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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Transformada em moeda de troca, as terras públicas no DF foram, desde a emancipação política da Capital, usadas de modo irresponsável e criminoso para auferir vantagens de todo o tipo, desde a atração de votos até a obtenção de lucros para lá de suspeitos. Esperar que algum dia uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa desvende este cipoal de irregularidades é esperança vã.
Ao lado das consequências do aquecimento global, que tem provocado, em grande parte, a situação de escassez de água em Brasília, também é responsável a ocupação irregular das terras públicas, principalmente naqueles sítios que os ambientalistas denominam de áreas de recarga. Nas últimas décadas, sob a vista grossa dos principais órgãos de fiscalização, a Capital sofreu um poderoso processo de inchaço populacional, com pessoas afluindo de todo o canto o país, atraídas pelas promessas de doação de lote e casa, em troca de apoio político.
Que relação causa/consequência poderia existir entre o inédito racionamento de água na grande Brasília, que levou a uma séria crise hídrica sem precedentes e o tipo de política partidária praticada na Capital nestas últimas décadas? O que pode, num primeiro momento, parecer situações díspares, na verdade, possui uma relação íntima e poderosa.
Do dia para a noite, centenas de novos bairros foram sendo erguidos às pressas e sem planejamento algum. O que resultou dessa irresponsabilidade e ambição de algumas lideranças políticas locais, os brasilienses vão, agora, experimentando na pele. Não é só o esgotamento hídrico, já alertado lá atrás pelos ambientalistas, mas o colapso de toda a infraestrutura da cidade. Políticos, na sua maioria, têm dificuldade em entender o que é e para que serve o planejamento urbano. O horizonte desses personagens esporádicos se estende, no máximo, até as próximas eleições. O congestionamento em hospitais, escolas, e outros serviços públicos é o mesmo que vem se repetindo, diariamente, nas estradas e o mesmo que vem se agravando no abastecimento de água e no fornecimento de luz.
O padecimento atual da população resulta da ação inconsequente de hoje e de ontem das principais lideranças locais e ameaça não só com a falta de água, mas com a inviabilização da Capital, infelizmente transformada em valhacouto de oportunistas e aventureiros de toda ordem.
Foi somente a partir da mudança da Capital para o interior do Brasil, nos anos sessenta, que o imenso bioma de campo Cerrado, com mais de 2 milhões de quilômetros quadrados, passou a ser explorado e pesquisado com mais atenção. Especialistas já sabem hoje que essa ecorregião, com idade média de 45 milhões de anos, reúne e concentra a maior biodiversidade de todo o planeta. Recentemente, com o aprofundamento das pesquisas, ficou patente, para os estudiosos do assunto, que a preservação dessa área é de vital importância para o presente e o futuro do Brasil, principalmente por conta da questão hídrica.
Hoje já se sabe que o Cerrado é, por suas características ímpares, o berço das águas, concentrando nascentes que vão alimentar oito das doze grandes regiões hidrográficas brasileiras. É nesta região que estão concentrados os aquíferos Guarani, Urucuia e Bambuí, que alimentam alguns dos grandes rios do país. Com a expansão das fronteiras agrícolas, o Cerrado ganhou um protagonismo econômico inédito que, num primeiro momento, pareceu e ainda parece, para alguns, ser a redenção para toda a região.
A introdução de monoculturas, na maioria transgênicas, plantadas em vastíssimos latifúndios nas planícies, totalmente mecanizados, se por um lado vem fazendo a riqueza e a prosperidade de uma minoria de grandes produtores, de outro lado, vem arruinando irreversivelmente todo o ecossistema, comprometendo de forma, até criminosa, a produção natural de águas.
Em tempos de aquecimento global generalizado, a cada ano que passa, a situação de crise hídrica nas cidades localizadas dentro da região do Cerrado se agrava um pouco mais. O desaparecimento de pequenos e médios cursos de água já se tornou fato comum. A vegetação sofre com as queimadas criminosas e com a derrubadas, feitas pelos agricultores. Com a degradação da flora, somem os animais da região e tem início o lento e irreversível processo de desertificação, já em curso, segundo os especialistas. Na esteira dessa devastação, acentuada nos últimos anos pela invasão de terras e áreas de proteção, não é de se estranhar que o GDF, à semelhança de outros estados da federação, tenha decretado, agora, o estado de “atenção”, ameaçando pôr em prática um rigoroso racionamento de água.
A rigor, a suspensão no fornecimento de água ou a distribuição de água escura para algumas regiões da Capital já vem acontecendo há algum tempo, e tem se agravado nas últimas semanas. Na ocupação irregular de terras em troca de votos, começa a chegar o preço para a população e os valores serão altíssimos, inclusive com a ameaça de inviabilizar a própria Capital dos brasileiros.
A frase que pronunciada:
“O dinheiro é como esterco: só é bom se for espalhado.”
Francis Bacon, político, filósofo, cientista, ensaísta inglês.
Vergonha
Aconteceu em frente a SweetCake. Uma pequena reclamação, depois que o motorista ao lado havia aberto a porta com força e batido no carro, com um pequeno amassado. Finda a conversa, o dono do carro prejudicado entrou na loja. Ao sair, encontrou o carro todo arranhado. O serviço de segurança do local prestou todo apoio necessário e o homem foi localizado. Um diplomata que trabalha no Escritório Comercial de Taiwan. Um vexame!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O juiz federal F. Murphy, segundo o mesmo telegrama ordenou a Pan-American que se livrasse de 50 por cento dos interesses que tem na Panagra, por meio da qual realizava as atividades declaradas ilegais. (Publicado em 17/01/1962)
“Concertación” em torno do fim da Lava Jato, num festim diabólico
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Fosse uma espécie de “concertación”, para se chegar a um acordo suprapartidário e político em benefício do Brasil, tal qual havido em países distintos como Chile em 1988, em El Salvador em 1961 e em outros mundo afora, visando uma guinada de rumo, sem dúvida alguma, a Operação Lava Jato mereceria, por seus efeitos revolucionários e pedagógicos, servir como bandeira de uma causa que é também defendida por grande parcela de nossa nação.
O que parecia ser um vento fresco, em quinhentos anos de história brasileira, vai, aos poucos, sendo corroído pelas beiradas, seguindo o mesmo destino de sua congênere italiana, “Mani Pulite”, que, entre 1992 a 1996, buscou sanear a vida política naquele país, encontrando, como aqui, forte oposição dos políticos, principalmente daqueles implicados em rumorosos episódios de corrupção e outros crimes. Durante esses seis anos em que vem atuando, a Lava Jato tem levantado pilhas de dossiês que desnudam, de forma visceral, o modus operandi praticado, há décadas, por partidos políticos, empresários, juízes e outras lideranças de destaque para, em síntese, conforme vem sendo continuamente demonstrado, saquear o erário público à exaustão.
Assim como o movimento “Diretas Já” de 1983, a Lava Jato, iniciada em 2014, conseguiu a rara proeza de unir brasileiros de muitos credos políticos em prol de um objetivo acalentado por séculos, que era pôr um fim aos privilégios e poderes que detinham a classe política e que lhes franqueava o acesso escancarado aos cofres públicos.
Nesse sentido, a Lava Jato pode ser comparada a uma “concertación” à moda brasileira. Mas, como tudo que é bom e correto parece não ter vida longa nesse país, a Lava Jato, forçada a se postar na alça de mira daqueles que investiga, vai levando chumbo grosso por todos os lados, conseguindo um tipo de unanimidade cúmplice entre os poderosos de todos os partidos e posições, que agem para pôr um ponto final nessas faxinas éticas.
Esse movimento unânime do primeiro escalão político de nosso país, para assassinar a reputação da Lava Jato e dos seus membros, é reforçado ainda pela atuação vergonhosa daqueles que mais se esperavam apoio irrestrito ao trabalho das forças-tarefas. O Ministério Público Federal, seguindo orientações do tipo inconfessáveis, age também na linha de frente para debelar essa Operação, a qual classifica como “lavajatismo” ou o que quer que isso signifique no jargão dessa gente.
Mas é no Supremo, de onde a população já aprendeu nada esperar de positivo para o país, que estão, incompreensivelmente, colocadas as baterias pesadas que agem para dizimar a Lava Jato. É essa “concertación” de réus, e de outros ao seu serviço, que está unindo agora as forças da contrarreforma para o restabelecimento do antigo status quo, numa unanimidade poucas vezes vistas entre esse pessoal.
Os brasileiros de bem, a essa altura, já perceberam esse movimento oficial pela restauração da impunidade geral e secular, mesmo daqueles que, em frente às câmeras, ou sob o olhar afiado da opinião pública, juram defendê-la. Nesse movimento em prol da corrupção e a favor da volta ao passado, agrupam-se, ainda, os mais refinados e caros escritórios de advocacia do país, todos unidos e de olho nos honorários gordos, venham de onde vierem.
As quase oitenta operações já realizadas até agora pela Lava Jato e que preenchem centenas de milhares de páginas com relatos de crimes de todo o tipo, praticados pela elite política de nosso país, formam apenas uma pequena parte de nossa história de perfídias e ainda há muito o que ser trazido à luz. Talvez, mais do que já sabemos ou supomos saber.
Segundo um desses personagens de ponta nessa história e que teve atuação exemplar nesses episódios, o desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4, “se a esquerda e a direita estão reclamando, significa que a operação Lava-Jato está no caminho certo e não tem ideologia, é isenta e imparcial e não cometeu excessos e sempre esteve dentro da legalidade.”
A frase que foi pronunciada:
“Sem virtudes cívicas não pode haver governo democrático.”
Montesquieu, político, filósofo e escritor francês.
Feirão
Liberado o feirão de automóveis em áreas públicas do DF. De um lado, a Câmara Legislativa do DF aprova o decreto legislativo do deputado Daniel Donizet; de outro, o GDF proibia o evento. Segundo o deputado, sustar o efeito do decreto do governo basta para ter segurança jurídica.
Suspeitas
Nada de “chinefobia”. Mas gente com sotaque está comprando bastante terras no DF. Diz sempre que dinheiro não é problema.
Micro: contribuições da antropologia
Obra organizada pela professora Soraya Fleischer, do Departamento de Antropologia da UnB, e pela jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Flávia Lima, trata de uma pesquisa etnográfica sobre o impacto da epidemia do vírus zika no Brasil, entre 2016 e 2019. O dia a dia das mães que foram afetadas com o estranho vírus encrustado, em grande parte, na pobreza.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A UPI distribuiu, ontem, um telegrama segundo o qual a Pan-American está seriamente incriminada num processo na Corte Americana por “monopolizar ilegalmente o tráfego aéreo entre os Estado Unidos e a América do Sul”. (Publicado em 17/01/1962)
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Ao mesmo tempo em que o Governo do Distrito Federal anuncia, de forma até tímida, a lista contendo as novas medidas de flexibilização das medidas restritivas, a capital assume a liderança como a de maior taxa de mortes por Covid-19 do país. Trata-se de uma posição que, até o momento, não foi oficialmente assumida pelas autoridades de saúde do governo local, mas que caminha para essa possibilidade.
A questão com essa triste estatística é que o Distrito Federal, ao contrário do que acontece em muitos estados brasileiros, é a unidade da federação que, historicamente, mais recebe pacientes encaminhados por outras regiões do entorno e até de outros estados, o que altera, sensivelmente, esses dados. Para a Secretaria de Saúde, o cálculo de mortalidade leva em conta, tradicionalmente, apenas o número de residentes locais, dividido pela população total da região em análise, o que reduziria o número de óbitos de forma visível.
Para as autoridades, o que está havendo é uma discrepância entre o número absoluto de óbitos locais contra óbitos de residentes. Citar números e outras estatísticas e porcentuais, numa época em que esses valores sofrem variações diárias significativas, nada acrescentaria ao fato de que a maior taxa de óbitos por Covid-19, na capital, já resultou num número de mortes que ainda oscila para cima e já ceifou a vida de mais de 3.100 brasileiros com residência em nosso pequeno quadrilátero.
Tão grave quanto esses números funestos, e jamais observados em tempo algum, é o fato de que, mesmo sob a sombra e as ameaças constantes da morte, a maioria dos brasilienses são obrigados, pelas circunstâncias adversas, a enfrentar todos esses riscos onipresentes para não morrerem com a pior de todas as pragas que é a fome. Se, até pouco tempo, os riscos para os que saíam para trabalhar eram a violência diária dos assaltos e do trânsito, hoje, somados a essas realidades de cidade grande, todos têm que enfrentar os riscos dessa virose pandêmica.
De fato, para os que aqui permanecem com saúde e disposição, há ainda outros desafios que necessitam ser enfrentados no dia a dia, como a permanência dos empregos e da renda. Não fossem esses cidadãos que enfrentam de frente essas batalhas cotidianas, muitos produtos, nas prateleiras dos supermercados, simplesmente, teriam desaparecido de vista. Tão preocupante quanto essa doença, que vamos conhecendo melhor com o tempo, e cuja a vacina definitiva já desponta no horizonte, preocupa-nos a situação da economia, não só do país e do mundo, mas da própria capital. Como não poderia ser diferente, dados recentes, levantados pelo Boletim de Conjuntura Econômica do DF, apontam que na capital do país, embora registre índices negativos menores que outras regiões, a Covid-19 tem feito estragos também na economia local, principalmente no segundo trimestre deste ano.
O fechamento de comércios de variados ramos de atividade segue em alta, assim como o número de falências. A economia encolheu 4,2% no segundo trimestre. O chamado Índice de Desempenho Econômico (Idecon) também recuou esse ano, atingindo o menor patamar desde 2015.
Um giro pela cidade mostra bem o grande número de estabelecimentos fechados, de salas e lojas vazias, com anúncios nas vidraças para aluguel ou venda, assim como uma grande quantidade de atividades que sumiram de vista. Mesmo assim, alguns economistas dizem que o DF, diante do que vem acontecendo no resto do Brasil, é a unidade da federação que menos tem sofrido com a pandemia. Os números anunciam o que pode ser um dos maiores efeitos negativos dessa pandemia, com a retração histórica do Produto Interno Bruto, que deve ser o menor desde o início do século passado.
Na verdade, não fosse a renda do funcionalismo público, a queda na renda e na economia da capital teria acompanhado o que acontece em outras regiões. Há ainda muita repercussão dessa pandemia que virá pela frente e que nem conhecemos ainda. Mas que venham os touros.
A frase que foi pronunciada:
“É estranho, -mas verdade; pois a verdade é sempre estranha;/Mais estranho que a ficção: se pudesse ser contado,/quanto os romances ganhariam com a troca!/Quão diferente o mundo veria os homens! ”
George Gordon Byron, poeta inglês, em Don Juan
Wally
Praias lotadas, piscinão de Brasília lotado, festas nos fins de semana cheias de gente até a madrugada. Mas o perigo está só onde o presidente Bolsonaro estiver. Muito estranho…
Eleitores
Senador Randolfe Rodrigues apoiou a ideia do senador Reguffe, que elaborou a PEC 8/2016. Essa Proposta de Emenda à Constituição sugere que as pautas do Senado e da Câmara sejam trancadas quando algum projeto de iniciativa popular não for analisado em até 45 dias. Em março de 2010, a PEC foi retirada da pauta e, até hoje, aguarda inclusão na Ordem do Dia.
Passeio
Veja, a seguir, que beleza a capela São Francisco de Assis, no Gama. Já abriram as inscrições para casamentos em 2021. Esse é um dos lugares prediletos dos motociclistas para assistirem a missa. Volta e meia, acontece a procissão sob duas rodas até lá.
Escassez
Em média, nove litros de leite materno são distribuídos para alguns hospitais do DF. Na pandemia, esse número diminuiu preocupando principalmente Ana Cláudia Barros, chefe do Núcleo de Banco de Leite Humano do Hmib, onde a demanda é maior.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Um dia não está, outro dia está no Rio, outro dia está ocupado, e assim por diante. Nem pró, nem contra, falou o Ministro mais elegante. (Publicado em 17/01/1962)
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Fossem submetidos a uma análise prévia, para a certificação dos fatos citados por cada um dos líderes mundiais em seus discursos, na abertura da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nessa terça 22, e assim subtrair versões e narrativas fantasiosas, eliminando as fake news, praticamente nenhum pronunciamento dos chefes de Estado do planeta seria liberado para leitura.
O festival de narrativas fantasiosas, e mesmo de mentiras deslavadas que beiram a ficção, demonstra que os países, em geral, estão hoje sob a administração de indivíduos sem quaisquer compromissos com a verdade. Essa constatação em si faz acender, ainda mais, o alerta para o perigo que o mundo corre, quando se verifica que a verdade foi afastada e posta de lado e o que passa a valer são versões feitas por cada um desses dirigentes, apenas com a intenção de sair-se bem na foto.
O que, talvez, muitos parecem ignorar é que a tecnologia, bem ou mal, possibilitou à população mundial ficar de olhos e ouvidos bem abertos para cada um desses pronunciamentos. Não apenas as oposições de cada país, mas as gentes comuns, desconfiadas e ressabiadas por tudo o que está ocorrendo com a humanidade. Desde sempre, soube-se que a mentira é a mãe de todos os males, inclusive, em seu nome, muitas guerras aconteceram e muito sangue foi derramado, em todo o tempo e lugar.
Uma possibilidade fantasiosa foi ressaltada por ninguém menos que o próprio Secretário-Geral da ONU, o português Antônio Guterres. Em seu discurso, Guterres alertou, claramente, sobre os riscos de uma nova guerra fria, entre Pequim e Washington. Segundo ele, a pandemia expôs, em âmbito mundial, fragilidades e desigualdades nunca vistas anteriormente. É preciso, segundo disse, que haja um fim na doença da guerra para que possamos lutar contra a doença que devasta nosso planeta. “Nosso planeta não pode bancar um futuro onde as duas maiores economias dividiram o globo, cada uma com suas próprias regras financeiras e de comércio, com capacidades de internet e inteligência artificial diferentes”.
Além do que chamou de guerra secreta contra as mulheres em muitas partes do planeta, com violações de direitos e outras crueldades, o representante da ONU propôs o estabelecimento de uma espécie de contrato global que ponha término ao racismo, à discriminação, à exclusão e que seja facultado um acesso universal à saúde. Para tanto, em sua avaliação, será preciso a introdução de um projeto de renda básica universal, de forma a diminuir o fosso de desigualdades sociais, cada vez mais acentuado.
Segundo acredita, isso só será possível através de uma maior distribuição de renda, de poder, de riquezas e de oportunidades. “Nenhum de nós está seguro enquanto todos não estiverem seguros”, frisou.
A frase que foi pronunciada:
“Competição para lucrar com vacina é ultrajante”.
Noam Chomsky, filósofo norte-americano
Trânsito
Horas de pesquisas, discussões e tempo para delinear no papel as novas mudanças na lei de trânsito. Cadeirinhas, pontos na carteira, idade e tempo de renovação. Os lixeiros continuam pendurados nos caminhões, recolhendo os resíduos inúteis das residências. A lei de trânsito continua sem protegê-los.
Indefinido
Por falar em lei, contribuintes juntariam menos papéis e arquivos no computador se fosse obrigatório que os comprovantes de IPTU, IPVA, Imposto de Renda, entre outros viessem com uma minuciosa descrição do pagamento. Vendo um comprovante desses, ninguém adivinha do que se trata. “Pagamento DARF” ou “GDF conta arrecadação” é o máximo descrito.
Saúde
Continuam as reuniões sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade. Quem criou o Fórum sobre o assunto foi o antropólogo Rui Harayama. Anos atrás, numa entrevista, ele disse o seguinte: “Você já pensou que o controle e os protocolos de dispensação desses medicamentos deveriam ser mais pensados? Há casos de população da terceira idade que vive sob uso de Clonazepam (princípio ativo do Rivotril) e logo depois desencadeia Alzheimer. Que tipo de saúde é essa?”.
Semana Especial
Reserva de mesa, cardápio em braile, caixas eletrônicos e equipamentos de informática adaptados, atendimento prioritário à pessoa portadora de alguma deficiência física no Distrito Federal será prioridade. O Procon irá fiscalizar as instituições e comércio.
Fins e meios
Trabalho da doutora em Direito Civil, Fabiola Santos Albuquerque, desenvolve o tema Adoção à Brasileira e a Verdade do Registro Civil com a conclusão de que esse não é um problema exclusivo da nossa realidade, mas que seu perdão é uma constante tendo em vista o fim maior que persegue: o de garantir uma família a uma pessoa.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O único ministro que ainda não se definiu sobre Brasília foi o sr. Oliveira Brito, da Educação. E para que ninguém diga, depois, que o Ministro não foi procurado, acrescentamos que o nosso repórter voltou cinco vezes de seu gabinete. (Publicado em 17/01/1962)
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Nossa Carta Magna, promulgada em 1988, diz em seu art. 61, § 2º que: “A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles”. Com esse entendimento, ficaria garantido à população o poder de propor novas leis para o país.
Obviamente que as exigências impostas por essa norma, de no mínimo 1% do eleitorado, mais a adesão de 0,3% do eleitorado de ao menos cinco estados, torna essa tarefa mais difícil, pois exigiria, por baixo, uma coleta de assinaturas de algo em torno de 1,5 milhão de cidadãos. Ocorre, no entanto, que esse não é, nem de longe, o maior entrave para que essas leis possam vir a ser implementadas de fato. Cumpridas essas exigências constitucionais quanto à coleta dessas assinaturas, é que começam as dificuldades para que virem leis. Nesse ponto, o calhamaço com a proposição de iniciativa popular, contido em dezenas de caixas de papelão, chega à Câmara dos Deputados, onde, por seu volume e pelo apelo popular que desperta em milhões de brasileiros, é recebida com pompa e circunstância, com a presença do presidente da Casa, imprensa, parlamentares favoráveis ou nem tanto.
O assunto vira manchete de jornais e, por alguns dias, a notícia chama a atenção de todos. Passados estes instantes de brilho, ficam nesse ringue de luta apenas aqueles que verteram sangue, suor e lágrimas para verem essas leis transitarem, a passos de tartaruga, pelos longos e labirínticos corredores do Congresso.
Quando o projeto popular não mira assuntos que, de alguma maneira, venham a interferir no status quo político, existe esperança de que possa seguir em frente. Caso contrário, a sobrevida de uma proposta dessa natureza é curta. Este, por exemplo, é o caso das Dez Medidas contra a Corrupção, de iniciativa do Ministério Público Federal (MPF), de 2015, que, já no ano seguinte, conseguiu a assinatura e a aprovação de mais de 2 milhões de cidadãos em todo o país.
Aquele projeto, chamado pacote, contendo as medidas que a população gostaria de ver aprovadas para acabar com o flagelo secular da corrupção em nosso país, foi, nas palavras do relator da matéria naquela ocasião, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), “dizimado”, transformando-se numa espécie de “meia medida”, tal era o número de parlamentares com problemas com a Justiça e que poderiam vir a serem condenados por leis por eles mesmos aprovadas.
Com a introdução de uma emenda que criava o crime de abuso de autoridade, os deputados, de réus, viraram vítimas, ameaçando integrantes do próprio Ministério Público. A maioria dos implicados na Lava Jato, comandada pelo PP e pelo PT, saiu vitoriosa e desfigurou, por completo, as medidas de saneamento da vida pública do país. Não é à toa que essa prerrogativa que garantiria a proposição de leis pela população e que poderia ser um grande avanço no aperfeiçoamento de nossa democracia, ao ser desfigurada, acabou com o sonho de milhões e gerou um estado tal de desânimo no país, que a sociedade deixou de lado essa possibilidade contida na Constituição, por absoluta falta de garantias de que ela possa avançar em meio à uma representação política com essa folha corrida.
Não é por acaso, também, que desde a aprovação da Carta Magna contendo essa prerrogativa apenas quatro projetos de iniciativa popular foram transformados em lei. Não estranha que, ainda no século XVI, Camões tenha dito que: “Leis em favor dos reis se estabelecem. As em favor do povo só perecem.”
“Só pode haver democracia quando o dinheiro não puder ser gasto na política”
Em temps nde os jornlstas não pdiam escrver o que precsavm por kauz da cnsur, tud era lido pelos olhs umans. Hoj temos ess artfíc de driblr os robôs qu localizm as notcis indesjds. Assi podmos falar livrmnt sbre os chnezs, sobr o fcebk, seraz expirn, e tnts outr assnts contrvrsos. O que começou como uma brincadeira no Departamento de Ciência Cognitiva da Universidade de Cambridge, Inglaterra, agora é coisa séria.
História de Brasília
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É em tempos confusos, como este que estamos experimentando agora, e que, no calendário chinês, corresponde ao ano do Rato de Metal (Gang-Zi), que figuras proeminentes do pensamento emergem como faróis, em noites de tempestade no mar, a iluminar o caminho para fora das rochas. Sem essa luz, atravessar momentos de pandemia e de incertezas, quanto ao futuro, torna-se ainda mais penosa a viajem que a humanidade empreende, neste 2020, rumo ao desconhecido.
O filósofo francês Michel Serres (1930-2019) desponta como essa preciosa lanterna dos afogados. Sua condição de testemunha, do que o século XX teve de pior, deu-lhe a bagagem e a autoridade para entender o mundo sempre conturbado e que despreza tantas oportunidades e tantas vidas. Dos seis aos vinte e cinco anos, presenciou o amontoado de cadáveres acumulados pela guerra civil espanhola, e pelas Blizkriegs alemãs em 1939, em Paris. Adolescente, assistia a batalha da resistência contra os colaboracionistas. Viu ainda os deportados aos campos de concentração e os posteriores ajustes de contas entre compatriotas. Na juventude, veria ainda, chocado, os Estados Unidos lançarem duas bombas atômicas contra a população civil do Japão, num esforço vil para deter a escalada do conflito mundial (1939-1945). Viriam ainda outros morticínios, na União Soviética, na China, Coreia, Vietnã e outros.
Mas foram justamente essas bombas que levaram Serres a trilhar os caminhos da filosofia e da erudição em ciências, como a matemática, a Física, a Mecânica, a Bioquímica e outras de seu interesse, na tentativa de decifrar o mundo violento, em busca de um universo ético possível. Talvez, essa trajetória por ciências diversas tenha imprimido em seu espírito a certeza de que a educação e a cultura são ferramentas fundamentais que podem afastar o homem dos conflitos e das guerras desnecessárias e infames. Essa parece ser a tese central de seu trabalho: o aprimoramento do ser humano. ′′Se você tem um pão e eu tenho um euro, e eu vou comprar seu pão, eu terei um pão e você um euro, e haverá um equilíbrio nessa troca, isto é, A tem um euro e B tem um pão, e ao contrário, B tem pão e A o euro. Este é, pois, um equilíbrio perfeito de mercado. Mas se você tiver um soneto de Verlaine, ou o teorema de Pitágoras, e eu não tiver nada, e você me ensinar, no final dessa troca eu terei o soneto e o teorema, mas você os terá mantido ambos.
No primeiro caso, há equilíbrio. Isso é mercadoria. No segundo, há crescimento. Isso é cultura.” Não há muito o que pode ser dito sobre esse aforismo, apenas que seu conteúdo não tem sido assimilado, adequadamente, por grande parte de nossos governantes ao longo das décadas e esse, talvez, seja o nosso nó górdio, que nos mantém atados a um passado de violência e atraso. O incremento ao uso de armamentos pela população, em substituição aos livros, os cortes drásticos em pastas fundamentais como a Educação, o fechamento de bibliotecas e de livrarias, de museus, de galerias e de outros pontos de cultura e saber, parece apontar, mais uma vez, para um futuro sombrio, em que os homens tornados novamente brutos só encontrarão no conflito sangrento um meio de seguir em frente.
É esse tipo de farol, que parece cada vez mais distante, que almejamos. Antes que seja tarde.
As frases que foram pronunciadas:
“Jamais morreria pelas minhas crenças, porque elas podem estar erradas”.
“O mal dos tempos de hoje é que os estúpidos vivem cheios de si e os inteligentes cheios de dúvidas.”
Bertrand Russell
Sem punição
Senador Ângelo Coronel defende, nas redes sociais, a legalização dos jogos de azar. Uma das justificativas é que o jogo ilegal movimenta cerca de R$60 bilhões. Diz o senador que a legalização traria 1,3 milhão de empregos e R$20 bi de impostos. O maior problema seria a fiscalização contra a lavagem de dinheiro. Não há efetividade de qualquer instância de poder com essa prerrogativa.
Vista grossa
Por falar em fiscalização, parece que ninguém mais leva o Covid a sério. Em muitas lojas, não há controle de entrada. Nem álcool, nem termômetro. Nas feiras também. A do Paranoá, com duas entradas, só uma cumpria o protocolo. Nem vamos mais falar em Piscinão do Lago Norte.
Agilidade
Zélio Maia, diretor do Detran, está confiante na retomada de coleta biométrica para o encaminhamento da expedição de carteira de habilitação. Trata-se de uma forma mais rápida e eficiente de acelerar o atendimento.
Humanizar
A chefe da Coordenação Regional de Ensino do Gama, Cássia Nunes, comemora o destaque de algumas escolas daquela cidade no ranking de notas. A grande diferença é saber ouvir e dividir responsabilidades. Além disso, o envolvimento e o comprometimento do corpo docente aumentam, quando tomam para si parte da responsabilidade pela melhora.
Senac
Veja, no link Inscrições abertas, tudo sobre os ursos gratuitos oferecidos pelo Senac. São 1,6 mil vagas no DF. As inscrições para os 45 cursos técnicos e de formação inicial ou continuada abriram ontem.
Residual
Quer se livrar de eletrônicos, embalagens de vidro ou óleo de cozinha? É só ligar para 98323.7372. Veja mais detalhes a seguir.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Sabe-se que a urbanização é obrigação da Novacap, mas o ajardinamento, também, como a sua manutenção, torna-se um encargo muito pesado para a Construtora da Cidade. Mas, se houver má vontade dos Institutos, que a Prefeitura dê, também, o exemplo, ajardinando as superquadras. (Publicado em 17/01/1962)
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Com a aproximação das eleições municipais, marcadas para 15 de novembro, em primeiro turno, e 29 do mesmo mês, em segundo turno, mais uma vez, voltam à cena a questão e a dúvida sobre o voto impresso feito de forma complementar ao voto eletrônico, conforme entendimento divulgado ainda em 2015, durante a minirreforma eleitoral.
Naquela ocasião, ficou decidido que o voto eletrônico fosse feito concomitantemente com o voto impresso, depositado de forma automática e sem contato manual do eleitor em local previamente lacrado. As dúvidas que pairam sobre a possibilidade de fraudes no sistema puramente eletrônico ainda são muito fortes em todo o país, principalmente por parte de profissionais das áreas de tecnologia, que entendem e enxergam inúmeras fragilidades desse tipo de urna.
Se, para muitos entendidos nessa matéria, ainda pairam diversas suspeitas sobre a inviolabilidade desse sistema, para a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aquele mesmo que tem a prerrogativa de errar por último, já foi batido o martelo sobre a questão. Por maioria, os ministros dessa Corte decidiram, nessa última segunda-feira, dia 14, que a impressão dos votos pelas urnas eletrônicas é inconstitucional, mesmo que o voto eletrônico não possa ser auditado. Cogita-se que, na opinião da Corte Suprema, transparência nada tem a ver com democracia. Obviamente, a decisão, que chega com um atraso de cinco anos, decepcionou muita gente que acreditava que, mesmo parcialmente, o voto impresso seria adotado, já nessas próximas eleições municipais.
Com isso, mais uma bandeira política, erguida pelo atual presidente da República, em 2018, é derrubada, sem que ele mesmo esboce qualquer contrariedade sobre o assunto. Para o eleitor comum e contrariado, de nada adianta ir em busca de explicações razoáveis para essa decisão, feita na undécima hora, quando se sabe que essa corte trafega entre o sim e o não, pelas vias labirínticas do Direito, encontrando amparo legal, até mesmo, em assuntos que desafiam a onisciência de Deus.
O cidadão comum que quiser obter algum ganho, em qualquer ação judicial de reparação econômica, e que não apresentar recibos impressos comprobatórios que assegurem sua defesa, de forma material, pode estar certo que perderá a disputa por ausência de provas. Se até mesmo em procedimentos simples, como conta de luz, água e outras, exige-se a apresentação de provas impressas, que dirá nas eleições, onde a vida e o futuro de milhões estão em permanente jogo?
Sabendo, como todos nós sabemos, da índole duvidosa que move boa parte de nossa classe política, a segurança do voto impresso, mesmo que não seja absoluta, é mais uma proteção contra a ação de maus candidatos e contra as infinitas possibilidades da mente humana de burlar o que é certo.
O que os ministros do STF entenderam como “Inadmissível retrocesso nos avanços que o Brasil tem realizado para garantir eleições realmente livres”, trazidos pelo voto impresso, outros países, até mesmo muito mais populosos como o nosso, tais como os Estados Unidos, Índia e outros, já perceberam que o pleito eleitoral com base apenas em dispositivos e ferramentas tecnológicas ainda apresenta falhas e brechas que precisam ser sanadas.
O mesmo acontece com os argumentos de que o voto impresso acrescentaria um alto custo às eleições. Parece pueril diante de tantos outros gastos decididos pelo Estado e que a Nação entende como verdadeiros desperdícios de recursos.
Contra o entendimento da Corte, que considera que os “potenciais benefícios” trazidos pelo voto impresso seriam “ínfimos”, comparados aos prejuízos econômicos provocados, o senso comum do cidadão poderia argumentar, invertendo o raciocínio, que os benefícios do voto impresso seriam potenciais à democracia, o que tornaria seus custos uma questão “ínfima”.
A frase que foi pronunciada:
“Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida: (1) quero?; (2) devo?; (3) posso?
Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve.”
Mario Sérgio Cortella, filósofo, palestrante, educador brasileiro
UnB
Já escolhida a líder da lista tríplice que será apresentada ao presidente Jair Bolsonaro para ocupar a reitoria da Universidade de Brasília. Márcia Abrahão Moura é a vencedora pela opinião da comunidade acadêmica. Mas freio nos ânimos. No Rio Grande do Sul, Carlos André Bulhões Mendes foi nomeado o novo reitor da UFRGS e era o último da lista.
Admiração
José Afonso Braga lançou um livro contando sua caminhada na vida depois de diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica. Para companhia nessa jornada, Braga conta com o apoio da família, de muitos amigos e, principalmente, com o otimismo que o ajuda nos próximos passos. O sucesso do livro foi tão grande que a versão impressa acabou em 24h.
Dúvida
Quem vem antes? As Fakenews ou os Institutos de Pesquisa? A estudar as eleições passadas, com divulgações de preferência do eleitorado totalmente fora do esquadro, há que se esclarecer.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os outros, comodamente, cruzaram os braços e anunciaram que a responsabilidade, é da Novacap ou da Prefeitura. Agora, com o ajardinamento da W-3, não é possível que o fato não venha tomar de brios os responsáveis. (Publicado em 17/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Nenhum cidadão, cônscio de suas obrigações, pode negar a relevância, para a sociedade e para a economia, das chamadas pautas sociais. Bolsa Família, auxílio emergencial e outros programas de complementação de renda fazem bem para o país, ajudando na diminuição das desigualdades históricas de nossa nação. Ocorre que a descontinuidade forçada de muitos desses inúmeros programas por cada governo que chega, juntamente com a criação de novos outros, com selos mais personalistas e de acordo com o marketing político, acarretam, à semelhança do que ocorre na amaranhada teia de impostos e tributos, num amontoado de programas sociais que governo algum consegue implementar.
É nesse labirinto de programas, muitos deles construídos apenas para atender agendas e interesses políticos específicos, que boa parcela da sociedade que trabalha, e que produz e paga uma das mais altas cargas tributárias do planeta, é lançada e busca se salvar não de um leão, mas de uma horda de minotauros, cada vez mais famintos. As equipes de economia, de todo e qualquer governo, formadas por refinados experts nas ciências financeiras, integram o Executivo, não para resolver questões e equações como essas trazidas por programas sociais que não possuem porta de saída, mas para descobrir novos corredores por onde seguir o fisco para arrecadar mais e com mais rapidez. Agora, com o programa Renda Brasil, ocorre o mesmo fenômeno.
Não fosse a pandemia e a desidratação brutal de uma economia que estava na antessala da UTI, o Renda Brasil seria lançado com muita festa e muita propaganda. Abandonado pelo próprio governo, que o criou em seu departamento de programas sociais e de marketing, o projeto – parece – será adotado estrategicamente, também, pelo Congresso. Afinal, com eleições, sempre se avizinhando, é preciso ter cautela, senão os votos somem. É nesse filão populista que seguem, desde sempre, todo e qualquer projeto desse e de outros grupos políticos. Obviamente que tema tão espinhoso como esse não pode ser tratado com realismo, senão os índices de popularidade desabam e a condenação ao fogo perpétuo é certa. Estamos, como dizia o escritor Balzac, “na primeira metade do século XIX, caminhando para um estado de coisas horrível. Em caso de insucesso, não haverá mais que leis penais ou ficais: a bolsa ou a vida.”
Na realidade, o termo projeto, ao se referir às pautas sociais, não é preciso. O mais correto seria chamá-lo de jogo, pois a eventualidade de dar certo para o governo depende não apenas de sua capacidade de blefar, mas da sua convicção de que a sociedade não conhece as regras do que está sendo jogado. Com isso, a única preocupação, desse e de qualquer outro governo, é de encontrar novas fontes de financiamento, para que o jogo prossiga. E é nesse ponto que a equipe econômica concentra todos os seus esforços.
A busca de programas sociais e financeiramente racionais é deixada de lado, pois iria requerer projetos de longo prazo e sobretudo apartidários, sob a tutela do Estado e não de governos temporários. E é aí que jogo deixa de ser interessante.
A frase que foi pronunciada:
“As pessoas foram criadas para ser amadas e as coisas foram feitas para serem usadas. A razão pela qual o mundo está um caos é porque as coisas estão sendo amadas e as pessoas estão sendo usadas.”
Dalai Lama
Mais caro
Condomínio RK analisa as contas da Caesb. O aumento exponencial assustou os moradores. As reclamações se acumulam. Ninguém se conforma com a tal tarifa fixa e com a tarifa variável de água e de esgoto.
Sem pagamento
Já a CEB enfrenta a inadimplência dos clientes que, desde o início da pandemia, não consideraram a energia como prioridade no momento de pagar as contas. São mais de 200 mil consumidores que devem à companhia.
Honra
Foi bem movimentada a manifestação dos Bombeiros concursados na Praça do Buriti. Depois de publicada a nomeação no DODF e de o Congresso ter liberado a verba para a contratação, suspenderam a chamada, não honrando o compromisso. Os Bombeiros fazem parte da classe de profissionais melhor avaliada pela população. Merecem mais respeito!
Juntos
Comunidade do Lago Norte começa hoje, às 9h, o mutirão de limpeza no Parque das Garças. Veja a movimentação no blog do Ari Cunha.
Em tempo
A depender do ministro Luiz Fux, a turma de presidiários de organizações criminosas, ou que tenham lavado dinheiro, mergulhado em corrupção e até mesmo os crimes hediondos e contra as mulheres, podem preparar o chinelinho branco para a volta às grades.
A finalizar
Por falar em cadeia, boa ideia partida da Câmara Legislativa. Com a assinatura do deputado Martins Machado, um Projeto de Lei indica a instalação de bicicletas próprias para geração de energia. Ao mesmo tempo em que os meliantes saem do ócio, se exercitam e contribuem para a iluminação das instalações que ocupam. A pensar melhor: o projeto dá um dia a menos na pena para cada 16 horas de pedaladas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O caso do ajardinamento das superquadras deve voltar à baila. De todos os Institutos, somente o IAPB cuidou do ajardinamento. (Publicado em 17/01/1962)
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Nosso alicerce e estrutura política, desenhado pelo texto constitucional de 1988 e que, em tese, serviria para dar sustentação robusta, perene e firme ao edifício do Estado brasileiro, é, a cada 4 anos, modificado ou adaptado às necessidades de cada governante que chega.
Tais reformas, vulgarmente chamadas de Projeto de Emenda à Constituição (PEC), vão, pouco a pouco, transformando nossa Carta Magna, não numa inofensiva colcha de retalhos, como muitos dizem, mas num edifício, onde colunas e vigas, e mesmo as fundações, vão sendo demolidas e substituídas por escoras de madeira provisórias e sem segurança.
Como numa reforma, onde os projetos originais vão sendo postos de lado, cada governante arruma um jeito de providenciar seu “puxadinho” ou remendo, capaz apenas de propiciar vazão para os desejos imediatos de cada ocupante do Palácio do Planalto. Infelizmente, essa sanha em mudar, sistematicamente, pontos essenciais do texto, também é feita a partir de cada nova composição do Congresso, adaptando-o a novos planos políticos.
Com isso, não seria surpresa se, lá adiante, todo o prédio Brasil viesse a colapsar, da mesma forma como já acostumamos a presenciar em nossas cidades, os edifícios mal construídos ou que sofreram reformas indevidas. Nesse caso, o que tem sobrado desse desleixo obreiro são, obviamente, mortos, escombros e muitos prejuízos. Seguissem como parâmetro o que pregam a boa técnica da arquitetura e da engenharia política, como aliás é feito em países como os Estados Unidos, onde a Constituição está, em seus pontos fundamentais, praticamente intocáveis desde 1787, não haveria maiores problemas.
Não é por outro motivo que aquele país apresenta tão acentuada estabilidade política, econômica e social ao longo de séculos. A questão com essa profusão de PECs é que, num dado instante, o texto constitucional se torna incompreensível até para os doutos constitucionalistas. O Supremo, como não poderia deixar de ser, também aqui, contribui, à sua maneira, para modificar o texto original, por meio de interpretações de última hora e ao gosto e interesse de alguns ministros ou de um padrinho seu.
Não espanta que nossas leis, muitas vezes, sejam derrotadas nos tribunais da consciência ou nos foros da ética. Por esse motivo, a sociedade brasileira tem, a cada novo ciclo de quatro anos, que reaprender a andar no limbo entre a legalidade e a legitimidade, ou entre nenhuma coisa, nem outra. Até mesmo o Marquês de Sade (1740-1814), inspirador do chamado sadomasoquismo, sabia que até o universo poderia ser regido apenas por uma lei, desde que essa fosse uma boa lei. Pois como bem dizia: “não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes.”
Comparar o arcabouço jurídico de um Estado a um edifício não é uma alegoria sem sentido, pelo contrário. Já no século I a.C, o romano Vitrúvio, em “De Arquitectura”, recomendava, como princípios conceituais a todos que almejavam construir, seguir as regras da “utilitas” (utilidade), “Venustas” (beleza) e “firmitas” (solidez). Não surpreende que muitos dos edifícios que posteriormente seguiram esses conselhos sábios ainda estão de pé na Europa. Com a Constituição ocorre o mesmo caso: a cada nova PEC acrescentada, a cada “jabuti jurídico” ali introduzido, mais e mais, vamos erguendo uma espécie de réplica daquele Edifício Palace II, que desabou há mais de 22 anos no Rio de Janeiro, deixando mortos e centenas de moradores na rua até hoje.
A frase que foi pronunciada:
“As leis são como as teias de aranha; caem nelas os pequenos insetos; os grandes atravessam-na.”
Anacharsis, filósofo do séc. VI
Icomos e Sinduscon
Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS/ Brasil está programando uma jornada científica sobre restauração de concreto com o Icomos/França e recebeu apoio do Sinduscon. Amanhã, haverá a palestra de abertura com Jorge Guilherme Francisconi e Maria Emilia Stenzel. Online, a partir das 17hs. Mais informações a seguir.
–> DIVULGAÇÃO
O Icomos Brasil, entidade internacional dedicada à preservação de monumentos históricos, realizará aqui em Brasília, em maio de 2021, a 1ª Jornada Científica Internacional França-Brasil.
Como os temas do evento se reportam basicamente às condições de conservação dos Monumentos Históricos de Brasília, o Sinduscon-DF e a ABCP propuseram a constituição de um Grupo de Trabalho (GT Conservação do Patrimônio), com o objetivo de conhecer e discutir os temas da Jornada, o que será conduzido por professores especializados nos respectivos assuntos e com vasta experiência.
Os principais objetivos dessa ação, são a possibilidade da integração entre instituições de patrimônio, academia e iniciativa privada, com a perspectiva de despertar nas empresas do Sinduscon-DF, o interesse e a oportunidade de negócios com as exigências das regras de restauração.
Você é nosso convidado especial para a reunião de lançamento do GT Conservação do Patrimônio, que será realizada no próximo dia 14/09/2020 (segunda-feira), a partir das 17h, conforme programação abaixo, oportunidade em que serão explicadas todas as etapas que serão desenvolvidas pelo Grupo.
Dado o atual momento, informamos que o encontro será à distância e para participar, basta acessar o link: https://zoom.us/j/96157081183 ID da reunião: 961 5708 1183
Agradecemos antecipadamente e ressaltamos a importância de sua participação para o sucesso desse importante projeto!
Muda já
Antes da pandemia, o INSS já era de atendimento difícil. O que falta é respeito à população e gerência competente. Houvesse agendamento e profissionais prontos para atender, aquela multidão aglomerada na fila não correria tanto risco. Uma folha de papel A4 dizendo que “Desacatar funcionário público no exercício da função é crime” não seria necessária se o serviço público, pago pelo cidadão, fosse executado com responsabilidade.
Para todos
A Associação Brasileira de Planetários vai fazer uma sessão virtual completamente gratuita, no dia do equinócio de setembro (22/9, 10h). O sonho é que professores de todos os cantos do Brasil, das escolas públicas e privadas, consigam organizar turmas para assistir a esse programa. Aberto para qualquer pessoa e de graça. Mais detalhes na página http://www.planetarios.org.br/sessaovirtual.
–> 1ª Oficina suporte Brasília Patrimônio Mundial – Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo
Data: 17/09/2020 (quinta-feira), a partir das 17h
Programação:
17h às 17h10 – Abertura
17h10 às 17h35 – Situar o que leva Brasília a ser patrimônio da humanidade: Arquiteta Emília Stenzel
• Qual a gramática urbana que estabelece critérios de preservação valores básicos para o futuro?
• Quais as especificidades da cidade?
• Quais as expectativas de desenvolvimento futuro fo patrimônio na cidade?
17h35 às 18h – Atividade econômica: Arquiteto Jorge Guilherme Francisconi
• Os potenciais que existem nessa perspectiva com exemplos exteriores e as possibilidades locais.
18h às 18h30 – Discussões acerca dos temas apresentados
18h30 – Encerramento
Ame ou Odeie
Ame Digital. Trata-se de um aplicativo novo, campeão em desavenças lidas no Reclame Aqui. Nos postos de gasolina, o conto é que, ao baixar o aplicativo, há um desconto no próximo abastecimento. Depois de dar todos os dados, nada mais acontece.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E o governo não pode parar, não pode calar, não pode cruzar os braços, ante a onda de terrorismo que se espraia por todo o país. Os “rigorosos” inquéritos, só, não bastam. É preciso ação. E o MAC é Pena Boto, é Carlos Lacerda. (Publicado em 14/01/1962)
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Da África, talvez o continente mais economicamente sofrido e espoliado na história da humanidade, vem um dos muitos e bons exemplos que precisamos para nossa salvação futura. Na Etiópia, um dos países mais populosos e pobres daquele continente, o governo empreendeu uma jornada em que, em apenas 12 horas, uma força-tarefa, atuando em mais de mil áreas daquele país, conseguiu a façanha de plantar mais de 350 milhões de árvores. Um recorde mundial.
Também a Índia, castigada pelos desflorestamentos, vem empreendendo um grande esforço para recuperar, ao menos, algumas de suas florestas. Na última empreitada, 800 mil voluntários plantaram mais de 50 milhões de árvores em 2016 e prosseguem plantando. Na China, parte ociosa do que seria o maior exército do planeta tem sido deslocada para a mesma tarefa no Norte do país. São mais de 60 mil soldados empenhados nessa tarefa. Os fuzis cedem lugar às ferramentas agrícolas. A intenção do governo é criar uma nova floresta na região de Hebei, numa área de mais de 84 mil quilômetros quadrados. Para todo o país, a meta é atingir uma cobertura de mais de 23% daquele grande continente até o final deste ano.
São esforços pontuais e que podem fazer a diferença num futuro não muito distante. Cientistas acreditam que, pelo estágio atual de degradação do planeta, será preciso, ao menos, o plantio de mais de 1,2 trilhão de novas árvores, apenas para arrefecer a Terra e livrá-la dos efeitos maléficos do aquecimento global, que já está atuando entre nós.
A situação, que é bem do conhecimento dos técnicos das Nações Unidas, tem estimulado ações dessa Organização com vistas a um projeto já em andamento, cuja a meta é plantar 4 bilhões de novas árvores nos próximos anos.
Por todo o mundo, projetos semelhantes estão em andamento, uns ambiciosos e outros mais modestos, mas já são de grande valia em seu conjunto. Entre todos, os mais ambiciosos são os que vêm sendo erguidos nas bordas do grande deserto do Saara, também na África. Em nenhum lugar do planeta, as mudanças climáticas são mais impactantes do que as que ocorrem nos países margeados por esse grande deserto. O deserto vem aumentando de área num ritmo assustador nos últimos anos. Com ele, vem o clima cada vez mais inóspito à vida, com temperaturas que ficam numa média próxima aos 50 graus centígrados.
Com esse fenômeno, vem também a escassez de água, cada vez mais assustadora e já motivo de conflitos permanentes na região. Financiado pelo Banco Mundial, pela União Europeia e pelas Nações Unidas, projeto unindo vários países locais visa erguer uma gigantesca barreira verde de árvores, que irá cobrir uma área de mais de 8 mil quilômetros, atravessando todo o continente africano na parte sul do deserto do Saara, formando uma enorme muralha para conter o avanço da areia. A meta é erguer essa Grande Muralha Verde até 2030, cobrindo com reflorestamento uma área de 247 milhões de acres ou, aproximadamente, 100 milhões de hectares.
Em nosso mundo, em todo o tempo e lugar, sempre existiram homens movidos pela paixão de plantar árvores, como se recebessem essa missão diretamente das mãos de Deus. Não precisamos ir muito longe para descobrir alguns desses personagens raros e muito caros a todos nós. Aqui mesmo na capital, entre tantos anônimos que contribuem para uma capital mais verde, um nome vem à memória sempre que paramos para apreciar a beleza dos Ipês multicoloridos e de outras muitas espécies de árvores que foram plantadas ao longo de décadas.
Trata-se do saudoso agrônomo cearense, Ozanan Coelho, um personagem que o Correio Braziliense já nomeou como sendo o homem que, durante mais de 30 anos, foi o responsável por ter plantado grande parte dos belos jardins da capital e que hoje fazem de Brasília uma cidade bucólica, como pretendida por seu idealizador Lúcio Costa.
A frase que foi pronunciada:
“Se não erro ao decifrar a voz dos vegetais, eis que suspira a muda de pau-ferro no silêncio do ser: – Eu sei que fui plantada com música, discurso e tudo mais, para alguém no futuro, oferecer sem discurso e sem música o prazer da derrubada.”
Carlos Drummond de Andrade, um dos mais influentes poetas brasileiros
Classe média
Contratos de aluguel começam a receber ajuste de até 13%. Em tempos de pandemia, o assunto precisa ser melhor estabelecido.
Programa
Veja, no link No Sofá Amarelo com Tânia Fontenele, sobre a vida das mulheres durante a construção de Brasília. Vale a pena!
Exemplo
Importante divulgar o trabalho da UnB em relação a um grupo de profissionais que oferta apoio psicológico à comunidade universitária durante a pandemia. Nos próximos dois meses, o projeto Laços na Saúde irá organizar um cine debate sobre o documentário Silêncio dos Homens, e mesas com os temas: Alimentação e ansiedade; Finanças e emoções; Trabalho remoto: desafios e avanços e Resiliência: vamos pôr em prática?
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Do Banco Comercial do Estado de São Paulo recebo a comunicação de que tão logo a Prefeitura plante as árvores em sua quadra, ele e o City Bank ficarão responsáveis pela sua conservação. Ajude a cidade. Participe da campanha de apadrinhamento das árvores da W-3. Você que mora nessa avenida, ou tem sua casa de comércio, telefone para 2-2803, e se aliste para defender as árvores. (Publicado em 16/01/1962)