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Sem o Censo, Brasil perde sua principal bússola para sair da crise
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Como tem acontecido com certa frequência nesses últimos tempos, coube, mais uma vez, ao Supremo Tribunal Federal, interferir na seara do Executivo para lembrá-lo que, como manda a Constituição, o Governo Federal é obrigado a realizar o Censo, que na realidade deveria ter sido feito no ano passado, mas que, em decorrência da pandemia, não aconteceu. Desta feita, o Supremo cedeu para que o governo realize o Censo somente em 2022, mesmo diante dos cortes drásticos no orçamento do IBGE. Segundo a própria entidade, dos R$ 3.5 bilhões previstos, inicialmente, para a realização das pesquisas em todo o país restaram pouco mais de R$ 53 milhões, o que torna impossível a realização de um Censo dentro dos padrões minimamente aceitáveis.
Como, por lei, o Censo tem que ser realizado a cada dez anos, o IBGE irá se defrontar com dados e números fora dos padrões, principalmente em virtude da crise gerada pela pandemia, que afetou todos os índices de produção e de desenvolvimento humano. Com isso, o retrato que possivelmente emergirá do Brasil em 2022 poderá mostrar um país que já não conhecemos bem, ou que imaginávamos ter ficado num passado longínquo.
Para os estudiosos no assunto, a pandemia veio para reforçar, ainda mais, a necessidade e urgência de realização do Censo, de modo que o governo possa aperfeiçoar seu planejamento e ajustar melhor as políticas públicas em todas as áreas. Até mesmo com relação ao planejamento de vacinação da população. O Censo pode indicar o número exato de pessoas de uma determinada região, idade e outros dados que podem ser úteis no programa de distribuição de vacinas.
O fato é que, sem o Censo, o Brasil perde sua principal bússola capaz de indicar as possíveis saídas para a crise gerada pela pandemia. Além do fato meramente econômico e social, o Censo, segundo políticos da oposição, pode mostrar um Brasil que o atual governo não deseja ver e dar a conhecer aos brasileiros.
O eleitor, ao olhar a foto atual e real do país, pode, inclusive, mudar o destino de seu voto. Para os ex-presidentes do IBGE, Roberto Olinto e Paulo Rabello de Castro, a não realização do Censo é uma verdadeira tragédia para o país e uma perda da cidadania, uma vez que, ao não conhecer bem a realidade de cada lugar e de sua gente, não há possibilidade alguma do Poder Público realizar o que quer que seja em benefício do cidadão.
Num ponto todos concordam: a pandemia mudou muito o Brasil que conhecíamos até pouco tempo. Para esses especialistas, o apagão propiciado pela não realização do Censo em tempo pode ter consequências negativas de longo prazo, algumas, inclusive, já sem solução, devido ao atraso. O corte de 90% da verba destinada ao IBGE para o Censo, e que motivou o pedido de demissão da pesquisadora e presidente Susana Cordeiro Guerra, parece não ter despertado, até o momento, a atenção do presidente Bolsonaro para o perigo dessa decisão que afeta não só o futuro dos brasileiros, mas a continuidade ou não de sua gestão.
Um exemplo dessa importância vital do Censo pode ser conferido no SUS, neste momento de pandemia. É pelo Censo que o país pode avaliar e planejar visando aperfeiçoar o trabalho do Sistema Único de Saúde durante a virose e num período pós-pandemia também, de modo a torná-lo pronto para quaisquer eventualidades futuras.
Por essas e por outras, os especialistas e aqueles que compreendem a importância do Censo consideram que a discussão de verba para a realização dessas pesquisas tão importantes e que são chave para o país não passa de leviandade do atual governo. Para alguns, como Sérgio Besserman, também ex-presidente do IBGE entre 1999 e 2003, sem o Censo não há bom senso. “Só com a perda de eficácia das políticas públicas, diz representará muito mais dinheiro do que será economizado nesse corte dos recursos para o Censo.”
Também para Paulo Rabello de Castro, que dirigiu o IBGE, o custo para a realização do Censo é muito barato, em relação aos seus resultados a longo prazo. “Imagina como é barata a realização do Censo no Brasil e quantas centenas de jovens brasileiros serão empregados. É uma estupidez não realizar o Censo, é uma marca da nossa estupidez nesse momento triste da nossa história”.
A frase que foi pronunciada:
“Espero que todos vocês preencham o formulário do censo quando ele chegar pelos Correios no próximo mês. Se você não devolver o documento, a área em que vive pode receber menos dinheiro do governo e você não gostaria que isso acontecesse, gostaria?”
Andy Rooney, do programa 60 minutos da CBS.

Verde que te quero
Park Way, com grandes áreas de preservação ambiental, sempre despertou a cobiça de especuladores. Veja, a seguir, matérias e documentos publicados sobre o assunto.
–> CONTRA PROJETO DE LEI QUE DEVASTA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL NO DISTRITO FEDERAL
–> PROJETO DE LEI (Do Senhor Deputado DELMASSO – REPUBLICANOS/DF)
Convite
Terezinha Célia Kineipp Oliveira assume a diretoria de aposentados da Amatra 10. Veja mais sobre a posse dos novos membros da instituição a seguir.
História de Brasília
Veio depois, a esperança. Um governo honesto, correto e duto para todo mundo. Nas repartições, todos procuravam trabalhar, o que nem sempre acontecia. Os primeiros inquéritos foram violentos, e apareceram como uma bomba. (Publicado em 02.02.1962)
Ninguém tem razão quando o assunto é política cultural do Estado
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Não seria preciso que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ingressasse com Ação Civil Pública (ACP) contra o Governo Federal, a quem acusa de promover uma política sistemática de desmonte da cultura brasileira, para que os brasileiros tomassem ciência de que essa área vem sendo severamente sucateada dia após dia.
Primeiro porque, por essa via, a questão perde muito de sua seriedade e urgência, descambando para o terreno da rinha política partidária, levantando suspeitas de que a ACP faz parte de uma vingança pessoal, movida pelo próprio presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, ligado ao Partido dos Trabalhadores e acusado por advogados de transformar a Ordem em legenda de esquerda. Hoje, é sabido que qualquer ação, que parta da atual presidência da OAB contra o Governo Federal, perde muito de sua importância jurídica e institucional, por conta, justamente, da partidarização política excessiva da entidade e, particularmente, pelos desentendimentos entre o atual presidente e o Planalto.
Nesses últimos tempos, nem mesmo um diálogo institucional existe entre o Governo e a OAB. É o preço a ser pago, pela sociedade e pela classe artística, pela falta de isenção política ideológica da ordem versus a miopia política que tomou conta do Executivo. Não seria necessário, aqui, citar a máxima segundo a qual é pela qualidade cultural dos eleitores que se conhece a cultura do eleito. Nesse ponto, a maioria dos eleitores do atual presidente suspeitavam, ao menos, que, por suas declarações e pelo seu passado, avesso a questões da cultura e das artes, cedo ou tarde, ele promoveria, nesse setor, uma espécie de caça às bruxas contra a classe artística do país, mormente àquela que vinha, incansavelmente, criticando seu governo, desde o primeiro dia.
Por outro lado, tem sido essa mesma classe artística, tradicionalmente ligada aos movimentos de esquerda, que, em governos passados, lograram obter as maiores verbas destinadas aos projetos de cultura, principalmente a partir da gestão de Gilberto Gil frente à pasta da Cultura, via Lei Rouanet. Houve, nesse caso, uma flagrante perseguição política a esses artistas por parte do governo, o que não é segredo para ninguém, dados os inúmeros pronunciamentos nesse sentido, feitos pelo próprio presidente recentemente.
A questão aqui é que essa medida anunciada pela OAB perde muito de seu caráter cívico, diminuindo a importância do problema a uma mera disputa política, o que também contribui para retirar o vigor da questão e sua necessidade para o cidadão. Cultura é alimento do intelecto e do espírito. Nenhuma civilização sobre o planeta jamais logrou êxito e desenvolvimento prescindindo da produção cultural de seu povo e da contribuição de outras nações. É preciso ver ainda que, por detrás dessa ACP, reúnem-se a maioria dos partidos de oposição ao governo, o que confere mais matizes ideológicos a uma questão tão séria e que diz respeito a todos.
Temos aqui mais um caso típico, nesse governo e nesses tempos estranhos, em que a nenhuma das partes deve ser dada a razão. Nem o governo, nem a OAB, muito menos a oposição política. A questão da produção cultural, deveria, num país democrático e sério, ser afeta diretamente à classe artística, por meio de um ministério ou secretaria apto e isento politicamente para gerir essas demandas, que deveriam ainda contar com a solidariedade da sociedade e com a participação do empresariado, por meio de isenções fiscais realmente eficazes e transparentes.
Subsídios governamentais, ainda mais quando o Executivo é ocupado por políticos de visão extremada e avesso à arte e à cultura, podem sofrer desses contratempos e dessas perseguições. O que pode haver nessa questão de maior concretude é que se abra agora uma discussão sobre as possibilidades dos caminhos a serem trilhados e a blindagem da produção cultural contra esses eventuais favoritismos de momento, para que nossas artes não sofram processos de descontinuidade por motivos alheios aos criadores e aos artistas em geral.
A frase que foi pronunciada:
“Quem disse que a paz não tem preço?”
Bolsonaro lembrando que Lula nunca teve oposição

Tecnoaprendizagem
A Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo (CDESCTMAT), da Câmara Legislativa do Distrito Federal, está discutindo as profissões do futuro. A deputada do Novo, Júlia Lucy, acredita que a pandemia mostrou o descompasso entre a demanda do mercado e a oferta da educação. Colocar o DF no mapa da tecnologia nacional é o grande objetivo do embate.

Sonho possível
Ainda nessa comissão, o especialista em jogos eletrônicos, David Leonardo, usou sua experiência para mostrar como é possível conjugar habilidades e conhecimento com o prazer de aprender. Outro ponto importante destacado é a importância da conexão entre as disciplinas, o que enriquece a experiência e estimula a capacidade intelectual dos alunos.
Não deve, não teme
Engana-se a Organização Mundial da Saúde quando diz que o esperado relatório sobre a origem do Covid aponta para a inocência do país asiático. Na verdade, o que é esperado pelos cidadãos do mundo é a abertura da pesquisa em questão para todo e qualquer país que queira participar.

História de Brasília
Mas nem a mesma faixa existe. Um motorista levou consigo como recordação. Pelo menos é o que a gente ouve dizer. À noite, pela televisão e pelo rádio, veio a grande revelação. O país, que vivia num clima de otimismo excitante deixou cair o queixo ante as declarações de pessimismo do presidente. (Publicada em 02.02.1962)
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“Com ciência e consciência”



Perdidos
Muito triste ver tantos profissionais perdidos sem saber como se reinventar. O número de suicidas não é divulgado. Deveria.


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É certo que, em um dia, não muito distante, alguns ou muitos dos figurões envolvidos nas maiores trapaças de corrupção de nosso tempo revelarão, em suas “memórias”, todo o imenso cipoal de negócios escusos que, durante as duas primeiras décadas de nosso século, quase levaram o Brasil à falência. Principalmente os protagonistas centrais de Operações como a Lava Jato e congêneres.
Até mesmo integrantes das altas cortes do Judiciário, que nesses episódios tiveram participações contra e a favor dos delinquentes de colarinho branco, terão muito a revelar quando esse dia chegar. Basta apenas que um desses personagens, acometido pelos remorsos que a idade avançada traz em sua bagagem volumosa, venha a ter um surto de sinceridade pré morte, confessando tudo para aliviar o peso excessivo de suas lembranças para a viagem eterna.
A partir daí, como num processo desembestado de inércia, todos contarão o que viram e ouviram, até para não ficarem diminuídos nessa trama farsesca. Por certo, haverá aqueles que, por pretenso dever ideológico, nada dirão. Ou, se vierem a narrar suas façanhas, o farão não no papel de vilão, mas travestido do mais nobre dos ideais. Para esses farsantes, a idade avançada tratou de transformá-los não em velhos, mas em velhacos, com todas as suas rugas e resmungos falsos.
Esse, enfim, seria um processo natural de passar o país a limpo e expor os fatos tal como eles ocorreram e não como imaginam a justiça, a mídia e os bajuladores. O método correto para repor as coisas em seus devidos lugares, como fazem os países civilizados, expondo toda a verdade ao público, para que histórias como essas não voltem a se repetir, deveria ser feito nos tribunais, dando, a cada um desses famigerados protagonistas, a pena segundo a atuação de cada um.
Mas, em se tratando do Brasil inzoneiro e do “jeitinho”, o que parecia, num primeiro momento, uma verdadeira revolução de costumes, mandando todos os implicados direto para o xadrez, virou uma ciranda em que, aos poucos, cada um foi sendo posto em liberdade, revendo todo o gigantesco processo, como se nada tivesse ocorrido de fato.
Pelas firulas e as filigranas jurídicas, um a um foi sendo solto, de volta às ruas e, potencialmente, a novos crimes. Pelas mesmas brechas os juízes e rábulas fizeram das leis o seu avesso e hoje condenam aqueles que ousaram condenar gente tão poderosa. Quando esse dia chegar, é quase certo que muitos desses emplumados advogados de defesa, enriquecidos com os honorários oriundos do farto butim, talvez venham a revelar, ao público, as confissões inconfessáveis de seus clientes.
De certo, sabe-se apenas que, quando esse dia chegar – se chegar – a maioria dos membros dessa verdadeira quadrilha estatal já estará, para fins da justiça e da lei redigidas pelos homens, anistiada, perdoada, arquivada, prescrita e até esquecida. Mas terá, de fato, acertado as contas com o cidadão de bem que tudo acompanhou perplexo? Terá acertado as contas com a ética pública? Estará, de fato, perdoada pela história?
A frase que não foi pronunciada:
“Receita perigosíssima: coloque na mesma panela de assuntos o Coronavírus, política e dinheiro. Certamente esses ingredientes juntos não salvam vidas.”
Dona Dita pensando com os botões que, na sua idade, nunca havia presenciado a doença ideológica.

Armadilhas
São muitas as localidades no DF em que o hábito de recolher os excrementos dos animais durante o passeio ainda não existe. Há que se fazer uma campanha nesse sentido para convencer as pessoas que ainda não pensam no bem comum.

Susto
Com um batalhão perto, não justifica assaltos acontecerem no Deck Norte. Meliantes se aproveitam da falta de policiamento para furtar transeuntes. É preciso redobrar a presença.

Solidariedade
Santos inocentes é uma instituição que abriga adolescentes grávidas ou mulheres sem apoio algum para criar seus filhos. Neste momento, a necessidade é enorme. Cobertores, fraldas, alimentos… Contatos: 99437321 ou 3359287.
Colheita
Anos atrás, era comum pescadores trazerem filhotinhos de jacarés e soltar no lago. Dê uma espiada no vídeo a seguir para ver as surpresas nessas águas doces.
História de Brasília
Parece tão pouco tempo. A avalanche de carros de São Paulo dominando a cidade, a sede de vingança se espraiando por toda a parte. A solenidade de manhã no Palácio do Planalto, o pessoal da CMTC com um retrato do homem e um kepi que não chegou a ser entregue. (Publicada em 02.02.1962)
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Assim como a noite segue o dia, todos os prognósticos feitos acerca da entrada espetacular do Centrão no governo Bolsonaro davam conta de que, mais cedo ou mais tarde, não tardariam a surgir os escândalos de corrupção pelo mau uso e até os desvios de recursos públicos na máquina do Estado. Esta é, em última análise, o que acabou se transformando a expressão criada pelo cientista político Sérgio Abranches, denominada “presidencialismo de coalizão”.
Só que com uma diferença básica: no artigo publicado, ainda antes da promulgação da Constituição em 1988, Abranches se referia à possibilidade de vir a ser formado, no sistema político nascente, uma espécie de combinação entre o modelo tradicional de presidencialismo de caráter imperial, onde o Executivo se sobressaia no comando do país, passando, depois da Carta, a se submeter, até para viabilizar o próprio governo, às diretrizes propostas por um conjunto multipartidário com assento no Congresso. Como tudo neste país tende para a deformação, com o princípio do “presidencialismo de coalizão” não foi diferente.
Na verdade, é possível afirmar que as brechas e lacunas existentes na Lei Maior, e mesmo aspectos do caráter de nossa classe política, centrada na ideia de trocas e negociação de vantagens imediatas, possibilitou o surgimento institucional do mais puro modelo fisiológico de toma lá dá cá. Junte-se essa anomalia política ao fato da existência, ainda, de uma grande quantidade de empresas estatais, e está formada a mais letal e perniciosa mistura, capaz de não só dilapidar o bem e os esforços públicos, mas, acima de tudo, facilitar a perpetuação de crises institucionais cíclicas, quer pelas ameaças de impeachment, quer pela possibilidade de o Legislativo vir a usurpar dos poderes próprios do Executivo.
Para complicar ainda mais uma situação que, em si, já é por demais delicada e instável, abre-se também, nesse desconcerto da nossa República, as seguidas intromissões do Judiciário no Executivo, por meio do que ficou conhecido por judicialização da política.
É, nesse Inferno de Dante, que o presidente Jair Bolsonaro tem que se enquadrar para governar minimamente. Ideologias à direita ou à esquerda pouco importam nesse esquema de governança do país. Todos, invariavelmente, acabam em escândalos que logo são amainados pela cumplicidade e por um nefasto espírito de corporativismo, em que todos se protegem e irmanam.
O escândalo da vez envolve a empresa estatal Codesvasf, uma das joias desejadas por nove em cada 10 políticos do Nordeste. Por isso mesmo, entra e sai governo e a empresa permanece em destaque no organograma do Estado. Obviamente que não são só os R$ 3 bilhões de um orçamento secreto a criar o mais novo escândalo. Nos governos petistas, as oportunidades estavam mais centradas na Petrobras. Deu no que deu.
Agora, está sendo a vez da empresa de desenvolvimento do Vale do São Francisco. Todas as estatais, sem exceção, sofrem por um processo tremendo de loteamento político, o que, em resumo, acaba por direcionar todas as estratégias dessas empresas aos caprichos e desejos da classe política, deixando em segundo plano os reais interesses nacionais.
Com o presidencialismo de coalizão deformado, desde sua origem, somados à política de porteira aberta das estatais para a classe política e à flagrante imiscuição de um Poder sobre outro, não surpreende que o Brasil siga aos tropeços, sem presente e nem futuro à vista.
A frase que foi pronunciada:
“A aprovação foi possível porque houve o mesmo balcão sujo de negócios. É vergonhoso identificar a mesma situação que acontecia no governo de FHC, com parlamentares pensando mais nos seus negócios pessoais e políticos do que nos interesses da maioria da população.”
Heloísa Helena, então senadora, em 4 de junho de 2004, no início da gestão petista. Registro da Agência Senado.

Segunda
Quem precisou do Detran não conseguiu acessar os serviços pela Internet. Sistema fora do ar.

Padaria Portuguesa
Na padaria da 709 Norte, um novo golpe. Confira sempre o valor da compra com o valor do recibo do cartão. Quem precisa de óculos para ler está levando prejuízo sem saber. Veja a seguir.
Mais um
Ao fazer o cartão do Atacadão, no final da Asa Norte, em busca de descontos, o cliente que pensa ser um cartão exclusivo do mercado engana-se. É um cartão de crédito, e a informação só é dada no final do atendimento.

História de Brasília
Ontem, ninguém comemorou, mas todo o mundo lembrou que fazia um ano que o sr. Jânio Quadros assumia o poder, recebendo a faixa das mãos do dr. Juscelino. (Publicado em 02.02.1962)
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Foram para bem distante aqueles tempos em que oficiais de alta patente eram reconhecidos por serem indivíduos dotados de um sentimento avesso ao medo e às ameaças do inimigo. Contudo, a ausência prolongada de guerras e de conflitos sangrentos, onde a coragem e o destemor são o que restam como escudo contra os obuses e o avanço da morte, fez mal aos nossos militares. Nossos guerreiros são treinados virtualmente e em ritos enfadonhos e teóricos dentro dos quartéis, onde a burocracia cotidiana e monótona passou a ser a única batalha diária a ser vencida.
A paz, prolongada, portanto, ao representar o que de pior pode suceder ao oficialato e às tropas, conferiu-lhes uma certa resignação, além de uma notável inanição para a ação. Com resultado dessa falta de ventos a enfurnar as velas, as belonaves permanecem estacionadas no porto, acumulando ferrugem. A inércia faz mal às tropas, tira-lhes o ímpeto guerreiro e os conduz ao vale da preguiça.
Na ausência dessa agitação bélica, enfraquece-se também o caráter, roubando-lhes o ânimo e a alma. É no movimento que se fazem as batalhas. Pior do que esse marasmo prolongado que arrasta nossas forças em armas para a estagnação e a decadência, é que, com ele, perde-se a possibilidade de fazer do preparo contínuo, um escudo contra os obuses e o sibilar das balas traçantes de fuzil a cortar o céu, rente à cabeça. A única batalha a ser travada é contra o pachorrento cotidiano de atividades burocráticas e torturante, prolongado por um relógio de ponto preguiçoso.
É nesse cenário paradisíaco e pachorrento que são travadas as batalhas diárias de nossos bravos soldados. Terminado o expediente, o armistício diário é mais uma vez assinado, com o retorno das tropas aos seus lares. A guerra contra o inimigo de mentira é o que existe de maior intensidade e dentro dos quartéis. A paz, tão ensejada pelos cidadãos comuns, e que tanto bem-estar traz à nação, é mortal para as tropas e para os comandantes.
De certo modo, é até possível observar que a ausência de conflitos armados, ao roubar os hormônios dos combatentes, deixa para trás uma tropa de mofinos, descartada como objeto usado. Talvez tenham sidos esses fatores e mais alguns outros bizarros motivos que acabaram por produzir generais e outros comandantes de alta patente que, sem o menor pudor e pendor, vergam seus espinhaços aos desígnios inconsequentes e irracionais de políticos e outros aventureiros aboletados nos Três Poderes, e que deles exigem atos humilhantes e pouco dignos.
Essa seria não uma, mas inúmeras carapuças que bem se acomodam sobre as cabeças de generais e outros áulicos estrelados, como é o caso do general Pazuello, tristemente amedrontado e acuado de se apresentar perante à Comissão Parlamentar de Investigação, para falar o que é obrigação ética e disciplinar de um militar: dizer a verdade.
No tempo em que existiam generais de coragem cívica e bélica, uma convocação dessa natureza seria respondida com a presença imponente do depoente, devidamente paramentado, acompanhado de duas maletas, uma contendo documentos e recibos comprobatórios e outra, mas cumprida, a acomodar um bastão de madeira ou algo pior, para o caso de algum atrevidinho ousar denegri-lo em público.
Eram outros tempos, em que os homens se respeitavam ou no protocolo civilizado, ou no porrete, não levando desaforo para casa, ainda mais de gente com ficha suja nas delegacias. A esses e outros altos oficiais que hoje desempenham papel nos gabinetes do Poder Executivo, colocados em posição subalterna e constantemente humilhados por grosserias e outras pilherias vindas de pessoas claramente desclassificadas e sem poder ético para tal, fica a certeza de que a ausência de guerra fez muito mal a todos da caserna.
A frase que foi pronunciada:
Discurso do General Montgomery:
“Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói.”

Winston Churchill ouviu o discurso e, com ciúme, retrucou:
“Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele.”

Parque Nacional
Se os candangos não fizerem nada, a Água Mineral, parque com piscinas de água natural e vários hectares de verde, deixará de ser propriedade da cidade. Os idosos que iam tomar sol todos os dias, fazer exercícios, nadar estão dentro de casa perdendo a imunidade. Da mesma forma em que a comunidade se uniu para defender o Parque Olhos d’Água, precisa se unir para salvar a Água Mineral.

Tentativa
Sobre o assunto, Chico Santana publicou um texto onde informa que o Ministério Público Federal arquiva representação que tentava impedir privatização. Veja no link MPF arquiva representação que tentava impedir privatização.
História de Brasília
Novacap, Mãe de Todos – Até bem pouco tempo, tudo que se queria em Brasília era com a Novacap. Um ministro queria um faqueiro, ar condicionado, um deputado queria uma estrada, madame queria um jardim, os visitantes queriam um ônibus, tudo enfim, era com a Novacap. (Publicada em 10.06.1972)
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Com a intensificação das invasões de terras públicas, principalmente na grande região Amazônica, não chega a ser surpresa que o estado de Rondônia assista, agora, à volta das ligas camponesas depois de passados 70 anos dessa epopeia popular brasileira. Com isso, os rondonienses assistem, em pleno século 21, ao que seria uma edição repaginada das Ligas Camponesas, comandadas por Francisco Julião, que, durante a década de 1950, lutaram pela implementação da reforma agrária “na lei ou na marra”, como diziam seus seguidores naquela época.
Com o nome de Liga dos Camponeses Pobres (LCP), o movimento, segundo autoridades de segurança do estado, vem espalhando o terror na região, invadindo e destruindo propriedades por onde passam e adotando táticas de guerrilha para assustar a população. Fortemente armados e adotando métodos paramilitares semelhantes aos que eram empregados pelos guerrilheiros das Farcs colombianas, esse grupo estabeleceu seu quartel general em plena selva da região, donde sai para combater seus “inimigos”, representados na figura do governador do estado, a quem chamam de carniceiro, e contra o presidente Bolsonaro, classificado pelos insurgentes de genocida.
De acordo com alguns relatos, antes de saírem de seus esconderijos para cometerem atentados, os soldados da LCP serram pontes na região para dificultar o acesso da polícia, e usam métodos de sabotagem para retardar a chegada dos agentes da lei. Em recente comunicado, os comandantes da Liga afirmam: “Estamos em um contexto de fascistização total do velho Estado, por isso, não é de surpreender que o carniceiro e o genocida se unam para tentar, de alguma forma, acabar com a LCP com a desculpa de que estão ‘contendo o terrorismo’. Noutra parte da carta os integrantes dizem que os verdadeiros ladrões de terras os temem porque não houve como parar os camponeses”. O que se sabe, com base nos ensinamentos legados pela história, é que as antigas ligas camponesas, dentro do contexto da época, surgiram em meio à extrema miséria que assolava a região Nordeste e que atingia, sobremaneira, dezenas de milhares de trabalhadores que viviam como arrendatários e parceiros, dentro do secular latifúndio desse semiárido.
Tinham, dentro do que ansiavam naquela ocasião, ou seja, um pedaço de terra com escritura, onde pudessem trabalhar para dar sustento a si e às suas famílias, razão em se rebelar contra o status quo e a opressão econômica que perpetuava a miséria de uma geração para outra. Com a chegada repentina dos militares ao poder, a Liga foi desfeita e suas lideranças, presas ou exiladas.
Hoje, a situação de miséria no Nordeste ainda rende manchetes de jornais e é motivo de migrações de gerações de brasileiros que buscam no Sudeste e no Sul condições melhores de trabalho. Passado quase um século do surgimento das Ligas Camponesas, ainda são as elites políticas que comandam a região com mão de ferro e exploram de forma desumana os trabalhadores e camponeses.
Na Região Norte, a situação é ainda pior, com a existência de grandes latifúndios, geralmente adquiridos de forma ilegal, onde muitos trabalhadores são mantidos presos em regime semelhante à escravidão, trabalhando de sol a sol, sem carteira assinada, sem direitos e sob a mira das carabinas dos jagunços e capangas, contratados para vigiar e matar qualquer um que descumpra as ordens. Se, nesse caso, a história volta a se repetir, com o ressurgimento de movimentos radicais que lutam por terras, é que o pano de fundo, ou seja, a situação econômica, social e política daquele pedaço perdido do país não foi alterada mesmo depois de mais de um século.
Como esperar efeito diferente quando são mantidas as mesmas causas e condições que levaram a essa nova ebulição? Eis a exata pergunta que cabe às autoridades responder antes que uma nova chacina de Corumbiara volte a acontecer a qualquer momento.
A frase que foi pronunciada
“A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas.”
Karl Marx

Anjos
Comunidade católica está triste com a notícia de que o padre Jonas Abib foi diagnosticado com câncer. Depois do padre Leo, é muita tristeza.

Reclamação
Moradores do Lago Norte reclamam da Fercon, que não obedece o código do Consumidor colocando o preço dos produtos à vista dos clientes.

Itaú Social
Inscrições abertas para a 7ª Olimpíada de Língua Portuguesa. Até 20 de maio, professores das redes públicas estaduais, municipais e federais podem participar, desde que a secretaria de Educação à qual sua escola é vinculada — municipal ou estadual — faça a adesão por meio do site: www.escrevendoofuturo.org.br.
História de Brasília
No primeiro número da “Tribuna de Brasília”, um tipógrafo displicente provocou um pastel onde se lê, no expediente: “Um semanário independente. Propriedade de Largel Ltada. Sociedade Fornecedora de Combustíveis e Lubrificantes.” (Publicado em 01.02.1962)
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Para tempos excepcionais, medidas excepcionais. Assim deveriam proceder todos aqueles países que, uma vez tendo dominado a tecnologia e a fórmula biológica, capaz de trazer, à luz, a vacina contra o vírus da Covid-19, abririam mão dessas patentes preciosas e de todo o segredo industrial dessa produção em socorro à humanidade, nessa hora de desespero para todos. Mais do que um segredo e uma conquista do intelecto, capaz de render altíssimos lucros aos seus detentores e aos laboratórios farmacêuticos, a questão das vacinas ganhou, nesse momento específico, uma tal importância e urgência sanitária que qualquer outro conceito de valorização material dessas fórmulas perde seu significado diante do fato de ser essa a única alternativa para bilhões de habitantes do planeta.
Trata-se, como afirma muitos cientistas, de uma decisão que poderá antepor a ética e os valores humanos, como a dignidade e a vida, contra outros conceitos como o lucro e o poder. O presidente dos Estados Unidos, onde a vacinação da população é a mais adiantada, entre todos os países do ocidente, já se pronunciou, extraordinariamente, a favor da quebra de patentes de vacinas, numa postura historicamente contrária às adotadas por essa nação, que tem como seus princípios a defesa de todas as suas propriedades intelectuais.
Para que sirva de lição para outros mandatários claudicantes e que não enxergam, no ensino de qualidade e no incentivo à pesquisa, um fator de prosperidade, hoje, países ricos em minérios, petróleo e outros ativos primários estão literalmente à mercê daquelas nações que, mesmo sem recursos materiais, são capazes de gerar tecnologia de ponta, como é o caso desses remédios providenciais.
Tecnologia, não custa dizer, é hoje o referencial a indicar se um país é ou não rico e próspero. O Brasil que, até há pouco tempo, detinha ao menos um conhecimento na administração em massa de vacinas, perdeu terreno nessa importante área da medicina, pela falta de políticas e de incentivos do Estado, cujo corte nos orçamentos e a pouca valorização das pesquisas nas universidades é a parte mais visível.
Ir contra a ciência em pleno século XXI é muito mais do que uma aposta errada. É suicídio. Mais e mais lideranças, prêmios Nobel e personalidades de todo o mundo estão se unindo numa corrente para que vacinas contra essa virose sejam um bem comum a todos os habitantes da Terra.
Pode ser que essa universalização de esforços, para salvar a humanidade, seja uma das boas consequências geradas pela pandemia e quarentena mundial, capaz de mudar o referencial da nossa espécie, de competidor insaciável para colaborador solidário.
A frase que foi pronunciada:
“A maioria das pessoas (cerca de 80%) se recupera da doença sem precisar de tratamento hospitalar.”
Na folha informativa divulgada pela OPAS (Organização Panamericana da Saúde). Veja a íntegra no link Folha informativa sobre COVID-19

Honra ao mérito
Comunidade musical de Brasília e diversas cidades do país e do mundo vibram com o final do doutorado de Neviton Barros. Figura incrível, de uma garra invejável e talento inquestionável. Fica aqui o registro.

Competitiva
A Maternidade Brasília Dasa, que fica no Sudoeste, está realmente preocupada com a opinião dos pacientes. Uma pessoa da ouvidoria vai, pessoalmente, quarto por quarto, anotar as observações. Coisa rara nessa cidade.

Brasil Paralelo
Produzidos com a participação popular, os documentários e séries disponíveis pelo grupo do Brasil Paralelo são importantíssimos por uma simples razão: são 100% informativos. Vale conferir e se inscrever. Veja mais detalhes a seguir.
Volta
Ao lado do pacote Pró-Economia, divulgado pelo governador, outra iniciativa seria bem-vinda ao brasiliense: colocar o GDF para voltar ao trabalho. Parques, Detran, Viveiros da Novacap, Zoonose e por aí vai.

Cuidado
Ao contratar o Uber, tenha alguns cuidados. O primeiro é a opção por pagamento em dinheiro. Se não for trocado, dificilmente o motorista terá troco. Fica o impasse. Outro inconveniente de pagar com dinheiro é que o cambalacho é certo. A corrida era R$15, não havia troco. A ideia foi entregar os R$50 e o cliente teria um crédito. Resultado: a viagem custou o dobro. Veja a seguir.
História de Brasília
Disse o dr. Francisco Mangabeira a amigos, que pior que o incêndio no poço de petróleo da Bahia, é o incêndio da luta interna na Petrobras. (Publicada em 01.02.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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No bate-boca entre o ministro Ricardo Salles e os deputados, que integram as Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Viação e Transporte, reunião essa comandada pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), nessa segunda-feira, estranhamente, nenhum dos lados em contenda tinha a posse, de uma naco sequer, de razão. Chega a ser constrangedor ter que assistir a um espetáculo desse, de tão baixa qualidade e significação para a sociedade, principalmente agora, em que o mundo passou a olhar com lupa grossa as andanças protagonizadas pela equipe que cuida dessa pasta e que, ademais, faz apenas o que ordena o presidente e sua “assessoria paralela”, composta pelos mesmos personagens que colocaram o chefe do Executivo na mira da CPI da Covid.
É o que parcela da população escolheu ter no comando do país e na representação política no Congresso. Uma coisa é certa: os constantes bate-bocas entre representantes do governo e os parlamentares têm servido apenas para levar, ao descrédito, uns e outros, retirando-lhes a característica primordial de autoridades, essencial para todo e qualquer Estado que quer ser respeitado.
Os chamamentos de “moleque”, vindos de um lado e de outro, resumem bem o que foi essa reunião. São cenas que não são vistas apenas no Brasil, mas correm o mundo e dão um retrato bem acabado do que temos em mãos. Não há como negar que a questão do meio ambiente no Brasil nunca foi levada a sério. Por décadas, o palanque político armado em cima desse tema, com promessas e muita falação, jamais impediu o avanço do agronegócio sobre as florestas, o desmatamento, os incêndios e a morte de defensores das florestas.
Jamais serviram também para fechar os olhos do mundo sobre nosso descaso histórico acerca de nosso patrimônio verde. Com Bolsonaro, no entanto, o descaso com a preservação do meio ambiente é patente e sem encenações, tanto nos discursos quanto na prática. Na Cúpula do Clima, o presidente blefou, já que não vai cumprir nenhuma das metas para eliminação de carbono, tanto é que já cortou o orçamento para fiscalização e combate aos incêndios em mais de 34% neste ano em relação à 2019.
Salles sabe disso. Os Estados Unidos sabem disso e a Europa também. Tanto é que as maiores redes de supermercados europeus já anunciaram que irão parar de vender produtos do Brasil, caso o projeto de lei 510/2021, que tem apoio do Planalto, seja aprovado. O referido projeto poderá mudar radicalmente a lei brasileira de proteção das terras públicas, prevendo que aqueles que desmataram, mesmo ilegalmente, poderão se tornar posteriormente donos dessas glebas já ocupadas, numa inversão total do que seria minimamente razoável.
O mundo vê esses absurdos e sabe que, no atual governo, os níveis de desmatamento e de incêndios, tanto na floresta Amazônica quanto no Pantanal, têm sido um dos maiores da história. O avanço da monocultura e do gado sobre as florestas e o pantanal tem sido internacionalmente acompanhado par i passo e por isso mesmo chamado de marcha para a morte. Infelizmente, os interesses políticos e econômicos continuam, como nunca, a pautar o destino de nosso meio ambiente.
A frase que foi pronunciada:
“Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.”
Dorothy Stang
Campanha
Sem cerimônia, um senhor baixou a máscara e espirrou dando uma chuveirada de secreção em quem passava por perto. Já passou da hora de o Ministério da Saúde investir em campanha publicitária educando a população. As lições são pós-pandêmicas. Espirrar na dobra do braço, lavar sempre as mãos, manter a higiene pessoal… isso funciona para a vida toda.
Pagador e cobrador
Bem que o filósofo de Mondubim repetia que ótimos cobradores geralmente são péssimos pagadores. Basta ver a luta para conseguir receber precatórios do governo, ou prestar serviço para o Banco do Brasil. Nesse caso, se o atraso do pagamento fosse corrigido pelo mesmo valor do cheque especial estaria tudo bem. Mas levar 90 dias para pagar por serviços e não pagar um centavo a mais pelo atraso é uma beleza. Ou deve ser uma beleza para quem paga.

Bonito
Bonita a foto que corre nas redes sociais onde os super heróis se curvam para a passagem do corpo funcional hospitalar. Veja a seguir.
Palanque
O que os políticos, principalmente da oposição, ainda não entenderam é que fazer da pandemia um palanque só vai provar que o presidente Bolsonaro sempre teve razão. Foi só cortar o dinheiro para todos serem contra ele. Quem não recebia subvenção do governo estava lá na Esplanada dos Ministérios. Alguém viu apoio? O povo estava lá. Só o povo. Povo só.
História de Brasília
Até hoje a Novacap não registrou um único lote de Taguatinga. Esta, a razão pela qual a Caixa-Econômica não poderá financiar uma única residência naquela cidade satélite. (Publicada 01.02.1962)
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Difícil é convencer alguém de bom senso, e que conhece de perto a realidade política interna da China, que o governo daquele país, em suas relações com outras nações, seria capaz de dar tratamento pacífico e complacente a pessoas de outras nacionalidades que, eventualmente, viessem a se opor às diretrizes políticas impostas por esse regime fechado e de partido único (PCC).
Mesmo assim, nações pelo mundo afora, principalmente a partir da aurora do século XXI, começaram a comercializar com aquele país do extremo Oriente, colocando de lado, ou mesmo desprezando, o fato de ser, aquele governo, um antípoda das concepções clássicas de democracia e por extensão dos Direitos Humanos e, no caso das relações comerciais, um inimigo da livre concorrência e da liberdade do mercado (Laissez faire) e do liberalismo.
Conhecendo os muitos relatos que falam de detenções em massa, torturas, mortes, abusos policiais e outros crimes contra a humanidade, praticados pelo regime ditatorial chinês, fica claro que as relações da China com o mundo são montadas sob um disfarce, como uma cópia oriental de Jano, o deus romano de duas ou mais caras a concentrar, na mesma figura, o passado e o futuro, que dá por uma mão e toma pela outra. Seria possível haver relações comerciais livres, saudáveis e com base nos princípios da ética humana, com alguém que despreza ou ignora esses valores? Essa é uma questão que, sabemos, pouco interessa no mundo dos lucros e das vantagens.
Entre nós, existe apenas dois elementos capazes de se espalhar com a mesma velocidade da atual pandemia do Covid-19: as notícias ruins e as fake news. O mais interessante é que, em algum ponto do espaço e do tempo, ambos elementos se cruzam, gerando o que muitos conhecem por teoria da conspiração. Após o advento das redes sociais, as comunicações instantâneas e, sobretudo, do conteúdo fatual dessas informações que passaram a chegar aos indivíduos e à sociedade, em grandes e aceleradas avalanches, deram origem a um fenômeno intrigante e, ao mesmo tempo, problemático, que passou a afetar, de modo significativo, o comportamento de todos. Com isso, passou a ser comum que versões e fantasias cheguem ao conhecimento de todos, muito antes dos fatos em si. O que, de certa forma, reforça a tese histórica de que o homem é um contador de estórias por natureza. A grande questão aqui é como separar o que é realidade de fantasia, já que as duas parecem ter a mesma origem.
Os antigos costumavam dizer que quanto mais longe da fonte, mais a água está turva. Assim também ocorrem com fatos. Essa característica vem lá de trás, da origem da humanidade, quando na impossibilidade de entender o mundo à sua volta, os homens buscavam, na fantasia e no misticismo, as explicações sobrenaturais para os fenômenos da natureza. Essa herança trouxemos até os dias atuais, adaptando-a ao mundo virtual da Internet. De um país sem liberdade e de quem vive em um país livre que defende o país sem liberdade, tudo se pode esperar.
Para a imprensa, que até pouco tempo detinha o monopólio natural sobre a informação, isto é, as notícias, essa mudança de eixo e de mãos tem modificado, sobremaneira, o trabalho diário, obrigando os profissionais a separarem, com lupa, fatos e ficções. Não é por outro motivo que muitos órgãos de informações tiveram que criar um departamento especializado em checar minuciosamente as notícias, separando os grãos de areia dos fatos, do oceano de boatos.
Nessa nova tarefa imposta pela aldeia global ao trabalho da imprensa, surgiram ainda outros desafios, dessa vez realizados no sentido contrário da lógica de investigação e apuração jornalísticas, fazendo o caminho inverso, ou seja, partindo dos boatos e dos sinais de fumaça para se chegar aos fatos e a verdade escondida em meio à paisagem.
É justamente com relação a esse ponto que, por exemplo, parte da imprensa nacional e internacional tem deixado de lado os efeitos da recente e perigosa pandemia do vírus da coroa, seguindo atrás dos boatos e das teses defendidas pelos teóricos da conspiração, na tentativa de chegar às fontes e às causas que determinaram o surgimento dessa doença.
Para os seguidores dessas teorias fantásticas, em um mundo cada vez mais surrealista, tudo teve início com a chamada guerra comercial declarada pelos Estados Unidos contra os superávits seguidos, que vinham sendo obtidos pela China ao longo das últimas décadas e que passaram a ser combatidos pela atual administração do país.
Essa história é longa e com vários capítulos paralelos e que vão ganhando versões mais atualizadas a cada dia. O que parece real é que, por detrás desse vírus, se escondem fatos e verdades que, mais dia, menos dias, chegarão ao conhecimento de todos, levando-nos a conhecer até onde governos são capazes de ir para fazer valer questões de mercado, laboratórios, políticas e de ganhos sobre a vida de pessoas, tornadas, nesse jogo cruel, meros dados estatísticos, sem valor e sem qualquer respeito pela dignidade humana.
A frase que foi pronunciada:
“Custava ferver o morcego?”
Meme viralizado nas redes sociais
Acende, ascende!
Vários protocolos registrados, mas a iluminação das ruas no trecho 9 da SMLN está uma lástima! Moradores revoltados e inseguros.
História de Brasília
Ao dr. Laranja: muita gente que produz em Brasília continua jogando fora ou deixando morrer nos canteiros ou dando aos animais, verduras e legumes que poderiam ser vendidos a baixo preço. (Publicada em 01.02.1962)











