Até quando?

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Frasco da vacina anticovid da AstraZeneca-Oxford – AFP

 

Pudessem servir aos reais interesses da sociedade, e não às veleidades políticas momentâneas, as comissões parlamentares de inquérito (CPIs) – principal instrumento de regulação da República e uma das mais importantes atribuições conferidas ao Poder Legislativo – poderiam ser invocadas, neste momento aflitivo de pandemia sem fim, para buscar esclarecer até que ponto a indústria farmacêutica e os laboratórios de análises clínicas estariam sendo beneficiados com esse verdadeiro oceano de dinheiro que foi gerado a partir do surgimento da Covid-19.

A questão não é apenas com os lucros obtidos por esse segmento da economia, o que num sistema capitalista é permitido e incentivado. Mas quando essa bonança se faz às custas do sofrimento de milhões de cidadãos, a questão ganha outra dimensão, passando a resvalar em pontos como a ética humana, ou mesmo ligando-se a razões impostas por uma calamidade pública sem precedentes.

Em tempos de guerra, como agora vivemos, valeriam regulações excepcionais, feitas sob medida para tempos adversos, o que acabaria também por submeter esses segmentos a regulações mais afirmativas. Por certo, os resultados das comissões apontariam, além de outros problemas que jazem submersos, para a necessidade de obrigar esses importantes segmentos a assumirem maior protagonismo cívico e humano no combate a pandemia, destinando parte desses volumosos recursos para hospitais públicos e postos de saúdes, aliviando parte do sofrimento daquelas populações que não têm acesso a planos de saúde e que não podem pagar por exames.

O que se sabe, de antemão, é que há muitos recursos sendo drenados para esses setores e, por certo, fazem falta em outras pontas. Sabe-se que, dentro do sistema capitalista, o lucro é a razão de ser de toda e qualquer iniciativa. Mas quando essa razão passa a ser feita às custas de vidas humanas, todo esse sistema desmorona, adquirindo não uma feição de busca pela saúde, mas tendo na própria doença um motor a propiciar ganhos extraordinários.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O surto da nova pneumonia por Coronavírus inevitavelmente terá um impacto relativamente grande na economia e na sociedade… Para nós, isso é uma crise e também um grande teste”.

Presidente Chinês

Presidente chinês Xi Jinping. Foto: Reprodução

 

Interesses diversos

Vitor Ramos Correia, Pedro Sérgio de Melo Coe, Pedro Ivo Batista, Maria Consolación Udry e Andrew Moccolis assinaram um documento público pelo Conselho de Desenvolvimento Rural e Sustentável do Lago Norte, Associação dos Moradores do Núcleo Rural Córrego do Urubu, Instituto Oca do Sol e Instituto Sálvia (veja, no Blog do Ari Cunha). O problema é que duas novas áreas de conservação na categoria Monumento Natural foram criadas à sorrelfa,  o que compromete a permanência dos moradores no local (muitos com contrato de Direito e Uso), além de colocar em risco os projetos de proteção e preservação na região.

Documento Público

Foto: comdono.com

 

História de Brasília

E pasmem: o registro não é feito no momento do nascimento porque se a criança morrer, o que ocorre com frequência, os pais terão que enfrentar dificuldades tremendas com a papelada do atestado de óbito. (Publicada em 17.02.1962)

Refazendo Covid

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Charge do Cabalau

 

Caso se confirme o que vêm prevendo as autoridades sanitárias, em todo o mundo, a aplicação de uma terceira dose das vacinas contra o Covid, e quiçá quarta ou infinitas outras, será necessária para enfrentar essa que é a maior das epidemias já enfrentadas pela humanidade, desde que nossos primos, de um elo perdido e distantes, resolveram descer das árvores.

Ou as autoridades e cientistas, ligados à Organização Mundial de Saúde (OMS), sabem de algum fato relevante e vital, que o restante da população do planeta não conhece, ou estamos diante de uma versão revivida da Hidra de Lerna de sete cabeças, que, por séculos, cuidou de atormentar, adoecendo e matando parte da população do Peloponeso. Talvez a situação seja ainda mais sinistra com as autoridades sanitárias e os cientistas tendo que reconhecer que estamos perambulando no escuro, tateando nas paredes de uma caverna, em busca de uma saída. De toda forma, o que temos de concreto é que países europeus, nessa chegada de mais um inverno, estão experimentando uma terceira e forte onda de contaminação, com hospitais lotados e mortes acontecendo. Com isso, novas medidas restritivas de circulação estão sendo adotadas, numa reprise do que já vimos.

Dentre as muitas questões que surgem dessa retomada da doença, estão aquelas relativas aos custos e aos gastos que países em desenvolvimento e subdesenvolvidos terão que arcar ainda, junto aos laboratórios, para enfrentar a nova onda de virótica em contrapartida com o lucro de instituições e empresas que não abrem mão da ganância. Não se sabe, com exatidão, o que pode estar por detrás dessa retomada pandêmica, quando se verifica, como é o nosso caso, os muitos pontos obscuros que envolveram a aquisição e compra desses imunizantes.

As consequências práticas da CPI do Covid ainda não se transformaram em atos materiais. Não se sabe de nenhuma diligência por parte da justiça contra aqueles que fizeram, da miséria alheia, uma cripto moeda lucrativa. Mesmo com a possibilidade real de uma volta acentuada das infecções, como ocorre agora lá fora, o tempo decorrido, desde que o relatório final foi apresentado, continua avançando e levando para o esquecimento o resultado de meses de investigação e que resultaram num calhamaço de denúncias sérias.

Nem bem saímos de uma primeira e segunda ondas, e já estamos experienciando a possibilidade de uma terceira rumo ao carnaval. O que pode acontecer, daqui para frente, é sermos apanhados em plena terceira onda, da mesma forma que fomos surpreendidos por uma primeira.

Por certo, a proximidade das eleições, com a consequente corrida dos políticos aos cargos, não parece condizer com os projetos pessoais e ganância dessa gente. Nada, nem ninguém deve se interpor entre esses anseios desmedidos, nem mesmo a recidiva da virose. O que se sabe, com toda a certeza, é que se a doença voltar com força, serão os pobres e desvalidos, aqueles mesmos ludibriados pelas elites políticas, os primeiros a perecerem.

Como na Primeira Guerra Mundial (1914-18), os soldados situados nas trincheiras avançadas eram os primeiros a morrer, sendo seus abrigos, nas valas cavadas sob a terra, suas sepulturas definitivas.

A frase que foi pronunciada:

Nesta conjuntura histórica, é importante que nós, na Ásia-Pacífico, enfrentemos a responsabilidade do momento, estejamos no assento do motorista e nos esforcemos arduamente para cumprir a meta de construir uma região da APEC com um futuro compartilhado.”

Xi Jinping

Presidente chinês Xi Jinping. Foto: Reprodução

Demais

Preços altos e falta de concorrência são realidades para os passageiros aéreos do Brasil. Além disso, a alimentação durante o voo está praticamente banida por algumas empresas, a não ser se for paga. Mas o maior absurdo é pagar pelo assento. Como não há reclamações, esses abusos são mantidos.

Aeroporto Internacional de Brasília. Foto: Divulgação.

AutoriDad

Dad Squarisi                                      Foto: correiobraziliense.com.br/dad

 

Maravilhas de Brasília, a capital dos brasileiros. Obra de Dad Squarisi, publicada pela Editora Contexto, já nas prateleiras das livrarias. Uma das poucas pessoas que destrincha a palavra Candango, que nasceu pejorativa e conseguiu se livrar da pecha, dando nome a todos os que deixaram a vida para trás para fazer um futuro na nova capital do Brasil. Candango é palavra boa quando vem de Brasília. Dad explica.

História de Brasília

A Prefeitura fez as calçadas, fez os jardins, e as crianças da Quadra 13, principalmente do conjunto Ecel, não estão com educação suficiente parra desfrutá-los. Passeiam de bicicleta pelas calçadas, e, não muito raro, sôbre os jardins. Esta é uma recomendação aos pais, para que não permitam. (Publicada em 14/02/1962)

A hora e a vez da bola de cristal

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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Nos capítulos finais da CPI do Covid, o relator, senador Renan Calheiros, está prometendo, ao público que vem acompanhando os trabalhos da comissão desde o primeiro dia, o indiciamento de mais de meia centena de indivíduos, pelos mais variados tipos de crime. Para tanto, afirma que enviará cópias do volumoso relatório final a diversas cortes e instâncias da justiça, dentro e fora do país. Se uma não der andamento, outra poderá dar. Não há grandes expectativas de que a Procuradoria Geral da República, na figura do Augusto Aras, dará muita atenção ao calhamaço de denúncias. No máximo irá ensaiar alguns movimentos, processando, quem sabe, os peixinhos miúdos, deixando os tubarões de lado. Passados os primeiros dias, a repercussão definhará, como tudo neste país. Se nem mesmo os escândalos do mensalão e do petrolão, que o seguiu, tiveram o condão de levar, até as últimas consequências, as denúncias contra o magote de réus, sendo que a maioria hoje goza da mais ampla liberdade, deixando o dito por não dito.

Por isso mesmo, a população, já escaldada com as consequências pífias dessas investigações, pouco ou quase nada, espera de concreto com relação às condenações tanto daqueles que vendiam vacinas que não possuíam, como contra aqueles que por dever do ofício tinham obrigação de comandar o combate à virose mortal. Os seiscentos mil mortos entram nesse relatório como detalhe estatístico, uma vez que ninguém responderá por esse morticínio ao não ser o próprio vírus.

Passadas as eleições, tudo voltará ser como antes e a história toda cairá no mais nebuloso esquecimento. Nem mesmo restará aos falecidos o estabelecimento de uma data nacional a lembrar o trágico acontecimento. A apuração das eleições de 2022 lançará uma pá de cal sobre o assunto e cuidará apenas de encaminhar os vencidos a seus devidos postos. Alguns poucos políticos auferirão ganhos graças aos holofotes da CPI. Outros irão cuidar da vida. A própria população, a quem caberia cuidar para que personagens nefastos de nossa história política recente tivessem a merecida condenação da justiça, não irá se manifestar, porque, talvez, já nem se lembre do ocorrido.

Para o povo em geral, ficará apenas o vazio aberto com o fim dos capítulos da CPI e o enceramento de mais esse folhetim das nossas mazelas reais. Como ocorre a cada ano legislativo, é preciso providenciar, o mais ligeiro possível, uma outra CPI para agitar as massas, exibindo o mal cheiroso bastidor de nossa vida política. Caso aconteça mesmo do país ter que assistir, assombrado, a volta do lulopetismo ao poder, numa espécie de Vale a Pena Ver de Novo, vai aqui uma sugestão aos nossos digníssimos parlamentares: cuidem de instalar, no próximo ano legislativo, a CPI da Lava Jato e do Petrolão, para investigar a razão de a mais exitosa operação de toda a nossa história, capaz de reerguer o país ao primeiro mundo da ética, ter sido levada às cordas. É preciso que se investigue absolutamente todos aqueles que contribuíram para dar um fim a Lava Jato. Do mordomo ao dono do palácio. O país necessita dessa investigação para continuar existindo.

A frase que foi pronunciada:

A política é a habilidade de prever o que vai acontecer amanhã, na semana que vem, no mês que vem e no ano que vem. E ter a habilidade de explicar depois por que nada daquilo aconteceu.”

Winston Churchill

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

Fé e esperança

Esse é o pior serviço que já existiu na capital federal. Um completo desrespeito ao cliente. São horas aguardando atendimento enquanto se ouve um barulho insuportável que talvez chamem de música. O presidente Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa precisa reservar um tempo de seu dia para ligar no número do BRB Card, para o 08008804001 ou 40034004. Se isso acontecer, esse serviço vai melhorar, com certeza.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

É notícia

Gustavo Dourado, escritor e poeta cordelista, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), no Rio de Janeiro, cadeira 35, patrono Expedito Sebastião da Silva, antes ocupada pelo poeta Pedro Bandeira. Ele é o primeiro escritor do Centro-Oeste e do Distrito Federal a se tornar acadêmico titular da entidade, festejada e reconhecida no Brasil e no exterior. A solenidade foi conduzida pela presidente da entidade, escritora Paola Tôrres, e pelo presidente emérito, poeta Gonçalo Ferreira da Silva, fundador da instituição. Sua obra literária foi recomendada pelo World Poetry Day e World Portal Libraries, ambos da Unesco.

Imagem: antoniomiranda.com

Preto no branco

Quando a população se propõe a pensar, a solução sai a seu favor. Veja, no Blog do Ari Cunha, o quadro comprobatório desenhado por Marco Guskuma sobre a vantagem de contratar um caminhão pipa, dependendo do consumo. Ele relaciona o consumo, a cobrança oficial da água e esgoto e a alternativa de preço mais baixo com a contratação de um caminhão pipa legalizado.

–> Estava me questionando se vale a pena chamar um caminhão pipa ou colocar água da CAESB.

Cheguei a seguinte conclusão:
Depende do consumo de água da sua casa e do % de incidência do esgoto.

De 36 m3 para mais de consumo mensal da residência compensa chamar um caminhão pipa, considerando taxa de esgoto de 60%.

Vejam a tabela abaixo:

Acho que não entendeu a planilha…

Vamos supor que o consumo da sua casa seja de 25 m3 e taxa de esgoto 60%.

A pergunta é:
Fica mais barato aumentar o consumo para 35 m3 do que chamar um caminhão pipa de 10 m3?

A resposta é sim porque esses 10 m3 vão lhe custar a mais 204,96 e um caminhão pipa custa 250,00

Entendeu?

História de Brasília

IAPM e IAPFESP reiniciaram as obras, e dizem que o IAPM fichou quinhentos candangos. Ninguém viu, até agora, nada a não ser limpeza do canteiro. (Publicada em 10/02/1962)

Com os pés virados para trás

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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

 

Definitivamente, a era dos marqueteiros e daqueles que transformavam pedra em pão vai ficando para trás, com a disseminação, cada vez maior, das mídias sociais. Aliada a esse meio de difusão tecnológica, imediata e ampla dos acontecimentos, ocupam o lugar agora, dos antigos gurus da propaganda, os chamados gabinetes do ódio e outras redes de propagação em massa de notícias sem lastro com a verdade, operadas por robôs ou fantoches eletrônicos e, portanto, sem coração e sem sentimentos calcados na ética humana.

Vivemos o que se pode denominar de autêntico período da história em que os homens de carne, coração e espírito vão sendo substituídos por mecanismos programados para espalhar calúnias e difamações aos quatro ventos, sem que isso cause dano algum aos seus manipuladores e financiadores.

Obviamente que, por detrás dessas engenhocas, estão pessoas que, mesmo conscientes do mal que estão fazendo, continuam em seus intentos criminosos no aguardo de que isso venha acarretar a supremacia da mentira como método político. Muito mais do que método político, a divulgação de mentiras, uma tática muito utilizada pelo nazismo e pelo fascismo para angariar apoio popular e apontar falsos inimigos, trata-se aqui de um ato de terrorismo digital, e, como tal, deveria ser tratado.

Não se tem aqui qualquer novidade de métodos. Também, nos governos petistas, a utilização de estratégias semelhantes, com o intuito de manchar reputações e criar o divisionismo e os antagonistas fantasmas, era prática corriqueira.

Dos males que a atual Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 do Senado tem levantado até aqui e que atentam contra a República, nenhum outro parece ter tanto poder de fazer estragos à democracia e ao país do que os chamados gabinetes do ódio e congêneres, formados por indivíduos que articulam, por meio da falsificação dos fatos, a promoção das inverdades e a inoculação do vírus da ira e da cólera.

Não se tem mais oponentes políticos, mas inimigos, a quem é preciso mais do que derrotar nas urnas, ou seja, destruir enquanto pessoa. Esse comportamento, muito antes de revelar a pouquíssima formação intelectual e espiritual de nossos homens públicos, mostra o quanto temos ainda que aperfeiçoar nossos mecanismos eleitorais, de modo a impedir que, num futuro não muito distante, verdadeiras bestas-feras continuem sendo alçadas a condição de mandatários e, com eles, seus sequazes, todos dispostos a usar o poder como arma e força de destruição, e não como meio de construir consensos e união.

A substituição dos antigos magos da propaganda, todos eles também distantes das boas práticas em unir ética e marketing, por robôs operados por gente sem escrúpulos mostra que, durante todos esses anos, desde a redemocratização, não aprendemos nada e tampouco esquecemos nossos vícios passados, os mesmos que nos conduziram a duas décadas de ditadura.

A corroborar o fato de recuarmos no tempo, as recentes pesquisas de opinião pública apontam como possíveis candidatos na reta final das próximas eleições os dois principais protagonistas e mentores desse mundo de faz de conta, os mesmos que induziram parte da população a varrer a verdade do horizonte. Estamos num processo perverso de involução política, andando com os pés virados para trás.

A frase que foi pronunciada:
“A única diferença entre ser desinformado e mal informado é que um é sua escolha e o outro é deles.”
Frank Sonnenberg, em Ouça a sua consciência: é por isso que você tem uma.

Frank Sonnenberg. Foto: divulgação

Bom senso
Seria uma experiência interessante os chefões do GDF se passarem por pessoas comuns em busca de atendimento. Muitos são os funcionários dedicados, mas os criadores de problemas são maioria e talvez hajam assim por completa falta de despreparo ou orientação. Se o atendimento é agendado e não há mais ninguém para ser atendido, qual a razão de não prestar serviço para quem compareceu presencialmente? Os impostos são pagos para isso também.

Quadrinho: Turma da Mônica

Registro
Se você é pioneira, chegou a Brasília na época da construção, entre em contato com Tânia Fontenele. Ela quer fazer uma exposição de fotos e objetos da época e gostaria de conversar com as pioneiras. É só procurar no Facebook.

Tania Fontenele. Foto publicada em seu perfil oficial no Instagram.

Acolhimento
Portas abertas aos venezuelanos, sírios e haitianos. Agora, o Itamaraty analisa mais de 400 pedidos de asilo de afegãos. O Brasil tem todos os rostos e deve ter sua cultura abraçada pelos acolhidos.

Foto: © Reuters/TWITTER/DAVID MARTINON/Direitos reservados

História de Brasília
No almoço oferecido a Adjubei e sua espôsa, filha de Kruchev, a decoração da mesa ficou a cargo de Zanini. Muitas flôres vermelhas, e, entre elas, cravos brancos com traços vermelhos, significando uma mensagem de paz para os visitantes. (Publicada em 10/02/1962)

Tempos luleiros

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Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

Enquanto a população brasileira permanece distraída com as revelações que vão sendo levantadas pela CPI da Covid e que indicam, até aqui, o cometimento de uma série contínua dos mais variados e graves crimes, tanto por empresários como por políticos e pelo próprio governo durante a pandemia, o país vai sendo virado ao avesso pelo Legislativo, na sua tentativa de desfigurar a Lei de Improbidade Administrativa (LIA), um dos maiores avanços já conquistados pelos cidadãos no controle dos gastos públicos.

Caso vingue a proposta defendida pela maioria da classe política das duas Casas do Congresso, e que conta com o apoio também da maioria dos prefeitos e governadores, a Lei de Improbidade Administrativa sofrerá um processo de abrandamento chamado ardilosamente de “flexibilização”.

Com isso, um dos mais modernos mecanismos para coibir que maus gestores permaneçam cometendo barbaridades e crimes com o orçamento público, e que foi um dos marcos da cidadania contidos na própria Constituição, perderá sua eficácia, em nome de uma vaga segurança jurídica reclamada pelos políticos. Sem as penalidades e sem os limites impostos pela Lei de Improbidade, voltamos ao tempo dos gastos públicos sem controle e, portanto, um dos facilitares da corrupção.

A supressão da modalidade culposa de improbidade administrativa permitirá o retorno e a atuação desastrosa dos maus gestores ao período pré-constitucional, quando a farra com o dinheiro público era a regra e a punição aos corruptos, pelos desvios e o mau emprego desses recursos, era uma raríssima exceção. Cada cochilo da população ou sua alienação, devido a assuntos paralelos, corresponde a uma armação dos políticos para aliviar suas responsabilidades e arrefecer quaisquer possibilidades de futuras penalidades.

O Ministério Público, que também anda cochilando nos momentos em que a população mais precisa, acordou com essa manobra e já mandou avisar que irá acompanhar de perto a desfiguração dessa importante Lei. Políticos com cargos de prefeito e governadores vinham, há tempos, insistindo na modificação dessa Lei, de forma a torná-la inócua ou ao menos inofensiva para os maus gestores.

Pelo texto modificado agora, as ações negligentes, imperitas ou imprudentes, mesmo que causem danos ao erário do estado, não poderão mais ser enquadradas como improbidade e crime, devendo no futuro serem classificadas como modalidade culposa ou sem intenção de cometimento de crime.

É o caso aqui daquele político peralta arguir que cometeu o desvio ou a má aplicação dos recursos dos contribuintes por mero descuido ou desatenção, sendo perdoado por esse ato de mal pensado. Até mesmo o prazo estabelecido pela Lei foi modificado, dando menos tempo ao Ministério Público para instaurar, apurar e concluir as investigações dos possíveis delitos; caso contrário, o crime restará prescrito.

Como se não bastassem tantos benefícios àqueles que, por antecipação, já preveem uma grande quantidade de gestões ruinosas em estados e municípios, existem aqueles políticos que advogam até que a Lei possa conter dispositivos que garantam sua imediata aplicação em favor dos réus do presente e do futuro, num movimento de retroação marota e que é a cara e o caráter dos nossos representantes, feitos a nossa imagem, segundo nosso desejo diante das urnas.

A frase que foi pronunciada:

Nenhuma administração pública será aceitável a menos que os funcionários públicos sejam educados e agradáveis com o povo.”

Amit Kalantri, Riqueza das Palavras

Amit Kalantri. Foto: nicelocal.in

Vivo

Estranho que, em um calor desses, os ovos vendidos em mercados não estejam recebendo refrigeração.

Foto: minhasaude.proteste.org

Lei humanizada

É preciso urgentemente que algum parlamentar se sensibilize com a situação de estudantes gestantes e puérperas. A lei garante a prova domiciliar. Mas agora, com a pandemia, nota-se que a vantagem não é tão grande assim. Uma aluna de medicina nos escreve contando que teve um bebê e não consegue fazer uma prova online no mesmo tempo em que os outros alunos. Precisa parar para dar atenção à criança, trocá-la, amamentá-la. Precisa de mais tempo, sem prejuízo. Há professores que não são flexíveis e apontam o “sistema de provas” como vilão.

Foto: guarulhos.sp.gov

História de Brasília

A Agência Nacional é uma repartição deficiente desde a sua fundação, ao tempo da ditadura. Ao invés de informar os atos do govêrno, fica, em geral, endeusando as pessoas, e é por isto que cada govêrno muda logo de diretor. Vem daí a política, o amigo, o compadre, o conterrâneo, e tudo mais que possa prejudicar. – AC. (Publicada em 07/02/1962)

De volta às cavernas

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Comércio fechado em São Paulo. Foto: Rovena Rosa/ABr

 

Uma das visões mais desalentadoras para todos aqueles que buscam retomarem à normalidade, depois de quase dois anos de quarentena, é verificar a quantidade enorme de estabelecimentos comerciais que simplesmente desapareceram no ar ao longo desse período.
Talvez isso explique, em parte, a afirmação de que a vida que conhecíamos antes da pandemia já não existe mais e jamais voltará a ser como era. Existe ao menos a esperança de que novos estabelecimentos comerciais surgirão nesse vazio e uma nova modalidade de mercado será implantada, inaugurando, assim, um novo padrão ou atividade de compra e venda. Não se sabe. Tudo ainda são incertezas.
De concreto, o que se vê nesse momento, com tantas lojas fechadas ou vazias, é que o fenômeno da falência generalizada dos pontos comerciais é um fato a empobrecer a economia das cidades e a gerar mais desemprego e incertezas com relação ao futuro. Cidade alguma pode almejar a prosperidade sem um conjunto de atividades comerciais pujantes.
Aliás, foi o comércio a atividade que fez surgir as primeiras cidades, situadas no entroncamento de rotas por onde transitavam mercadores indo e vindo de regiões produtoras. Também tem sido o comércio o grande atrativo para muitas cidades do mundo e sua principal fonte de renda. Sem esse dinamismo dos mercados, com pessoas negociando, não existe a possibilidade de enriquecimento, e isso pode acarretar, inclusive, a morte desses núcleos populacionais.
Na história, é comum observar o grande número de antigas cidades que simplesmente deixaram de existir tão logo houve o esvaziamento de seus mercados. Essa é uma lição histórica que precisa ser apreendida o mais rapidamente possível, caso haja interesse em salvar nossas cidades.
Por certo que o mercado virtual, o chamado e-commerce, mesmo com o crescimento assustador verificado nos últimos anos, não poderá substituir plenamente e de forma satisfatória a variedade do comércio e das lojas físicas espalhadas por toda a cidade sem colocar em sério risco a própria vida urbana.
É nas praças públicas (ágoras), cercadas por seus comerciantes diversos, que, desde a antiguidade grega, ocorriam as reuniões dos cidadãos e onde eram discutidos os assuntos ligados à vida urbana. É nesse acotovelar-se entre multidões que a vida urbana flui e ganha energias necessárias para impulsionar as cidades.
A pandemia, assim como nos períodos de guerra, recolheu as pessoas das ruas, deixando as cidades à sua própria sorte. O que sobreveio foi a decadência e a transformação das cidades em verdadeiros túmulos a abrigarem mortos-vivos. Nesse cenário desértico, que temos que superar com urgência, o que mais preocupa como sinal de que estamos prestes a sucumbir é quando nos deparamos com a morte da vida cultural da nossa cidade.
Teatros, galerias, livrarias e muitos espaços dedicados à cultura e às artes sumiram do horizonte. E isso parece ser um sinal de mau agouro. Sem essa ebulição das artes e da cultura, próprios de cidades a fervilhar vida, resta-nos um retorno à barbárie, onde permaneceremos presos às nossas cavernas a observar o movimento do mundo projetado como sombras que dançam pela parede como fantasmas.

A frase que foi pronunciada:
“Você sabe que está no caminho do sucesso se você fizer seu trabalho e não for pago por ele.”
Oprah Winfrey

Foto: Vera Anderson- Colaborador/ GettyImages

 

Reforma
Veja a seguir como as calçadas da W3 estão ficando bonitas. Agora é possível andar no comércio, inclusive empurrando uma cadeira de rodas. Calçada sem buracos dá boas-vindas à mobilidade.

 

Entre postes, lixeiras e placas
Por falar em calçadas, a foto foi enviada por Doralvino Sena para o grupo de moradores do Lago Norte, na verdade, não é uma sugestão. É uma fotografia da calçada ideal para a região. Infelizmente não é assim porque grande parte da vizinhança avançou a cerca sobre os 5 metros de área pública.

 

Excelente
As regras são bem definidas, o preço é justo. A Casa do Ceará oferece à comunidade o famoso curso de culinária da dona Isabel. Dos hábitos de higiene, passando pelo almoço caseiro até a sobremesa cativante. Veja no link Curso de Culinária da Casa do Ceará como se candidatar ou indicar sua ajudante.

 

Efetivamente
Tarcísio Gomes de Freitas. Esse é um bom nome para se acompanhar nas redes sociais. O que esse ministro está fazendo pelo país é impressionante. Desenvolvimento pela terra, pelo céu e pelo mar. Com todos os cuidados para que a corrupção não entre nas atividades, esse é um exemplo do que se deve fazer com o dinheiro do contribuinte.

 

História de Brasília
À custa de informações falsas, ninguém escreve nada que preste, e é por isto que o repórter disse que o “mato toma conta de Brasília”. O que ele apresenta na foto, como mato, é o canteiro de erva cidreira, que mantêm firme a rampa do Congresso, e que é uma das coisas bonitas de Brasília. (Publicada em 09/02/1962)

Das fragilidades do mundo

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Foto: REUTERS / Eduardo Munoz / Direitos reservados Internacional

 

Por certo, muitas são as fragilidades do mundo — desde sempre. A começar pela exploração do homem pelo homem. Homo hominis lupus, dizia o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), autor do clássico Leviatã. Com esse conceito, Hobbes queria expressar a ideia de que o homem, ao longo de toda a sua história, desde o aparecimento dos primeiros aglomerados humanos, havia confirmado sua posição como o maior dos inimigos de sua própria espécie, superando as feras em animosidade e vileza.
O mal está no semelhante, convivendo e espreitando bem ao lado. Por meio dessa relação conflituosa e por causa dela, o homem construiu todo o tecido da sua história no planeta. Talvez, por isso mesmo, a história do homem tenha se transformado na história da tragédia humana. O que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, mencionou ontem, em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, como sendo as fragilidades do mundo, desnudadas pela Covid-19, na verdade, poderiam ser assinaladas como as fragilidades humanas, deixadas à mostra por conta da pandemia, principalmente as do caráter, capazes, inclusive, de nos conduzir para o beco sem saída da extinção da espécie.
Com os pés mais fincados na realidade, o secretário-geral da ONU disse, acertadamente, do ponto de vista metafórico, que o mundo hoje está virado de cabeça para baixo, tais foram as transformações maléficas geradas pela pandemia de Covid-19. Segundo ele, experienciamos agora, mais do que em qualquer outro momento de nossa história, a chegada conjunta dos quatro cavaleiros do apocalipse, representados pelo aumento das tensões geoestratégicas globais; a crise climática; a crescente e profunda desconfiança global, tudo isso associado ao que chamou de “lado negro do mundo digital”, representado aqui, entre outras torpezas, pelo mundo paralelo e perigoso das fakes news.
A frase que foi pronunciada
“O meu pai ensinou-me a trabalhar; não me ensinou a amar o trabalho”
Abraham Lincoln
Abraham Lincoln. Foto: wikipedia.org
História de Brasília
Temos acompanhado, desde há muito, o trabalho do cel. Dagoberto Rodrigues em Brasília, e somos entusiastas do diretor do DCT. Essa é a razão de abordarmos, hoje, assuntos ligados a essa repartição. (Publicada em 09/02/1962)

Lições preciosas

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Reprodução: g1.globo.com

 

Crises advindas da pandemia, da inflação que lhe segue os passos e da própria ingovernabilidade que ameaçam, de fato, os brasileiros nesses tempos de incerteza. O mesmo ocorre com o resto do planeta, que parece ter entrado definitivamente na era das catástrofes climáticas, decorrentes do aquecimento global, somado ainda a uma recessão econômica que se anuncia no horizonte.

Pandemia, recessão e mudanças climáticas representam sim uma verdadeira ameaça ao mundo e aos brasileiros, que também estão nesse mesmo barco à deriva, nesse século XXI. Esses são os três cavaleiros do apocalipse que galopam de encontro à humanidade. Quanto a nós, o que temos no ambiente político e institucional é uma crise artificial, gestada, exclusivamente, por interesse pessoal do atual ocupante do Palácio do Planalto e de seu grupo imediato, cujos propósitos parecem imbicar rumo a um passado que os brasileiros julgavam perdido no tempo e encerrado com a redemocratização no começo dos anos oitenta. O resto é lorota. O problema é que uma crise dessa natureza, mesmo que criada no laboratório de guerra, pode vir a gerar uma crise de fato que, por contaminação, pode levar todo o Estado Brasileiro de roldão e, por tabela, prejudicar ainda mais a situação de muitos cidadãos que habitam o país real e que se vêm obrigados a bancar a conta dessas desavenças todas.

É, de fato, uma crise que só interessa ao presidente da República em seu projeto de reeleição, mas que pode favorecer, e aí mora o perigo, o retorno do lulopetismo ou o fechamento político, duas pragas igualmente nefastas e que os cidadãos querem ver banidas da vida nacional. Não há meias palavras para descrever toda essa pantomima armada pelo Executivo. Trata-se de uma cilada a qual aderiram outros parceiros, dentro do Congresso. A complicar o que parecia ser apenas uma crise feita nos mesmos moldes sem lastro com a realidade, e com o mesmo receituário seguido lá atrás, por Jânio Quadros, e que deu no que deu, vemos correr, em paralelo, os trabalhos da CPI do Covid, a revolta dos governadores, a ameaça da variante Delta, a inflação ascendente, a infiltração do Centrão na máquina do Estado e o acirramento dos ânimos da população, açulada por extremistas irresponsáveis.

Não é pouco! Desnecessário dizer aqui que caberia, ao chefe de Estado, nesses tempos de agruras, firmar-se como líder e apaziguador e como alguém capaz de construir pontes e não de dinamitá-las, tornando a situação irreversível.

Para aqueles que, por suas características de espírito, não possuem a capacidade de construir concessos e estabelecer laços de união, a história ensina e recomenda que jamais sejam alçados a postos de comando, sob pena de lançar irmãos contra irmãos. Essa é uma lição que é preciso aprender com rapidez, quem sabe antes de 2022.

A frase que foi pronunciada:

A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.”

Albert Einstein

Albert Einstein. Foto: Arthur Sasse/Nate D Sanders Auctions/Reprodução

Comunidade

Depois da celeuma causada com o PLC 69, o famoso projeto que arranca o sossego das residências, o deputado que se propôs a intermediar a comunidade com o parlamento local foi Rafael Prudente. Brasília é uma cidade politizada por natureza. A mobilização popular salvou a área verde que temos hoje no Parque Olhos D’Água e pode salvar muito mais.

Deputado Distrital Rafael Prudente. Foto: agendacapital.com

Espaço para todos

Ninguém imagina a guerra nos bastidores das clínicas veterinárias da cidade. É mais ou menos a mesma coisa do que ocorre com algumas construtoras. Quando alguém sério aparece, oferecendo um serviço destacado, agradando o consumidor com a qualidade e compromisso, daí é perseguição na certa.

Foto: iStock

Saúde

Está na hora de cuidar da audição dos motoristas de alguns ônibus que fazem longos percursos. É insuportável.

Foto: jcmoreira.adv

Estrago

Outro animal que precisa de atenção por causa da proliferação excessiva é o periquito. A ave destrói os forros das casas e, várias vezes, o pessoal de TV a cabo é chamado para trocar fiação destruída por esse pequeno pássaro.

Foto: wikiaves.com

Estímulo irrefletido

Flávio Gordon surpreende no livro A Corrupção da Inteligência, lamentando “que aquele vício positivista tenha nos legado um sentido pueril de “objetividade”, que terminou por devastar a prosa não ficcional contemporânea.” O autor comenta que, nos manuais de redação e livros de cursinho, as regras padronizadas como “evite adjetivos” ou “use apenas a forma denotativa”, “prime pela impessoalidade” trazem a ideia do texto sem sujeito “como que extraída pronta da natureza. Uma linguagem só de objetos.”

Foto: aluizioamorim.blogspot.com

História de Brasília

Da satisfação à gente ver a disposição de ser mantido o Plano de Brasília, que tem demonstrado, até agora o sr. Sette Câmara. (Publicada em 07/02/1962)

Os rastros das lições que a pandemia deixou

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Ilustração: saladerecursos.com

 

Depois da pandemia que assolou a Educação no país, todo o processo de recuperação levará tempo. Mais tempo do que o despendido num processo normal de ensino sem interrupções bruscas e prolongadas. Ou seja, para cada ano sem escola, são necessários, pelo menos, o dobro do tempo para recuperar, atualizar e reinserir o aluno no curso normal de aprendizagem. A desmotivação e o abandono da escola é o que os especialistas preveem com o fim da pandemia. O horizonte, que já era de preocupação, agora vai se transformando em caos completo.

A falta de renda das famílias tem obrigado que essas crianças sem escola entrem para o mercado informal de trabalho. Algumas delas para a criminalidade. Fazer com que essas crianças regressem para a escola é uma tarefa quase impossível, dizem os educadores. O tempo perdido em educação é praticamente irremediável. São cidadãos que terão, pela frente, poucas perspectivas como baixos salários, más condições de vida, mais oportunidades para entrarem para o mundo do crime, mais doenças, mais desajustes sociais e que engrossarão as periferias perigosas das grandes cidades, intensificando os casos de violência tão presentes em nossas metrópoles.

Aqui mesmo em Brasília, quem se der ao trabalho de percorrer algumas dessas áreas periféricas da capital, como Sol Nascente e outras, notará que as ruas nessas localidades estão constantemente tomadas de crianças e de adolescentes que perambulam sem destino durante todo o dia e parte da noite também. O que esperar de uma situação como essa no futuro, se não há projetos para reverter essa situação?

O nosso apagão como nação perante o mundo, notado nos últimos anos em decorrência da decadência paulatina que tomou conta da escola pública, parece agora se transformar num alerta e numa ameaça para o mundo civilizado. A Unesco tem alertado para os efeitos negativos que o fechamento prolongado das escolas trará para o país. Alguns deles são: aprendizagem interrompida, má nutrição, confusão e estresse para professores, pais despreparados para a educação à distância, lacunas nos cuidados com as crianças, aumento do custo econômico, pressão não intencional no sistema de saúde, maior pressão sobre as escolas que permanecem abertas, aumento de taxa de abandono escolar, maior exposição à violência e exploração e isolamento social. Além disso, a Unesco calcula que o prejuízo desse fechamento das instituições educacionais públicas durante a pandemia poderá se estender por até quinze anos.

Nesse período, os impactos se farão sentir de forma evidente até no Produto Interno Bruto (PIB), sendo possível que influenciem negativamente a economia pelo menos até 2038. Escolas fechadas hoje, significam, segundo a Unesco, um país mais pobre no futuro. É preciso lembrar que, somente com a evasão escolar, um fenômeno anterior à pandemia, o Brasil perdia cerca de R$ 214 bilhões ao ano. Com a pandemia, esses números poderão chegar para algo próximo a R$ 1,5 trilhão em prejuízos.

Para um país que caminha a passos largos para um envelhecimento precoce da população, a situação poderá chegar a um perigoso patamar lá pelo ano 2060, quando um em cada quatro brasileiros terá 65 anos ou mais, sendo necessário que, para cada um deles, haja, pelo menos, um jovem em idade produtiva para custear o sistema de seguridade. Num mundo onde o referencial de riqueza há muito passou a ser a escolaridade da população e seu grau de eficiência técnica e científica, resta saber que papel caberá ao Brasil nesse contexto.

A frase que foi pronunciada:

Brigar por política no atual cenário é o mesmo que ter uma crise de ciúmes na zona!”

Carregado por Jüh Nascimentto, no Instagram.

Charge do Duke

Boas novas

Em todo o Brasil, o número de pessoas internadas por Covid em UTIs diminui consideravelmente.

Foto: Pedro Vilela/Getty Images

Depende

Para quem está de fora do Departamento Penitenciário Nacional, parece fácil acabar com o acesso de internos a celulares. Se as famílias são revistadas, os advogados também deveriam ser. Mas se não são revistados e cometem o ilícito de entregar celular para o preso, nada que uma antena bloqueadora de sinais não resolva.

Reprodução de vídeo que viralizou na internet.

Golpes

Por falar em penitenciária, veja, no link Atitudes para segurança pessoal e de dados, a cartilha elaborada pelo Ministério Público de Pernambuco com dicas para prevenção a golpes virtuais e presenciais.

História de Brasília

O dr. Afrânio Barbosa da Silva passou quase o dia inteiro na usina, e tem dado à obra o espírito de Brasília. (Publicada em 07/02/1962)

Desigualdades educacionais

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Foto: REUTERS / Amanda Perobelli/direitos reservados

 

Se hoje nossos cientistas e pesquisadores têm que buscar, no exterior, meios para prosseguirem suas pesquisas, foi porque deixamos de dar a atenção devida e o valor que merece a educação, sobretudo a pública. Hoje, nossas escolas públicas, apesar dos volumosos recursos que o governo diz alocar para o ensino, estão, em sua maioria, sucateadas ou simplesmente fechadas pela pandemia, deixando milhares de alunos sem aulas e sem perspectiva de retorno. Esse atraso, dizem os especialistas, será mais sentido ainda no futuro, quando a situação atingir um nível crítico, comparável aos países mais pobres do planeta.

A cada cinco crianças e adolescentes, quatro estão matriculados em escolas públicas, em sua maioria, ainda fechadas. Falar em recuperação da aprendizagem, perdida em 2020, é uma falácia. O mesmo se pode dizer da aprendizagem perdida no primeiro semestre de 2021. As escolas particulares estão ocupando esses espaços vazios, atendendo apenas os alunos de famílias da classe média para cima, deixando uma legião de brasileiros, filhos de famílias de baixa renda, no porão escuro do analfabetismo.

Esse vácuo deixado pela escola pública, por conta da pandemia, traz reflexos não apenas ao binômio ensino-aprendizagem, estendendo-se também para à saúde, ao desenvolvimento mental e emocional, à segurança e à assistência social, já que muitas crianças deixam de ser atendidas nessas importantes áreas de seu crescimento como ser humano. Os mais atingidos são, sobretudo, aqueles alunos de famílias mais pobres das periferias das cidades.

Não bastasse a acentuada queda na renda familiar, a questão da segurança alimentar é também importante, já que muitas crianças ficam sem a merenda escolar diária. São impactos que trarão problemas duradouros no futuro desses cidadãos. Esse é um tempo irrecuperável, do ponto de vista do desenvolvimento humano. Infelizmente, essa não é uma preocupação que o cidadão observa nas autoridades responsáveis por essas áreas. Não há um mutirão nacional em prol do ensino. Não há propagandas educativas abordando esses problemas e suas consequências, muito menos orientando a população como proceder para enfrentar essa crise vivida na educação dos brasileiros. Nem mesmo as manchetes diárias abordam esse assunto. É como se ele não existisse, ou fizesse parte apenas do cotidiano daqueles que se ocupam realmente com essa questão.

Se, antes da pandemia, esse já era um problema demasiado sério, agora, com o prolongamento da quarentena, ele adquiriu proporções deveras catastróficas. Autoridades que estão em posição de influência, que poderiam mudar essa situação de paralisia, possuem filhos matriculados em escolas particulares e, portanto, não sentem o problema na pele e não possuem ideia, sequer, das repercussões negativas que o fechamento das escolas tem par o futuro do país.

São justamente essas crianças e adolescente, da periferia, que mais sentem os efeitos da pandemia e são os que, no presente, são os mais esquecidos. Isso simplesmente retira-lhes qualquer chance de alcançar um futuro minimamente decente. Não é difícil prever que essa defasagem irá aumentar, além das desigualdades educacionais já altas, as desigualdades econômicas entre ricos e pobres, tornando nosso país, que já é um campeão nesse quesito, um exemplo a ser evitado a todo custo.

De certo essa é uma questão que, num país sério e comprometido, deveria ser transformada num verdadeiro esforço de guerra conjunto. Para aquelas crianças que estão ficando quase dois anos sem escola, há um duplo prejuízo cognitivo: a perda de novos conhecimentos e a perda daqueles que já tinham sido aprendidos, mas não apreendidos, que restaram apagados na memória.

Por outro lado, o afastamento prolongado faz aumentar, ainda mais, o desinteresse dessas crianças pela escola, isso sem falar que já havia anteriormente uma grande evasão escolar. Também para aquelas crianças em fase de alfabetização, os prejuízos são incalculáveis e, em alguns casos, irreversíveis.

Charge do Cazo

História de Brasília

Falta na Asa Norte: telefone, táxi, hospital, escola, jardim da infância, mercado e parede sem rachadura. (Publicada em 06/02/1962)