Guerras não são lugares para os jovens

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Carlos Rosillo

 

           Guerras, quer queiram, quer não, também podem ser enquadradas na categoria de processos didáticos. Ao menos no que diz respeito às lições e aos exemplos de tudo o que não deve ser feito. Mesmo sabendo que as guerras se alimentam famintas do sangue humano, há nelas aquela parcela de humanidade que nos faz refletir sobre a possibilidade sempre perdida de buscarmos a luz do humanismo dentro de nós mesmos.

        O que se expressa nesse teatro de horrores é nossa metade niilista, escondida em nossas sombras e que nos faz mover, dentro da pulsão de morte, no embate permanente entre Eros e Tânatos. Eis-nos na guerra com a nossa meia face animal, todo feito de instintos, como uma cicatriz profunda e marcante que trazemos desde a pré-história humana.

        Espantoso notar que a maioria absoluta de todos aqueles que se vêm diretamente imersos nesse mar de sangue são justamente aqueles que mais anseiam por manter distância desse pesadelo. Infelizmente, aqueles que escrevem, nas minúcias das estratégias militares, todo esse bailado de morte permanecem bem distantes desse palco, na paz e no aconchego aquecido de seus lares, em segurança com a família, vendo pelo noticiário o empilhar de corpos que aumenta do dia para a noite.

        Difícil encontrar, numa guerra fratricida, quem verdadeiramente odeie, de morte, seu semelhante. Há um ódio sim, contido e até inexplicável, que todo soldado alimenta contra os políticos e generais que os empurraram, ainda na flor da idade, para dentro do barco de Caronte, numa viagem sem volta.

        A oeste do planeta, nada de novo. A leste também. Todos ensaiam a coreografia do que pode ser peça derradeira. Os estrategistas, os generais e os políticos, que por seu protagonismo a catalisar a dores, observam do camarote o desenrolar dos acontecimentos, quando, por dever moral, deveriam ser os primeiros a marcharem nas frentes de batalhas. Essa e todas as guerras não possuem ligação ou parceria qualquer com a juventude. São, por sua essência, uma questão íntima pertencente somente àqueles que brindam a morte. É a covardia velhaca, transmutada em ciúmes, a empurrar os jovens para o fim da vida na Terra.

        Obviamente que todo esse espetáculo, erguido com carne e ossos, conta, como em todo show business de monta, com o patrocínio bilionário das empresas de armamentos tanto do ocidente, como do oriente. São esses empresários da morte os principais mecenas a dar suporte à arte da guerra. Também eles se alimentam do sangue dos mais jovens. Seus produtos, de última geração tecnológica, são concebidos exclusivamente para serem usados por soldados de tenra idade. São esses recrutas que azeitam suas engrenagens com sangue vivo.

        Pudessem as taças de vinhos, com que esses magnatas, essa elite da guerra, brindam o sucesso de seus empreendimentos malignos, serem transmutadas de vinho para sangue, por certo, não notariam a diferença no paladar. Quantos soldados, em suas trincheiras, nas noites gélidas de inverno, entre a vigília e o sonho, não imaginaram a possibilidade de uma união entre jovens de todo o mundo, para lutar, isso sim, contra essa horda de decrépitos assassinos? Quantos daqueles que, de arma em punho, não desejaram estar em casa, longe do conflito, beijando sua amada, seu filho, sua mãe? Quantos desses mesmos soldados, de um lado e de outro, não sonham com um acordo, breve e definitivo, de paz?

        Estranho pensar que os que estão em luta querem, no íntimo da alma, trégua e paz. Sendo que aqueles que anunciam com estardalhaço aos quatro ventos, que desejam a paz, são justamente aqueles que alimentam o desejo por mais mortes e escombros. Os degraus da glória, de um pequeno punhado de homens solitários e vazios, e que mais tarde serão os únicos a serem citados nos livros de história, são montados sobre cadáveres, principalmente daqueles conhecidos como os soldados desconhecidos, a quem prestam homenagens sem sentido, com coroas de flores sem perfume.

A frase que foi pronunciada:

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais… que vos desprezam… que vos escravizam… que arregimentam as vossas vidas… que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!”

Parte do discurso final de ‘O Grande Ditador’, de Charlie Chaplin (1940)

 

Leitor

Renato Prestes reclama da falta de comunicação entre a Administração de Águas Claras e a população. Segundo o leitor, há um único celular, porém, o mesmo raramente é atendido. É preciso maior divulgação sobre as formas de contato.

Foto: Ed Alves/CB/DA Press

AD

Dia 2 de abril, Lulu Santos se apresenta em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses. O show celebra os 40 anos de muito sucesso do cantor e promete fazer o público dançar e cantar ao som de vários hits que fizeram e fazem parte das nossas vidas. Os ingressos já estão à venda no site da Bilheteria Digital. Garanta o seu porque os mesmos são limitados!

Foto: brasilia.deboa.com

História de Brasília

Os motoristas do aeroporto estão recebendo propinas para levarem hóspedes para o Hotel Imperial. Há, na portaria no Hotel Nacional, a reclamação de diversos hóspedes fazendo essa denúncia. (Publicada em 20.02.1962)

OTAN e o protagonismo da guerra

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Foto: REUTERS/Pascal Rossignol

 

         Tão perigoso quanto os estrondos provocados pelas bombas que não param de cair sobre as cidades na Ucrânia, é o silêncio com que vem se desenvolvendo as tratativas para uma possível arregimentação de tropas do ocidente, liderados pela OTAN, para fazer frente ao exército de Putin. Perigoso também é observar a entrada sorrateira da China nesse conflito, através do fornecimento, por debaixo dos panos, de suplementos bélicos para os russos. Há no ar, apesar da guerra declarada e ao vivo da Rússia contra a Ucrânia, toda uma movimentação de bastidores, ou rearrumação do tabuleiro estratégico, para o início de um grande conflito, capaz de envolver, nesse cenário, outros protagonistas, o que pode, facilmente, levar a todos para o ambiente de areia movediça impensável.

        E o que esse conflito tem haver conosco? Essa é uma questão que, pelas proporções que o evento pode adquirir e já provoca no caso dos fertilizantes e no aumento nos preços do petróleo, já fala por si. No caso de um conflito generalizado, acreditem, não existirá lugar seguro para se proteger de seus efeitos. Ainda mais quando se sabe que o Brasil, além de não possuir um poderio armado, necessário para suprir as exigências de um país continental como o nosso, não conta também com abrigos subterrâneos em concreto armado, necessários para uma eventual guerra dessa magnitude. Estamos a pé e descalços nessa tempestade que se anuncia.

        Das milhares de análises feitas por especialistas que realmente têm a dizer sobre o conflito na Ucrânia, poucos ou quase nenhum trouxeram uma clareza luminar e realista como a que foi disponibilizada agora, nas mídias mundiais, pelo professor John Maersheimer, da Universidade de Chicago. Em sua avaliação, a Ucrânia já perdeu, definitivamente, a Crimeia e o Donbass, sendo que a questão que importa agora é saber se aquele país vai perder ainda mais território para a Rússia, principalmente as terras à leste do país. Por outro lado, todos já sabem que a economia ucraniana está destruída, com suas principais cidades em processo de vir a se tornar ruínas.

        Com isso, a economia mundial será também afetada e isso trará consequências para todas as democracias ao redor do globo. Esses eventos também irão diminuir a influência americana tanto na Europa como em relação à China, onde, segundo o professor Maersheimer, deveriam se concentrar todas as atenções do governo dos EUA. Além de todo esse cenário de crise, as movimentações políticas do Ocidente estão a empurrar a Rússia diretamente para o colo dos chineses. Como se não bastasse, a OTAN, junto com os Estados Unidos e a Europa Ocidental, está, sem saber, transformando o leste do continente europeu numa região de instabilidades perigosas, o que força a presença do ocidente nessas áreas, antes sob influência da Rússia.

        Trata-se, como afirma, de uma situação desastrosa para todos. Aqui entra a questão básica: quem provocou toda essa instabilidade, desde o início. Ao contrário da voz corrente no Ocidente, que debita toda a responsabilidade por essa guerra aos russos e diretamente a Putin, o professor da Universidade de Chicago ressalta que a principal responsabilidade por toda essa crise armada cabe, principalmente, ao Ocidente e ao seu modelo de política internacional.

        A crise, segundo ele, teria começado ainda em abril de 2006, de fazer a Ucrânia e a Geórgia membros efetivos da OTAN, “a todo o custo.” Na ocasião, os russos já tinham alertado o mundo que essa seria uma situação inaceitável e que esses países não seriam, jamais, parte da OTAN. Outra análise a ser levada em consideração é a do linguista e filósofo americano Noam Chomsky, para quem os acontecimentos na Ucrânia se devem à expansão e ao avanço da OTAN sobre aquelas que seriam áreas de influência da Rússia.

        Segundo ele, mesmo que Putin fosse uma espécie de Ghandi russo, a situação de guerra seria a mesma. Para Chomsky, a OTAN não deveria continuar a existir depois de 1990, quando o império soviético deixou de existir. A guerra fria estava sepultada e a OTAN havia perdido seu sentido estratégico. Contrariando o bom senso, a OTAN não só continuou a existir, como se expandiu para próximo de Moscou, agora mudando seu objetivo de defesa para o de controle da energia do mundo, através do monitoramento das rotas e dos dutos de óleo e gás marítimos.

        Nesse sentido, a OTAN passou a ser uma espécie de força interventora americana. Diante de visões realistas como estas, o que é preciso agora é focar a atenção na movimentação feita pela OTAN, junto com os EUA, torcendo para que o ocidente siga os caminhos da razão e do bom senso, pois não há, nessa contenda, um lado a quem se possa debitar o papel de mocinho da história.

 

A frase que foi pronunciada:

Nunca houve uma guerra boa nem uma paz ruim.”

Benjamin Franklin

Benjamin Franklin. Imagem: Joseph Siffrein Duplessis, en.wikipedia.org

 

Descaso

Com a alta da gasolina, os pagadores de impostos esperam que o governo do DF invista em transporte público. É difícil para o contribuinte ver parte do metrô na Asa Sul já apresentar sinais de decadência por descaso dos responsáveis pela manutenção. Ontem pela manhã, na estação em frente ao Cine Brasília, apenas a escada rolante para descida estava funcionando. Na estação seguinte, em frente ao Clube Unidade de Vizinhança, nenhuma escada rolante do acesso funcionava.

Foto: metro.df.gov

 

UnB

Duas notícias de cães. A UnB está fazendo uma pesquisa com cães que estejam com problemas nos olhos. Desde vermelhidão a secreção. A outra novidade é que o Hospital Veterinário da UnB está com ótimos preços para castração de cães e gatos. Veja no a seguir.

–> Bom dia! Estamos iniciando as castrações eletivas de gatos, cães e gatas nas aulas de Técnica Cirúrgica da FVV/UnB. Informações http://hospitalveterinario.unb.br/servicos/castracao.

História de Brasília

Doutor Ataulpa, há a informação de que a TCB vai suspender os ônibus do Gaminha, por falta de estrada. A conservação das molas está cara, e a companhia está estudando uma maneira de suprimir a linha, se não houver melhora da pavimentação. (Publicada em 20.02.1962)

Brasil em constante luta para sair do passado

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Charge do Amarildo

 

        Duas podem ser as hipóteses que explicariam o favoritismo do ex-presidente Lula em muitos institutos de pesquisa de opinião. Há nesse caso um fato curioso a ser observado, quando se verifica que o ex-presidente petista, por todos os acontecimentos que redundaram em sua prisão e também na de seus mais próximos colaboradores, transformaram Lula numa espécie de candidato invisível, que só é visto por iniciados da sua seita, em ambientes especiais e fechados e pelas redes virtuais da internet.

        Tem-se aqui um autêntico candidato fantasma à brasileira, fabricado, sob medida, pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, através de um polêmico processo, antijurídico, que trouxe consigo até um neologismo estranho: “descondenação”, ainda não tratado nos dicionários tradicionais. Não por outra, as eleições de 2022 vão se configurando num pleito inusitado, digno das ficções do tipo surrealistas. As duas hipóteses capazes de explicar o favoritismo do ex-presidente são os já desacreditados institutos de pesquisa, por suas metodologias acrobáticas, e um caráter que considera a corrupção e roubo dos recursos públicos atos sem grandes importâncias para a vida política e para o próprio sentido de cidadania.

        A acreditar nessa hipótese, estamos num caminho sem volta, rumo ao brejo. A outra explicação para a vantagem nas pesquisas do ex-presidente e ex-presidiário é a de que o esquecimento dos fatos pretéritos, numa espécie de alzheimer político severo e coletivo, afeta a maioria dos eleitores neste país. Vale lembrar que não é o que se vê nas ruas. Mas, em qualquer das duas hipóteses, estamos no sal, desidratados de saúde e de caráter.

        O simples fato de os brasileiros, como também atestam pesquisas recentes, classificarem o tema “combate à corrupção” como um projeto para o país menos importante do que fatores como a inflação e o desemprego demonstra que, a má formação ou a ausência total desta faz de nossos cidadãos presas fáceis para a engabelação desses profissionais da política.

        O que se poderia esperar de um cidadão minimamente atento é que negasse perdão a gestor público ladrão. A explicação para o favoritismo nas próximas eleições de pessoas que dilapidaram os cofres públicos e empurraram o Brasil para a mais profunda crise de todos os tempos não pode ser debitada a sentenças do tipo que nos classificam como um país sem seriedade. Tampouco pode ter sua explicação no conluio estabelecido, de forma sorrateira, entre os eleitores e os eleitos.

        Há aqui uma explicação que parece fugir aos alfarrábios de psicologia ou mesmo à hipótese do inconsciente coletivo, tudo isso com pitadas e propensões à autoflagelação e até à parafilia. Há, caso se confirmem as previsões dos institutos de pesquisa, um fenômeno, de ordem psíquica, a ser estudado no comportamento dos eleitores ou dos que publicam as pesquisas. Basta coletar as previsões das eleições passadas para compreender os índices bizarros de preferência e os votos recebidos.

        Caso não exista mesmo essa doença mental, as probabilidades mais aceitas para explicar o comportamento do tipo esquizofrênico dos eleitores só poderão ser buscaas em tratados sociológicos como o de Sérgio Buarque de Holanda em “Raízes do Brasil”, de 1936, ou Casa Grande e Senzala de Giberto Freyre, de 1933. O mais certo e talvez mais popular seria buscar explicações do tipo antropológicas e sociais para essas preferências do eleitorado em obras como Pedro Malasartes ou “Macunaíma”, de Mário de Andrade, publicada em 1928. Até que o eleitor possa entender, definitivamente, que a corrupção antecede a males como inflação e desemprego e está na raiz de todos os nossos problemas como nação, muitas eleições terão passado, mantendo o Brasil onde sempre esteve: no passado.

 

A frase que foi pronunciada:

Os institutos de pesquisa estão percebendo que as pessoas mentem.”

Luiz Felipe Pondé

 

Luiz Felipe Pondé. Foto: Divulgação

Exposição

A partir do dia 22 deste mês, Lidia Daze e Ricardo Frade participam da Mostra Expressões Contemporâneas. Veja a programação a seguir.

 

Abuso

Tão inocente um kinder ovo. Geralmente comprado para satisfazer a criança gastando pouco. Mais do que a gasolina, mais do que o feijão, mais do que a carne. Um kinder ovo já chegou a R$ 50,00.

Publicação nos histories de João Paulo Florêncio, no seu perfil oficial no Instagram

Como se tornar pior

Por falar em abuso, dessa vez sexual e livre. A Netflix está provocando a ira de quem não tem preguiça de educar os filhos. São pais que acompanham os menores e monitoram a forma de entrada de eletrônicos em casa. Só que, dessa vez, a Netflix apostou em um filme produzido por Danilo Gentili com atuação de Fábio Porchat, criticando adolescentes que não se prestam à lascívia. Veja a seguir.

Foto: divulgação

História de Brasília

Dá nesses vexames, as promessas que os candidatos fazem em nome da Prefeitura. A ligação da luz na Asa Norte não pode ser garantida por ninguém. É um problema técnico, e tem seu tempo. (Publicada em 20.02.1962)

Educação política já

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Foto: eduxe.com

 

Ninguém que entenda, minimamente, do assunto pedagogia do ensino e da educação pode negar que exista hoje uma necessidade crescente de incluir, nos currículos escolares, uma disciplina onde a política seja estudada desde os primeiros anos escolares. O tema vem se tornando tão urgente que pode representar, num futuro próximo, a solução para a continuidade ou não da espécie humana.

Não se trata aqui de ensino da política sob o ponto de vista dos partidos ou sob o prisma obtuso das ideologias, mas tão somente desenvolver os jovens, desde a mais tenra idade, para a importância do estabelecimento de relações sadias entre os indivíduos, dentro da ótica positiva e humanística das artes, educando nossas crianças para a importância da negociação, da compatibilização de interesses, do respeito aos bens e espaços públicos, enfim, tudo o que não é visto atualmente dentro e fora do Brasil e que, por isso mesmo, tem nos conduzido ao beco sem saída em que estamos agora.

Sem o ensino dessas noções básicas que disciplinam a vivência dos cidadãos dentro de uma cidade, caminhamos para o caos completo, num modelo de sociedade em que o lema será: Salve-se quem puder! Na verdade, já estamos inseridos nesse modelo, basta observar que nossas cidades, inclusive a capital do país, não são lugares onde o cidadão pode circular com total segurança a qualquer hora do dia.

A existência de nichos restritos onde cada grupo de pessoas pode circular é um fato. A proliferação de condomínios fechados e vigiados por câmeras, seguranças armados, cães e cercas elétricas é uma realidade. Assim como certas áreas da periferia das grandes cidades, onde qualquer forasteiro, mesmo perdido, pode encontrar a morte.

Nossas cidades estão seriamente doentes e de nada adianta, nesse estágio de deterioração, aumentar a letalidade da polícia ou construir cada vez mais presídios. A questão causal desses males está na deficiência do ensino e da arte política, objetivando a construção, não só de cidades mais humanizadas, mas de cidades com mais cidadãos com preparo humano e político capazes de tornar a vida social mais digna, mais organizada, com direitos e deveres, não impostos, mas aceitos de bom grado, despertando em cada indivíduo o senso de importância.

Impossível falar em cidadania, quando os indivíduos desconhecem seu real significado e a importância desse conceito para si. Da mesma forma, não se pode mais aceitar que nossas cidades permaneçam retalhadas, cercadas de arames farpados e cercas elétricas, com barricadas no meio das ruas, como se tudo isso fosse natural e perfeitamente adaptado aos novos tempos.

Somente o ensino precoce da arte política e da perfeita organização das polis é capaz de pôr um fim nesses absurdos que somos obrigados a conviver, como a necropolítica das ideologias radicais, que visam a destruição dos oponentes; a cleptocracia política, que nos assola e empobrece desde o descobrimento; a corruptocracia, formada pelas elites políticas que têm, nos recursos públicos, seu alvo; ou a partidocracia, na qual determinadas legendas se assenhoram do controle político e do governo, como possivelmente visto nas próximas eleições de 2022.

Ou é isso, ou é o que temos e que nos arrastará, irreversivelmente, para o abismo.

A frase que foi pronunciada:

Se um país é regido pelos princípios da razão, a pobreza e a miséria são objetos de vergonha. Se um país não é regido pelos princípios da razão, a riqueza e as honras são objeto de vergonha.”

Confúcio Séc. V a.C.

Confúcio. Foto: reprodução da internet

Cautela

Cidadãos desavisados aceitam, pacificamente, que instituições comerciais façam biometria ao cadastrá-los como clientes. Muitas dessas instituições não têm segurança apropriada contra ataques cibernéticos. A senha pode ser mudada a qualquer momento, mas se um hacker roubar sua biometria, estará com ele para sempre. Até pouco tempo, o Brasil não tinha legislação sobre o assunto. Hoje, a Lei Geral de Proteção de Dados prevê punição para esse crime.

 

Xenofobia

Duas crianças sírias descrevendo o comportamento do porteiro e da síndica do prédio, na Asa Norte, impressiona. Não podem andar de bicicleta embaixo do prédio, mas outras crianças podem. Tudo o que plantaram durante a pandemia, frutas, legumes e verduras foi arrancado pelo porteiro com o aval da síndica, com a justificativa de que não poderiam usar água para regar. “Mas o porteiro lava o carro dele com a água do condomínio!”, diz o mais velho inconformado com o tratamento.

Ilustração: istockphoto

Chovendo no molhado

Vizinhança começa a se unir para questionar a cobrança de uso do esgoto na conta da Caesb. Água utilizada para encher piscina ou para irrigação não vai para o esgoto. Trata-se de pagamento indevido.

Caesb. Foto: destakjornal.com.br

História de Brasília

É que êles foram ao Prefeito em companhia de um candidato desprestigiado. Até hoje a luz não foi ligada, e êles voltam a pedir ao sr. Sette Câmara, desta vez através do jornal. (Publicada em 20.02.1962)

Cobradores que não pagam o que devem

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Charge do Cazo

 

        Temos aqui ataques contra a população desde 1500. No nosso caso, não é outro país que comete esse ataque, é o próprio Estado brasileiro, na figura dos Três Poderes da República. Esses atores, de forma indisfarçada, vêm empreendendo o que seria uma guerra de dominação, invadindo a vida dos cidadãos e dela se apossando, para seu proveito. Para tanto, lançam, de sua artilharia pesada, aos que estão na planície, uma verdadeira saraivada de bombas, na forma de edição de medidas e interpretações de leis, que impõem a taxação crescente de impostos e tributos, de toda a ordem, que caem como chuva de obuses arrasando as possibilidades da população manter um padrão econômico mínimo e decente.

        Os mísseis, de uma carga tributária escorchante, parecem dotados de uma espécie de sensor que os guia diretamente sobre as classes sociais que se amontoam no sopé da pirâmide. Em última análise, esses Poderes, por suas prerrogativas que vão muito além da razoabilidade, acabam por sufocar os civis, numa luta desigual em que nem mesmo as leis escritas são capazes de pacificar.

        Com isso, garantem a perpetuação do status quo, com a manutenção e aumento dos privilégios, com proteções e regalias apenas àqueles que estão no controle do país. Aumentam os gastos públicos, não em investimento diretos para a nação, mas para dotar esses nichos de poder, instâncias semelhantes a paraísos, onde nenhuma crise é capaz de atingir. Se aumentam os preços dos combustíveis, em lógicas matemáticas diversas, os efeitos negativos nos alcançam, já que, por seus penduricalhos de proventos, estão cobertos por defesas do tipo vale combustível e outras armas.

        Para essa elite, entrincheirada em seus bunkers de luxo, aqui na capital e em outros estados, cabe à população arcar com as consequências das crises cíclicas que ela, diligentemente, fabrica. Trata-se de uma situação que, figurativamente, é também uma guerra, mas que vem perdurando por séculos e que está a se agravar, à medida que aumentam os gastos do governo e de cada Poder em particular.

        É, de fato, uma invasão não declarada, onde os áulicos possuem todas as mais sofisticadas armas. À população sob ataque permanente, resta se defender como pode. Para isso, vê-se obrigada a recorrer às armas que a criação possibilita, mantendo-se numa informalidade clandestina, onde tem que usar verdadeiras táticas de guerrilha, driblando imposições, fazendo gatos aqui e acolá, buscando meios de não ser lançada no abismo das regulações burocráticas, sugada por impostos e taxas sem fim.

        Tem-se aqui uma guerra na qual as armas desiguais acabam sempre por ferir os calcanhares daqueles que andam descalços. A sorte dos brasileiros, se é que se pode chamar isso de sorte, é que os próprios Poderes não se entendem entre si, o que torna uma ação conjunta e coordenada, do Estado contra a população, algo ainda distante e até impensável no momento.

 

A frase que foi pronunciada:

A maioria dos homens são maus juízes quando seus próprios interesses estão envolvidos.”

Aristóteles, séc. IV a.C.

Aristóteles. Foto: Creative Commons

Níveis prata e ouro

Milhões de inventariantes pelo país ficaram sem resposta do Banco Central em relação aos valores a receber pelo Banco Central. A Instituição avisa que, em situações que envolvem questões legais, operacionais e tecnológicas mais específicas – como falecidos ou pessoas com dificuldade de obter contas níveis prata ou ouro – serão tratadas na próxima fase do sistema. A data de início ainda será divulgada pelo Banco Central.

TJDFT

Uma das vantagens do trabalho à distancia recai sobre a Justiça. Casos de pequena causa são resolvidos com maior celeridade. Na página do TJDFT, o formulário para preenchimento fica disponível para a população, que o preenche no site. A data e hora da audiência é marcada e o link para a reunião no Teams é enviado por e-mail.

Foto: brasiliadefato.com.br

Alegria

Marcos Linhares comunica que a hora da arte voltar chegou. Anunciado o Chamamento Nacional de Brincantes, Mestras e Mestres. O Portal do Mamulengo convoca artistas de todo o Brasil para responderem à pesquisa do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e sua cadeia produtiva. Veja os detalhes a seguir.

–> Mestras e Mestres de todo o Brasil para responderem à pesquisa do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e sua cadeia produtiva pelo link https://bityli.com/jwKEl. Previsto para estar disponível para acesso a partir de 30 de março, o Portal (portaldomamulengo.com.br)  reunirá informações de mais de 100 mestres e novos brincantes, com dados, fotos, vídeos, tudo que for necessário para preservar a memória e a técnica centenária desse patrimônio imaterial brasileiro, que sobrevive desde os tempos coloniais.

O coordenador da campanha “Portal do Mamulengo” e diretor artístico e de criação da Cia Voar Teatro de Bonecos (sediada no Gama-DF) , Marco Augusto Rezende,  fala que o projeto bateu a meta de financiamento coletivo um dia antes do prazo final e que a seleção de brincantes conta com uma curadoria super qualificada na área de cultura popular. “Temos uma respeitável equipe curatorial: a bonequeira, Profa Dra Izabela Brochado (UnB), especialista em cultura popular; Chico Simões, mestre reconhecido pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Andreisson Quintela, criador da TV Mamulengo e membro da Comissão de Bonecos Populares da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos (ABTB)”, afirma o bonequeiro.

“Lançamos esse formulário para ajudar na pesquisa que vai dar origem ao site com o máximo de informações sobre, brincantes, mestras e mestre”, pontua Marco Augusto.
Patrimônio
O artista também aponta que desde quando o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste foi reconhecido pelo Iphan como patrimônio imaterial do Brasil (2015), o número de brincantes dos bonecos do tipo mamulengo só aumenta, estando presente em quase todo o país. “Por isso, o portal é tão importante, pois lida com a memória dessa importante manifestação artística e pode alcançar pessoas de todas as idades, o que é muito importante. Vamos trabalhar com muita satisfação para difundir o trabalho dos brincantes”, defende o diretor artístico e de criação da Cia Voar.

“Alguns jovens têm procurado conhecer o mundo mágico dos  bonecos, e aqui e ali, surgem novos grupos. No DF, por exemplo, já contamos com cerca de 20 grupos que trabalham com mamulengos. O que muito nos orgulha e encanta” finaliza.

Parceiros
A Associação Candanga de Teatro de Bonecos (ACTB) e a Associação Brasileira de Teatro de Bonecos (ABTB) são parceiras da Cia Voar Teatro de Bonecos no Portal do Mamulengo.

BNDES
O projeto foi selecionado no âmbito do “Edital Matchfunding BNDES+”, que estimula ações de legado para o patrimônio cultural brasileiro. Assim, para cada real arrecadado na campanha, o BNDES entra com mais dois reais, triplicando os recursos até atingir a primeira meta. Mas a regra é TUDO ou NADA: se essa meta não for atingida, o valor arrecadado é devolvido e o projeto não acontece.

Os diversos nomes dos mamulengos Brasil afora

A apresentação do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste é chamada por diferentes nomes dependendo de onde ele vem. É chamado de Mamulengo, em Pernambuco e no Distrito Federal,  Babau, na Paraíba; João Redondo ou Calunga, no Rio Grande do Norte; e Cassimiro Coco, no Ceará, Piauí e Maranhão.


Serviço:
O quê: Chamamento Nacional de Brincantes,  Mestras e Mestres

O Portal do Mamulengo convoca artistas de todo o Brasil para responderem à pesquisa do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e sua cadeia produtiva
Como: Pelo link https://bityli.com/jwKEl 

Quando: Até o dia 15 de abril
Informações: (61) 99901-3822

Assessoria de Imprensa: Marcos Linhares – (61) 99905-5905

Precedente

GDF anuncia vários concursos para a população. Na Educação, Justiça. Há os que fiquem desconfiados, já que houve concurso onde a regra de classificação mudou ignorando o que determinava o Edital.

Cartaz enviado pela comissão de aprovados do concurso para a SEDES, em 12/03/2020, quando a polêmica da alteração de pontuação mínima na prova objetiva ainda tentava ser solucionada na justiça.

Cerca já!

Desde 2003, o Decreto 23.911 institui o Parque Ecológico do Taquari. Cabe à Companhia Imobiliária de Brasília – TERRACAP, a execução de todos os projetos destinados à implantação, manutenção, vigilância e administração do Parque Ecológico do Taquari, sob a supervisão da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH.

História de Brasília

Desesperados com as promessas dos candidatos, que lá começam a provar porque Brasília não deve ter eleição, os comerciantes da Asa Norte procuram, agora, o CORREIO BRAZILIENSE. (Publicada em 20.02.1962)

Imagens e sentimentos da guerra

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Maternidade bombardeada na Ucrânia. Foto: MFA Ucrânia / Twitter

 

Com algumas das milhares de imagens e instantâneos captados da guerra de defesa cruenta que a Ucrânia trava contra a invasora de seu território, a Rússia, é possível fazer um exercício de reflexão, mesmo à distância, do sentimento misto de aflição, tristeza, incapacidade de parar os acontecimentos, medo, incerteza e toda uma gama de maus presságios e maus pensamentos que esses cidadãos estão experienciando ante a possibilidade real da morte que se avizinha.
Como seres humanos que ainda somos, apesar das dúvidas de que, em momentos como estes que nos assaltam, sabemos, de antemão, que possuímos os mesmos mecanismos mentais, disparados por nosso cérebro diante de situações diversas. Somos, neste planeta, irmãos siameses, quando nos vemos diante de sentimentos como o medo, a raiva, a impotência diante de um fato, a aflição e o sentido de defesa de nós e de nossos entes queridos.
A aproximação da guerra e do inimigo, anunciada pelo estrondo, cada vez mais forte, das bombas e crescendo a voz de morte e destruição nas vizinhanças, aciona nos nossos irmãos distantes os mesmos sentimentos que teríamos diante de um fato dessa natureza. Correr e deixar tudo para trás, apagando nossas lembranças e pertences, despidos de tudo e até da dignidade, tão cara a muitos seres humanos, arde por dentro.
Que sentimentos e pesadelos estariam experimentando neste exato momento os idosos, impossibilitados de caminhar, os doentes acamados, as crianças nos leitos dos hospitais e todos que padecem em suas casas, mesmo aqueles que perderam a capacidade de entender direito o que se passa ao redor.
Pensar que todos esses augúrios estão vindo com um inverno rigoroso, quando o céu busca mais cedo a escuridão para se esconder do frio intenso. Por imagens captadas diretamente por trás de uma cortina, instalada num desses apartamentos familiares, é possível presenciar o momento exato em que uma bomba cai na vizinhança defronte. Ou vem-se gritos e choros aflitos. As pessoas cerram as cortinas, como se isso pudesse deter a força e a aproximação dos bombardeios cegos e correm para um outro cômodo da casa para se protegerem. Não sabem para onde se dirigir.
As notícias sobre a existência de corredores humanitários que se transformaram numa verdadeira armadilha para os refugiados, todos eles expostos à artilharia inimiga, correm em toda a parte. Imagens de prédios aparentemente abandonados, em destroços, contra a paisagem árida e inóspita, mostrando um céu escuro e frio ao fundo, iluminado, algumas vezes, pelo estouro das bombas, dizem a todos que é preciso ficar escondido dentro de casa.
O que fazer com o avô e a avó deitados inertes em suas camas, debaixo de grossas cobertas? Abandoná-los e fugir? Para onde? A morte saiu às ruas numa noite gélida e espreita. As luzes da artilharia incessante lembram relâmpagos anunciando a chuva, mas todos sabem: anunciam a chegada da ceifadora de vidas.
E pensar que, protegidos a milhares de quilômetros desse palco de horrores, estão os políticos que apoiam, por medo do carniceiro que preside a Rússia, todo esse massacre. Estão todos eles são e salvos, traçando, em suas estratégias, melhores formas de eliminar pessoas com mais eficiência e rapidez, sem despertar a atenção da imprensa mundial que a tudo observa in loco.
O coração dispara como uma metralhadora. A síndrome de pânico adormecida, desperta e também massacra como uma batalha de vida e morte. A depressão, o inverno, as bombas, a morte dos amigos, vizinhos e parentes dão a certeza de que estamos todos perdidos na mesma batalha, mesmo à distância.
A frase que foi pronunciada:
“Na guerra, os políticos dão munição, os ricos dão comida e os pobres dão os filhos. Quando a guerra acaba, os políticos pegam as munições que sobram e entregam uns aos outros. Os ricos aumentam o preço dos alimentos, enquanto os pobres procuram covas para os filhos.”
Ditado sérvio
Mais cordel
Concorre à cadeira do jornalista João Brígido, na Academia Cearense de Letras, o poeta popular Geraldo Amâncio Pereira, respeitado repentista cearense. Caso seja eleito, será a primeira vez que um cantador de viola terá assento na tradicional academia, cujas cadeiras sempre foram ocupadas por escritores e poetas eruditos. Geraldo Amâncio estudou história na Universidade Vale do Acaraú e é autor de dezenas de livros, entre eles, romances de cordel. Ouça no link: Oliveira de Panelas & Geraldo Amâncio – Galope beira mar.
Geraldo Amâncio. Foto: mapacultural.secult.ce.gov
Dúvidas de Luzia
Será que uma administração com sete milhões de associados é eficaz? A pergunta feita pela leitora traz outras indagações sobre os planos de saúde. Até que ponto a lei permite que a saúde humana seja tratada como negócio? É possível fiscalizar e punir os aumentos abusivos de poderosos lobistas? Até quando os consumidores precisam aceitar tudo?
Charge do Jarbas
História de Brasília
Não se nega que há falta de diversão, e como as pessoas aqui residentes ainda estão ligadas a laços de parentescos em outras terras, estão sujeitas a depressões, que são, também, comuns nas grandes cidades de movimento intenso, ao contrário da nossa portanto. (Publicada em 18/2/1962)

Alcoolândia

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Foto: g1.globo.com (Thiago Sabino/Divulgação)

 

Um visitante atento, que percorrera o Plano Piloto, de uma ponta a outra, em busca de espaços culturais e de lugares como galerias, teatros, bibliotecas, livrarias, cinemas, salas de concerto, de dança, folclore, artesanato, moda e uma infinidade de outros pontos onde possa conhecer, de perto, o grau de desenvolvimento intelectual dos habitantes locais, medido em todo mundo pela quantidade, variedade e qualidades desses espaços, por certo experimentará uma decepção enorme com o vazio e o pouco caso que as autoridades do DF parecem demonstrar pelo universo das artes.
Não há praticamente nada, nesse imenso espaço urbano que remeta ao mundo das artes. A não ser se forem considerados também como espaços culturais a grande quantidade de bares, restaurantes, farmácias e lojas de quinquilharias espalhadas pelas quadras comerciais.
Surpreendentemente, vivemos, sem o menor remorso, imersos num imenso e árido deserto, onde as artes, o esporte e quaisquer outras manifestações semelhantes vitais e importantes para a saúde humana foram varridas por uma espécie de vendaval primitivo. O que há, por toda a parte, e numa proporção até preocupante, é uma enorme quantidade de locais, onde as pessoas vão em busca apenas de álcool e não de algo capaz de preencher o espírito.
Não surpreende que, num ambiente assim, os índices de acidentes, as doenças e a violência estão sempre crescendo. Não é por causa também que, afogada em bebidas alcoólicas, de segunda a segunda, a população, incluindo aí uma boa parcela da juventude brasiliense, busca em farmácias e em hospitais e nas clínicas particulares, o unguento caro para seus vícios. Assim, como num ciclo doentio, o número de farmácias e clínicas se multiplicam, sem parar, tudo para atender os clientes oriundos dos bares que também se proliferam, além da conta.
Nesse vaivém perverso, aumentam ainda os casos de transtornos mentais pelo abuso de álcool e drogas, encontráveis em quaisquer pontos da cidade. Diversão cultural sadia, nem pensar. Seguindo nesses desvãos de uma cidade que adoece e que parece grudada em bares e botecos, as igrejas de confissão duvidosa vão se reproduzindo, pro metendo acabar com as dores e as doenças espirituais dos alcoólatras. Não há espaço para manifestações culturais. Foram banidas pela insensatez e pelo primitivismo que hoje prevalece. Em seu lugar vieram o drive thru de bebidas.
O governo e outras autoridades, mesmo as sanitárias, a quem caberia pelo menos disciplinar esse estado caótico em que o Plano Piloto se converteu, fazem cara de paisagem, não promovem as artes, nem os esportes que poderiam amenizar todo esse caos, limitando-se a cobrar impostos desse inchaço de comércio da doença.
Não há campanhas públicas sobre o abuso no consumo de álcool. Nos fins de semana, o Plano Piloto se converte numa Gomorra, onde uma multidão se afoga em bebidas, transtornando toda a cidade, com arruaças, barulhos, brigas e mortes. A polícia demonstra, claramente, não mais poder conter a situação. O caos é geral.
Quando o dia clareia, as farmácias e as clínicas voltam a encher com os doentes de sempre, vítimas de algozes de si mesmas. Existisse pelo menos um parlamentar destemido e independente capaz de apresentar o projeto de lei obrigando os pontos de venda de álcool a custearem o tratamento de saúde dos seus fregueses com remédios, especialistas em hepatologia ou em clínicas de psicologia e psiquiatria, a coisa toda, tomaria um outro caminho. Bar e boteco não são pontos de diversão, não são playground.
Houvesse um equilíbrio entre lazer sadio e essa quantidade exorbitante de pontos de venda de bebidas alcoólicas, tudo voltaria à normalidade. Mas não há, e a tendência é piorar. A “alcoolândia” em que se transformaram todo o Plano Piloto e quase todas as regiões administrativas bem debaixo do nariz de todos precisa ser repensada urgentemente se, de fato, ainda existe uma preocupação sincera com as futuras gerações. Não há exageros aqui, basta percorrer o DF verificar essa realidade in loco, como fez nosso visitante atento, no alto da página. A decepção com a morte da cultura na cidade é de todos que sonham com uma cidade sadia, sensata e inteligente.
A frase que foi pronunciada:
“O vício, na pior das hipóteses, é como ter a Síndrome de Estocolmo. Você é como um refém que desenvolveu uma afeição irracional por seu captor. Eles podem abusar de você, torturá-lo, até mesmo ameaçar matá-lo, e você permanecerá inexplicavelmente e perturbadoramente leal.”
Anna Clendening
Fertilizantes
Pauta importante na Comissão de Agricultura do Senado. A CRA vai debater a dependência do Brasil de fertilizantes estrangeiros. Nota da agência Senado afirma que cerca de 80% dos fertilizantes usados em terras brasileiras são importados. Hoje, às 8h, está marcada audiência pública para debater o assunto. O presidente da Comissão de Agricultura no Senado é o senador Acir Gurgacz.
Foto: Getty Images/iStockphoto/direitos reservados
História de Brasília
Mas Brasília é ruim, também. É ruim para quem vive no Rio com escritório de “empurrar papel”, é ruim para quem “negocia” fora os de sua repartição, e ruim para os que têm outros assuntos que não os restritos à sua alçada. (Publicada em 18/2/1962)

A morte do bom senso

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Foto: Sergei Supinsky/AFP/Metsul

 

        Já no segundo dia da guerra entre Rússia e Ucrânia, este espaço alertava para a urgência de providências no sentido de conter a poderosa máquina bélica de Putin, primeiro, através de uma possível declaração do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estabelecendo a neutralidade de seu país nas questões entre Moscou e OTAN, a exemplo da Finlândia durante a guerra fria; por uma razão simples e imposta pelo pragmatismo político: a impossibilidade real da Ucrânia em conter um possível avanço da máquina de guerra russa. Segundo, para preservar a vida de cidadãos ucranianos, homens, mulheres, crianças e idosos, que seriam necessariamente alvos dos ataques russos. Conhecendo a belicosidade de Putin, essas seriam as melhores estratégias de um governante sensato, pois desmanchariam os argumentos do ditador para invadir o país vizinho.

        Não se trata aqui de pretensões em pousar de estrategista de guerra ou coisa parecida. A questão envolve o bom senso, um atributo que, em tempos de violência, desaparece como fumaça no vento. Agora, com o estabelecimento da guerra, ou mais precisamente, de um massacre sobre o povo ucraniano, principalmente sua parcela civil, parece tarde para recuar. Para complicar um problema que tende a crescer, o presidente ucraniano parece fazer o jogo que o Kremlin deseja, que é estender o conflito para toda a borda que margeia a Rússia, incluindo, nessa batalha, todos os países que faziam parte da antiga União Soviética.

        Ao apelar para que países como os Estados Unidos e a própria Otan entrem nesse conflito, o que o presidente Ucraniano está fazendo é acender o pavio para uma guerra generalizada em toda o continente Europeu, o que seria um prenúncio tenebroso para uma terceira e definitiva guerra mundial. É certo também que Putin e seus generais poderiam resolver a questão do cerco da Otan ao território russo estabelecendo um cordão de proteção armada ao longo apenas das fronteiras dos países limítrofes. Mas todas essas foram hipóteses lançadas na lata de lixo. De fato, ao açular os instintos bélicos de Putin, em nome de um patriotismo que sempre custa a vida da população local, Zelensky abriu as portas para o avanço dos russos sobre seu país.

        O mundo, que a tudo assistia e que também não acreditava numa guerra de fato, foi apanhado por um tipo de surpresa anunciada. O fato é que a Europa, que já enfrentou décadas de guerras sangrentas, teme a volta dos conflitos armados, que podem se espalhar para outros becos sem saída, preexistentes em seus territórios, como é o caso da questão das levas de imigrantes vindos da África e do Oriente, além da questão dos muçulmanos versos cristãos, ainda não resolvidas desde as Cruzadas.

        Mesmo as delicadas questões envolvendo os países Balcãs poderiam, em caso de uma guerra generalizada, voltar a incendiar todo o continente. Existe, de fato, um tênue equilíbrio político em toda a Europa que pode vir a ruir, caso haja uma escalada dos conflitos. O pavio de pólvora que poderia ser apagado nos dias que antecederam a invasão russa, não foi apagado a tempo.

        Agora, pelo desenrolar dos acontecimentos, a guerra parece que irá seguir seu curso natural, inflamando o continente e trazendo mais insegurança para todos os europeus, isso se as contendas ficarem restritas apenas à Europa. Caso outros protagonistas, como os Estados Unidos e a China, entrem nesse conflito, os rumos do planeta imbicam para um abismo sem fundo.

A frase que foi pronunciada:

O poder da palavra é ilimitado. Muitas vezes, uma boa palavra era suficiente para deter um exército em fuga, transformar a derrota em vitória e salvar o país.”

Emile de Girardin, Jornalista francês (1802-1881)

Emile de Girardin. Imagem: britannica.com

PNAD e IBGE

Nova pesquisa mostra que mais de 580 mil empresas do Brasil foram fechadas entre abril de 2019 e dezembro de 2021.

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Evento

Nos dias 12 e 13 de março, o repertório apresentado pela Orquestra Desarmônica de Brasília será John Williams. No CCBB, às 19h30, com entrada franqueada ao público.

Cartaz: ccbb.com

Equilíbrio e Contraste

Impedir o primeiro retorno das primeiras quadras pares do Lago Norte foi ótimo nos horários de pico, ou seja, no máximo por 4 horas por dia. Nas outras 20 horas, os moradores são obrigados a cumprir um percurso inútil.

Foto: comdono.com

Branda demais

Em breve, o Estatuto do Idoso será alterado pelo Projeto de Lei 154/22, que aumentará a punição para os crimes de negligência e apropriação indevida de bens, quando praticados contra pessoas com 60 anos de idade ou mais. A punição, que era de 2 meses a um ano de detenção e multa, passa para de 2 meses a 2 anos de detenção e multa. Muito pouco!

Autor — Foto: Marcelo Camargo/ABr (valor.globo.com)

Projeto Índia Amazônia

Nessa quinta-feira, o Centro de Ensino Médio 404 (CED 404), de Santa Maria, recebe o Projeto Índia Amazônia (PIAMA), em escolas e em unidades de Internação. A iniciativa incentiva a prática da leitura e debates sobre a Amazônia por meio de rodas de leitura poética e lúdicas com Chico de Aquino, escritor do texto “ÍNDIA AMAZÔNIA”. O Projeto será realizado por meio de um Termo de Fomento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC), do GDF.

Foto: Rondineli Borges/Divulgação

História de Brasília

Quanto aos candangos, mesmo vivendo em invasões e em barracos de madeira estão em melhor situação que em suas terras de origem, onde a fome rondava seus lares hoje abastecidos. (Publicada em 18.02.1962)

Lógica “dinheirosa”

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Protesto realizado em 12/02/2020 na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Foto: Divulgação/CIMI

 

         Depois de aprovar, à toque de caixa e sob forte pressão, o Projeto de Lei 6299/02, também chamado “PL do Veneno”, em fevereiro último, revogando e afrouxando a lei sobre o uso de agrotóxicos, centralizando, no Ministério da Agricultura, os registros e a fiscalização fake desses produtos, mudando, inclusive, a denominação de agrotóxicos para pesticidas, a Câmara prepara agora para liberar a autorização para mineração, garimpo, pecuária e turismo em terras indígenas, com o PL 191/2020, abrindo a porteira dessas terras ao desenvolvimento, com as bençãos da poderosa bancada do agronegócio.

        O que se tem aqui com esses dois famigerados projetos de lei, criticados por ambientalistas renomados, dentro e fora do Brasil, e seguramente prejudiciais aos biomas naturais do país, muitos deles dentro de áreas de preservação, pode ser definido como um pesadelo a comprometer o futuro das novas gerações, promovendo, de forma explícita, o que pode vir a ser um genocídio dos povos indígenas.

        O problema aqui, no atual governo, não é saber onde estão reservas e riquezas minerais, mas saber se nessas áreas há ou não povos indígenas. A questão aqui não é apenas a prospecção de jazidas economicamente interessantes para o governo e para as elites que manobram, nas sombras, essas propostas, mas saber se nessas áreas existem povos que lá estão por séculos.

        Mais do que as riquezas que ali se encontram, interessa desalojar esses povos, expropriá-los de suas terras, dizimando sua cultura e meio. Há nesses projetos um nítido interesse escuso, como se as causas e culpas pelo atraso e subdesenvolvimento do país coubessem a esses povos e não à classe política e parasitária que, desde 1.500, dilapidam, sem remorsos, as riquezas nacionais.

        O que se quer é envenenar a terra e os rios, em nome de um agrobusiness que não planta alimentos, mas somente lucros para seus proprietários. O que está em vista é mandar avançar os tratores com suas correntes sobre matas nativas, arrasando com os biomas vegetal e animal, implantando, em seu lugar, a monocultura transgênica e envenenada com “pesticidas”, em grandes e áridos latifúndios, depois transformados em desertos arenosos.

       O que se pretende, de fato, com essas propostas indecentes, é banir a variedade de vida e de cultura, substituindo-a por negócios, cujos os resultados não interessam ao homem do campo, tampouco aos povos indígenas autênticos, que vêm nessa chegada do homem branco, tendo à frente um novo lunático, o início do fim, assim como seus ancestrais que, primeiramente, entraram em contato com os primeiros navegadores chegados da Europa. Desde esses primeiros contatos, a terra inteira, com seu valor infinito, foi sendo trocada por espelhos e outras bugigangas sem valor. O que se tem nesses movimentos, que vão contra a corrente do bom senso e da vida, é a imposição do atraso e da lógica “dinheirosa” que tudo transforma em lixo.

 

A frase que foi pronunciada:

Quanto à riqueza não há limite claramente definido, pois aqueles que hoje dispõem das maiores fortunas entre nós, possuem também o dobro da voracidade dos demais e quem poderá satisfazer a todos?”

Sólon (séc.VI a.C.)

Sólon. Imagem: reprodução da internet

Lembranças

Vale passear pela Praça das Avós. Lugar aconchegante com Brasília bem presente. Na 506 Sul.

Foto: Blog do Ari Cunha

Dignidade

Carlos Eduardo Brandt, chefe da Gerência de Gestão e Operação do PIX do Banco Central, não faz ideia da revolução social que essa operação está fazendo. Mendigos, lavadores de carro, pessoas com situação vulnerável que anunciam PIX em cartazes têm recebido aporte maior.

Ilustração: Thiago Prudencio/SOPA Images/LightRocket/Getty Images

 

Brasília, Pelé e JK

Silvestre Gorgulho, responsável pela entrada dessa coluna no Guiness Book, lança o livro De Casaca e Chuteiras – a era dos grandes dribles na política, cultura e história. O país entre 1956-1977 é retratado de forma criativa que provoca a fluência na leitura. Uma aula de história onde Brasília foi o marco. Além do Mercado Livre, a compra pode ser feita pelo WhatsApp (61) 98442-1010.

Etarismo

Palestras online estão esclarecendo a sociedade sobre mais um preconceito: o etarismo. Veja, a seguir, detalhes do I Encontro Inter-Regional de Psicologia Organizacional e do Trabalho, com a Dra. Juliana Seidl.

–> Você já ouviu falar sobre etarismo? Sabe como ele impacta a carreira principalmente das mulheres? Sabia que existem 4 tipos de idade? Como envelhecer sem imposições, fazendo as melhores escolhas?

Para responder a essas perguntas, o Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento (Cefor), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Senado Federal realizam na próxima segunda-feira (07) a palestra “Etarismo e Carreira como Desafios Femininos”.

A palestra contará com a presença da idealizadora e consultora da Longeva, Juliana Seidl, e será transmitida pelo canal da Escola da Câmara no YouTube às 16h30. A moderação será feita por Juliana Werneck, integrante do comitê Pró-Equidade da Câmara dos Deputados.

Acompanhe! www.youtube.com/escoladacamara

Este evento faz parte das ações em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 08 de março.

Realização
Tribunal de Contas da União
Senado Federal
Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento
Câmara dos Deputados

História de Brasília

Todos nós sabemos, que quem se mudou para Brasília vive, hoje, melhor que no Rio. Os funcionários públicos melhoraram seu poder aquisitivo, em muitos casos melhoraram suas condições de habitações, e de maneira geral, o confôrto aqui é muito maior. (Publicada em 18.02.1962)

Ou é ele ou somos nós

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Na Ucrânia, maior usina nuclear da Europa é incendiada após ataque russo. Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

           Finalmente, as principais lideranças políticas do Ocidente resolveram tomar providências mais severas contra os oligarcas russos, na tentativa, entre outras medidas, de asfixiar as finanças desse pequeno, mas poderoso, grupo que, há décadas, orbita em torno do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

        Há décadas também, os serviços de investigação e combate a crimes econômicos, em vários países, principalmente na Europa, vêm fazendo um levantamento sobre a atividade desses magnatas russos, e há tempos, também, sabem do estreito envolvimento que o autocrata do Kremlin mantém com esse grupo, alguns, inclusive, apontados como testas de ferro de Putin. Dito em outras palavras, já faz tempo que os governantes europeus e americanos sabem das atividades ilícitas envolvendo esses oligarcas e o presidente Putin.

        Para alguns observadores dessas relações escusas, o que o presidente Putin tem feito, desde que assumiu o poder, foi afastar, prender e até eliminar todos aqueles milionários de seu país que não aderiram aos projetos de seu governo. Ao mesmo tempo em que cedia nacos importantes de setores econômicos de seu país, como petróleo, gás, mineração e outros, a grupos de empresários dispostos a tudo, desde que seguissem, à risca, os planos de Putin.

        Com o poder econômico russo, enfeixado, diretamente em suas mãos, Putin passou a controlar, pessoalmente, a circulação de riquezas, obviamente, retirando, desse poderio, parte significativa dos recursos da nação, para si e seu grupo. Com as forças armadas sob seu controle, além dos serviços de inteligência, do qual é oriundo, e de forças especiais de segurança e repressão, Putin passou a controlar, além do Poder Judiciário e Legislativo, a imprensa e toda a mídia do país, submetendo-os a mais estrita censura.

        Para a oposição, recorreu ainda as prisões em massa, tentativas de envenenamento e morte de todos aqueles que ousaram ir contra sua tirania. Em síntese, é bom lembrar que os principais líderes políticos do Ocidente, que passaram pelo poder nos últimos 20 anos, sabiam que Putin, juntamente com a maioria desses oligarcas que agora estão na mira da polícia, vem formando uma verdadeira máfia dentro do Estado Russo, impondo o terror, ameaçando países vizinhos e, agora, ameaçando todo o resto do mundo com suas armas nucleares.

        O que está ocorrendo agora, sob o olhar espantado de alguns governos, é a sequência natural de um longo projeto de dominação, em larga escala, há muito, preparado por Putin e do qual já sabiam as principais lideranças do planeta. A questão aqui é saber por que demoraram tanto a agir para impedir o crescimento e fortalecimento desse tipo de indivíduo. O que vemos aqui é o silêncio cúmplice de muitos presidentes mundo afora. Um silêncio e uma inanição que tem custado muitas vidas ao longo dos últimos vinte anos. Não há uma saída para o mundo que não seja a saída imediata de Putin do poder. A permanência desse tirano no poder pode custar a vida de bilhões de seres humanos. Ou é ele, ou seremos nós.

A frase que foi pronunciada:

Eu era uma garotinha na Segunda Guerra Mundial e estou acostumada a ser libertada pelos americanos.”

Madeleine Albright

Madeleina Albright. Foto: GREG KAHN

Helicóptero

Em Vicente Pires e no Lago Norte, duas crianças sofreram afogamento em piscina. Mais uma vez, a agilidade do Corpo de Bombeiros e o preparo da corporação trouxeram as duas vidas de volta. Não poupem elogios a esses heróis.

Atualizar

Por falar nisso, quem busca a ouvidoria do Corpo de Bombeiros cai em uma página geral do GDF que não é muito amigável. Inclusive, é necessário um pré-cadastro para a manifestação. Mas, indo com paciência, é possível finalizar a operação com sucesso.

Atendimento fake

Aconteceu na loja da Claro da Qi 11 do Lago Sul. Ao pegar a senha, o cliente aguarda a chamada no painel. A curiosidade é que isso não quer dizer que o atendimento vá ser feito naquele momento. Se a empresa controla o tempo de espera do consumidor, é bom que saiba que o resultado nessa loja em Brasília é fake. A espera é longa, apesar do chamado no painel.

Foto: divulgação

 

Notas de R$200

Por enquanto, só 18% das cédulas de R$200 reais estão em circulação. Segundo o Banco Central, os outros 369 milhões de cédulas produzidas e ainda não distribuídas estão guardadas na instituição.

Enfim

Secretário do DF Legal, Cristiano Mangueira, foi incisivo no anúncio pré-carnaval do que seria ou não seria permitido durante as festas de Momo. Dias depois, o governador Ibaneis liberou a máscara em lugares abertos, seguindo os passos de outros países. Estamos perto do fim em relação ao Covid.

Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

História de Brasília

Fala que a cidade tem favelas, desconforto, precariedade de transporte, vicissitudes de tôda ordem e é quase inabitável. É preciso muita distância do assunto, para dizer isto. (Publicada em 18.02.1962)