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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Com a promessa do presidente americano, Donald Trump, de dar nova classificação aos cartéis de drogas, elevando-os à categoria de organizações terroristas, muda todo o cenário relativo às operações de combate a essas facções. A razão dessa mudança de status dessas organizações, primeiramente aquelas que têm suas bases fincadas no México, é que esses grupos representam, além de uma ameaça direta e poderosa à segurança nacional norte-americana, um prejuízo incomensurável tanto à política externa daquele país quanto à sua economia.
Os Estados Unidos têm uma longa experiência no combate direto a esses cartéis, inclusive com o emprego de suas forças armadas, bombardeando plantações e laboratórios de produção da cocaína e outros produtos entorpecentes. Lembrando ainda que o país experimenta hoje um recorde de mortes por overdose de opioides sintéticos e outras drogas.
O avanço das facções criminosas é uma realidade agora em toda a América Latina. A extensão do problema ultrapassou os limites das fronteiras, tornando-se não apenas uma questão de segurança dos EUA, como de todo o continente. Os chefões desses cartéis, cientes de que haverá um recrudescimento no combate às suas atividades criminosas, há muito cuidaram de diversificar seus negócios, investindo bilhões de recursos em atividades legais, onde lavam e escondem todo esse dinheiro sujo.
Mais uma vez, o continente está prestes a assistir ao retorno da guerra contra as drogas, protagonizada pelos militares americanos com todo o poderio que têm de destruição. A ordem executiva assinada pelo presidente Trump vale para todos os cartéis de drogas do continente, incluindo, nessa lista aberta, ao lado dos cartéis mexicanos e venezuelanos e outros, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), que atuam não só em todo o território nacional, como além das fronteiras.
O governo americano sabe, até melhor do que o próprio governo brasileiro, o que essas organizações do crime andam fazendo aqui no Brasil e em outros países. Conhece e tem informações precisas sobre a movimentação de recursos desses bandos e sabe exatamente o que que vai fazer e quando. As informações que mais preocupam as autoridades americanas são aquelas que mostram que esses criminosos há tempos vêm se preparando para eleger candidatos próprios, a fim de infiltrá-los na máquina do Estado, tanto no Legislativo quanto no Executivo, de onde poderão vir a ter maior poder ainda. A coragem
e a força do dinheiro fizeram com que essas organizações começassem a operar livremente dentro de nossas metrópoles, por meio do controle de linhas urbanas de transporte, postos de abastecimento e distribuidoras de combustíveis.
O branqueamento desses recursos vindos do crime dentro da economia formal do país é outro ponto a incomodar o governo Trump. Hoje, vai ficando cada vez mais difícil distinguir entre os cartéis de drogas mexicano e o crime organizado brasileiro, dado o poder que cada um desses grupos desfruta dentro dos respectivos governos. As autoridades brasileiras também se deram conta de que, sozinhas, não podem enfrentar o crime organizado. É consenso de que essa é uma missão e uma guerra que só as Forças Armadas podem enfrentar de igual para igual.
O fato é que o combate às organizações foi sendo considerado, por vários governos, um assunto de menor importância e, como tal, poderia ser resolvido apenas com o trabalho das polícias Civil e Militar regulares. Acontece que o crime cresceu em tamanho, poderio econômico e estratégico, elevando o número de áreas sob seu controle direto.
Lugares onde entrar sem permissão significa a morte. As ações de combate aos cartéis que estão sendo planejadas meticulosamente pelos americanos, com certeza, vão incomodar muitos governos, sobretudo aqueles que falam em soberania. A verdade é que esse é um problema que muitos governos não puderam ou quiseram resolver.
A existência do narcoestado já é uma realidade a desestabilizar a segurança de todos no continente, inclusive dos americanos. As autoridades também sabem que esses grupos operam de forma coordenada e estruturada, tendo pessoal e armas de última geração.
O Brasil, com milhares de quilômetros de fronteiras secas e com a imensa Região Amazônica fazendo vizinhança com países produtores de drogas, entra nessa lista de Trump também como um dos alvos das ações das forças de segurança americanas. Doa a quem doer.
A frase que foi pronunciada:
“O desafio do governo não é apenas enfrentar a criminalidade com inteligência e força de segurança, mas também fortalecer a resiliência das comunidades vulneráveis diante do assédio do crime organizado”
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça
História de Brasília
Apesar de inaugurado o telefone público, os do aeroporto estão na mesma. Eram quatro. Um foi retirado, dois não funcionaram, e um funciona mal. (Publicada em 29/4/1962)
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Boa parte da sociedade está com a memória viva em relação à longa crise social, econômica e política dos últimos anos. As redes sociais tiveram o condão de mudar a percepção de grande parte das pessoas não somente para os problemas do país, mas, sobretudo, para aumentar o desejo e a atitude de muitos em direção aos valores próprios, fazendo brotar, nos brasileiros, um sentimento mais individualista e voltado, exclusivamente, para as necessidades imediatas e a longo prazo. Parece resultar da noção de que o Estado pouco ou nada faz pelos brasileiros. Muitos consideram hoje que a melhor estratégia é partir para a luta individual, ao invés de esperar por qualquer amparo.
É preciso salientar que esse individualismo, cada vez mais presente na mentalidade do brasileiro, pode inverter a própria lógica do Estado, fazendo com que o governo passe a depender, cada vez mais, da vontade de uma população indiferente e distante, propiciando, inclusive, a considerar a hipótese da desobediência civil.
Com o passar do tempo, parece que, ao aumentar a descrença na política, a consolidação plena da democracia se assemelha com a gelatina na geladeira. Revelações verdadeiras para o distinto público apontam para uma elite disposta a tudo para enriquecer rapidamente e sem esforço.
Para um país que conta com quase um milhão de presos, em condições sub-humanas de cárcere, essas revelações serviram muito mais como que um simples incentivo para a ação continuada no mundo do crime. Deu a essa parcela da população a certeza de que a cadeia ainda é lugar para pretos e pobres.
Entender a deterioração social como algo moldado pela herança histórica ibérica mostra apenas as raízes ancestrais do problema que fazia parte inerente do sistema mercantilista e colonialista da época. Se antes a exploração e os desvios tinham origem em vontades vindas do exterior, com o desenvolvimento do capitalismo de compadrio, é muito mais rentável a uma empresa cooptar políticos e agentes públicos buscando negócios fabulosos com o Estado em troca de propinas e outros meios ilícitos.
Transformadas em moedas de troca, dentro do toma lá dá cá generalizado, as nomeações políticas têm um peso crucial. Torna-se compreensível o discurso de muitos dirigentes políticos.
Obviamente que não se trata de nacionalismos ou protecionismo da economia nacional, mas, tão somente, de reservar esse nicho de mercado à sanha desmedida de partidos. Por aí se vê a razão da redução do tamanho do Estado, que incomoda tanta gente. Se por um lado, os muitos casos revelados serviram para mostrar como é fácil desviar dinheiro público, por outro, mostrou que impondo um fim a institutos como o foro privilegiado, a possibilidade de nomeações políticas para cargos técnicos e maior agilidade e presteza nas decisões da justiça trazem a fórmula mágica para reduzir, da noite para o dia, tão imenso volume de caos de malversação dos recursos públicos.
É, contudo, muito dinheiro, para os padrões de um país como o Brasil, onde, historicamente, a impunidade é tratada de forma parcimoniosa pelas autoridades, sempre constrangidas em punir pessoas e grupos do mesmo estamento social, político e econômico.
A frase que foi pronunciada:
“Nunca esqueçamos esta verdade fundamental: o Estado não tem outra fonte de dinheiro além do dinheiro que as pessoas ganham. Se o Estado deseja gastar mais, só pode fazê-lo tomando emprestado suas economias ou tributando-o mais. Não adianta pensar que outra pessoa vai pagar – que “outra pessoa” é você. Não existe dinheiro público; só existe dinheiro dos contribuintes.”
Margaret Thatcher
Alegria, alegria
Era a iniciativa que a cidade precisava. Abrir o zoológico aos domingos e feriados sem a cobrança de ingressos é a alegria da criançada e das famílias que têm contado o dinheiro para chegar ao fim do mês, agora com diversão. O final do Candangão também valeu com as passagens de metrô e ônibus e ingresso ao Mané Garrincha liberados hoje, Gama e Capital se enfrentam às 16h.
História de Brasília
Entrando ou saindo de uma superquadra, ponha seu carro em segunda. A todo o instante pode surgir uma criança, e o senhor estará a salvo de qualquer acidente. Se o senhor tem motorista chapa branca avise a êle. (Publicada em 27.04.1962)
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Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Com o tempo, a Embrapa ganhou respeito no país e no exterior, sendo seu modelo copiado em diversos outros lugares pelo mundo. Alguns exemplos de inovações desenvolvidas pela Embrapa podem ser conferidas, como a soja tropical resistente a pragas. Ao longo de todo esse tempo, foram sendo introduzidas também, entre os produtores, a noção e a importância da sustentabilidade ambiental e social como modelos para tornar a produção de alimentos compatível com o meio ambiente.
A Embrapa desenvolveu variedades de soja adaptadas ao clima tropical brasileiro e resistentes a pragas como a lagarta-da-soja, o que aumentou, significativamente, a produtividade e a sustentabilidade das lavouras de soja no país. Milho resistente a insetos: A Embrapa desenvolveu variedades de milho transgênico resistentes a insetos, como a lagarta-do-cartucho, o que reduziu a necessidade de aplicação de pesticidas e melhorou a produtividade das lavouras de milho. Feijão de alta produtividade: A Embrapa desenvolveu variedades de feijão mais produtivas e resistentes a doenças, o que possibilitou o aumento da produção e a melhoria da segurança alimentar em regiões de cultivo desse importante alimento na dieta brasileira. Cultivares de frutas: A Embrapa desenvolveu diversas cultivares de frutas, como a uva BRS Vitória e a maçã BRS Gala, que apresentam características melhoradas de sabor, aparência e resistência a doenças, contribuindo para a expansão e diversificação da fruticultura brasileira. Manejo integrado de pragas e doenças: A Embrapa desenvolveu técnicas de manejo integrado de pragas e doenças, que visam reduzir o uso de agrotóxicos e promover o controle biológico de pragas, tornando a produção agrícola mais sustentável e ambientalmente amigável. Sistemas agroflorestais: A Embrapa tem trabalhado na promoção de sistemas agroflorestais, que integram a produção agrícola com o cultivo de árvores, proporcionando benefícios econômicos, sociais e ambientais, como a conservação do solo, a proteção de recursos hídricos e a diversificação da produção. Biotecnologia aplicada à pecuária: A Embrapa desenvolveu técnicas de melhoramento genético para a pecuária, como a seleção de animais resistentes a doenças, aprimorando a produtividade e a qualidade dos rebanhos brasileiros.
A despeito de todo esse sucesso e da importância estratégica que tem para o nosso país, a Embrapa vem, nesses últimos, anos atravessando um período de crise sem precedente, que vai desde o clientelismo político aos obstáculos para desenvolver suas atividades, e tem levado essa empresa e seus técnicos e pesquisadores a um estado de total frustração e desânimo.
De fato, após esses mais de 50 anos de êxitos, a empresa vem perdendo sua capacidade de resposta diante dos novos cenários da agricultura nacional e mundial. A pressão política obrigou a Embrapa a criar dezenas de centros de pesquisas que passaram a atuar de forma não integrada, gerando sobreposição de pesquisas, criando infraestruturas ociosas e, consequentemente, um elevadíssimo custo de manutenção. A cada governo que chega, criam-se mais e mais programas, centros de pesquisas e outros aparatos que vão se acumulando e gerando despesas.
É necessário, na visão daqueles que entendem o trabalho desse centro de pesquisa, implementar uma forte descentralização na estrutura de governança, desburocratização nos processos decisórios e atenção aos recursos humanos da empresa. Existe ainda uma crise financeira, com as polêmicas contratações que colocam a Embrapa numa posição de risco como líder em pesquisa agrícola tropical.
Em 2024, a empresa encerrou o ano com um déficit superior a R$ 200 milhões, o que colocou em risco a capacidade da Embrapa conduzir pesquisas futuras. Também a falta de fundos para despesas gerais tem colocado, em xeque, o futuro da pesquisa agropecuária em nosso país. É preciso entender que as mudanças climáticas irão exigir ainda mais das pesquisas na área de produção de alimentos. Não se pode aceitar que uma empresa dessa importância vital passe agora por constrangimentos de não possuir em caixa dinheiro sequer para pagar contas de luz, água, telefone, internet, segurança e restaurante. Tudo isso sem falar em pesquisas, que levam anos de estudo e custam muito dinheiro.
A frase que foi pronunciada:
“Decidi ser cientista, estudar microbiologia, algo incomum para uma criança do sexo feminino nascida no final da década de 1950, na pequena cidade onde eu morava”.
Mariângela Hungria
História de Brasília
Hoje, os senhores passarão a ser procurados por uma comissao de pais dos alunos da escola classe da superquadra 108. Receba bem a comissão. Ela está incumbida de angariar fundos para a merenda escolar. (Publicada em 27.04.1962)
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Fim de ano é sempre motivo para balanços e questionamentos. Além, é claro, de mais um ciclo de projetos para o ano vindouro. Afinal, a esperança é também um motor para seguir em frente. É claro que nossos projetos pessoais, quer queiramos ou não, são influenciados por tudo o que ocorre em nosso entorno. A questão aqui é saber até que ponto a realidade brasileira, na economia e na política, pode influir nos projetos pessoais de cada cidadão. Preocupados, como estamos, com a situação atual do nosso país, nossos projetos pessoais acabam ficando para segundo ou terceiro plano. Temos que nos render à realidade à nossa volta, isso se formos seguir o que projeta a maioria dos economistas para o Brasil em 2025.
Pelo o que se vê, lê e ouve, nesse próximo ano, as recomendações são para que os brasileiros façam todos os esforços possíveis para economizar o máximo, buscando ficar longe de dívidas e outros compromissos relativos a endividamentos de médio e longo prazo. Ou seja, é preciso que os contribuintes façam exatamente o que o governo e as autoridades dos Três Poderes não fazem: poupar.
Óbvio que, com isso, os projetos pessoais de muitos brasileiros para 2025 ficam para depois. Talvez para depois de 2026 e das próximas eleições gerais para o Executivo. O problema é ter que atrelar nossas vidas, ou nosso futuro, a decisões ou vacilos do Estado. O certo é que os brasileiros não podem tomar como exemplo para a gestão de suas vidas o que faz o governo. E aí é que entra a primeira lição para todos aqueles que desejam ter um mínimo de bom senso sobre planejamentos futuros — afinal, a primeira lição é desconfiar.
A segunda é simplesmente não acreditar no Estado e nas instituições. Portanto, um dos passos seguros para seguir em frente é desconfiar de nossa classe política e parar de esperar que dessa moita saia algum coelho ou algo de bom para o desenvolvimento do país ou para os cidadãos. O Estado brasileiro pode ser definido com uma única palavra: arrivista. Portanto, olho vivo e faro fino.
Hoje, a maioria dos brasileiros simplesmente nutre um descrédito enorme com relação às instituições do país. Nada nem ninguém escapa dessa percepção. Se formos analisar que o governo e sua política estatizante produziram apenas com a gestão das estatais, neste ano, um rombo de mais de R$ 7,2 bilhões, veremos que o Estado ou o governo é um mau empresário e um mau gestor das contas públicas.
Se analisarmos ainda que, na aprovação recente feita pelo Congresso do pacote de cortes de gastos do governo, foram penalizados os mais pobres, a educação, a saúde e os investimentos necessários para a população, e nem um mísero centavo foi cortado dos mais de R$ 49,2 bilhões das indecentes emendas parlamentares, verificaremos que nossos representantes políticos continuam a não nos representar e a legislar em causa própria.
Do mesmo modo, se formos prestar a atenção na atuação da Justiça com os recentes escândalos de venda de sentença e de autoconcessão de abonos salariais para as classes de juízes e desembargadores, veremos que também o Judiciário segue divorciado das leis e da ética.
Muitos brasileiros já perceberam que, por trás da imensa cortina de narrativas e de propagandas, existe um Brasil real diferente do que está desenhado na Constituição. A começar pelo fato de que não somos uma República Federativa, mas, sim, uma organização de estados totalmente dependentes e submissos ao poder central e unitário. A federalização da administração pública é uma realidade na segurança, nas finanças, nas leis, nos impostos e em tudo.
Nesse arranjo, estados e municípios, onde a vida acontece de fato e onde residem os brasileiros reais, são apenas entidades destinadas a reunir e captar os impostos, tributos e taxas que serão enviados aos cofres da União — ou seja, diretamente para as mãos do governo.
Dessa forma, antes de elaborar seus projetos pessoais para o ano de 2025, informe-se bem sobre o país e a terra em que estão os seus próprios pés. Antigamente, costumava-se dizer que Deus ri de quem faz planos. Hoje, já se sabe que o Estado e suas instituições riem de ti cada vez que fazes planos para o dia seguinte.
A frase que foi pronunciada:
“Jamais gaste seu dinheiro antes de você possuí-lo”
Thomas Jefferson
História de Brasília
Os três diretores acusados pelo sr. Hélio Fernandes como “traquejados no manejo da maior máquina de corrupção” são os senhores Frank Ballalai May, Vasco Viana de Andrade e Jaime Almeida. O dr. Frank, antes da Novacap, era diretor do Banco do Nordeste. Valeu sempre como um homem de bem. O dr. Vasco substituiu o dr. Moacir Gomes e Sousa e o dr. Bernardo Sayão. Fêz um milhão e meio de metros quadrados de asfalto dentro do Distrito Federal, afora outras obras, e o dr. Jaime Almeida, lidando sempre com a parte financeira, tem mantido a impecabilidade que todos conhecem. (Publicada em 25/4/1962)
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Ao que parece, o mundo, neste século XXI, ainda não superou totalmente as práticas econômicas herdadas do mercantilismo europeu do século XV. Pelo menos, em termos de comércio mundial, o que se pode constatar hoje é que o planeta vive uma espetacular onda de importações e exportações, com os mares e oceanos engarrafados pelo tráfego de enormes cargueiros. Compra-se e vende-se de tudo. Talvez, por isso, existam ainda hoje tensões e mesmo conflitos provocados por desentendimentos no comércio internacional. Para trazer regras de obediência no comércio internacional é que foram criados diversos organismos internacionais de controle e fixação de normas desse mercado. O que se sabe é que muitas dessas normativas são simplesmente desrespeitadas, pois a busca desenfreada pelo lucro e por riquezas ainda é a mesma que movia multidões de indivíduos, cinco séculos atrás.
Dos elementos que caracterizavam o mercantilismo, ainda temos presente, em nosso país e em pleno exercício, o controle estatal da economia, conforme impõe um dos mandamentos contidos na cartilha 2024. E é neste ponto que está o atual conflito envolvendo a venda de carne do Mercosul, com foco no Brasil, para o mercado comum europeu, ou mais precisamente, França.
Trata-se aqui de um conflito comercial que tem tudo para escalar em enormes prejuízos mútuos. Mas é preciso saber, logo de saída, que, caso a venda de carne fosse intermediada diretamente pelos produtores, muitos desses desentendimentos simplesmente desapareceriam. O caso é que entrou nessa briga o componente político e aí a coisa toda desandou, porque passa a envolver outros aspectos, inclusive, o protecionismo do tipo nacionalista e partidário.
O mesmo protecionismo contido no mercantilismo do século XV, só que agora passa a conter aspectos ideológicos. Nessa briga, o certo é que ninguém tem razão ou, simplesmente, não há inocentes. Notem que nem mesmo as seguidas visitas do presidente francês, Macron, ao Brasil foi suficiente para amainar a questão. “Nossos pratos não são latas de lixo”, esbravejaram os deputados da Assembleia Nacional da França, nesta terça-feira (26), rejeitando, por unanimidade, os acordos em andamento sobre o comércio entre Mercosul e União Europeia.
Há aqui diversos elementos a serem analisados. O primeiro é a forte e coesa pressão feita pelos produtores franceses, pois eles entendem que não podem competir em escala com o poderoso agrobusiness brasileiro e latino. Há acusações que antes de tudo necessitam ser investigadas profundamente, como é o caso de que as carnes do Mercosul e sobretudo do Brasil são produzidas com uso de hormônios do crescimento e sem maiores controles de normas sanitárias. Por outro lado, é preciso notar que, neste tipo de comércio, aparecem, no topo, produtores e donos de frigoríficos como os irmãos Batistas, envolvidos até o pescoço em situações prá lá de complicadas, dentro e fora do Brasil.
Os europeus, com a tradição de séculos de mercantilismo e de exploração colonial, conhecem o Brasil. Os brasileiros também conhecem o passado dos corsários franceses e suas incursões aqui no Brasil em várias épocas, sobretudo em 1711, ano em que o Rio de Janeiro foi sequestrado por piratas francos. Há também, nas acusações dos políticos franceses contra a carne brasileira, o uso massivo de antibióticos, a maioria proibida na União Europeia, sendo que muitos desses são produtos cancerígenos. Não se pode pôr as mãos no fogo em favor da carne brasileira, pois não há sinais à vista de vistoria ou rastreabilidade dessa carne.
Por outro lado, os franceses sabem que muitos rebanhos são criados como nos séculos passados, soltos em grandes extensões de terras, inclusive em áreas de preservação. De fato, o setor agrícola francês se vê esmagado pelo porte representado pelo mercado produtor de carne do Brasil, que é, nada mais, nada menos que o maior produtor de proteínas do planeta.
Componentes do tipo nacionalista ou ufanista entram nessa briga para jogar ainda mais gasolina na fogueira, fazendo, da questão, um assunto para os salamaleques do Ministério das Relações Exteriores, no tempo em que ainda havia negociadores profissionais nessa pasta. O fato é que muitos brasileiros estão torcendo pela briga e não estão do lado de nenhuma das partes.
A esperança é que a redução de vendas para a Europa e para a França, especialmente, avance a tal ponto que os produtores brasileiros sejam obrigados a oferecer o produto no mercado interno a preços compatíveis com o poder de compra da população. A população, acostumada a procurar ossos nos containers dos atacadões, poderia, enfim, comer esse “lixo” que os franceses rejeitam.
A frase que foi pronunciada:
“As normas brasileiras expõem os consumidores europeus a um risco para a saúde. É um escândalo triplo: risco sanitário, fraude alimentar e riscos ligados ao acordo UE-Mercosul.”
Karine Jacquemart
História de Brasília
Outra figura de grande popularidade nos festejos foi o dr. Juscelino Kubitscheck. Domingo, foi cedo à missa. A notícia se espalhou, e , no final, havia gente que não cabia na praça. (Publicada em 24.04.1962)
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Com exceção dos índios, desde o ano de 1500, nenhum outro ser humano ou estrangeiro que tenha aportado no Brasil veio com a intenção de ajudar os autóctones ou tão pouco somar esforços para o desenvolvimento do país.
Essa observação — que, à primeira vista, pode até parecer um tanto radical — diz muito respeito a nossa história e às notícias que passaram a correr mundo afora, descrevendo essas terras perdidas e sem lei entre os tristes trópicos do continente sul-americano.
Não se trata de nenhuma manifestação de ordem xenófoba. O fato é que nenhum historiador é capaz de admitir que os silvícolas que aqui viviam há milhares de anos foram beneficiados, com o que quer que seja, com a chegada do homem branco. Os africanos, carreados a essas bandas, durante o período em que vigorou o regime escravista, ficam fora dessa visão porque vieram para cá forçados e trazidos atados a correntes.
Obviamente que muitos desses povos diversos que vieram ao longo dos séculos formar o que é hoje uma das nações mais miscigenadas do planeta, por força de um destino ímpar, foram sendo amalgamados à terra e a outras culturas aqui presentes, criando raízes e desenvolvendo gosto e apego aos costumes e às novas gentes que iam sendo formadas. Esses foram os povos que ficaram retidos nessas paragens e que, por razões diversas, acabaram ajudando na formação do país.
Para a metrópole portuguesa, o Brasil era uma típica colônia de exploração, inserida no processo mercantil de lucro em mão única. Com os portugueses, vieram os franceses, espanhóis, holandeses e outros povos europeus, ávidos em busca de riquezas de todo o tipo. Cada um fazia o que podia para morder seu pedaço nesse quinhão. Nem mesmo o passar dos séculos, com a formação da nacionalidade brasileira e de governo próprio e soberano, foi capaz de dissuadir os estrangeiros do interesse cobiçoso que exalava sobre nossas terras.
Ainda hoje, povos de várias origens vêm para essa terra em busca de tesouros, numa busca insana por lucros fabulosos que nem mesmo o tempo foi capaz de aplacar. Espanta que, passados tantos séculos, depois de tantas razias, o país apresente ainda tesouros guardados a serem dilapidados e explorados à luz do dia e negociados a preços vis.
Fosse o país um deserto arenoso ou mesmo uma caatinga imensa, ninguém para essa parte do mundo ousaria vir. Não é por outro motivo também que povos do outro lado do mundo parecem ter descoberto o Brasil agora e investem com fúria nessa nova colônia.
Essas observações, frutos de um coração patriota e sincero, vêm em razão da recente visita do presidente francês ao Brasil. Sintomaticamente, a primeira escala desse político foi feita em terras da Amazônia, a nova fronteira e mina fabulosa, descoberta, agora, pelo nosso atual governo e que pode, por suas prendas, “amolecer” o coração do chefe gaulês.
Essa coluna, como observadora mordaz dos fatos e longe dos salamaleques diplomáticos, logo passou a notar que os animais e as plantas que o presidente francês diz querer preservar para a posteridade estão, hoje, na forma de minerais, como o níquel, cromo, titânio, ouro, platina, paládio, nióbio, entre outros.
A frase que foi pronunciada:
“Não podemos resolver os problemas reais se apenas cauterizarmos e não tratarmos as raízes do mal.”
Emmanuel Macron
Mangai
Era comum ver o senador Kajuru chegando cedo ao Senado. Mas, na CCJ, quem percebeu a ausência do senador no início dos trabalhos foi o senador Alcolumbre, que não perdeu a oportunidade: “O Kajuru nunca mais vai poder falar que ele chegou, durante o mandato dele todo, como o primeiro. Seis anos depois!”
Elas
Nesse dia, o senador Kajuru virou alvo dos colegas. Explicando o atraso, porque substituiu a senadora Leila que seria homenageada, declarou uma poesia aos ouvintes da comissão. Quem não perdeu a chance foi o senador Esperidião Amin. “Ele só conseguiu decorar isso tudo porque casou 11 vezes. Para isso, precisa de memória. Ainda mais com 11 sogras!”
Experiência
Alunos de acústica da UnB teriam um belo trabalho para dar solução ao espaço de restaurantes no Mané Garrincha. Os decibéis em dias de movimento à noite ultrapassam a possibilidade de uma conversa sem gritos.
História de Brasília
Há verdadeiro desespero por parte dos funcionários contratados do DCT que não recebem há vários meses. É sabido que são muitos os afazeres do cel. Dagoberto Sales, mas uma olhada para seus funcionários é uma necessidade, principalmente levando-se em conta que há muitas famílias passando fome. (Publicada em 4/4/1962)
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Para onde deveria caminhar o Brasil neste século 21? Eis uma questão, que, à primeira vista, parece complexa, diante de um mundo com tantos problemas a resolver. Mas, de modo geral, segundo aqueles que entendem desses assuntos estratégicos, o nosso país deveria, seguindo suas características ou aquilo que chamam de destino prático, encaminhar-se para consolidar seus potenciais recursos e vocações naturais. Tudo isso se faria por meio da ampliação de um modelo de desenvolvimento sustentável, com o intuito de fortalecer um regime que traga, ao mesmo tempo, segurança energética, respeito ambiental e, sobretudo, um modelo que assegure a alimentação dos brasileiros e dos clientes de seus produtos. Enveredar por um caminho que parece desenhado para ele.
Isso é, caso o atual governo entenda, de fato, as potencialidades do país, e compreenda, como ninguém, como está se desenhando o mundo à nossa volta. Uma primeira providência que se abre é o estabelecimento de parcerias corretas, que visem somar, e não subtrair ou sabotar nosso conjunto de vocações. A questão foge muito de alinhamentos com base ideológicas, que, embora possam interessar a alguns governos, são desaconselhados pela imensa maioria daqueles que realmente produzem.
Com base nessas premissas, seguindo a trilha que comprova que geografia é destino, faz-se urgente ainda retomar o pleno alinhamento com o Ocidente — principalmente com as verdadeiras democracias dessa parte do globo, não deixando de lado, obviamente, o Japão, a Austrália e outros países onde a democracia é a linha mestra de governos.
Essa preocupação se prende ao fato de que só pode haver desenvolvimento econômico pleno com a elevação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) sob a égide de democracias. Somente as democracias do tipo capitalista, que seguem a economia de mercado, tiveram o gáudio de harmonizar esses dois elementos, obtendo êxitos extraordinários.
Infelizmente, temos que reconhecer que o Brasil, nos últimos tempos, parece se encaminhar para o sentido oposto, transformando-se numa espécie de antagonista do mundo Ocidental e de seus valores históricos e morais, para entrar numa espécie de caverna primitiva, distante da civilização. Não é por esse caminho que devemos seguir.
Parcerias comerciais e de outros gêneros também não devem ser firmadas com países que desprezam a democracia e a usam apenas como fachada falsa de loja de bugigangas. O país, acima de tudo, deve prezar pela qualidade moral de suas parcerias, aliando-se a nações que têm, entre seus ideais, a busca pelo humanismo, pela ética e pela valorização da cidadania.
Muitos analistas políticos vêm, atualmente, chamando a atenção ao perigo que representa, para o futuro imediato do Brasil, aliar-se a potências notoriamente contrárias ao Ocidente e aos ideais da democracia. Trata-se de reconhecer que a economia de mercado exclui, logo de cara, as tentativas insanas de reinvenção da roda quadrada. Em outras palavras, juntar-se a ditaduras, de qualquer espécie, mesmo no âmbito restrito e frio do comércio, é um prejuízo certo. Quem não tem condescendência e benignidade para tratar com humanidade seus próprios cidadãos e conterrâneos, não terá também qualquer comiseração para firmar parceria econômica com quem quer que seja. Ou é isso ou a volta às cavernas.
A frase que foi pronunciada:
“Há pouca esperança para a democracia, se os corações dos homens e das mulheres nas sociedades democráticas não puderem ser tocados por um apelo a algo maior do que eles próprios.”
Margareth Thatcher
Perde-perde
No parágrafo conclusivo de um dos relatórios apresentados na conferência, na capital da Baviera, veio o que parece ser o ponto de partida para uma mudança de norte no mundo. Disse o documento: “Neste momento, existe um risco real de que, cada vez mais, países acabem numa situação em que todos perdem, que já não tem a ver com quem ganha mais, mas apenas com quem perde menos”
— Relatório de Segurança de Munique 2024.
A semente
“Não vamos alterar essa tradição de respeitar a independência e a segurança de países estrangeiros. Somos conscientes das mudanças que o mundo vem sofrendo, apesar de um senso realístico das potencialidades das nossas oportunidades. Pensamos em parcerias que construam uma justa e democrática ordem mundial; que venham trazer prosperidade e segurança para todos, e não apenas para alguns.” Discurso de Putin, na Conferência de Munique em 2007.
História de Brasília
Será iniciada nestes dias, a construção da via de acesso ao Posto de Assistência e Segurança Pública das Superquadras 108-208. É preciso, entretanto, que se evite o tráfego direto, como está sendo feito, desrespeitando a interrupção da W-1. (Publicada em 03/04/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Muitos falam e chegam até a desejar, com a sinceridade relativa de hoje em dia, que o ano que se inicia será repleto de paz. Será o ano em que os brasileiros reencontrarão o caminho da convivência e da harmonia. O que a maioria dessas pessoas não percebem, ou fingem não perceber, é que a tão almejada e sonhada paz só se tornará realidade concreta quando for seguida e contemplada por uma justiça plena.
Não aquela concedida sob medida e em doses miúdas pelos novíssimos intérpretes dos regimentos e das leis, todos eles munidos de um poder absurdo e que, ao final, enxovalha a própria Justiça. A Justiça, em sua essência, é o veículo da paz. Sem ela, tudo fica retido no mundo relativo dos desejos e da boa vontade, mas que não vai além de promessas esvaziadas. Para um país como o nosso, político, social e economicamente fracionado, não há como pensar em paz, quando se nota, logo de saída, a distância enorme que separa o Brasil real daquele vivido por sua classe dirigente. Não há Justiça nesse campo, pois o cidadão, neste país, hoje, vive e trabalha duro para custear, de forma obrigatória, uma realidade que não é a dele.
Pode parecer estranho, mas no tempo da Operação Lava Jato, um período curto, mas de grande esperança geral, havia um sentido de paz, que parecia pairar sobre todos. Finalmente o país iria se ver livre de uma praga histórica que, por séculos, mantinha os brasileiros como refém do passado, atados a um subdesenvolvimentismo crônico.
Esse sentimento de paz vinha embalado, justamente, no presente da Justiça. Naquele interim de nossa história, brasileiros de todas as origens puderam sentir na pele o que era a paz. Finalmente o país deixaria de pertencer a uns poucos e seria colocado sob a responsabilidade de todos. Aqueles sim foram anos de paz. Até mesmo o mundo do crime organizado, formado por indivíduos avessos aos colarinhos brancos, sentiu os ares de mudança e, com o baque sofrido, também recuou.
A satisfação com que a população assistia, a cada dia, a fila imensa de políticos e empresários de alto coturno sendo conduzidos para a prisão, mostrava que a paz em nosso meio também era possível. Curioso notar ainda que cada um desses velhos corruptos que eram levados ao catre aumentava, na mesma intensidade, o sentimento comum de paz. Uma paz profunda, só conhecida pelas crianças.
Obviamente que a paz não é exatamente isso, ou somente isso. Mas em nossa situação, levada até as últimas consequências da dignidade humana, essa era a nossa paz. A paz derradeira, de não mais precisar sonhar em deixar o país para trás e emigrar para outras terras. Tudo o que deveria ser nosso, desde sua origem, voltava a ser nosso dali em diante. Mas a paz, que era de fino cristal, fugiu de nossas mãos, indo se estilhar contra o chão.
Desfeita, peça por peça, toda a Operação Lava Jato, aquela legião de anjos caídos banidos para as profundezas da Terra, voltaram com ainda mais sede de roubar a nossa paz, punindo agora quem quer que ouse enfrentá-los. É como se o Brasil tivesse desabado sobre os brasileiros, soterrando-nos sobre escombros. Desejar paz para os que estão agora sob essas ruínas é um sonho para 2024.
A frase que foi pronunciada:
“A força do direito deve superar o direito da força.”
Rui Barbosa
Sofás e tapetes
Décadas atrás, o Banco da Lavoura abria várias frentes de empréstimos: empréstimo de formatura, empréstimo escolar e empréstimo nupcial. Isso quando o Poder Público usava os cofres da União para prover Segurança, Transporte, Saúde. Hoje, os empréstimos são para suprir a falta de segurança, o péssimo estado da Saúde Pública, o sucateamento dos transportes e os perigos oferecidos pelas escolas públicas, obrigando o cidadão a, além de pagar altíssimos impostos, arcar com despesas extras de saúde, educação e transporte, já que a Constituição não é cumprida.
Fato
Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso, muitos pacientes são submetidos a uma bateria de procedimentos clínicos; muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.
Consumidor
É bom que os consumidores saibam que pessoas físicas podem perfeitamente fracionar embalagens de mercados que forçam a compra total do produto. Outro dia, em um grande supermercado, um cliente separou uma cartela com 30 ovos que vinha em uma caixa com duas cartelas e provou, no caixa, que era seu direito levar apenas uma bandeja.
Cricri
Cinemas também não podem impor a pipoca vendida no local. Venda casada é vetada ao consumidor.
História de Brasília
Andes de uma semana após falar na Câmara dos Deputados contra o número de viaturas da polícia, o deputado Bezerra Leite precisou de uma rádio patrulha na sua cerâmica, tendo sido atendido prontamente, graças ao equipamento contra o qual êle falara no Congresso.
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Quando você percebe que quase 60% dos jornalistas profissionais dos Estados Unidos já declaram, publicamente, que estão extremamente preocupados com a liberdade de imprensa naquele país e com os caminhos adotados pelos grandes veículos de comunicação, de fechamento e alinhamento com as teses da esquerda, é que o problema é deveras preocupante e pode culminar numa situação que ninguém jamais poderia imaginar.
Pensar que, justamente na terra da oportunidade e da liberdade, a censura e a limitação do pensamento se tornaram uma ameaça real, sobretudo para a grande parcela conservadora da população, é demasiado preocupante, pois pode, em curto espaço de tempo, abrir caminhos para perseguições e todo o tipo de cerceamento de opinião, levando aquele país a uma situação surreal e mesmo explosiva.
Essa verdadeira distopia histórica, até pouco tempo, era uma realidade cotidiana apenas em países periféricos e subdesenvolvidos, sujeitos a instabilidades políticas e submersos em ditaduras ferozes. Falar em censura nos Estados Unidos, onde a imprensa foi, desde sempre, os olhos e os ouvidos dos cidadãos, chega a ser um anátema. O pior é pensar que essa situação, que agora parece ameaçar os americanos – que por séculos conhecem e experimentam uma das mais sólidas democracias do planeta – poderá acontecer em outros países, com menores ou nenhuma tradição democrática, sobretudo na América Latina, que vive entre aberturas e fechamentos de regime. E olha que os americanos possuem, em sua retaguarda, um Legislativo e um Judiciário que se pautam fielmente pela Constituição, a mesma Carta que desde 1776 considera e leva a sério a opinião livre dos cidadãos.
Quando aqueles que transitam nos meandros do governo americano chegam a confessar sua preocupação com a tão respeitada liberdade de imprensa, é porque sabem do que estão falando e preveem um fechamento de opinião e ideias para os próximos anos, a não ser que haja uma reviravolta política naquele país. Muito se fala de sabotagens praticadas pela China e pela Rússia e de interferências indevidas nas eleições internas dos EUA, bem como do desejo que esses países nutrem de verem a América caminhando para seu colapso econômico e de braços abertos para as ideias do socialismo.
Caso os Estados Unidos um dia abracem as teses marxistas como modelo de Estado, a decadência econômica será então um processo natural, repetindo o que se vê em países que adotam esse tipo regime. Os profissionais de imprensa americanos, com mais tempo de serviço e, portanto, com mais experiência, são os que mais se sentem ameaçados e temerosos com a possibilidade das liberdades individuais e de ideias perderem o antigo fôlego, cedendo aos novos tempos de censura.
Nada menos do que 12 mil jornalistas daquele país foram entrevistados pelo Pew Research Center em 2022, o que cobre uma boa margem de profissionais dessa área, com resultados muito próximos da realidade. Enquanto isso, no Brasil, compramos alambrados.
A frase que foi pronunciada:
“A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade tradicionais; não admira que seu desenvolvimento envolva a ruptura mais radical com as ideias tradicionais”.
Friedrich Engels
Elas
Leia, a seguir, a homenagem às mães composta pelo poeta Nonato Freitas.
–> O IMENSURÁVEL AMOR DE MÃE
NONATO FREITAS
Quando as tempestades fustigam a cabeça dos teus filhos, mãe, eu te vejo ainda mais guerreira, mais indômita, a carregar nos olhos de santa todo o fogo, toda a coragem, toda a argúcia da águia.
Em tua boca, mãe, vejo correr um manancial de leite e mel que adoça os lábios de teus filhos. Em tuas mãos cravejadas de amor, o cheiro de sândalo depura a alma e traz felicidade aos corações torturados dos teus rebentos.
Para iluminar as trevas dos caminhos por onde andam as criaturas geradas no teu ventre, a natureza plantou estrelas na palma dos teus pés.
No baú de minhas reminescências guardo os pincéis com que a noite esparramava o negrume das asas da Cabiúna em teus cabelos.
O tempo foi passando. E com ele, aos poucos, fui aprendendo a deslindar os mistérios da fiandeira a tecer, em sua faina diária e incansável, o fio da vida, a sábia lição do linho nas cordas do teu cabelo.
As palavras se exaurem, os signos se esfacelam quando destravo o ferrolho das portas do teu coração e toco neste amor incomensurável que dentro dele estremece como fagulhas do Céu.
Poucos falam a língua dos enigmas que se escondem nos subterrâneos do coração de uma mãe.
Quando o Onipotente resolveu inventar o tal do amor, um anjo, que nem torto era, apareceu e fez a seguinte pergunta: grande mestre, em que lugar do Paraíso o Divino vai esconder dos maus olhados tamanha preciosidade? Deus pensou, pensou, e em seguida deu a resposta: toda esta poderosa e fosforescente fonte de luz será trancafiada no fundo de um pequeno frasco cristalino. O recipiente ficará permanentemente protegido por uma legião de serafins, para que o anjo caído nunca se atreva a lográ-lo. E assim foi feito. E assim ficou escrito nas incendiadas pedras de jaspe. E Deus acrescentou: fica decretado que esses fundamentos são cláusulas pétreas.
Conforme lavrado em ata e passado em cartório, o termo celestial jamais, em tempo algum, será anulado ou sobre ele se levantará qualquer suspeição. Este frasco de amor total, perene e insubstituível, tem nome. É conhecido universalmente como coração de mãe.
Na luta
Defensores do Parque das Garças já arregaçaram as mangas. Começam a angariar verbas pela causa vendendo camisetas que, daqui a alguns anos, serão testemunhas da história de Brasília. Veja, a seguir, como fazer para obtê-las.
Boas mudanças
Nunca o povo brasileiro esteve tão informado depois do advento das redes sociais. Por essa razão, a deputada distrital Paula Belmonte deu um passo adiante das notícias e preparou uma capacitação para os líderes comunitários acompanharem os passos da Câmara Legislativa do DF. “O portal da Câmara Legislativa permite que as pessoas pesquisem as atividades de cada parlamentar. É possível, por exemplo, acompanhar a destinação de emendas ao orçamento, que nada mais é do que o dinheiro que a população contribuiu com seus impostos”, afirmou a deputada. Se o orçamento ganhou emenda, a verba paga com os impostos precisa ser revertida aos contribuintes em serviços.
História de Brasília
Com isto, o chefe da Casa Civil visa evitar o que vinha acontecendo: inúmeros funcionários transferidos vieram desgarrados de suas seções, e o Executivo continua no Rio e não em Brasília. (Publicada em 20.03.1962)
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Sempre se ouvia do filósofo de Mondubim: “Ladrão de tostão é também ladrão de milhão”, ou “Ladrão endinheirado não morre enforcado”. Em homilia famosa, intitulada “Sermão do Bom Ladrão”, Padre Antônio Vieira já alertava, no século XVII, para esse problema que, de alguma forma, encontraria, no Brasil Colônia, um paraíso para seu pleno desenvolvimento: “os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com mancha, já com forças roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo: os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam.”
Foi a partir do estabelecimento do marco civilizatório por essas bandas, em pleno período colonial, que a miscigenação das raças e etnias, necessárias para o processo de colonização dessas vastas porções de terras no novo mundo, associadas a um tipo específico de exploração intensa das riquezas, feitas por mãos escravas, num tempo em que leis e direitos só beneficiavam as classes dominantes, que a corrupção encontrou terreno fértil para prosperar.
Da formação original do Brasil até o nosso tempo, não há período algum onde essa praga não tenha fincado suas unhas. Acreditem: há mais de cinco séculos, essa terra tem sido saqueada sem descanso. Espantoso é notar que o país tenha sobrevivido a essa rapinagem sistemática por tanto tempo, e mesmo no século XXI, quando veio à tona o maior e mais volumoso caso de corrupção de todos os tempos, ainda se avistam, pelas classes políticas, mais e mais recursos públicos que podem ser saqueados sem cerimônia, sob o olhar complacente dos tribunais.
A solução para esse mal histórico poderia encontrar alguma saída mais segura e duradoura através de um processo intenso de educação de qualidade para todos. Haveria alguma relação visível entre o modelo de educação pública seguido pelo Brasil nos últimos tempos e o alto grau de comprometimento das grandes empresas nacionais em práticas de corrupção, mostrado pelas investigações correntes do tipo Lava Jato?
Se, à primeira vista, estas questões parecem dissociadas umas das outras, observadas mais de perto, o que se verifica, contudo, é que, na origem dos modelos do comportamento reprováveis seguidos pelas empresas e por suas lideranças, acham-se enraizados, também, posturas e arquétipos herdados lá trás, ainda nos primeiros anos de escola. Não que o modelo de educação tenha contribuído, de forma ativa para formar cidadãos insensíveis às boas práticas. Mas o modelo de educação, seguido em nossas escolas, de alguma forma tem sido, para usar uma expressão corrente, leniente nos assuntos relativos à formação ética, deixados de lado e suplantados por outros aspectos de natureza mais informativos.
Em outras palavras, nossas escolas têm dado relevo e ênfase apenas aos conteúdos, relacionados na grade curricular, relegando, a segundíssimo plano, a parte formativa relacionada diretamente ao comportamento humano e baseado nos princípios da ética e das boas práticas. Ensinam matemática, mas fecham os olhos para os deslizes de comportamento dos alunos no dia a dia, e ainda acabam por estimular estas más condutas, ao não exercerem, de fato, a autoridade e a disciplina, assuntos que, nos dias correntes, transforam-se em verdadeiros tabus. A falsa crença de que liberdade sem limites serve aos propósitos de uma escola moderna, tem mostrado seus resultados. O crepúsculo paulatino da autoridade do professor, como indutor principal do processo educativo, acabou por ceder lugar a um modelo de escola onde os alunos passaram a ser considerados soberanos e únicos atores de seus destinos. A partir desse ponto, já se prenunciavam tempos difíceis à frente. As revelações trazidas à tona pela sequência de investigações da polícia e do Ministério Público e, posteriormente, a implementação com a Lei Anticorrupção de 2014, estão forçando agora as empresas brasileiras a se ajustarem a um novo tempo, onde a transparência e as boas práticas, não só nas relações humanas, mas inclusive com o próprio meio ambiente, são elementos fundamentais para se manterem vivas no mercado.
Essa adoção tardia do modelo de Compliance nas empresas, obrigando-as a agir em conformidade com as normas da ética e da transparência, reflete o descaso com que nosso sistema de educação e ensino tem tratado do assunto. É possível que o corrupto de hoje, flagrado e algemado pelas autoridades, exposto a humilhação pública, tenha sido outrora um bom aluno em matemática ou biologia. Mas é quase impossível que tenha sido educado para respeitar o próximo e o que pertence a cada um. O que operações como a Lava Jato demonstraram na prática é que nossas elites dirigentes, e todos aqueles que se vêm hoje implicados em rumorosos casos de corrupção, podem ter frequentado escolas de ponta, mas não aprenderam nada, não esqueceram nada.
Mesmo que se acredite que a formação histórica e atípica do Brasil tenha favorecido a germinação das sementes da corrupção, o fato é que, ao longo de sua evolução, jamais houve um esforço sincero, vindo de cima da pirâmide social, capaz de colaborar para o fim dessa prática.
A frase que foi pronunciada:
“Nenhuma das principais questões que a humanidade enfrenta será resolvida sem acesso à informação.”
Christophe Deloire
História de Brasília
Como novas escolas não foram construidas, e como a necessidade de maior número de maior número de classes é evidente, as autoridades cegaram à conclusão de que o melhor aproveitamento de salas e de professôres seria solução. (Publicada em 13.03.1962)