidade de sentimento, nunca mais pude me erguer. De fato, comparada à minha situação em Roma, nunca mais cheguei a sentir um real contentamento. Porém, não nos rendamos a pensamentos melancólicos.”
Goethe, autor e estadista alemão
Viva Personas
Pessoas envolvidas com o teatro se reuniram para contar histórias para a criançada internada em hospitais. O grupo conta com mais de 1000 voluntários em 86 hospitais pelo Brasil. Veja mais sobre o assunto no link Artistas e personalidades contam histórias para crianças em hospitais e isoladas em casa.
Registros
Também, a seguir, as fotos da sala de casamento do cartório do 1º Ofício do Núcleo Bandeirante, gerenciado pelo tabelião Dr. Hercules Alexandre da Costa Benício. O número de registros de casamento aumentou consideravelmente na pandemia.
Ontem
Jornalista foi proibido de publicar notícia sobre senador. A decisão foi do TRE de Mato Grosso do Sul e causou estranheza aos eleitores. O jornalista recorreu com a fundamentação de que publicava apenas a verdade. Do outro lado, a opinião do senador: “Para atacar, tem que provar.” O site que hospedava as notícias do jornalista documentou a indignação com o caso. O jornalista é Nilson Pereira, o senador era Delcídio Amaral e o ano era 2010.
Ferramenta
Rádio continua sendo valioso instrumento de comunicação. O Projeto Rondon, no interior do país, conta até com rádio web para transmitir as notícias para as comunidades distantes.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os residentes no Setor Residencial da W-3, também, devem fazer a mesma coisa. Comuniquem, para que possamos anotar e conhecer a extensão do momento de solidariedade às árvores da W-3. (Publicado em 13/01/1962)
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Richard Davidson, PHD em neuropsicologia e pesquisador na área de neurociência afetiva, vem chamando a atenção de estudiosos e professores de todo o mundo com sua teoria de que a base de cérebro saudável é a bondade. Ideias desse tipo, que fogem ao padrão exigido pela racionalidade das pesquisas, desde sempre foram vistas pela ciência com certa desconfiança e não raro, viraram alvo de zombaria, colocando seus defensores em posição ridícula.
Com a popularização das noções de inteligência emocional e sua importância para o desenvolvimento integral do indivíduo, conceitos como bondade, empatia, gentileza, compaixão, ternura e mesmo amor e outros do gênero, que antes ficavam restritos ao mundo da poesia e da ficção romântica, vêm ganhando adeptos em todo o planeta, não apenas entre as pessoas comuns, mas sobretudo entre aqueles que se dedicam aos estudos da neurociência.
Na área de educação esses conceitos também têm despertado interesses e não seria exagero afirmar que, num futuro próximo, tais concepções poderão estar no núcleo de formação de muitas universidades. Foi seguindo um conselho dado, não por outro pesquisador, mas pelo próprio Dalai Lama, líder espiritual do Tibet, que Richard Davidson direcionou suas pesquisas em neurociências para os aspectos da gentileza, da ternura e da compaixão.
Umas das coisas mais importantes que descobri sobre a gentileza e a ternura, diz o pesquisador, é que se pode treiná-los em qualquer idade. Os estudos nos dizem que estimular a ternura em crianças e adolescentes melhora os resultados acadêmicos, o bem-estar emocional e a saúde deles. Com isso é possível não apenas reduzir sensivelmente os casos de bullying nas escolas, mas preparar o indivíduo para no sentido de torná-los mais solidários, compassivos, características fundamentais para as sociedades de um mundo superpopuloso e em vias de esgotamento de seus recursos naturais.
Ideias como essa encontram amparo também em muitas teses atuais de pedagogos de que já alertaram para o perigo da precariedade da educação atual. Sem educação, dizem os atuais pedagogos, os homens matarão uns aos outros. Estudos atuais sobre o comportamento comprovam que a inteligência sem a bondade é cega e desajeitada.
Para alguns cientistas mais radicais, a bondade é a forma mais aprimorada de inteligência, pois conduz o indivíduo à empatia com o mundo, com as pessoas e com os problemas que a cercam. Da mesma forma, alguns cientistas enxergam a indiferença para o mundo ao redor, como uma comprovação da falta de inteligência.
Nesse sentido, não pode haver inteligência, da forma que se entende hoje, onde faltam bondade e compaixão. Conceitos dessa natureza são cada vez mais perseguidos pelas mais modernas escolas do mundo, pois essa é a principal tarefa de toda a boa escola.
Educadores estão convencidos hoje de que a educação, concebida lá atrás e que visava a preparação de pessoas como força de trabalho, obedientes e mecanizadas, não mais tem lugar na atualidade e que educação como forma de seleção empresarial está com os dias contados, pelo menos nos países que já compreenderam a importância de trazer ao conhecimento aspectos essenciais a todos os seres humanos como é o caso da compaixão e da bondade.
Para o educador Cláudio Naranjo, “quando há amor na forma de ensinar, o aluno aprende mais facilmente qualquer conteúdo”. Obviamente que no caso brasileiro, onde a educação vive ainda com carências básicas, como teto para cobrir escolas, carteiras para os alunos sentarem, banheiros e outras necessidades primárias, conceitos como esse soam tão estranho e bizarro como outros que pregam a escola sem partido e outros temas. Pesquisas atuais nas bases neurais da emoção que têm como centro novos modelos para o florescimento humano, são o que existe de mais promissor nas áreas de educação em alguns lugares do mundo e anunciam uma nova revolução nos métodos de ensino. Esse tema é, para muitos, o caminho mais prático e seguro para mudar o mundo futuro, livrando os seres humanos da escravidão política, militar, religiosa, libertando os espíritos do fanatismo, do materialismo, revivendo o humano adormecido em cada um. Trata-se de uma tarefa e tanto.
A frase que foi pronunciada:
“A função da educação é ensinar a pessoa a pensar intensamente e a pensar criticamente. Inteligência mais caráter – esse é o objetivo da verdadeira educação.”
Martin Luther King
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Ontem, ouvi a pior. Uma ameaça de curra contra meninas de 12 e 13 anos. É melhor evitar quanto antes um novo caso como o de Aida Cury, de triste lembrança para a sociedade de todo o país. (Publicado em 08.11.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
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ARI CUNHA
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No domingo, o caderno Cidades do Correio Braziliense estampou em sua manchete, sob o título “Para onde vai a UNB”, a questão da crise que assola a principal Universidade de Brasília. Posta, em números, a questão do déficit nas finanças da instituição por conta do aumento no custeio de R$ 800 milhões, verificado a partir de 2013, para os atuais R$ 1,4521 bilhão, que poderia ter um equacionamento mais racional, já que as receitas no mesmo período variam para cima, indo de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,7 bilhão.
Seu prestigiado departamento de economia, por onde vagueiam cérebros treinados e aparentemente ociosos nas artes do balanço contábil, poderiam se debruçar sobre o assunto e, nesse caso, não surpreenderia que a UnB viesse a constatar a existência de inúmeras saídas sensatas para o vermelho nas contas, sem a necessidade de empurrar a instituição ladeira abaixo no quesito respeitabilidade pública, item importantíssimo quando se trata de um centro de estudo e pesquisa, vital para o desenvolvimento da sociedade.
Só que, por detrás desse pano, aparentemente atropelado por números, se esconde um problema muito maior, até que a própria instituição, e que, nesses dias conturbados, vem permeando não só as instituições de ensino público em todo o país, mas a própria estrutura organizacional do Estado, colocando em risco a sustentação do principal pilar que escora toda a República.
Para além de uma crise financeira, o que a UnB e outras universidades do gênero vêm experimentando na pele decorre da corrosão provocada pela ausência do cimento da ética, o que tem levado a nação ao mergulho no seu mais tenebroso momento. É sob a esteira desse imenso triturador de moral que foi ardilosamente organizado no andar de cima do governo e que tem levado dirigentes importantes a conhecer, por dentro, o sistema carcerário, que a UnB vê seu antigo prestígio sendo levado aos poucos de roldão.
Mesmo as questões relativas aos debates ideológicos, tão necessários numa casa do saber, perdem importância e substância filosóficas e racionais quando se assiste a cada dia a transformação dessa universidade num ambiente em que a erudição e o saber perderam espaço para hostilidades primitivas que, ao fim ao cabo, revelam o despreparo intelectual de professores e alunos, com muitas exceções, para os grandes debates nacionais, acabando também por colocar essa instituição na mesma vala comum onde hoje jazem as principais lideranças do país.
Permitir, nessa altura dos acontecimentos, que a UnB adentre por atalhos rumo a uma anacrônica revolução gramsciana, visando a hegemonia do pensamento, como demonstra a apatia cúmplice de sua reitoria frente à crise, é decretar a morte da instituição e confiná-la embalsamada no mesmo mausoléu de vidro onde repousa hoje a figura sinistra de cera de Lenin.
Para os pagadores de impostos, já demasiadamente arrochados pelo fisco, interessa uma instituição que possa pensar e apontar caminhos para o país. É justamente em prol dos muitos que jamais terão oportunidade de acesso a esse time de elite que a UnB tem que trabalhar, pondo suas tropas bem fornidas em campo.
A frase que foi pronunciada:
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”
Paulo Freire
Participação
“Criou-se no Brasil a falsa necessidade de privatização da Eletrobrás e suas subsidiárias para, aparentemente, fazer com que um patrimônio, com valor da ordem de R$ 300 bilhões, gere lucros privados. Nesse processo, o Estado receberia irrisórios R$ 12,2 bilhões e os consumidores brasileiros seriam os reféns geradores dos lucros privados, a partir do aumento da tarifa de energia elétrica.”
Raul Bergmann
Incompreensível
Eucaliptos italianos que davam graça à paisagem da entrada do Pontão e que ficavam na pista oposta foram todos derrubados.
Gana
O parque, que era cercado na entrada do Lago Norte, já não possui limites. É fácil a Câmara Legislativa mudar a destinação de um parque para moradia. Principalmente se a população interessada não ficar de olho ou não reagir.
Preleção
Na pizzaria Dom Bosco, da Asa Sul, uma discussão sobre política terminou com a conclusão de que tinham que acabar com o Congresso. O orador deve ter esquecido que quem faz as leis recebeu voto da população. Com uma urna segura, a escolha pode mudar.
Mais uma
Um dos balconistas da Dom Bosco, o William, Marcão ou Rodrigo, indagou: “Já reparou que as leis de arrecadação são certinhas? Água, Luz, IPTU, IPVA, até as multas de trânsito funcionam? Já os investimentos na saúde, educação, transporte e segurança não seguem a mesma rigidez.”
Manutenção
Por falar em Asa Sul, os viadutos entre as 207/107 estão com o teto despencando.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Enquanto isto, os moradores que sofram lama, poeira, barulho de gerador, mosquitos e toda sorte de desconforto. (Publicado em 20.10.1961)