Tag: CirceCunha
Desigualdade e pobreza, os grandes desafios dos próximos governos
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Dois indicadores sociais divulgados agora, um pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outro pelo Ministério da Fazenda, mostram que a questão da desigualdade no Brasil, um tema secular, vem piorando sensivelmente nos últimos anos. Com isso, vai ficando cada vez mais patente que esse é um problema estrutural que pode definir o sucesso ou o fracasso de qualquer governo, seja ele no âmbito federal ou local.
Sem atacar de frente essa questão, qualquer outra ação governamental perde o sentido e a eficácia. Tomando como exemplo a questão da reforma da Previdência, numa população que cresce e envelhece, seguindo, de perto, o padrão mundial, estimativas feitas pelo Ministério da Fazenda indicam que os 20% da camada mais rica do Brasil, chega a abocanhar 40% dos gastos feitos pela Previdência, ou seja, de cada R$ 100 em benefícios, R$ 40 ficam no andar de cima. Essa situação piora ainda mais quando se verifica que os 20% mais pobres ficam com apenas R$ 3 repassados por esse Instituto.
Diante de uma situação como essa, de flagrante desigualdade de tratamento, é que fica mais claro a urgência de uma reforma da Previdência que promova um verdadeiro equilíbrio fiscal de longa duração. Segundo o relatório apresentado pelos técnicos do Ministério da Fazenda, as reformas, ao poupar os mais pobres, poderão gerar melhores indicadores na distribuição de renda. Trata-se aqui de uma questão urgente, quando se sabe que os gastos com o regime geral da Previdência poderão alcançar esse ano a cifra de R$ 591 bilhões.
Ao lado desse problema de proporções gigantescas, tem também a questão do aumento da pobreza, verificado em todo o país. De acordo com estudos do IBGE, houve um sensível aumento da pobreza entre os anos 2016 e 2017. Por esses indicadores, a proporção de pessoas pobres no Brasil (com rendimentos até R$ 406 por mês) que era de 25,7% em 2016, subiu para 26,5% em 2017. Em números absolutos, essa população variou de 52,8 milhões para 54,8 milhões de pessoas nesse período ou mais de um quarto da população. Nesse universo, as crianças e adolescentes são as mais afetadas, o que acaba por comprometer o futuro de toda uma geração, com sérios prejuízos para o país.
A população situada na faixa da extrema pobreza (renda inferior a R$ 1,90 ao dia) também aumentou, passando de 6,6% em 2016, para 7,4% em 2017, ou seja, esse contingente aumentou de 13,5 milhões para 15,2 no mesmo período.
Em algumas regiões do país essa situação é ainda mais dramática. No Nordeste 44,8 da população estava em situação de pobreza ou 25,5 milhões de pessoas. Mesmo no Distrito Federal essa situação é grave e com um adendo: por aqui, segundo o Mapa das Desigualdades, elaborado pelo Movimento Nossa Brasília, pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e a Oxfam Brasil, existe um verdadeiro abismo social entre as diversas regiões da capital.
A partir desse estudo foi criado o chamado “desigualtômetro” que mostra as gritantes diferenças entre, por exemplo, o Plano Piloto (PP) e a Estrutural. Entre essas regiões, até próximas, o nível de desigualdade entre o PP e a Estrutural chega a ser 15 vezes superior. Enquanto no PP 84,4% da população possui plano de saúde, por exemplo, na Estrutural apenas 5,5% tem esse benefício.
Nesse sentido, o que os estudiosos do problema apontam como urgente é um combate, sem tréguas, contra a desigualdade social até para tornar a cidade mais humana e governável do ponto de vista político.
A frase que foi pronunciada:
“A pior forma de desigualdade é tentar fazer duas coisas diferentes iguais.”
Aristóteles
Começo
Ricardo Quadros Laughton se despediu da esposa Ângela Ramos, no hotel, e foi direto à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A reunião acabaria no final da tarde. O tempo passou e a esposa não conseguia o contato com o marido. Atenderam o telefone. “O senhor Ricardo esqueceu o telefone, vamos levá-lo onde a senhora estiver. ”
Meio
Como isso nunca havia acontecido, Ângela estranhou. Estranhou mais ainda quando viu a equipe que estava chegando com o celular. Mércia, um médico e uma psicóloga. Durante o encontro na CNA, Ricardo, presidente do Sindicato Rural de Montes Claros e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, teve um mal súbito e, apesar de todo o pronto atendimento, não resistiu e faleceu.
Fim
Mércia de Andrade Silva, assessora executiva da Presidência da CNA-DF, Gilson Maia, superintendente da CNA DF e o diretor geral do sistema SENAR, Dr. Daniel Kluppel Carrara, foram incansáveis para resolver todos os problemas burocráticos dessa fatalidade. Mércia, a Dra. Rosane Curi Zaratini, diretora do SENAR, a psicóloga Maria Conceição Gutti e dona Maria Gomes Otsuki, gerente do hotel Aracoara, não mediram esforços para dar suporte à viúva.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
As superquadras ainda não foram iluminadas internamente. Fizeram uma experiência no IAPC, que redundou em nada. Ninguém sabe os pareceres dos técnicos. (Publicado em 07.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Resolução normativa aprovada, no início dessa semana, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) promete ampliar as regras para a portabilidade de carências para todos que queiram mudar de plano ou de operadora, desde que sejam beneficiários dos planos de saúde coletivos empresariais.
O prazo, para essa nova medida entrar em vigor, será a partir de junho do próximo ano, quando será alterado também a chamada “janela”, que deixa de existir. Também será extinto a compatibilidade de cobertura entre planos para o exercício da portabilidade. Desde que foram criados pela Lei nº 9.656 de 1998, os planos de saúde já tiveram seu desenho alterado dezenas de vezes. São mais de 45 medidas provisórias e, pelo menos, algumas centenas de novas regulamentações baixadas pela ANS nesses últimos 20 anos.
Hoje esses planos atendem mais de 20% da população e são os recordistas em reclamações de todo o tipo feitas pelos usuários, não apenas contra as operadoras, mas, sobretudo contra a própria ANS, que muitos acusam de fazer o jogo desses planos. A principal reclamação e mais recorrente é quanto aos reajustes das mensalidades que costumam ser fixadas bem acima dos índices de inflação, fazendo com que muitos associados, principalmente aqueles que aderiram isoladamente, abandonem esses planos.
Apenas nos últimos três anos, os planos perderam três milhões de usuários ou um milhão a cada ano. Para os beneficiários, é preciso maior controle dos reajustes e de cobertura por parte da ANS. Já para as operadoras, é necessária uma maior desregulamentação do setor, deixando os planos ao sabor das variações do mercado. Segundo o IBGE, para uma inflação em torno de 4,5%, acumulada nos últimos 12 meses, o reajuste dos planos quase triplicou atingindo 13,5%. Mesmo assim, as empresas que comandam o setor apontam o controle nos reajustes como um grande entrave para uma expansão maior desses serviços.
No meio dessa briga existem aqueles que chegam a propor que o governo assuma de vez esse setor e passe a custear a mensalidade desses planos para cada brasileiro, pondo um fim ao odioso sistema que separa os cidadãos em brasileiros de primeira e de segunda categoria.
O fato é que, dentro do atual sistema, os maiores beneficiários são justamente as empresas que operam nesse setor. Mesmo os profissionais de saúde reclamam dos baixos repasses feitos pelos planos. Para um setor que movimenta algo em torno de R$ 170 bilhões ao ano, toda a atenção das agências reguladoras é mais do que necessário. A questão dos reajustes permanece como um dos temas mais polêmicos da saúde complementar. Segundo especialistas, a própria metodologia de cálculo nessas majorações das mensalidades não é muito clara. Sobre esse assunto, o Tribunal de Contas da União (TCU), ao fazer recentemente uma análise das metodologias desses reajustes, chegou à conclusão que a ANS comete muitas falhas sobre esse ponto específico. Num ponto, todos os usuários desses planos, sejam eles coletivos ou individuais, concordam: a Agência Nacional de Saúde Complementar dá mostras de operar, como as demais agências reguladoras, sempre em benefício das operadoras e em prejuízo dos associados aos planos.
Existe ainda pouca transparência nesse setor que se aproveita da omissão da ANS, sendo que a saída para esse impasse só será possível com uma reestruturação completa, com base no equilíbrio perfeito entre o que necessitam de fato os usuários e o que reclamam as empresas do setor.
A frase que foi pronunciada:
“O STF ratificar o indulto de Temer é estímulo e fermento a atos de corrupção. É o crime compensando.”
Senador Reguffe (DF), em forte pronunciamento no plenário do Senado
Ponto já
Realmente há algum mistério nos hospitais públicos e postos de saúde do DF. Osnei Okumoto, futuro secretário de Saúde, deve enfrentar todos os que forem contra a população. Coletores de registro de ponto e uma câmera próxima para registrar as presenças. É o que deveria ser feito. Câmeras em órgãos públicos não tiram a privacidade, pelo contrário, dão segurança. Quem não deve não deveria temer.
Tecnologia
Time da UnB vai participar da International Collegiate Programming Contest (ICPC). No dia 31 de março, na cidade do Porto, em Portugal, começa a aventura por 5 dias. Rafael Chehab, do curso de Engenharia da Computação, José Marcos Leite e Luis Gebrim, ambos de Ciências da Computação, formam a equipe que obteve a quarta colocação na prova. A classificação garantiu a participação inédita da UnB.
Perigo e ação
Entre o Deck e o Big Box do Lago Norte, um fio de alta tensão deixou a população em risco. Bombeiros e CEB foram ágeis.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os abrigos públicos, que foram prometidos, ainda não foram construídos, e agora, com estas chuvas, quem apanha ônibus no meio do percurso estará mesmo sujeito a enfrentar o tempo como ele vier. (Publicado em 07.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Segundo fontes da inteligência da Polícia Civil, desde 2001, grupos diversos do crime organizado, cujas principais lideranças se encontram presas em várias penitenciárias espalhados pelo país, tentam se fixar no Distrito Federal e a partir daqui, estabelecer uma importante base de comando e controle uniforme em todo o território nacional.
Das unidades da federação, o Distrito Federal é a única região que, por enquanto, não está sob o domínio dos diversos grupos que há anos agem no Brasil, principalmente a partir do Rio de Janeiro e de São Paulo, suas áreas de origem. Para os chefões dessas organizações não se pode conceber que apesar de ultrapassarem muitas fronteiras no Sul do continente, ainda não tenham um importante núcleo fixado na capital.
A Polícia também conhece esse desejo estratégico e secreto dessas organizações e há anos vem empreendendo operações visando desarticular a instalação dessas facções no Distrito Federal. Operações mais recentes como a Tabuleiro, Palestina, Legião, Prólogo e Hydra, provam o intento dos criminosos.
A questão é complicada e requer uma vigilância constante, não só dentro dos presídios superlotados, onde essas facções recrutam mão de obra a cada instante, mas também fora das cadeias onde os criminosos montam uma rede de associados e de assistidos, para continuar se expandindo. O trânsito intenso de visitantes nesses estabelecimentos é outra fonte de preocupação para os agentes da lei. Levando e trazendo informações essas visitas, sejam de parentes ou mesmo advogados, ajudam a manter um corredor livre entre os estão detidos e aqueles que estão nas ruas, criando um canal constante de informação e em alguns casos abastecendo os próprios criminosos.
Com isso, tem aumentado as prisões de advogados, alguns, inclusive com missões muito específicas delegadas pelos chefões dessas facções e que nada tem a ver com a função de defensoria desses marginais.
Ontem, dez Grupos de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaecos) do Ministério Público Brasileiro, deflagram múltiplas operações contra integrantes de facções criminosas em 15 estados e também no Distrito Federal. De acordo com o Ministério Público do DF, a operação foi coordenada pelo Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional do MPDFT (Nupri) com apoio do Gaeco local e da Polícia Civil do DF.
Na ação foram cumpridos vários mandatos de prisão e de apreensão contra integrantes desses grupos, em diversas regiões do Entorno da capital, o que deixa patente a intenção de se estabelecerem definitivamente no Distrito Federal. É uma obsessão constante desses criminosos para expandir seus negócios.
É sabido que essas facções buscam também se infiltrar no legislativo federal, por meio de financiamento a candidatos ligados à essas organizações. Com o dinheiro, a logística e poder de convencimento que possuem, essas organizações imaginam que mais dia menos dia chegam para ficar na capital. A única garantia da sociedade de que esse dia jamais chegará, é dada pela atuação diuturna dos grupos de combate ao crime organizado.
A frase que foi pronunciada:
“Não dá para pedir desculpas porque o PT chegou no segundo turno.”
Gleisi Hoffmann
Presos
Estelionatários que agiam com idosos em caixas eletrônicos de bancos foram presos. Sempre oferecendo ajuda, ou roubavam os dados, terminavam as operações depois de despistar o cliente, ou até usavam aparelhos que clonavam os cartões. O major Michello Bueno, porta-voz da PMDF contou que foram meses para descobrir, com o apoio dos bancos, o modus operandi.
Impossível
Crateras espalhadas pelo Plano Piloto e Regiões Administrativas mostram a baixa qualidade do asfalto nas vias da capital. Apesar de impostos e pardais para todos os lados, o governo não faz a parte dele e o motorista fica com o prejuízo.
Muda já
Errado o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Ministério Público do Trabalho. Os profissionais que fazem a coleta de lixo pendurados em caminhões têm 100% de risco de perder a vida ou ter a saúde comprometida. Faça sol, faça chuva ou lua, estão sempre sem segurança, com o corpo todo de fora dos caminhões, respirando os detritos diretamente colocados à frente. É um absurdo que os lixeiros trabalhem nessas condições diante dos nossos olhos.
Nome
Foi Carlos Penna Brescianini quem estruturou a implantação do ramal Ceilândia do Metrô-DF, entre 2006 e 2008. É um bom nome para o governador Ibaneis. Técnico e independente.
Final feliz
Dessa vez, depois de o cliente respirar fundo ao atender uma ligação da Claro, resolveu ouvir a pobre atendente, que até ali havia sido evitada. Era uma promoção para quem tinha Claro Conta. Um telefone de R$800 estava custando R$260. Era verdade e por enquanto todos vivem felizes nessa história.
Uma pena
Começa a cair a qualidade da Feira do Paranoá. Sujeira por toda parte, carnes de porco com os animais à vista, peixes e frangos expostos de maneira perigosíssima para a saúde.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os transportes estão deficientes e precários. São ônibus novos, mas já estão se acabando. Os motoristas ainda não têm uniforme, e os trocadores não têm educação. As exceções são poucas. O povo passa mais de meia hora esperando, toda a vez que quer tomar um coletivo. (Publicado em 07.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
No que pese o excelente nível técnico do quadro ministerial que vem sendo montado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, persiste ainda uma lacuna sensível e preocupante quanto ao nome do futuro ministro que ocupara a pasta do Meio Ambiente. São inúmeras as razões para se preocupar hoje com a escolha desse nome, não só no plano interno, onde há muito a ser feito para combater o desmatamento e a depredação irracional de nossa flora, mas também com relação à imagem do Brasil perante um mundo que vai, aos poucos, percebendo que ninguém sairá lucrando com a destruição dos recursos naturais do planeta.
As provas de que o planeta começa a apresentar uma certa fadiga ambiental vêm sendo sentidas por toda a parte. Enchentes terríveis, secas devastadoras, tornados e furacões cada vez mais violentos, desgelo acelerado das calotas polares, poluição, sem precedentes do ar e dos mares e diversas outras alterações bruscas, provocadas claramente pelos seres humanos, mostram que nosso pequeno mundo entrou numa área cinzenta, o que necessariamente irá nos obrigar a mudar de rumos se quisermos que nossos descendentes continuem a habitar esse planeta.
Com relação ao Brasil, as preocupações na área ambiental precisam ser redobradas e vistas com um olhar puramente técnico e científico, distante, pois, de conjunturas políticas. De preferência, distantes dos anseios desmedidos e imediatistas da chamada bancada ruralista. A destruição de nossos recursos naturais, principalmente nas regiões Centro-Oeste e nas bordas da Amazônia, para a expansão de um agronegócio ganancioso e sem escrúpulos, trará prejuízos incalculáveis ao país, na forma de desertificação irreversível de enormes áreas rurais, com morte de rios, de animais e de espécies únicas de nossa flora.
As declarações desencontradas do futuro presidente ao longo desses últimos meses têm servido para aumentar o desassossego de todos aqueles que conhecem a importância da preservação do meio ambiente. As afirmações vão desde uma possível extinção do Ministério do Meio Ambiente, para dar maior espaço e liberdade às pretensões dos produtores rurais, até críticas ácidas à atividade, qualificada como “xiita”, dos fiscais do meio ambiente.
Discursos como esses não ajudam em nada a imagem do país, além de servir de incentivo para novas investidas daqueles que enxergam a questão de modo enviesado e com base apenas nos lucros rápidos. Mesmo quando o futuro presidente fala em acabar com o excesso de áreas sob proteção e de reservas indígenas, essas pretensões acabam encontrando um eco bastante negativo para o país, resultando inclusive num boicote aos nossos produtos, obtidos, segundo creem, às custas da destruição irracional da natureza.
A última afirmação de Bolsonaro nas redes sociais e que tem gerado mais inquietação é a de que o nome para o Ministério do Meio Ambiente irá sair de um consenso direto da bancada ruralista. Caso isso venha acontecer, de fato, o passivo da nova gestão nacional para a área ambiental só irá crescer a partir de 2019, fazendo de nosso país um caso único de um Estado em conflito direto com o resto do planeta, numa época em que ações desse tipo já não serão mais consentidas.
Caso o Brasil venha, de fato, a comprar briga com os ambientalistas do resto do mundo, por questões domésticas do tipo nacionalistas ou independentistas, o prejuízo, nem é preciso dizer, atingirá, além da nossa imagem, o que ainda resta de áreas naturais preservadas.
A frase que não foi pronunciada:
“Nós só queremos respeito. Tentamos sobreviver desde a chegada dos portugueses. Antes disso, sabíamos o que era paz.”
Joênia Wapichana, pensando em um discurso
Sem limites
Continua forte o lobby dos cartórios no parlamento brasileiro. Com preços bem acima da inflação, o assunto será discutido na CCJ do Senado. Só para se ter uma ideia a sugestão apresentada para o valor do reconhecimento de firma para transferência de carro, por exemplo, passaria de R3,90 para R$ 31,59. O registro de casamento seria R$245,70 e não mais R$ 164,75, que já é um absurdo. Não é possível que os representantes do povo comprem essa ideia.
EUA
Enquanto isso, há países que optaram pela dispensa de cartórios em relação a autenticação de documentos e reconhecimento de firma. Notários públicos fazem o serviço depois de serem certificados pelo Executivo dos estados com mandatos que podem durar até 10 anos. Trabalham por conta própria.
Com crise ou sem crise
Só para que os brasileiros tenham uma noção da força desse lobby, no ano passado, o faturamento desses estabelecimentos chegou a R$14 bilhões.
Expressão
Conta Rainer Gonçalves Sousa, no Brasil Escola, que a origem da expressão “Culpa no Cartório” vem do Tribunal da Santa Inquisição. Nesse momento da história, por volta do século XIII, a Igreja combatia os movimentos contra a doutrina católica. Os acusados sofriam um processo judicial que ia desde uma simples penitência até a morte na fogueira. O controle dos rebeldes era registrado em um cartório mantido pela própria Igreja. Daí a expressão muito usada também nos países ibéricos, para caçoar ex-condenados com “culpa no cartório”.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Como poder arrecadador, o governo precisa dar mais atenção aos seus funcionários e aos contribuintes. Queremos nos referir ao Departamento de Trânsito. (Publicado em 04.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Em encontro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, que acontece nesse fim de semana em Brasília, lideranças de todo o país discutirão novos rumos para a legenda após a derrota sofrida nas últimas eleições. É com base na análise detida da performance do partido em outubro passado que sua cúpula pretende traçar novas estratégias para esses próximos anos e para as eleições de 2022. Pelo menos é o que está previsto para acontecer.
No entanto, para aqueles que conheceram o partido por dentro e que hoje adotaram uma postura de distanciamento e de crítica, o encontro em Brasília é uma tentativa desesperada da legenda para não naufragar nesses próximos quatro anos, diante não apenas dos significativos 11 milhões de votos a mais colhidos pela direita, mas, sobretudo, pela grande rejeição demonstrada pela população em relação a legenda.
De fato, o que motiva esse encontro, mais do que táticas políticas na formação de frentes amplas de partidos da esquerda, é o temor de que o crescente antipetismo, expressado pela sociedade e verificado em todos os patamares da pirâmide social, acabe empurrando o Partido ladeira abaixo, transformando-o numa legenda significativa apenas nos grotões mais miseráveis do país. A tentativa de atrair nesse encontro a simpatia de partidos como o PDT, PCdoB e PSB para a formação de uma força conjunta contra o governo Bolsonaro, é, no presente momento, a única estratégia para dar uma sobrevida ao partido.
É claro que, nessa altura dos acontecimentos, os partidos de oposição que sempre tiveram um protagonismo periférico nos governos petistas desconfiam que temas como frente ampla e outros discursos do gênero escondam ainda a pretensão hegemônica do PT de soerguer-se individualmente e de maneira isolada e mesquinha. Nesse caso não seria surpresa se, mais uma vez, o lulopetismo utilizasse essas legendas apenas como tábua de salvação para não submergir a maré crescente do conservadorismo.
Uma observação pertinente que cabe não só aos petistas, mas sobremaneira a todos os partidos de esquerda é que todos eles ainda não compreenderam que o Brasil, por sua formação histórica e por diversos outros fatores, é um país conservador. Se isso é bom ou ruim, pouco importa. O importante é saber que nenhum partido possui o condão de mudar essa realidade factual. Analisado por esse viés, até mesmo o próprio Partido dos Trabalhadores é, por sua insistência em ser dirigido, desde sempre, pelo mesmo grupo, uma legenda conservadora.
É preciso notar aí, que a rigor, se fossem utilizados os dispositivos previstos não só na Constituição, como na legislação eleitoral, há muito essa legenda teria o seu registro cassado.
São evidentes e fartas as provas, em mãos da justiça, que atestam que, por anos, esse partido recebeu grandes somas de dinheiro oriundas de desvios nas estatais, via empreiteiras interessadas nesse nicho criminoso. A inutilidade de encontros e de discussões como essa torna-se patente quando se verificam que, por detrás de pregações de renovação, o partido não consegue ocultar o desejo de ver sua maior liderança, hoje condenado e preso, subir novamente a rampa do Planalto.
A insistência em manter, no controle da legenda, lideranças publicamente desgastadas e até mesmo repudiadas pela população é uma prova de que o PT, assim como seu fundador, estão todos juntos trancafiados numa cela da Polícia Federal em Curitiba. Vítima de suas próprias contradições, o petismo não consegue se libertar de seu passado recente e do fato de que é propriedade daquele que jura nada possuir em seu nome!
A frase que foi pronunciada:
“Bicudo combateu a ditadura militar e a do PT.”
Reale Jr, advogado
Valorização
Deputado federal Augusto Carvalho quer alterar um parágrafo de lei com uma proposta interessante. Um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério.
Sem nexo
É incompreensível que para a seleção de estagiários seja exigida experiência profissional.
Dúvida
Ninguém estranhou que um general assessorasse o ministro Dias Toffoli? Mais que isso. Que um general fosse substituído por outro general para continuar a assessoria? Mais um pouquinho. Que o primeiro general que o assessorava viesse a ser nomeado Ministro da Defesa? Devo estar vendo muitos filmes.
Novidade
Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação será obrigatório que as escolas e universidades divulguem os resultados obtidos em sistemas oficiais de avaliação.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Nunca foi tão alto o número de títulos protestados em Brasília. Em alguns casos, são aventureiros, mas em outros são comerciantes honestos e trabalhadores, que estão sufocados pela suspensão das obras da cidade. (Publicado em 07.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Um giro pelas escolas públicas das principais capitais brasileiras dá uma mostra da situação de abandono e descaso com que a questão da educação é tratada por seguidos governos. Buscar uma explicação racional para a violência recorrente, entre alunos e entre eles e professores, torna-se desnecessário, uma vez que as escolas, bem ou mal, reproduzem intramuros, o mundo exterior. Só no estado de São Paulo, de longe o mais rico do país, todos os dias, dois professores registram boletins de ocorrência, relatando agressões dentro de sala de aula. Em Brasília a situação não é diferente. O mais curioso é que a questão da violência dentro das escolas não escolhe regiões centrais nem periféricas. Todas, de igual maneira, registram os mesmos e tristes casos.
De acordo com a OCDE, 12,5% dos professores brasileiros confessaram ter sido vítimas de violência ou de intimidação de alunos, pelo menos uma vez por semana. O problema da violência contra o professor, por seus aspectos mais profundos, acaba por repercutir diretamente em todo o sistema de educação, criando profissionais desmotivados, com sérios problemas de saúde física e mental. Não raro, eles pedem afastamentos prolongados ou mesmo desligamento da instituição.
A questão de exercer a autoridade, fundamental para o desenvolvimento de todo o amplo e laborioso processo ensino e aprendizagem, requer, de antemão, do professor, enfrentar o dilema de como exercitá-la, numa sociedade impregnada pelos mais diversos tipos de violência, e em que a autoridade é vista como elemento indutor da agressividade. Além disso, há tolerância extrema de muitos pais para o comportamento impróprio dos filhos. Se a escola entra em contato, a reação é abarcar a criança como se educar fosse um castigo que não pode pesar mais ainda na balança da ausência. Pais omissos e ausentes compensam o peso na consciência com a permissividade. Há também uma boa gama de pais que não educam por preguiça. Educar é uma tarefa contínua, habitual, trabalhosa e compensadora.
Existem educadores que não negam a existência de um certo quantum de violência produtiva na relação professor-aluno, e que esse elemento se torna condição sine qua non para o funcionamento e efetivação da instituição escolar. É sintomático observar, contudo, que as escolas, onde a disciplina é levada a sério e as mais leves faltas não são toleradas, são justamente aquelas em que o rendimento escolar é mais significativo e os próprios alunos sentem maior confiança e segurança.
No processo ensino-aprendizagem, o fator disciplina é essencial. Disciplina, por sua vez, só se obtém com o exercício da autoridade. Ocorre que a autoridade, ao ser exercida de modo efetiva, acaba resultando em conflitos de interesses que, normalmente, entre nós, descambam para a violência. Esse é o dilema atual de nossas escolas públicas, inseridas e imersas até o pescoço numa sociedade extremamente violenta e desigual.
A frase que foi pronunciada:
“É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.”
Immanuel Kant
Sem limites
Dois minutos para se ambientar em um quarto escuro são suficientes. Assim acontece com a corrupção. Quando a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, disse que Pezão operou em um esquema de corrupção próprio, dá a impressão de que o modus operandi era sempre o mesmo entre todos os corruptos. Pezão era diferente porque, segundo dados documentados, em dezembro, ele exigia um adicional como 13º de propina.
Compartilhe!
Nessa segunda-feira, 3 de dezembro, um concerto gratuito imperdível. Momentos memoráveis da obra de Haendel, O Messias. Quem convida é o Madrigal de Brasília, da Escola de Música (L2 Sul, Quadra 602), sob a regência de Isabela Sekeff. O grande homenageado da noite será o maestro Emílio de César, regente que viu a cidade nascer e que formou grande parte dos músicos da capital. Veja o cartaz no blog do Ari Cunha.
Prevenção
Mutirão de Prevenção ao Câncer de Pele organizado pelo HRAN, das 9h às 15h, hoje. Com exame preventivo de graça.
Solução
Podem falar o que quiser dos chineses. Justiça seja feita. Uma vez contatados para fechar algum negócio, são incansáveis em atender cada vez melhor. Vários contatos diários, soluções rápidas, apresentação de alternativas, tudo para resolver.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O nosso trabalho em defesa da cidade não poderia deixar de apresentar ao prefeito Sette Câmara um balanço da situação em Brasília. Este é o nosso intuito, na coluna de hoje. (Publicado em 07.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Com as prisões, realizadas agora pela Força-Tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT), de Rafael Barbosa e Elias Miziara, dois ex-secretários de Saúde da gestão do petista Agnelo Queiroz, vai, aos poucos, se confirmando o vaticínio dessa coluna de que a emancipação política da capital era um enorme erro que traria para a cidade os mesmos vícios e prejuízos decorrentes da atuação inescrupulosa de políticos já verificadas há muito tempo em outras unidades da federação.
Assim, a lista de políticos e de escândalos vão se sucedendo desde então, aumentando, na mesma proporção em que se deteriora e compromete a qualidade de vida dos cidadãos e o futuro da capital. De fato, desde o primeiro dia da implementação da maioridade política da capital, não houve, até o presente momento, absolutamente nenhum período de gestão política em que os escândalos envolvendo GDF, Câmara Legislativa ou representação federal não ocupassem as manchetes policiais dos jornais diários.
As sucessões de escândalos, a maioria por corrupção, se tornaram um fato até comum ao logo desses últimos anos. Obviamente que os mais afetados com esses desvios de conduta dos dirigentes eleitos, é a população, sobretudo aquela de menor renda, que depende diretamente dos serviços públicos.
Pela qualidade sofrível dos serviços de saúde, transporte, educação e segurança e pelo volume enorme de reclamações registradas a cada instante pela sociedade, pode-se constatar as reais consequências da ação deletéria dessas lideranças locais ao longo do tempo. O pior é que a população ainda é obrigada a financiar os altos custos dessa pantomima democrática através dos fundos eleitorais e ainda patrocinar salários e mordomias nababescas a esses mesmos personagens ao longo de quatro anos.
Não fosse a ação enérgica de parte da justiça, principalmente do MPDFT, muitos desses políticos ainda estariam agindo livremente dilapidando os recursos públicos. Nesses trinta anos de emancipação, as comemorações podem ser medidas ou por monumentos concretos como o Estádio Mané Garrincha ou o Centro Administrativo do GDF em Taguatinga (Buritinga), exemplos claros de desperdício de dinheiro público e corrupção, ou por datas e efemérides como os nove anos, completados agora, pelo escândalo revelado pela Operação Caixa de Pandora, conforme publicações do Correio Braziliense.
Naquele episódio, Brasília foi a pioneira como a primeira cidade a ter um governador preso durante o mandato. A questão com esse tipo específico de democracia que adotamos, em que a escolha dos representantes da população se faz entre os menos piores de um grupo, é que a baixa qualidade dos eleitos possui em seu interior o condão de fazer com que esse tipo de democracia deixe de ser uma solução para se transformar num problema de grandes proporções.
A frase que foi pronunciada:
“Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem mesmo que assim é que a natureza compôs as suas espécies.”
Machado de Assis
Parcerias
Escolas rurais que desejarem parceria com a Emater podem fazer parte do projeto de ações de educação ambiental. As práticas começam nas escolas e se estendem pela comunidade. Telefone: 33119368 (Geamb – Gerência de Meio Ambiente).
Leitor
Fernando Gomide envia esse protesto: Emenda introduzida pelo deputado José Carlos Araújo (PR-BA) no substitutivo do deputado Danilo Fortes ao projeto de lei do Senado Federal que trata da Lei Geral das Agências Reguladoras, já aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados, permitirá, caso passe pelo Senado, que dirigentes de partidos políticos ou de campanhas eleitorais possam ser indicados para ocuparem cargos na administração das empresas estatais. Isso é uma afronta a uma decisão do Senado Federal, de cerca de dois anos atrás, que proibiu essa prática.
EBC
Em parceria com a rádio Força Aérea FM, a Rede Nacional de Rádio oferece o programa “Um voo pela história”. Veja os links no blog do Ari Cunha.
Ainda
Na avaliação do Inep, o baixo desempenho dos estudantes brasileiros está ligado também ao alto índice de repetências, que acabam por desestimular os alunos. Para a secretária executiva do Ministério da Educação (MEC), Maria Helena Guimarães, “o Brasil não melhorou a qualidade e nem a equidade nos últimos 13 anos, principalmente. A única melhora do país foi no fluxo. É importante registrar que 77% dos estudantes que fizeram o Pisa estão no ensino médio.”
Reclamações
A Receita Federal e a Secretaria da Fazenda do DF devem respeitar a Constituição Federal, Lei da Transparência e Lei de Acesso à Informação. As notificações e os boletos de pagamento não discriminam nem esclarecem a que se referem.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O Boeing de hoje, procedente de Nova Iorque poderá trazer um passageiro muito importante para Brasília: o prefeito Sette Câmara. (Publicado em 05.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Quem já ficou internado em hospital público ou privado e, de alguma forma, pôde observar, com atenção, como se processa a mecânica da rotina diária dentro desses estabelecimentos, com certeza, identificou inúmeras falhas de procedimento, algumas graves, ocorrendo a cada hora e que podem facilmente levar um paciente a óbito por erro hospitalar. Engana-se quem acredita que essas barbeiragens ocorrem apenas nos hospitais do Estado. Todos, invariavelmente, cometem erros primários, principalmente por causa da ação humana incorreta.
Um exemplo simples desses procedimentos incorretos e que, não raro, ocasionam graves consequências para os internados com baixa imunidade, está localizado bem diante de todos, mais precisamente nas maçanetas das portas. Nesse exato local, por dezenas de vezes ao dia, praticamente todas as mãos dentro de um hospital tocam e acionam. Do pessoal da limpeza, passando pela equipe responsável pela alimentação, por médicos, enfermeiros, atendentes e familiares, todos têm na maçaneta das portas seu ponto comum de contato e de proliferação de germes e bactérias.
Fosse esse o erro mais comum e que muitas vezes passa desapercebido por todos, o problema seria de fácil solução, com a adoção de um outro mecanismo para abrir e fechar portas. A esses deslizes no procedimento dos profissionais, se somam uma infinidade de outros erros e desatenções que custam a vida de 6 brasileiros a cada hora. Em comum a esse número espetacular de óbitos hospitalares é que todos eles ocorrem dentro dessas instituições, ocasionados por erros e falhas de assistência ou de procedimentos básicos de atendimento e que, em muitos casos, poderiam ser facilmente evitados ou minorados.
Em 2017 quase 55 mil pessoas perderam a vida dentro dos hospitais do país em decorrência de maus procedimentos e de infecções contraídas dentro dessa área que deveria ser de saúde. A situação chegou a um tal ponto que muitos médicos passaram a recomendar o mínimo de tempo possível de internação. As chances de um doente vir a óbito dentro de nossos hospitais crescem para cada dia de permanência.
Eventos como a septicemia, pneumonia, infecção urinária, infecção do sítio cirúrgico, complicações com acessos, dispositivos vasculares e outros dispositivos invasivos, lesões por pressão, erro no uso de medicamentos e complicações cirúrgicas, como hemorragia e laceração, ocorrem todos os dias em proporções alarmantes.
Além disso, muitos hospitais não possuem programa de prevenção a casos de parada cardiorrespiratória, insuficiência renal aguda, aspiração pulmonar, hemorragia pós-operatória e insuficiência respiratória aguda, entre outras ocorrências. Com esses eventos adversos, mais de R$ 10 bilhões são desperdiçados a cada ano, apenas no sistema privado de saúde.
Segundo pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), os erros hospitalares provocam 150 mortes por dia, ou seis a cada hora. O pior é que de cada 10 mortes registradas pelos “eventos adversos graves”, 6 poderiam ser evitadas com a adoção de procedimentos corretos. O mais grave e mais bizarro é que mesmo cometendo erros fatais, os hospitais são pagos de acordo com os “trabalhos realizados”, não importando, nesse caso, se o paciente veio à óbito em decorrência de procedimentos incorretos. Com isso, torna-se indiferente para as finanças de um hospital se o paciente melhorou ou se foi direto para o necrotério.
A frase que foi pronunciada:
“Os médicos disseram que talvez eu tivesse amnésia pós-operatória. Não tive, mas, pensando bem, com a quantidade de contas que tenho para pagar depois de tantos dias no hospital, até que seria uma boa uma amnésia.”
José Alencar 1931 – 2011
TTN
Nos domingos, seria um tanto sensato deixar entradas e saídas para o Eixão abertas a partir da quadra 16 Norte.
Esportes
Quantas vezes motoristas de Brasília foram abordados por atletas que angariavam fundos para viagens. Agora chega a boa nova. Brasília ficou com 38 medalhas na etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude, que aconteceu em Natal. Foram 13 medalhas de ouro, 12 de prata e 13 de bronze. As disputas terminaram nessa semana.
Chega disso!
Depois da Black Friday, a ressaca moral. Propagandas enganosas, promessas de mentira e fishings para todo o lado. Uma tradição não brasileira está atormentando consumidores. Lojas conhecidas são campeãs no número de reclamações. Veja o ranking do Reclame Aqui no blog do Ari Cunha.
Link de acesso ao ranking: Black Friday no Reclame Aqui
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Outro abuso que a Novacap precisa tomar conhecimento: a barbearia que está localizada no prédio da Novacap, nos altos do “Belacap”, paga aluguel irrisório, e, agora, resolveu aumentar escandalosamente o preço do cabelo e barba. (Publicado em 05.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Com a pancadaria ocorrida nessa segunda, um fato ficou definitivamente constatado: a Câmara Distrital não é o lugar apropriado para a discussão do projeto de Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos). Nem esse, nem qualquer outro documento como o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) que trata da sensível questão urbana da capital. As razões saltam aos olhos. Documentos dessa natureza, por sua importância e tecnicidade para o futuro da capital, não podem ficar entregues à arbitragem de políticos, quando se sabe que muitos deles são notoriamente incapazes de entender um simples texto de 4ª série do ensino fundamental.
Deixar que projeto de tamanha relevância seja decidido por pessoas comprovadamente comprometidas com as inúmeras ocupações irregulares que ocorrem diuturnamente por toda a parte, e que o fazem como forma de angariar votos, é uma irresponsabilidade que trará prejuízos incalculáveis para toda a população do Distrito Federal.
A pancadaria generalizada ocorrida durante o “fórum de debates” organizado pela notória deputada Telma Rufino, presidente, imaginem só, da Comissão de Assuntos Fundiários (CAF) daquela Casa, foi, na verdade, pré organizada pelo pessoal de apoio a essa parlamentar para, claramente, intimidar quaisquer manifestações contrárias ao famigerado e viciado projeto.
Tratou-se, na verdade, de uma cilada construída com a ajuda de brutamontes mercenários, que passaram a agredir professores e técnicos contrários a essa proposta bisonha, que esconde, em suas entrelinhas, interesses escusos e distantes do que almeja a maioria dos cidadãos de bem e de bom senso dessa cidade.
Aproveitando o apagar das luzes dessa legislatura, essa deputada e outros que não têm a coragem cívica de expor o que estão tratando de aprovar, em regime de urgência, discutiram uma matéria de grande interesse apenas para especuladores, empreendedores gananciosos, invasores, grileiros, e políticos astutos.
Caso venha a ser aprovado como está, o LUOS renderá nos próximos anos montanhas de dinheiro para esses grupos organizados e deixará com passivo a destruição definitiva daquela que um dia foi a mais planejada das cidades desse país, orgulho de muitos brasileiros e um exemplo para o mundo todo da nossa capacidade de construir coisas belas.
Ao debitar mais esse desserviço à capital e à população do Distrito Federal, fica a questão histórica: Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?
A frase que foi pronunciada:
“Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?”
Hoje
Novembro Azul e o combate ao câncer de próstata e saúde do homem ainda não acabou. Dr. Diogo Mendes, Diretor de Comunicação da AMBr, convida a população para participar de debates com comprovações científicas da necessidade de prevenção do câncer de próstata, prática que envolve os homens e as mulheres da família. Todos precisam estar engajados, mesmo que de diferentes formas. No evento, médicos de diversas especialidades responderão dúvidas dos presentes. Hoje, às 19h na Associação Médica de Brasília (AMBr). Inscrições limitadas, gratuitas e certificados serão expedidos depois do evento.
De olho
Maria Lucia Fatorelli, da Auditoria Cidadã da Dívida, conclama os cidadãos brasileiros a ligar para os deputados federais para que votem contra o PLP 459/2017, que esconde esquema financeiro por trás da propaganda de securitização de créditos. O deputado federal do PSOL, Glauber Braga, disse que não há argumento racional que dialogue com o desespero. Para o deputado, é impossível votar uma matéria que aparenta garantir recursos imediatos para os estados endividados sem vislumbrar a capacidade financeira de estados e Municípios que poderão ter a estrutura quebrada no momento da cobrança. Veja o vídeo de Fatorelli no blog do Ari Cunha.
Alvíssaras
Entre os 10 ganhadores do prêmio Global Teacher Prize, Diego Mahfouz Faria Lima é um orgulho para a classe docente brasileira. Encontrou a Escola Municipal Darcy Ribeiro, em São José do Rio Preto, caindo aos pedaços e com os cacos da auto estima dos alunos espalhados pelo chão. Envolveu os pais na recuperação da escola, criou mecanismos para ouvir os alunos, se havia algum faltante Diego só sossegava depois de visitá-lo para saber a razão da ausência na escola. Dia após dia, Diego foi conquistando todos os que o rodeavam. E em todo o mundo ele está entre os 10 melhores professores reconhecidos pelo prêmio mais importante da Educação.
Surreal
É preciso ter um critério mais apurado para a seleção de profissionais técnicos de enfermagem em hospitais particulares do DF. Os altos preços cobrados não correspondem ao serviço prestado por grande parte da equipe técnica. Ou não sabem aplicar uma injeção, ou não conseguem fazer um acesso, mal prestam atenção no medicamento que será aplicado, dizem que a luva é para proteger o profissional e daí não usam luva, conversam alto nas enfermarias como se estivessem em feiras livres. É realmente um caos! Nas UTIs o quadro é de Salvador Dali. A vulnerabilidade cala os familiares.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O dr. Laranja não sabe disto, mas vai ficar sabendo agora. Cortados tópicos do Banco Público do Brasil. É um abuso, porque os aluguéis são baixíssimos, e os mercadinhos pertencem à Novacap, a quem está afeta a tarefa de punir os criminosos da economia popular. (Publicado em 05.11.1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO
Criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960
Com Circe Cunha e Mamfil
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Uma frase escrita nesse domingo pelo jornalista Fernando Gabeira, em sua coluna no O Globo, chamou a atenção pela síntese que faz do momento atual que vivenciamos nessa travessia que nos conduz da margem esquerda para a margem direita do Brasil. Disse o articulista: “ideologias se interessam pelas ideias, não pelas pessoas.”
De fato, em todo o tempo e lugar, a preocupação fundamental das ideologias sempre foi a defesa do pensamento e das ideias daqueles núcleos que estão momentaneamente no controle do Estado, exercendo o poder e, por conseguinte, ditando regras aos demais. Regras, que se sabe, não são seguidas pela classe dominante. Na verdade, as ideologias têm servido apenas para ajustar a sociedade ou massas aos ditames emanados de cima, sejam elas de que matizes políticos forem.
Na atual situação experimentada pelos brasileiros ficou mais do que evidente de que os autos intitulados progressistas, capitaneados pelo Lulopetismo, não possuíam, de fato, compromisso algum com a democracia e muito menos com a chamada classe trabalhadora, na qual se apoiava apenas para manter o poder. Exemplo desse descompromisso e desdém pode ser comprovado com a razia promovida por aquele governo nos Fundos de Pensão do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e da Petrobras e dos Correios e porque não dizer, com o FGTS dos trabalhadores brasileiros.
Trata-se, nada mais, nada menos do que o dinheiro da poupança feita com o suor da labuta diária, com vistas a uma aposentadoria mais digna ao final da vida. Mesmo na questão do Programa Mais Médicos, o petismo mostrou, toda a indiferença para com os profissionais cubanos, transformados em meras commodities de Cuba e aqui exercendo um trabalho que muitos consideraram análogo à escravidão, inclusive os próprios médicos.
O mesmo se pode dizer das investigações da Operação Custo Brasil, deflagrada pela Polícia Federal em junho de 2016, que mostrou como o ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e outros petistas desviaram entre 2009 e 2015, mais de R$ 100 milhões, de milhares de funcionários públicos que recorriam ao crédito consignado. Exemplos desse pouco caso com a classe trabalhadora promovido pelo partido que se dizia “dos trabalhadores” estão por toda a parte e confirmam a questão central das ideologias.
De fato, as ideologias se interessam pelas ideias, não pelas pessoas. Com isso, é preciso ficar atento também com as condições que serão postas aos brasileiros que ousaram atravessar a ponte, fugindo dos progressistas, rumo às terras prometidas pelos conservadores. É preciso observar, com cuidado, se, nesse novo paraíso, as ideologias ficarão focadas apenas nas ideias, distante ainda do desejo real da população.
A frase que foi pronunciada:
“Uma poesia tem mais poder que o manifesto. Talvez porque nós, os seres humanos, deixamos que as tripas decidam primeiro e depois a razão busque justificativas.”
Mujica, em entrevista
Humanos robotizados
Fossem juntar, uma a uma, todas as reclamações registradas oficialmente contra o mal atendimento do Banco do Brasil e a elas somassem as múltiplas contrariedades sofridas pelos clientes apenas na última década, com certeza, esse montante superaria, em muito, todos os recursos guardados nos cofres dessa instituição.
Não sabem atender
Com o advento dos computadores, um modernismo em que para os países sérios serviu para melhorar e agilizar o atendimento, o Banco do Brasil parece ter regredido à idade da pedra. A colocação de robôs e de pessoas mecanizadas com script único para todo e qualquer serviço, a qualidade que já era ruim conseguiu piorar.
Clientela
Com isso, fica a explicação do por que esse e outros bancos que operam no Brasil têm tanto medo da abertura desse mercado para a concorrência internacional. Fica claro também que essa é outra tarefa gigantesca que o novo governo terá pela frente. Derrubar o muro de Berlim dos bancos que operam no Brasil é uma questão reclamada pela sociedade, principalmente por aquela parcela que não opera com milhões de reais.
Comum
Já quem se serve desses bancos para lavar dinheiro e para realizar outras operações ilícitas o fazem sem aborrecimentos e sem que sejam detectadas por quaisquer instituições de fiscalização. Para esses, o atendimento é VIP.
Escravidão
33077200. Esse é o número disponível para denúncias sobre o trabalho análogo a escravidão. Já é um passo importante ter a quem apelar. Só que se trata de um telefone fixo do Ministério do Trabalho, que só funciona em horário comercial, embora o assunto exija maior flexibilidade nas denúncias que podem ocorrer na madrugada ou em fins de semana.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os japoneses da W-4 estão explorando demais nos preços da verdura. Outro dia, um deles disse que havia jogado fora enorme quantidade do produto, e advertido, por uma freguesa, da imoralidade de sua atitude, justificou dizendo que era para manter o preço. (Publicado em 05.11.1961)