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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Caberá à História, no seu tempo próprio, repor, em seus devidos lugares, os muitos erros perpetrados por políticos, ministros e magistrados contra o ex-juiz Sérgio Moro. A única questão aqui é saber se isso ocorrerá ou não a tempo de corrigir os danos causados ao magistrado de Curitiba, por ter ousado enfrentar os mais poderosos grupos instalados nas mais altas esferas do Estado.
Num país em que tradicionalmente as punições da Justiça são aplicadas em doses inversamente proporcionais ao status do acusado, não surpreende que aqueles que deveriam estar sob a camisa de força apertada de réus enverguem, agora, a fantasia de promotores e de impolutos republicanos. De fato, mesmo depois de “cancelado” e moído pela máquina perversa de um Estado dominado, de alto a baixo, a sombra do ex-juiz ainda amedronta e causa calafrios aos corruptos e malfeitores de todos os calibres, perturbando-lhes o sono noturno.
Para tanto, é preciso não apenas atalhar-lhe o caminho, mas conceber, de imediato, leis ilegítimas e extrajurídicas, de modo a vetar quaisquer possibilidades de que ele venha a reaparecer, como uma espécie de vingador instalado, no mesmo Palácio do Planalto de onde se retirou, depois de sentir o mal cheiro exalado naquele lugar.
O temor daqueles que têm a ética pública como antípoda é que a população, num rasgo de racionalidade, sagre Moro nas urnas do ano que vem. De que outro modo, então, explicar o afinco com que os próceres da nova direita e da esquerda de sempre tecem, como centopeias, o que chamam, cinicamente, de novo projeto de reforma eleitoral?
Na verdade, de novo esse projeto só possui a astúcia e os mesmos maneirismos espertos, como é tecida à surdina. O novo Código Eleitoral, em tramitação agora na Câmara dos Deputados, ao incluir, na undécima hora, dispositivo que cria uma quarentena de cinco anos para que juízes, militares e promotores possam concorrer às eleições, atende, justamente, aqueles que, por vingança e despeito, querem tirar o ex-juiz do páreo de 22.
Para fugirem das interrogações que viriam, foi proposto até o instrumento maroto de regime de urgência, fugindo do escrutínio das comissões. Ficaria mais adequado, e direto a tal projeto, eliminar, logo de saída, toda a possibilidade de candidatura de uma possível terceira via, que venha a ameaçar as pretensões de Bolsonaro e de Lula para o próximo ano.
Experienciamos tempos estranhos e adversos, contrários ao bom senso e aos mais comezinhos conceitos de ética e de República. Fala-se muito em patriotismo, mas esquecem que essa é uma premissa que vem somente depois de respeitados todas as exigências impostas pela ética. Patriotismo sem ética refere-se apenas a um lugar onde podem amaciar-se, com segurança, os de sempre. Do mesmo modo que falar em retorno do lulopetismo, para salvar o país e suas estatais da sanha privatista, soa como escárnio e pesadelo.
O que acontece ao ex-juiz Sérgio Moro já aconteceu na Itália com o ex-juiz Antonio Di Pietro e também com o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón. Todos vítimas daqueles que deveriam estar condenados e presos, mas que, por um estranho fenômeno que parece pairar sobre todos nós de ascendência Latina, dá, aos poderosos e aos seus grupos, o cetro da lei e, aos operadores legítimos da Justiça, o opróbrio e a desfeita.
A frase que foi pronunciada:
“A Suprema Corte decidiu que eles não podem ter um presépio em Washington, DC Isso não foi por motivos religiosos. Eles não conseguiram encontrar três homens sábios e uma virgem.”
Jay Leno
Erramos
Na coluna de ontem, ENE foi escrito ENEM. Só o título estava certo. Nossas escusas aos leitores.
Curiosidade
Pergunta de uma leitora provoca curiosidade. Todos os parlamentares que compõem a CPI do Covid já foram vacinados?
Insistência
Amigo nos alerta sobre manifestação em frente à embaixada brasileira em Praga contra incêndios na Amazônia. Deve ter sido um fiasco porque não ganhou uma linha nos jornais internacionais.
Conectas
Por falar nisso, a Revista Internacional de Direitos Humanos publicou um edital para escritoras negras ou indígenas e paga 5 mil reais para textos sobre questões atuais como pandemia, direitos humanos, povos originários. Veja no link Bolsa de Escrita – 31ª edição da Sur.
Desvio de função
Tem muita hipocrisia sobre a segregação de alunos com deficiência em salas de aula. É impossível uma professora, em uma turma com mais de 30 crianças, dar atenção necessária à criança especial. Nesse caso, a contratação de monitores é indispensável.
História de Brasília
Isto, porque, se não fôr inaugurada logo, a Novacap construirá a definitiva, na área verde, entre a 108 e 508, e a primeira creche da cidade que entusiasmou o aluno passará para a história como sendo a única creche que não funcionou. (Publicada em 07/02/1962)
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Em meio a uma pandemia, que daqui a pouco estará completando dois anos, muitos brasileiros confessam estar não só cansados da clausura forçada, mas também se sentem alienados da realidade do mundo à sua volta. Para muitos, o mundo que conheciam, antes da pandemia do Covid-19, está definitivamente morto. É em meio a esse sentimento que mistura a síndrome da caverna, provocada pelo isolamento social, que pais, alunos e professores pressentem que o futuro que planejavam para si e para os seus começou a ruir, sem que algo novo e seguro tenha sido colocado em seu lugar.
A incerteza quanto ao porvir tem trazido insegurança e desconfiança a essa parcela da sociedade, tornando ainda mais incerto que caminhos a educação de seus filhos irá tomar daqui para frente, num mundo em acelerada e tumultuada transformação. É nesse cenário em que as dúvidas sobram, que vai sendo implantado, em todo o país, a toque de caixa, os currículos do Novo Ensino Médio (ENEM), proposto pela Medida Provisória nº 746 de 2016.
É preciso lembrar que a prolongada pandemia e as incertezas quanto ao real calendário de retorno às aulas ocasionaram um outro fenômeno físico nas escolas públicas. Muitos desses estabelecimentos, ou ficaram abandonados, ou entraram num processo indefinido de reformas, sendo que boa parte desses edifícios, simplesmente, não estão preparados para receberem os alunos.
Quanto à implantação nessas escolas do novo material didático exigido pelo ENEM, como é o caso de computadores e rede de informática, nada ainda foi feito. É nesse ambiente de incertezas e improvisações que os alunos, quando retornarem, de fato, às escolas, terão que conviver. De cara, terão que aceitar que a tal reformulação do ensino médio, no que pesem as possíveis boas intenções do legislador, excluiu universidades, docentes, escolas, pais e alunos de todo esse processo de renovação, o que pode conduzir toda essa estratégia a um ponto de inflexão, forçando toda as mudanças ao ponto original de partida.
Alheios à toda essa transformação dos currículos, pais e alunos poderão se ver em meio a um novo modelo, elaborado para funcionar na prática, sobretudo, quando se verifica que a ausência de protagonismo dos professores é o que mais tem pesado para fazer, dessas mudanças, algo que vá de encontro à realidade do ensino público e acabe atropelando toda a política educacional proposta pelo ENEM.
Apenas para se ter uma ideia sobre o assunto, a página do Congresso Nacional que trata sobre essa questão apurou que, por meio de consulta pública já encerrada, dentre os cidadãos que foram ouvidos pela pesquisa, 73.554 disseram não ao ENEM. Somente 4.551 aprovaram as novas propostas para o ensino médio. Trata-se de um retrato pequeno para o universo nacional, mas diz muito sobre essas inovações relâmpagos. Também a exclusão dos alunos de todo esse processo tem pesado sobre sua aceitação e contradiz o que prega o próprio eixo do ENEM que afirma serem os alunos os principais protagonistas dessas alterações.
Com relação aos professores, a situação é ainda mais incerta. Para muitos deles, o ENEM deveria ser precedido de formação de professores, que ainda é feita por áreas de conhecimento e não, como prega o novo currículo, por competências e habilidades. Muitos professores alertam ainda para o perigo do aumento do distanciamento entre as escolas públicas e privadas, já que essas continuaram a oferecer itinerários formadores com vistas ao ensino superior, ao passo que as escolas públicas correm o risco de, por falta de recursos, transformarem-se em estabelecimentos voltados para a formação de mão de obra, para o mercado de trabalho e para o ensino profissionalizante. É a tal história mal contada pelo atual ministro da educação de que as universidades são para poucos brasileiros. Há inda muito chão pela frente a ser percorrido por essa proposta, caso queira, o governo, que ela tenha um mínimo de aceitação e longevidade.
S.O.S – S.U.S
Hoje é dia de as clínicas de hemodiálise apagarem as luzes em protesto relacionado ao baixo valor pago pelo SUS aos serviços prestados. Enaltecer o SUS é, de fato, uma ação meritória. Mas hospitais e clínicas que se desdobram para que tudo funcione a contento não são devidamente reconhecidos.
Sem neura
Difícil não estranhar o vermelho compartilhado nas bandeiras verde e amarelo espalhadas pela Esplanada dos Ministérios. Quem lê jornal logo pensa que a esquerda resolveu aprontar alguma antes de 07 de Setembro. Nada disso! Agora todos conhecemos a bandeira de Guiné Bissau, mesmo que a estrela não esteja visível. Até o dia 28, Umaro Sissoco Embaló, presidente daquele país, estará em visita na capital.
Duas vias
Bela matéria no Globo Rural mostrava uma fazenda com um cultivo diferente: água. Depois de muitos anos, resolveram estimular a volta das águas que secaram pelo mau uso da terra. E a natureza respondeu de braços abertos. No DF, um projeto incentiva produtores rurais a reflorestar áreas e criar cobertura vegetal que aumente a infiltração da água na terra. Também está dando certo.
Valores
Financiado pelo Governo Federal, o Consultório de Rua é uma boa ideia. Andarilhos, pedintes e pessoas vulneráveis podem ser assistidas pelo programa. Cabe, aos governos, a inscrição para acesso à verba. Dona Maria do Barro, se estivesse viva, ficaria feliz com a iniciativa. Estava sempre pensando em uma forma de tornar a vida dos moradores de rua menos sofrida. Foi uma pessoa que Brasília nunca deverá esquecer.
História de Brasília
Como já faz muito tempo que foi inaugurada, e ninguém se lembra mais, é tempo de inaugurar novamente a Creche da 108, desta vez acrescida de mais oito portas. (Publicada em 07/02/1962)
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A frase que foi pronunciada:
–> Ajufe Mulheres manifesta solidariedade a juízas afegãs
A Associação dos Juízes Federais do Brasil, por meio da Comissão Ajufe Mulheres, emitiu nota pública, nesta quinta-feira (19/08), expressando solidariedade e preocupação com juízas que exercem a função no Afeganistão.
No documento, a Ajufe Mulheres afirma que os incidentes ocorridos recentemente no país “trazem à tona a importância de uma atenta vigilância sobre os limites impostos ao Estado Democrático de direito, para que, assim como no Afeganistão, o futuro para as mulheres não retorne ao passado.”
Leia abaixo a íntegra da Nota:
“A Associação dos Juízes Federais do Brasil, por sua Comissão Ajufe Mulheres, diante dos recentes acontecimentos no Afeganistão, vem a público prestar solidariedade e externar preocupação com as juízas mulheres que exercem a sua função no país.
As agências internacionais informam que há cerca de 270 magistradas que estão em risco por desempenharem uma função proibida para as mulheres pelo regime talibã e, adicionalmente, por terem julgado e condenado membros do regime, que retomou o controle do país.
Tornaram-se vulneráveis, portanto, porque são mulheres e porque exerceram a atividade jurisdicional.
O episódio expõe a fragilidade dos direitos fundamentais sob o comando de forças totalitárias, especialmente para os grupos mais vulneráveis, como as mulheres e meninas, colocando em xeque avanços civilizatórios recentemente conquistados por elas. Do mesmo modo, impõe lembrar que não há Poder Judiciário livre sob as forças de regimes autocráticos.
Os incidentes trazem à tona a importância de uma atenta vigilância sobre os limites impostos ao Estado Democrático de direito, para que, assim como no Afeganistão, o futuro para as mulheres não retorne ao passado.
A Ajufe se une a outras associações de mulheres juízas organizadas internacionalmente para apelar que a ajuda humanitária inclua também a retirada de juízas e juízes, porque “a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar” (Martin Luther King).”
Brasília, 19 de agosto de 2021.
História de Brasília
Efetivamente, não é função da Caixa Econômica a venda de selos. Mas, em virtude das dificuldades de Brasília, vinha sendo uma tradição interrompida antes do tempo, porque as nossas tabacarias não adotaram a praxe. (Publicada em 7/2/1962)
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Reza a Constituição de 1988, denominada, por Ulysses Guimarães, como “o documento da liberdade, da dignidade, e da democracia”, em seu artigo 127, que: “O ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do Regime Democrático de Direito e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.” Com isso fica, ao menos, assegurado na Lei Maior que caberia, ao Ministério Público, ser o principal defensor e fiscal do Estado Democrático de Direito, agindo em nome dos cidadãos, com o objetivo de defender os interesses de todos, indistintamente, para o bem da ordem jurídica, do interesse social e individual.
Para tanto, foi o órgão dotado de ampla autonomia, justamente, para que pudesse não apenas defender o regime democrático, mas para que permanecesse sempre como instituição apartidária, isenta e profissional. Não surpreende que, entre as conquistas trazidas pela Carta de 88, a atuação independente do Ministério Público foi considerada a maior de todas e um avanço, sem igual, para a consolidação de nossa democracia depois de 21 anos de arbítrio. Dessa forma, ficou expresso que o Ministério Público, conforme projetado pela Constituição, deveria agir sempre em defesa da sociedade, de acordo com as boas práticas do Direito.
Não sendo subordinado a qualquer dos Poderes da República, o Ministério Público passa a se constituir num verdadeiro fiscal da moralidade pública, da legalidade e, por conseguinte, do regime democrático e dos direitos e garantias constitucionais. Pelo menos, é esse o desenho feito por nove em cada dez juristas deste país. Nesse quesito, fica claro que caberia, ao MP, fiscalizar a moralidade pública e toda e qualquer conduta que atente contra as leis e ponha em risco o Estado Democrático de Direito.
E é aí que começam as dúvidas sobre essa importante instituição e que, em última análise, pode colocar, em sério risco, todo o imenso edifício democrático. Esse risco é aumentado, ainda, a alturas estratosféricas quando o chefe do Executivo opta por nomear um Procurador-Geral fora da lista tríplice elaborada pelos membros naturais desse órgão. Quando isso acontece, há o prenúncio de que, ao longo do governo, outras intervenções indevidas em órgãos do Estado virão em sequência.
Não há necessidade, nesse caso, do uso de bola de cristal, para saber que a nomeação avulsa e subjetiva de Augusto Aras, para a PGR, viria num pacote de outras medidas arquitetadas para introduzir, na máquina do Estado, uma programação paralela àquela prevista pela Carta de 88. Para isso, basta verificar que nenhuma das ameaças veladas de endurecimento do regime, vindas diretamente do Palácio do Planalto, foram, sequer, alvo de apuração pelo MP, assim como nenhuma outra vinda também das cercanias do Executivo.
Após ser chamado de “Poste Geral da República” por um acadêmico, por sua atuação serviçal ao governo, Augusto Aras é acusado pelos próprios procuradores de se portar como advogado de defesa do presidente e contra qualquer procedimento jurídico que vá contra os interesses de políticos do alto clero.
Sua batalha inicial para fazer enterrar toda a exitosa Operação Lava Jato custou-lhe a credibilidade como xerife do Estado. Nem mesmo seus pares apostam mais em sua atuação, sendo que sua administração à frente da PGR tem sido considerada, por muitos, inclusive dentro do Supremo, como a mais alheia de todos os ex-procuradores àqueles princípios listados na Constituição de 1988.
Não tem sido por outra razão que a longa duração da crise institucional, que os cidadãos vêm experimentando, tem, na atuação omissa do atual procurador, sua principal causa. Agisse ela logo nos primeiros arroubos do chefe do Executivo, nada disso estaria acontecendo. Possivelmente, nem a CPI estaria existindo, já que os vacilos iniciais para a compra dos imunizantes seriam logo questionados pelo MP, que tomaria as devidas providências.
A frase que foi pronunciada:
“A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que ameaça”
Rui Barbosa
Election sistem
Divulgação, pela imprensa nacional e internacional, mostra a razão de as urnas eletrônicas serem estudadas mais profundamente nos Estados Unidos. O professor da Universidade de Michigan, J. Alex Halderman, faz uma experiência para comprovar a importância da impressão do voto. Veja a seguir.
História de Brasília
No supermercado UV-1 faltavam, ontem: cebola, carne, batata, verdura, arroz e álcool. Muitos outros produtos faltavam, igualmente. Estes, porém, são de um rol de uma dona de casa. (Publicada em 07/02/1962)
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Dizer que a educação pública continua a ser o calcanhar de Aquiles do Brasil não chega a ser nenhuma novidade surpreendente. Tem sido assim ao longo de toda a nossa história, com exceção de alguns períodos curtos, como foi o caso dos projetos criados por educadores como Anísio Teixeira, Paulo Freire e outros, mas que não chegaram a amadurecer o suficiente a ponto de possibilitarem a superação desse problema secular.
O que surpreende, de certa forma, e isso é apresentado, inclusive, no mais recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é o fato de o Brasil possuir, em tese, gastos até superiores a muitos países que compõem esse clube de ricos e, mesmo assim, mostrar-se incapaz de promover um ensino público de qualidade, minimamente comparável aos que apresentam os países desenvolvidos. Talvez esse fato explique o que dizia outro grande educador brasileiro e também vítima das forças do atraso, Darcy Ribeiro: A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto.”
É o que a nossa trajetória histórica tem demonstrado. Entre essas sístoles de diástoles ou entre compressão e expansão, vamos lidando com esse problema, contando sempre com a má vontade dos governos e o desinteresse da maioria de nossas elites, para quem essa questão nunca é prioritária. Com isso, vamos amargando e avolumando ciclos e mais ciclos de decadência da escola pública, num processo contínuo que pode resultar no total descarte de um projeto de educação de qualidade para os cidadãos desse país, conforme orienta a nossa própria Carta Magna. Nesse sentido, não surpreende que estejamos experimentando, agora, o que poderia ser classificado como o mais preocupante e medíocre ciclo de gestores, jamais postos à frente do combalido Ministério da Educação. Por sua irrelevância e mesmo invisibilidade para o atual governo, pouco se ouve falar sobre essa pasta. O presidente sequer menciona esse ministério em suas infinitas lives e pronunciamentos, o que demonstra que, para esse governo, a pasta e seus problemas, sequer existem.
Uma olhada no perfil dos ministros indicados pelo presidente, para comandar a pasta da educação, ajuda a dar uma ideia da importância desse ministério para o atual governo. Ao colocar, por último, no comando do ministério da educação, não um educador com larga experiência no setor, como deveria ser, o governo achou por bem nomear um pastor presbiteriano, acostumado, na lida, a apascentar rebanhos de fiéis. Depois das desastrosas administrações de Ricardo Vélez, Abraham Weintraub, Carlos Decotelli e Renato Feder, que recusou o convite, o presidente parece ter encontrado, em Milton Ribeiro, um outro nome “terrivelmente evangélico” para tocar a pasta.
Desde então, o ministério da Educação andava sumido do mapa. Quando muito, a gestão do Milton Ribeiro aparecia nos jornais apenas pelas declarações infelizes do pastor ministro. Em entrevista que deu à TV Brasil, estatal de comunicação do governo, Milton Ribeiro não se avexou quando afirmou, com todas as letras, que a inserção dos estudantes com deficiência, em sala de aulas normais, atrapalhava o aprendizado dos outros alunos, porque a professora, por sua inexperiência com esse problema particular, não tinha conhecimento adequado para cuidar dessa questão. Esqueceu o ministro de que o ensino inclusivo, há muito, é uma questão já regulamentada por lei e que a limitação de matrícula nesses casos é proibida. Tanto escolas públicas quanto privadas são obrigadas a receber estudantes com deficiência. Até mesmo a cobrança de taxas especiais, pelas escolas privadas, é vetada por lei. Uma gafe desse tamanho jamais sairia da cabeça e da boca de um verdadeiro educador.
Tudo isso, depois de afirmar que as universidades públicas deveriam ser uma opção para poucos, já que não serão tão úteis para a sociedade no futuro, como serão os institutos federais que formarão mão de obra técnica e especializada. Enquanto cuidam de assuntos dessa natureza, perdendo tempo e dinheiro em embates contra a posição política e ideológica que parece dominar o ensino, sobretudo as universidades, a qualidade da educação vai se deteriorando a olhos vistos, não sendo prioridade nem da direita, nem da esquerda.
A frase que foi pronunciada:
“A importância do caráter de um professor é diretamente proporcional aos valores que ele ensina.”
Dona Dita, pensando enquanto tricota
Tem futuro?
Toda opinião é válida ao conhecimento. A juíza de Direito Andréa Barcelos compila a origem da teoria de gênero. Veja a seguir.
Idosos
Com a desculpa de pandemia, as visitas em asilos estão proibidas. Mas quem tem vistoriado os serviços? Há inúmeros elogios a profissionais dedicados, mas também há casos de maus tratos. Melhor evitar surpresas e manter a vigilância.
História de Brasília
Há mais de dois meses a Caixa Econômica da rua da Igrejinha não possui selos para venda ao público, nem trata de se restabelecer. Faça-se justiça ao trabalho que vem fazendo o Banco da Lavoura, o único lugar onde se compra estampilha, presentemente, no Plano Pilôto, à exceção da Recebedoria, na Esplanada dos Ministérios. (Publicada em 07/02/1962)
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Crises advindas da pandemia, da inflação que lhe segue os passos e da própria ingovernabilidade que ameaçam, de fato, os brasileiros nesses tempos de incerteza. O mesmo ocorre com o resto do planeta, que parece ter entrado definitivamente na era das catástrofes climáticas, decorrentes do aquecimento global, somado ainda a uma recessão econômica que se anuncia no horizonte.
Pandemia, recessão e mudanças climáticas representam sim uma verdadeira ameaça ao mundo e aos brasileiros, que também estão nesse mesmo barco à deriva, nesse século XXI. Esses são os três cavaleiros do apocalipse que galopam de encontro à humanidade. Quanto a nós, o que temos no ambiente político e institucional é uma crise artificial, gestada, exclusivamente, por interesse pessoal do atual ocupante do Palácio do Planalto e de seu grupo imediato, cujos propósitos parecem imbicar rumo a um passado que os brasileiros julgavam perdido no tempo e encerrado com a redemocratização no começo dos anos oitenta. O resto é lorota. O problema é que uma crise dessa natureza, mesmo que criada no laboratório de guerra, pode vir a gerar uma crise de fato que, por contaminação, pode levar todo o Estado Brasileiro de roldão e, por tabela, prejudicar ainda mais a situação de muitos cidadãos que habitam o país real e que se vêm obrigados a bancar a conta dessas desavenças todas.
É, de fato, uma crise que só interessa ao presidente da República em seu projeto de reeleição, mas que pode favorecer, e aí mora o perigo, o retorno do lulopetismo ou o fechamento político, duas pragas igualmente nefastas e que os cidadãos querem ver banidas da vida nacional. Não há meias palavras para descrever toda essa pantomima armada pelo Executivo. Trata-se de uma cilada a qual aderiram outros parceiros, dentro do Congresso. A complicar o que parecia ser apenas uma crise feita nos mesmos moldes sem lastro com a realidade, e com o mesmo receituário seguido lá atrás, por Jânio Quadros, e que deu no que deu, vemos correr, em paralelo, os trabalhos da CPI do Covid, a revolta dos governadores, a ameaça da variante Delta, a inflação ascendente, a infiltração do Centrão na máquina do Estado e o acirramento dos ânimos da população, açulada por extremistas irresponsáveis.
Não é pouco! Desnecessário dizer aqui que caberia, ao chefe de Estado, nesses tempos de agruras, firmar-se como líder e apaziguador e como alguém capaz de construir pontes e não de dinamitá-las, tornando a situação irreversível.
Para aqueles que, por suas características de espírito, não possuem a capacidade de construir concessos e estabelecer laços de união, a história ensina e recomenda que jamais sejam alçados a postos de comando, sob pena de lançar irmãos contra irmãos. Essa é uma lição que é preciso aprender com rapidez, quem sabe antes de 2022.
A frase que foi pronunciada:
“A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.”
Albert Einstein
Comunidade
Depois da celeuma causada com o PLC 69, o famoso projeto que arranca o sossego das residências, o deputado que se propôs a intermediar a comunidade com o parlamento local foi Rafael Prudente. Brasília é uma cidade politizada por natureza. A mobilização popular salvou a área verde que temos hoje no Parque Olhos D’Água e pode salvar muito mais.
Espaço para todos
Ninguém imagina a guerra nos bastidores das clínicas veterinárias da cidade. É mais ou menos a mesma coisa do que ocorre com algumas construtoras. Quando alguém sério aparece, oferecendo um serviço destacado, agradando o consumidor com a qualidade e compromisso, daí é perseguição na certa.
Saúde
Está na hora de cuidar da audição dos motoristas de alguns ônibus que fazem longos percursos. É insuportável.
Estrago
Outro animal que precisa de atenção por causa da proliferação excessiva é o periquito. A ave destrói os forros das casas e, várias vezes, o pessoal de TV a cabo é chamado para trocar fiação destruída por esse pequeno pássaro.
Estímulo irrefletido
Flávio Gordon surpreende no livro A Corrupção da Inteligência, lamentando “que aquele vício positivista tenha nos legado um sentido pueril de “objetividade”, que terminou por devastar a prosa não ficcional contemporânea.” O autor comenta que, nos manuais de redação e livros de cursinho, as regras padronizadas como “evite adjetivos” ou “use apenas a forma denotativa”, “prime pela impessoalidade” trazem a ideia do texto sem sujeito “como que extraída pronta da natureza. Uma linguagem só de objetos.”
História de Brasília
Da satisfação à gente ver a disposição de ser mantido o Plano de Brasília, que tem demonstrado, até agora o sr. Sette Câmara. (Publicada em 07/02/1962)
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No mundo todo, a fúria da natureza dá mostras de que algo preocupante está a caminho. No Canadá, um país costumeiramente frio, as temperaturas neste ano bateram recordes. Na região da Colúmbia Britânica, os termômetros registraram 50 graus centígrados, o que provocou a destruição, por um incêndio florestal, de toda a pequena cidade de Lytton. No Norte da Europa, as cheias dos rios provocaram alagamentos nunca vistos na Alemanha e Áustria. Os desastres naturais vêm se acentuando a cada estação. Todo o hemisfério Norte experimenta, este ano, recordes de calor. Na Itália, os termômetros têm marcado temperaturas acima dos 40 graus em muitas regiões. Centenas de vidas foram perdidas apenas nas enchentes que devastaram parte da Holanda e Luxemburgo.
Para os climatologistas, esses são os fenômenos mais intensos dos últimos séculos e ameaçam se repetir. No Japão, tsunamis gigantescos de lama, seguidos de deslizamentos de terra, devastaram regiões como Shizuoka. No Iraque, as temperaturas ultrapassaram a marca dos 50 graus centígrados, derretendo objetos de plásticos dos automóveis, gerando colapso no abastecimento de energia elétrica e levando muitos à morte. Nos Estados Unidos, a tempestade Elsa continua fazendo estragos e ameaçando vidas. Também nos EUA, uma onda de calor, sem precedente, vem fazendo mortes na região do Pacífico e em locais antes frios como Seattle. Lugares como Nova Iorque, Filadélfia e Boston estão sob fortes ondas de calor, afetando mais de 40 milhões de americanos. Na África, a seca e as intensas ondas de calor vêm registrando marcas também históricas. Na Índia, os efeitos de calor, seguidos de enchentes nunca vistas, também demonstram que a Terra está entrando num ciclo de mudança do clima que pode afetar todos, indistintamente. Na Grécia, os incêndios, no que vem se chamando o verão do pesadelo, vêm varrendo, há dias e sem controle, pequenas cidades, nas ilhas próximas a Atenas, numa situação que tem aterrorizado os moradores e turistas.
Na realidade, não existe hoje lugar algum nesse planeta que não esteja experimentando condições climáticas extremas, o que só reforça o que há muito vêm alertando os cientistas sobre o aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, motivados, exclusivamente, pela ação humana. Pesquisa apresentada por Benjamin Schneider e Amy Nicole Salvaggio, da Universidade de Maryland, afirma que a Terra já aqueceu mais de 1,2 graus centígrados desde o início da era industrial, sendo que as temperaturas seguirão subindo cada vez mais, até alcançarem níveis de catástrofes globais com a morte de centenas de milhões de pessoas. Segundo o painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ligado à ONU, caso não cessem as atividades humanas que produzem o efeito estufa, o futuro será inclemente para todos e poderá abolir a vida sobre todo o planeta, até mesmo antes do que se espera.
A frase que foi pronunciada:
“Pode-se ver do espaço como a raça humana mudou a Terra. Quase todas as terras disponíveis foram desmatadas e agora são usadas para agricultura ou desenvolvimento urbano. As calotas polares estão diminuindo e as áreas desérticas estão aumentando. À noite, a Terra não está mais escura, mas grandes áreas estão iluminadas. Tudo isso é evidência de que a exploração humana do planeta está atingindo um limite crítico. Mas as demandas e expectativas humanas estão sempre aumentando. Não podemos continuar a poluir a atmosfera, envenenar o oceano e exaurir a terra. Não há mais nenhum meio disponível.”
Stephen Hawking, físico e autor.
Crescei e multiplicai-vos
Segundo o IBGE, em 2060, se até lá o clima do planeta for controlado, a perspectiva é de 19 milhões de idosos com mais de 80 anos. Em 1980, eram 684.789 idosos e, em 2026, provavelmente, serão 3.458.279. Interessante é que o número de crianças, em 1980, era de 16.942.583 e a previsão para 2060 será de 8.935.080.
Entorno
Por essa não esperavam. Para a segurança dos pedestres, foram criadas passarelas aéreas evitando atropelamentos na travessia de pistas largas e movimentadas. O problema é que, com a concentração de pedestres nessa área, o espaço virou alvo de trombadinhas que se aproveitam da falta de policiamento para furtar celulares e dinheiro.
Mudança de clima
Até hoje vestimenta em parlamento causa celeuma. Tempos atrás, Helival Rios buscava notícias sobre a repórter proibida de entrar no plenário do Senado porque vestia calças compridas. Como estava de blusão, tirou as calças e perguntou ao segurança: Agora posso entrar? Entrou. Depois que uma moça, também repórter, entrou no parlamento suíço “restringindo devidamente a capacidade de muitos nobres se concentrarem”, a Casa alterou as regras permitindo apenas a mostra dos ombros.
Presente para o futuro
A seguir, um projeto interessante intitulado Reconhecer Brasília. Trata-se de mostrar à criançada a importância da preservação do patrimônio da cidade. Por meio de música, fotos, teatro e manifestações culturais, a meninada vai tomando o sentido do carinho por Brasília.
História de Brasília
A Assessoria de Planejamento deu parecer contrário, e a Novacap mandou interditar a obra. Será construída no seu lugar, onde devia estar desde o começo: ao lado do DCT e da Central Telefônica (Publicada em 07/02/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Tamanho é destino. Pelo menos é o que sempre dizia o filósofo de Mondubim. Em se tratando de uma questão tão vital e urgente aos seres humanos, como as mudanças climáticas, a continentalidade do Brasil e o fato de esse território enorme concentrar a maior floresta tropical do planeta, por onde corre também o mais volumoso e precioso curso d’água doce do mundo, confere, ao nosso país, independentemente daqueles que pensam o contrário, incluindo aqui o atual governo, e aos brasileiros, uma imensa responsabilidade no combate ao efeito estufa, responsável pelo aquecimento acentuado da Terra.
Não há como fugir ou fingir que esse é um problema que compete exclusivamente aos países desenvolvidos e que tradicionalmente sempre emitiram gases como o CO2 (dióxido de carbono) e o CH4 (metano), responsáveis pelos efeitos danosos do aquecimento desenfreado da atmosfera planetária nos últimos dois séculos. Trata-se de um problema de escala global e, como tal, sua solução só poderá advir com a colaboração conjunta de cada um dos habitantes do mundo.
O Brasil, nesse contexto, também tem contribuído significativamente com emissões de gases do efeito estufa, quer pelas indústrias que possui em atividade, quer pelo desmatamento intenso, que prossegue em ritmo crescente há décadas, quer pela queima de grandes volumes de combustíveis fósseis. Queimadas nas regiões da Amazônia, no Pantanal e nas áreas de cerrado, mais do que um problema local, têm sido apontadas por cientistas de todo o mundo como um dos principais gargalos a ser contido, caso a humanidade deseje mesmo evitar o pior.
A importância da preservação dos ecossistemas nacionais é fundamental não só para o país, mas para o mundo, alertam os ambientalistas. Vivemos neste século 21 o que seria o maior desafio já enfrentado pelos seres humanos em toda a sua existência.
Apesar dos poucos dados coletados internamente nos últimos 100 anos, mapas de temperatura elaborados aqui e em outras partes do mundo mostram o drástico aumento de temperatura verificado em nosso continente entre os anos 1880 e 1980. Só não veem os efeitos desse aquecimento, que pode levar à nossa extinção como espécie, aqueles que, por alguns motivos pouco nobres ou materiais, não querem enxergar.
A lista de catástrofes climáticas aumenta a cada ano. Aqui mesmo temos visto as secas do Pantanal, a seca dos rios Paraguai e Vermelho. Alertas emitidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que os rios brasileiros vêm registrando, ano após ano, os menores volumes de água dos últimos 91 anos. As secas repetidas na bacia do Rio Paraná vêm se acentuando a um ponto crítico, ameaçando as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Nos próximos anos, os apagões elétricos, os rodízios e mesmo a falta de água serão realidades cada vez mais presentes. Também a Bacia do Rio Paranaíba e do Rio Grande estão com baixas históricas em seus volumes de água, apontando para um período de grande escassez para os humanos e para a geração de energia. A questão aqui é saber por que situações como essas vêm se repetindo com cada vez mais frequência e mais intensidade.
O que estaria por trás desses fenômenos? Para um bom observador, o óbvio é ululante e não carece de mais explicações. Está tudo aí. É preciso destacar que apenas 6,5 % dos brasileiros recebem, em suas casas, água de boa qualidade para o consumo. Até mesmo a antiga capital do país, Rio de Janeiro, sofre com a péssima qualidade da água distribuída aos habitantes. Estações de tratamento de água, como a do Rio Guandu, mais se assemelham a estações de tratamento de esgoto, tal o mau cheiro, a cor e o aspecto geral das águas naquele local.
Aqui no Centro-Oeste, a situação não é melhor, e piora com o passar do tempo. O desmatamento acentuado, motivado pela intensificação do agronegócio, praticado em grandes latifúndios de monocultura, há muito deixou de ser uma ameaça ao delicado equilíbrio do bioma cerrado e já se constitui numa realidade a dizimar, sem piedade, boa parte do ecossistema local, tornando grandes extensões de terra em solo árido e desértico.
A frase que foi pronunciada:
“O que digo sobre o aquecimento global é que o que nós tomamos como garantido pode não estar aqui para os nossos filhos.”
Al Gore
Insustentável
Está passando do controle o número de capivaras no DF. No Setor de Mansões do Lago Norte, onde o acesso ao lago é permitido por lei, os bichos invadem o gramado, espalham carrapato, deixam um rastro de excrementos e colocam em risco a vida de pequenos animais.
Bem comum
Em qualquer região administrativa, é possível atestar o descaso de moradores com a área pública. Invadem sem cerimônia e não questionam esse direito. A consequência é o perigo para motoristas, que perdem a visão da pista para acessá-la e, principalmente, dos pedestres, que se arriscam precisando descer para o asfalto por falta de calçada.
História de Brasília
Ninguém, no momento, quis entender isto, e como o dr. Jânio tinha mandado construir, fecharam-se os olhos e ouvidos, e mãos às obras. Ocorre que a obra já foi começada, e só agora veio o bom senso. (Publicada em 07/02/1962)
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Depois da pandemia que assolou a Educação no país, todo o processo de recuperação levará tempo. Mais tempo do que o despendido num processo normal de ensino sem interrupções bruscas e prolongadas. Ou seja, para cada ano sem escola, são necessários, pelo menos, o dobro do tempo para recuperar, atualizar e reinserir o aluno no curso normal de aprendizagem. A desmotivação e o abandono da escola é o que os especialistas preveem com o fim da pandemia. O horizonte, que já era de preocupação, agora vai se transformando em caos completo.
A falta de renda das famílias tem obrigado que essas crianças sem escola entrem para o mercado informal de trabalho. Algumas delas para a criminalidade. Fazer com que essas crianças regressem para a escola é uma tarefa quase impossível, dizem os educadores. O tempo perdido em educação é praticamente irremediável. São cidadãos que terão, pela frente, poucas perspectivas como baixos salários, más condições de vida, mais oportunidades para entrarem para o mundo do crime, mais doenças, mais desajustes sociais e que engrossarão as periferias perigosas das grandes cidades, intensificando os casos de violência tão presentes em nossas metrópoles.
Aqui mesmo em Brasília, quem se der ao trabalho de percorrer algumas dessas áreas periféricas da capital, como Sol Nascente e outras, notará que as ruas nessas localidades estão constantemente tomadas de crianças e de adolescentes que perambulam sem destino durante todo o dia e parte da noite também. O que esperar de uma situação como essa no futuro, se não há projetos para reverter essa situação?
O nosso apagão como nação perante o mundo, notado nos últimos anos em decorrência da decadência paulatina que tomou conta da escola pública, parece agora se transformar num alerta e numa ameaça para o mundo civilizado. A Unesco tem alertado para os efeitos negativos que o fechamento prolongado das escolas trará para o país. Alguns deles são: aprendizagem interrompida, má nutrição, confusão e estresse para professores, pais despreparados para a educação à distância, lacunas nos cuidados com as crianças, aumento do custo econômico, pressão não intencional no sistema de saúde, maior pressão sobre as escolas que permanecem abertas, aumento de taxa de abandono escolar, maior exposição à violência e exploração e isolamento social. Além disso, a Unesco calcula que o prejuízo desse fechamento das instituições educacionais públicas durante a pandemia poderá se estender por até quinze anos.
Nesse período, os impactos se farão sentir de forma evidente até no Produto Interno Bruto (PIB), sendo possível que influenciem negativamente a economia pelo menos até 2038. Escolas fechadas hoje, significam, segundo a Unesco, um país mais pobre no futuro. É preciso lembrar que, somente com a evasão escolar, um fenômeno anterior à pandemia, o Brasil perdia cerca de R$ 214 bilhões ao ano. Com a pandemia, esses números poderão chegar para algo próximo a R$ 1,5 trilhão em prejuízos.
Para um país que caminha a passos largos para um envelhecimento precoce da população, a situação poderá chegar a um perigoso patamar lá pelo ano 2060, quando um em cada quatro brasileiros terá 65 anos ou mais, sendo necessário que, para cada um deles, haja, pelo menos, um jovem em idade produtiva para custear o sistema de seguridade. Num mundo onde o referencial de riqueza há muito passou a ser a escolaridade da população e seu grau de eficiência técnica e científica, resta saber que papel caberá ao Brasil nesse contexto.
A frase que foi pronunciada:
“Brigar por política no atual cenário é o mesmo que ter uma crise de ciúmes na zona!”
Carregado por Jüh Nascimentto, no Instagram.
Boas novas
Em todo o Brasil, o número de pessoas internadas por Covid em UTIs diminui consideravelmente.
Depende
Para quem está de fora do Departamento Penitenciário Nacional, parece fácil acabar com o acesso de internos a celulares. Se as famílias são revistadas, os advogados também deveriam ser. Mas se não são revistados e cometem o ilícito de entregar celular para o preso, nada que uma antena bloqueadora de sinais não resolva.
Golpes
Por falar em penitenciária, veja, no link Atitudes para segurança pessoal e de dados, a cartilha elaborada pelo Ministério Público de Pernambuco com dicas para prevenção a golpes virtuais e presenciais.
História de Brasília
O dr. Afrânio Barbosa da Silva passou quase o dia inteiro na usina, e tem dado à obra o espírito de Brasília. (Publicada em 07/02/1962)