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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Com a maturidade, forçada pela ação inexorável do tempo, vem a necessidade natural de reflexão sobre os fatos da vida, passado, presente e futuro. Chega então o momento em que é necessário pensar em tudo, até para dar qualquer passo adiante. Deveria, para nosso próprio proveito, ser assim também com relação às eleições e, principalmente, com os eleitores. A reflexão do eleitor, sobre aqueles que se apresentam para disputar cargos, é fator de bem-aventurança para o país e sua sociedade.
A qualidade do eleitor, sob os mais variados aspectos da formação humana, tem peso direto na qualidade daqueles que irão sagrar-se vencedores nas eleições. Do mesmo modo, mas em sentido contrário, a baixa qualificação dos eleitores produz reflexos, também, nos resultados das eleições, ajudando candidatos que, por sua atuação pretérita, nem deveriam estar listados entre os postulantes.
Com isso, fica patente, entre nós, que a perpetuação de candidatos, reconhecidamente indiferentes às leis e à ética, e que desses requisitos fazem troça, tem sua origem na pouca qualificação do eleitor brasileiro. Dessa forma, não é de se estranhar quando, terminada as eleições, o resultado acaba mostrando que, assim como são os eleitores, são os novos titulares de cargos eletivos.
Um é a cara do outro. O fenômeno da corrupção, tão arraigado entre nós, aproveita desses desvãos encontrados em nossa legislação eleitoral para assegurar sua sobrevida, além, é claro, das ações que serão perpetradas por esses mesmos novos eleitos, modificando as leis vigentes, tornando-as ainda mais frouxas e lenientes, reduzindo e restringindo as penalidades e criando uma série de novas exigências para a Justiça cumprir seu papel.
A confecção de leis para desarmar as penalidades contra a corrupção é também obra do eleitor pouco qualificado. Em suma, é o eleitor o responsável por eleger aqueles que, lá na frente, irão fazer de tudo para tornar os Poderes da República em valhacouto de maus cidadãos. Trata-se aqui de um tema que, embora delicado e constantemente acusado de elitista, precisa ser debatido a fundo, sob pena de termos que repetir, ad infinitum, erros que custam o futuro de toda uma nação.
A questão de como fazer, de cada cidadão, um eleitor consciente de sua importância para toda a sociedade, é básica e vital. É na brecha, também facilitada por eleitores sem compromisso com a cidadania, que o crime organizado tem empurrado, cada vez mais, seus candidatos para dentro da máquina do Estado, numa infiltração daninha e que custará muito a todos os brasileiros.
É justamente por não poder exigir princípios minimamente éticos dos eleitores na hora de votar que estamos onde estamos. É também por saber que as leis vigentes nada podem fazer contra poderosos, imantados com foro de prerrogativa e outras defesas supremas, que vamos, a cada eleição, recolocando em seus devidos postos aqueles que, num país ideal, deveriam estar por detrás das grades, pagando, um a um, por seus ilícitos.
Os poucos eleitores que ainda se submetem a uma reflexão sincera, sobre a atual conjuntura, sabem que as possibilidades reais de virem a passar o país a limpo em 22 são escassas, se não dificílimas.
Refletir, portanto, sobre as próximas eleições, é um exercício e uma tarefa que somente os muito otimistas estão dispostos a se submeterem. Nada irá mudar no plano político e institucional, enquanto o cidadão e eleitor não mudar, adquirindo maturidade para saber que é ele o responsável por tudo o que está aí e que nos infelicita, a todos, faz tempo.
A frase que foi pronunciada:
“Antes de dizer que Brasília é cheia de corruptos, vote direito. Você dá poder a eles com o seu voto. Brasília não tem nada com isso.”
Dona Dita, discutindo com a irmã que mora noutro estado.
Uma pena
Senador Izalci é daqueles que chegaram em Brasília nos primeiros anos da cidade. Não dá para compreender essa proposta legislativa de ocupar 4 mil hectares com moradias em área de proteção ambiental, uma floresta nacional. De certo, é porque as árvores tortas do cerrado não são belas para algumas pessoas. Mas o subsolo é o berço das águas. O estrago vai ser grande.
Decifras
Notícia da Câmara dos Deputados. Para 2022, emendas individuais somam R$ 10,478 bilhões; as de bancada, R$ 17,850 bilhões; e as de comissões, R$ 84,1 bilhões. No entanto, das emendas coletivas, apenas R$ 5,7 bilhões de emendas de bancada têm execução obrigatória. Bom mesmo seria a população ter um canal interativo e amigável para acompanhar a aplicação dessa verba fabulosa.
História de Brasília
Outro dia os telefones da Estação Rodoviária estavam com cadeado para que ninguém os usasse. (Publicada em 14/02/1962).
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Caso se confirme o que vêm prevendo as autoridades sanitárias, em todo o mundo, a aplicação de uma terceira dose das vacinas contra o Covid, e quiçá quarta ou infinitas outras, será necessária para enfrentar essa que é a maior das epidemias já enfrentadas pela humanidade, desde que nossos primos, de um elo perdido e distantes, resolveram descer das árvores.
Ou as autoridades e cientistas, ligados à Organização Mundial de Saúde (OMS), sabem de algum fato relevante e vital, que o restante da população do planeta não conhece, ou estamos diante de uma versão revivida da Hidra de Lerna de sete cabeças, que, por séculos, cuidou de atormentar, adoecendo e matando parte da população do Peloponeso. Talvez a situação seja ainda mais sinistra com as autoridades sanitárias e os cientistas tendo que reconhecer que estamos perambulando no escuro, tateando nas paredes de uma caverna, em busca de uma saída. De toda forma, o que temos de concreto é que países europeus, nessa chegada de mais um inverno, estão experimentando uma terceira e forte onda de contaminação, com hospitais lotados e mortes acontecendo. Com isso, novas medidas restritivas de circulação estão sendo adotadas, numa reprise do que já vimos.
Dentre as muitas questões que surgem dessa retomada da doença, estão aquelas relativas aos custos e aos gastos que países em desenvolvimento e subdesenvolvidos terão que arcar ainda, junto aos laboratórios, para enfrentar a nova onda de virótica em contrapartida com o lucro de instituições e empresas que não abrem mão da ganância. Não se sabe, com exatidão, o que pode estar por detrás dessa retomada pandêmica, quando se verifica, como é o nosso caso, os muitos pontos obscuros que envolveram a aquisição e compra desses imunizantes.
As consequências práticas da CPI do Covid ainda não se transformaram em atos materiais. Não se sabe de nenhuma diligência por parte da justiça contra aqueles que fizeram, da miséria alheia, uma cripto moeda lucrativa. Mesmo com a possibilidade real de uma volta acentuada das infecções, como ocorre agora lá fora, o tempo decorrido, desde que o relatório final foi apresentado, continua avançando e levando para o esquecimento o resultado de meses de investigação e que resultaram num calhamaço de denúncias sérias.
Nem bem saímos de uma primeira e segunda ondas, e já estamos experienciando a possibilidade de uma terceira rumo ao carnaval. O que pode acontecer, daqui para frente, é sermos apanhados em plena terceira onda, da mesma forma que fomos surpreendidos por uma primeira.
Por certo, a proximidade das eleições, com a consequente corrida dos políticos aos cargos, não parece condizer com os projetos pessoais e ganância dessa gente. Nada, nem ninguém deve se interpor entre esses anseios desmedidos, nem mesmo a recidiva da virose. O que se sabe, com toda a certeza, é que se a doença voltar com força, serão os pobres e desvalidos, aqueles mesmos ludibriados pelas elites políticas, os primeiros a perecerem.
Como na Primeira Guerra Mundial (1914-18), os soldados situados nas trincheiras avançadas eram os primeiros a morrer, sendo seus abrigos, nas valas cavadas sob a terra, suas sepulturas definitivas.
A frase que foi pronunciada:
“Nesta conjuntura histórica, é importante que nós, na Ásia-Pacífico, enfrentemos a responsabilidade do momento, estejamos no assento do motorista e nos esforcemos arduamente para cumprir a meta de construir uma região da APEC com um futuro compartilhado.”
Xi Jinping
Demais
Preços altos e falta de concorrência são realidades para os passageiros aéreos do Brasil. Além disso, a alimentação durante o voo está praticamente banida por algumas empresas, a não ser se for paga. Mas o maior absurdo é pagar pelo assento. Como não há reclamações, esses abusos são mantidos.
AutoriDad
Maravilhas de Brasília, a capital dos brasileiros. Obra de Dad Squarisi, publicada pela Editora Contexto, já nas prateleiras das livrarias. Uma das poucas pessoas que destrincha a palavra Candango, que nasceu pejorativa e conseguiu se livrar da pecha, dando nome a todos os que deixaram a vida para trás para fazer um futuro na nova capital do Brasil. Candango é palavra boa quando vem de Brasília. Dad explica.
História de Brasília
A Prefeitura fez as calçadas, fez os jardins, e as crianças da Quadra 13, principalmente do conjunto Ecel, não estão com educação suficiente parra desfrutá-los. Passeiam de bicicleta pelas calçadas, e, não muito raro, sôbre os jardins. Esta é uma recomendação aos pais, para que não permitam. (Publicada em 14/02/1962)
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A essa altura dos acontecimentos, já ficou demasiado provado, para o cidadão atento, que Lula está passando dos limites como cidadão brasileiro e ex-presidente. Parece que uma espécie de compulsão o faz ignorar os meios para alcançar os fins, tornando a vida dos que o cercam um show de horrores.
Alçado ao poder então, livre da cadeia, a capacidade de desequilibrar a harmonia entre as pessoas, ganha ainda um imenso potencial, capaz de causar danos irreparáveis e em larga escala. Já se sabe, que as pontes que constroem são para benefício do partido. As outras, prefere dinamitá-las, rompendo laços e acordos de modo abrupto e sem remorsos.
Lula é ainda o mais preparado nas artes da engabelação, conduzindo o interlocutor pelo labiríntico caminho do circunlóquio político e demagógico, com o qual hipnotiza o ouvinte, fazendo-o ouvir melodiosas cantilenas, quando, na verdade, o que está produzindo são estampidos do bater de panelas. Palavras que vêm de um torneiro mecânico admirado pelo que os interlocutores se enxergam nele, e não pelo que realmente Lula é: uma sereia fora de forma a atrair incautos marinheiros de primeira viagem com seus sibilos falsos.
Com isso, toda a atenção deve ser tomada quanto ao que diz e principalmente ao que pretende fazer. E por que isso? Porque, no fazer, o que anseia em segredo é construir abrigo e proteção apenas para si e para os seus. Como prestidigitador nas estripulias políticas, arrasta multidões de cegos, surdos e desesperados por onde passa. A todos e a todo tempo, pode usar dessa expertise marota. Exceto quando se posta diante do próprio subconsciente. O deus onipresente, com seu imenso dedo indicador apontado em sua direção.
Desse protagonista fantasma de nossas vidas, a ninguém é dado o poder de fugir, escondendo-se. É como um cachorro que tenta escapar do próprio rabo, correndo. Portanto, diante desse personagem ou bruxo, que tem transformado nossas vidas em pesadelo, é preciso estar atento às entrelinhas do que afirma. Sobretudo aos atos falhos, porque eles parecem abrir uma ligação momentânea com o subconsciente desse maestro da tapeação.
Dias atrás, em discurso perante o Parlamento Europeu, em Bruxelas, nome esse que significa “aldeia do pântano”, Lula declarou, ipsis litteris: “ O Bolsonaro não entende absolutamente de nada a não ser de falar bobagem, a não ser de fazer fakenews e a não ser de tentar destruir aquilo que nós destruímos.”
No seu íntimo, Lula é presa fácil de seu subconsciente, abarrotado com as ações ilegais e sem ética que tem praticado ao longo de toda sua vida. São muitos containers entulhados de aldrabices, dentro daquele cérebro miúdo. Ele, no caso, o seu subconsciente, sabe o que foi feito e de que modo. Mesmo para a alma mais honesta desse país, verdades inconvenientes sempre vêm à tona.
De fato, muito mais do que poderia o próprio Freud explicar, os atos falhos, comuns em Lula, revelam quem é de fato esse personagem “macunaímico” de nossa vida nacional. Conhecendo mais de perto sua vida privada, se é que político tem vida privada, dá para entender o que por detrás do que explicita em frases soltas por aí, esconde-se um indivíduo que ostenta nas ações o que não revela nas palavras.
A frase que não foi pronunciada:
“Pessoal, fica tranquilo. Eu também vou tirar férias da contaminação para comemorar o Natal, Ano Novo e Carnaval”.
SARS-CoV-2 (Covid 19)
OMS
Enquanto o Brasil comemora a quarta semana sem alta no índice de mortalidade por Covid, outros países estão em alerta com o repentino aumento no número de mortes pelo vírus. Segundo a Organização Mundial da Saúde, nos 61 países acompanhados, 31 mostram resultados desanimadores com a volta da alta de óbitos registrados.
Capital
Brasília está à frente de muitas cidades da Europa em relação a ciclovias. Desde a década de 80, o velho mundo tem ciclovias, mas geralmente são paralelas às vias de trânsito. Em Brasília, o ciclista pode respirar ar puro em várias vias reservadas às bicicletas.
Vale à pena
Com o apoio do Instituto de Estudos Legislativos e Políticas Públicas, o professor Joelmo Oliveira, PHD em Ciências Políticas com um currículo respeitável, irá ministrar online, pelo zoom, um curso de 12 horas sobre metodologia de pesquisa em ciências sociais. As aulas serão nos dias 22 e 26 de novembro e 29 e 3 de dezembro. Associados do IELP não pagam. Todas as informações estão disponíveis no site do IELP, no link FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO | Minicurso.
História de Brasília
Estão, ainda, os mesmos moradores, pedindo uma linha de ônibus para a praça dos Três Podêres, porque o transporte de diversas repartições não vai para a Asa Norte, e os funcionários são obrigados a fazer baldeação, com perda de tempo e dinheiro. (Publicada em 14/02/1962).
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Quem chegou a acreditar que os aumentos sucessivos dos combustíveis, ao longo de todo esse ano, não teriam peso maior na escalada inflacionária, começa a desconfiar que esteve, todo esse tempo, vivendo num mundo de ilusão, onde fenômenos como causa e efeito não possuem relação direta e concreta.
Para tornar essa uma realidade ainda mais dura, os mecanismos da vida real que poderiam servir de contrapeso, para impedir que a inflação nos levasse de volta a um passado que criamos estar definitivamente morto, foram, todos eles, torpedeados pelo Congresso e pelo Executivo, como parte da caminhada de ambos rumo às próximas eleições de 2022. Instrumentos como o teto de gastos e a responsabilidade fiscal foram postos de lado, assim como outros inibidores ao desperdício dos recursos públicos por parte de maus gestores, como é o caso aqui da responsabilidade administrativa. Com isso, o país ficou, mais uma vez, exposto à contaminação de sua economia, navegando sem instrumentos, em meio à turbulência mundial provocada pela pandemia.
O Legislativo, que poderia, nessa travessia, pressionar politicamente o governo, para conter gastos, faz justamente o contrário, aliando-se ao Executivo. A quebra dessas regras de ouro nos ameaça e torna o ano de 22 uma incógnita e um caminho no escuro. O orçamento do próximo ano, mais do que uma ficção, será uma estória da carochinha, ou, como os oposicionistas gostam denominar, um estelionato eleitoral. Somados e subtraídos todo esses maus presságios, o x da questão que, nesse caso, está na política de preços da Petrobras ou na desvalorização do Real, frente ao dólar, fica sem resolução, mesmo sabendo que a economia do país viaja na boleia de caminhão. Mais preocupados com as estratégias que serão armadas nas próximas eleições, o Palácio do Planalto só quer saber onde encontrar o que restou do dinheiro dos pagadores de impostos para vitaminar seu programa, Auxílio Brasil, e assim garantir protagonismo para reeleger-se.
Já se sabe também que, em ano eleitoral, nenhuma reforma, que poderia contribuir para a contenção de gastos, no caso a reforma administrativa, tem chance de progredir entre os políticos. Enquanto persiste o aparente embate entre economia e política, os investidores, cientes da perda de credibilidade do governo, saem em debandada, provocando, ainda mais, o aumento no dólar e, consequentemente, uma nova onda de subida nos preços dos combustíveis. O transatlântico Brasil perdeu sua âncora fiscal. Agora resta encontrar outros meios de mantê-lo em porto seguro, o que também parece nos remeter de volta ao mundo onírico, onde ações e reações não possuem importância para o que se segue.
Ainda em 2014, durante o descerrar das cortinas do doidivana governo da presidenta Dilma, o jornal britânico Financial Times já advertia para a fragilidade que países emergentes como o Brasil, incluído no que chamava de “cinco frágeis”, viviam seus dilemas internos, justamente por conta da estreita dependência de suas economias em relação aos preços dos combustíveis. Já naquela ocasião, o FT falava desse dilema entre manter os preços dos combustíveis, com efeitos diretos na inflação, desencorajando o consumo; ou absorveriam esses aumentos, por meio de subsídios, forçando o governo a esvaziar os cofres.
De lá para cá, pouco ou nada mudou nessa relação entre os preços praticados pela Petrobras e o aumento da inflação. O que se sabe é que, em qualquer pesquisa histórica que busque encontrar possíveis protagonistas para a escalada da inflação no Brasil, a partir da metade do século passado, a estatal aparecerá em todas elas. Não por culpa de seu desempenho, mas em consequência de gestões políticas erráticas, que sempre prejudicaram tanto a empresa como a economia do país e os brasileiros.
A frase que foi pronunciada:
“O otimismo é a fé em ação. Nada se pode levar a efeito sem otimismo.”
Helen Keller
Rasgando o verbo
Dizia Freud: Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”. Um ex-presidente que aproveita a liberdade para viajar e falar mal do próprio país mostra muito do que é como pessoa e como homem público. E quando comete o ato falho dizendo que Bolsonaro veio para “destruir o que nós destruímos”, aí diz tudo.
Consome dor
Em dezembro de 2019, pouco antes da pandemia, a gasolina chegava a R$ 4,70. Pelos quase R$ 8 de hoje, já deu para colocar os lucros em dia… Ou não?
Abuso
Não se sabe de onde os hotéis tiraram o poder de refazer os calendários. Só em hotéis, o dia começa depois do meio dia. Está errado! Reserva feita, quarto liberado. Pelo menos é o que o Código do Consumidor diz. Você comprou a reserva a partir do dia primeiro, então deve ter a liberdade de ocupar o lugar reservado na data. Seja em que horário for.
História de Brasília
Os moradores da Asa Norte não estão satisfeitos com os aluguéis arbitrados pelo IAPC e vão pedir fixação pelo preço médio de construção em Brasília, e não pelo preço pago pelo Instituto. (Publicada em 14/02/1962).
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Uma das vozes balizadas, que fala em nome da pesquisa científica no país, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) já adiantou, e em diversas ocasiões, que a ciência do país vive atualmente num ambiente de aridez semelhante ao encontrado no romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, que mostra a dificuldade de sobrevivência em meio ao ambiente hostil e ao descaso do governo com investimentos.
Ao contrário do que pode acreditar o atual governo, é preciso que alguém firme na cabeça do chefe do Executivo a convicção de que sem ciência não há possibilidades de haver desenvolvimento sustentável e contínuo. Sem essas premissas, qualquer governo está fadado ao fracasso. Ou ele encontra um meio de reconciliação com a ciência e os cientistas, fomentando pesquisas e apoiando o trabalho árduo desses profissionais especializadíssimos, ou o país permanecerá no limbo, exportador de matérias-primas, numa repetição do que foi o seu passado histórico, como colônia, à mercê dos humores das grandes metrópoles, dependente e à margem do mundo desenvolvido.
Alguém dentro do governo precisa convencer o mandatário que a ciência e a pesquisa representam hoje o referencial de riqueza de uma nação. Já foi dito que nenhuma nação moderna logrou experimentar o pleno desenvolvimento, abrindo mão da ciência e da pesquisa. A pecha de que o atual governo se pauta pelo atraso e pelo que chamam de negacionismo científico precisa ser posta de lado o mais rápido possível. Não em nome de ideais políticos e eleitorais, mas em nome da sociedade a quem todo e qualquer governo deve servir e se submeter. A fonte de recursos, tão necessária para as pesquisas, que não podem sofrer interrupções no processo de continuidade, já secou há tempos. Somente no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), houve recentemente um bloqueio de R$ 600 milhões.
A falta de verbas para a ciência em nosso país, de tão grave, já foi repercutida em várias partes do mundo acadêmico, sendo classificada como um “golpe na ciência”. Laboratórios, centros de pesquisa e outros ambientes onde a ciência é buscada incessantemente para a melhoria de vida das pessoas, encontram-se hoje em visível processo de sucateamento, fechados e entregues ao tempo. Também uma cadeia imensa de profissionais que torna possível o trabalho de cientistas estão sendo prejudicados. Reunir uma equipe de pessoas para fazer funcionar um laboratório de pesquisa, de acordo com as exigências atuais da ciência, não é uma tarefa que se constrói da noite para o dia. Exige preparo, desde o pessoal que cuida da manutenção desses espaços, até das equipes mais especializadas. O mais triste é constatar que, dentro do governo, há ainda indivíduos que sabem desses pormenores e estão impedidos de agir, por conta de uma ala palaciana que encara as ciências e os cientistas como um mundo averso às ideologias políticas de direita e, portanto, inimigos a serem expelidos do Estado.
Não surpreende que, diante de um estado lastimoso que se encontra a pesquisa, e mesmo aqueles estudiosos ligados à preservação do meio ambiente, a imagem do governo, perante o mundo, seja a pior possível. O que parece, para muitos, é que estamos vivenciando um replay dos anos de chumbo, quando o governo passou a enxergar, nos professores universitários e pesquisadores de ponta, inimigos a serem combatidos e expulsos do país.
A penúria de recursos a que está submetida hoje a ciência de ponta, prejudica o país e seu futuro. Condenando brasileiros ao subdesenvolvimento eterno. Numa situação dessas, em que o governo parece ter declarado guerra à ciência e aos adeptos das pesquisas, não chega a ser surpresa que os protestos, seguidos de declarações públicas desses profissionais, contra o descaso do Estado, multipliquem-se a todo momento. Cientes de que o atual governo não cederá espaço às Ciências, professores e pesquisadores de todo o país e até do exterior estão numa espécie de mobilização permanente, protestando abertamente contra a atual gestão e a politização, pouco esclarecida, de um governo avesso declarado desses profissionais.
Em outras partes do mundo, nos países ricos, cientistas e pesquisadores gozam de grande prestígio e, não é por outra razão: são eles que dão os primeiros passos para preparar o futuro material de um país, garantindo instrumentos para os cidadãos enfrentarem os desafios que a todo momento surgem. Um caso exemplar que reforça essa afirmação pode ser conferido na questão do aparecimento, em tempo recorde, da vacina contra o Covid, desenvolvida por países em que os governos apoiam a ciência.
Obviamente que a culpa desse descaso não cabe somente ao Executivo, mas pode ser partilhada com o Legislativo também, onde uma classe política e indiferente não faz esforço algum para apoiar as ciências, preocupados como estão em garantir vantagens apenas para si e para seus grupos no entorno.
Ao comprometer esse importante setor da vida nacional, o que esse governo faz, juntamente com aqueles que o apoiam, é empurrar no abismo uma parte do potencial humano do país, sufocando parte da nossa história em nome de algum propósito qualquer inominável.
A frase que não foi pronunciada:
“A ciência deveria explicar a razão de Bolsonaro não usar máscara e estar tudo bem com ele.”
Dona Dita intrigada com as notícias científicas.
Banalização
Diminuem as notícias sobre Coronavírus e a violência volta a ocupar as páginas dos jornais. É sinal de que as coisas começam a voltar ao normal. Quem poderia imaginar, anos atrás, que espectadores como crianças, idosos e donas de casa pudessem assistir uma tentativa de assassinato desde o começo ao fim. Facas, armas, briga corporal. Foi assim com o PM que estava no dentista e será assim sempre, já que não há instâncias da comunicação que arbitrem sobre.
História de Brasília
Mas o Carajá não deixa de ser um homem feliz. Mesmo em contato com o civilizado, vê o confôrto do ar condicionado, o perfume de mulheres, o ronco do avião, e anseia apenas um pano para se cobrir dos mosquitos, uma resina que lhe dê cheiro à pele, e uma piroga na qual possa trazer o peixe. (Publicada em 13/02/1962).
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Consequências são tudo o que vêm depois, já ensinava o filósofo de Mondubim. Trata-se aqui de um axioma, também pregado pelos budistas e hinduístas, quando falam do carma e das leis provenientes da causalidade moral a que todos nós estamos sujeitos, mostrando que, para cada ação boa ou má, há uma reação no mesmo sentido.
Também a física ensina essa mesma relação, contida na Terceira Lei de Newton, que explica que, para toda força de ação, existe uma força de reação, com mesmo modo e intensidade. Nas relações humanas, essas teses funcionam quase que como um dogma, inconteste e que não adianta ser contrariado.
Nas relações políticas então, essa é uma lei universal e que incide com maior ou menor força sobre o indivíduo, na medida de sua importância no organograma do Estado e do Poder. Há que ter cautela em certas posições, pois a dinâmica do mundo muda constantemente a posição dos personagens. Quem é hoje mandatário, amanhã pode acordar e se ver em desgraça, esquecido e cobrado por suas ações pretéritas e impensadas.
O caso do ex-presidente Lula é bastante ilustrativo dessa lei do carma. Um dia você sai do governo com altos índices de aprovação. Noutro dia você se encontra sentado numa cama-beliche, dentro de uma cela da Polícia Federal. A questão aqui é saber quantos desses demiurgos atuais, que pululam em nossa República malfadada, passaram do Olimpo às trevas num átimo e, agora, amargando o desterro do esquecimento, aprenderam de fato essa preciosa lição. Praticamente nenhum!
Nada aprenderam e nada esqueceram. Também aqui, a trajetória do ex-presidente Lula é ilustrativa quando se verifica que, apesar dos entreveros que levaram todos à sua volta para a prisão, segue ele impávido, envergando uma fantasia que não retira nem para dormir.
O problema com presidentes que se sentem como monarcas é que são traídos até pelo próprio ouvido. Acumulam carma sobre carma. Agem com força e destempero desmedido, gerando ações deletérias e danosas para muitos, em benefício de poucos. Aliam-se aos maus, que também infestam a República e com isso irão colher, cedo ou tarde, as consequências dessas ações.
Se foi assim com o ex-presidente Lula, também será assim com o atual presidente Bolsonaro. Escravo de uma língua que parece dominar o cérebro, cria, dia após dia, sua poupança cármica, amealhando intrigas, aliando-se à gente que, como ele, age pelo imediatismo e sem espírito público. As consequências desse atual governo já começaram a ser devidamente elaboradas, quando a CPI da Covid finalizou seu volumoso relatório. O que virá depois, não só desse documento, independente do fato dele ser empurrado ou não para dentro do arquivo morto da Procuradoria- Geral da República, trará seus resultados na forma de um currículo e de uma folha de serviços prestados à nação e cujo saldo, em mortos, todos conhecem.
Não bastasse ter contra si a opinião de artistas, produtores de cultura, professores, ecologistas e outros, inclusive com a apresentação de inúmeros manifestos, de todas essas áreas, escritos, e tornados públicos, o atual presidente colhe, muito antes de deixar para trás o primeiro mandato, o repúdio unânime também do conjunto de cientistas, por meio de uma carta que, no futuro, irá engrossar a lista de desserviços prestados por esse governo ao país.
No documento, os cientistas renunciam a homenagem por meio da Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico, afirmando que essa comenda, “oferecida por um governo que não apenas ignora a ciência, mas ativamente boicota as recomendações da epidemiologia e da saúde coletiva, não é condizente com nossas trajetórias científicas.”. São documentos oficiais que ficarão nos anais da história de nossa República, como prova de que as consequências são tudo o que vem depois.
A frase que foi pronunciada:
“A esperança tem um braço no céu e outro na terra.”
Araújo Porto Alegre
Respeito ao patrimônio
Até o dia 30 de novembro, a embaixada dos Estados Unidos e consulados receberá propostas que serão remetidas ao Ambassadors Fund for Cultural Preservation (AFCP), que financiará projetos individuais de preservação do patrimônio cultural do Brasil. Veja os detalhes no link Fundo dos Embaixadores para a Preservação Ambiental.
Eles voltaram
Com uma característica peculiar, Brasília foi projetada para transporte sob rodas. Aos poucos, o transporte pirata toma espaço na cidade. A principal razão é o tempo perdido aguardando o transporte público. Longas distâncias e passageiros nas horas de pico, o que contribui para o transporte alternativo. O resultado são passageiros que precisam correr sérios riscos para chegar mais cedo no trabalho ou em casa.
História de Brasília
As bonecas são fabricadas em série pelas mulheres, que fazem tudo dentro e fora de casa. Os homens apenas pescam, porque é divertido, e fazem os “contatos” com os brancos, que rendem dinheiro. (Publicada em 13/02/1962).
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Quando um governo, sozinho e em pouco mais de dois anos de gestão, consegue o feito impensável e histórico de ter contra si a unanimidade dos produtores de ciência e de cultura de todo o país, é indício forte de que sua administração, além de prejudicial ao desenvolvimento da nação, possui um caráter reacionário, revelador, talvez, de uma má formação intelectual.
Pode ser também, quem sabe, decorrente de uma aversão típica esse tipo peculiar de governante decorrente de alguma ideologia política do tipo centralizadora, o antídoto ou remédio pode estar nas urnas e nas próximas eleições. Se for algum tipo de desvio psicológico, a situação adquire um certo grau de gravidade e só pode ser resolvido no âmbito da medicina.
De toda a forma, esse é o cenário atual que acomete tanto a classe artística como os cientistas e pesquisadores, praticamente, desde o primeiro dia de mandato do atual chefe do Executivo. A questão parece ter extrapolado o simples corte de verbas para essas importantes áreas do país, atingindo níveis de perseguição pessoal a uma classe de cidadãos que, normalmente, possui opiniões próprias e contundentes e muitas vezes contrárias a dos governos.
Mas, analisando a questão material do corte nos orçamentos para a ciência e cultura, o que se verifica, logo de saída, é que esses setores da vida nacional foram duramente penalizados, de uma forma jamais vista em outras épocas. A lista desses setores que sofreram cortes drásticos em seus orçamentos é extensa e reveladora de uma fase negra vivida tanto por pesquisadores como por artistas nas diversas áreas da cultura brasileira.
A frase que foi pronunciada:
“Para a maioria das pessoas, nenhuma notícia é uma boa notícia; para a imprensa, uma boa notícia não é uma notícia.”
Gloria Borger, jornalista americana, 1952
Amanhã
Albertina era uma máquina supermoderna dos parques gráficos que imprimia em cores heliográficas. Isso há 60 anos. Vendo o desenvolvimento tecnológico, como você imagina que as notícias chegarão em 60 anos?
Países Unidos
Nenhuma vacina está pronta antes de 5 anos de testes. Tanto que anunciaram, aos quatro cantos do mundo, que a Janssen seria uma dose só e já estão ventilando ordens diversas. Outras vacinas não são aceitas em alguns países. Foi explicado que a razão não é a falta da eficácia contra o vírus. Quem pensou, não compreendeu. É impossível que o mundo se dobre dessa forma aceitando passaporte de uma vacina que não completou o ciclo de cientificidade. A Austrália já não aceita.
À sorrelfa
De uma forma sorrateira, a China está se infiltrando em universidades para se apoderar de criações nascidas no mundo acadêmico. A NBC News anunciou que o professor chinês Bo Mao, da Universidade do Texas, foi acusado pelos promotores de pegar a tecnologia de uma start-up do Vale do Silício para entregar à Huawei, a rede de telecomunicações chinesa.
Lamentável
Perto do setor inventado de galpões do Paranoá, está virando depósito de lixo. Mais umas semanas assim e a administração perderá o controle.
Como proteger
Divulguem a campanha do Ministério da Saúde ensinando as pessoas a tossir ou espirrar. Parece bobagem, mas veja, a seguir, a velocidade e o material orgânico espalhado no ambiente durante um espirro. E mais: O lenço não adianta, nem as mãos para aparar o espirro. Por uma razão simples: sem limpá-las com eficiência onde elas encostarem, levarão consigo o material espirrado. Só a dobra do braço funciona. Mas poucos sabem disso.
Boa ideia
Em legislação local, São Paulo obriga qualquer instituição comercial a doar água potável para quem solicitá-la. Excelente iniciativa!
Prevenção
Antes que a chuva chegue para ficar, seria sensato reforçar a tinta das faixas de pedestre. No Plano Piloto, as que ficam nas entrequadras estão em péssimo estado.
História de Brasília
Há um ano, aproximadamente, falamos na numeração das quadras da W-3, e houve a promessa de que isto seria feito. Chegou-se a fazer um estudo procurando corrigir anormalidades, que tiveram resultados excelentes. (Publicada em 10/02/1962).
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Aprovada por meio da emenda constitucional nº16 de 1997 (PEC16/97), o instituto da reeleição para os cargos no Poder Executivo, principalmente para presidente da República, já nasceu torto e eivado de denúncias de compra de votos para sua aprovação. Foi um erro estratégico do então presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), pressionado pelas circunstâncias políticas daquele período tumultuado de nossa história e que trariam desdobramentos imprevisíveis e bastante nefastos dali em diante. O próprio presidente FHC, num gesto pouco comum aos nossos políticos, reconheceu, em um mea culpa sincero, que essa medida foi “um erro”, embora confesse ainda acreditar que 4 anos é pouco tempo para um governante fazer algo consistente e completo.
De toda forma, o ex-presidente gostaria que o instituto da reeleição acabasse o quanto antes, com o país adotando um modelo do tipo distrital e mais democrático. Hoje, não resta a menor dúvida de que a reeleição para todos esses cargos do Executivo tem produzido males tremendos para o país, tornando, o primeiro mandato, apenas uma prévia do que serão as próximas eleições, transformando os ocupantes desses cargos em eternos candidatos, que não se vexam em usar da máquina pública para obter novos mandatos ou para fazer seus sucessores, mesmo que isso leve a quebra das finanças em seus domínios.
A reeleição produziu ainda distorções tão profundas em nosso modelo de gestão pública que acabou por atingir a própria qualidade de nossa democracia, criando clãs que se revezam no poder às custas do erário, elevando também a alturas infinitas, o fisiologismo dentro do Congresso.
Com o desmanche promovido agora pelos políticos, na Lei de Improbidade Administrativa e no estouro do teto de gastos, o vale tudo para os candidatos à reeleição está escancarado, já que as contas públicas de cada gestão municipal, estadual e federal, serão empurradas indefinidamente para frente, recaindo esses débitos e todo esse descontrole nas costas dos contribuintes, quer na forma de recessão, quer no aumento do custo de vida.
O calote na dívida pública do governo teve início agora com votação a, que aprovou na Câmara, da PEC dos precatórios que pode furar o teto de gastos em mais de R$ 100 bilhões, num arranjo justamente com vistas às próximas eleições, já que todo esse desmanche foi providenciado para garantir recursos a um programa social eminentemente eleitoreiro denominado Auxílio Brasil, com o qual o atual governo repete as malévolas fórmulas do passado, semelhante ao voto do cabresto, adoçando a boca daqueles que irão às urnas em 2022.
Vale aqui repetir a advertência, feita em 1816, pelo naturalista Auguste de Saint-Hilaire: “ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”, substituindo o sujeito “saúva” da sentença pelo termo “reeleição”. De fato, colocados num caminhão gigante, nossos políticos muito se assemelham às saúvas, sendo que a proximidade das eleições os torna ainda mais parecidos pela agitação que se vê nesse formigueiro que come o Brasil pelas beiradas, dia e noite sem parar.
A frase que foi pronunciada:
“Na Alemanha não temos tantos crimes porque são contra a lei.”
Alex Levin, escritor
Soberania
Austrália resiste à China de forma espetacular. Com estratégias prontas para o caso de barreira comercial, o poder em Camberra procura outros pontos de venda alternativos para os seus produtos, ajustando o fluxo comercial em torno da barreira.
Punição
Deputado Federal Carlos Jordy é o relator de uma proposta que altera o Código Penal para aumentar as penas dos crimes de furto e roubo, quando houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional do agente. A discussão vai seguir para o Plenário.
Em ação
Finatec financiou um aplicativo que monitora áreas do cerrado desmatadas. O projeto foi desenvolvido na UnB e pode ser encontrado no seu celular para baixar como Radis, disponível gratuitamente. Mário Ávila, do projeto Restaura Cerrado, acredita que essa é uma forma descomplicada de cumprir a regularização ambiental do cerrado.
Sogrão
Nelson Piquet recebe o genro, Verstappen, que está passando pelo país para participar do GP Brasil, que ocorre domingo em Interlagos.
Fome
Não é possível que escolas da Secretaria de Educação deixem faltar merenda para os estudantes. A Comissão de Educação da Câmara Legislativa quer saber se a Secretaria de Educação está com os cuidados necessários para evitar o desabastecimento.
História de Brasília
Como exemplo, basta que se cite, que durante as festas natalinas, a Câmara e Senado enviaram 45 mil telegramas, dando a maior sobrecarga já verificada até hoje. (Publicada em 10/02/1962)
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Dizer que os extremos se tocam, formando, no final, um círculo ou uma aliança a unir falsos antagonismos, equivale a afirmar que ambos compõem e consolidam as duas faces de uma mesma moeda. Moeda essa que, ao ser examinada de perto, revela não possuir lastro algum, pois, no seu valor de face, a soma dos lados é igual a zero. Com isso, o que se pode depreender é que qualquer que seja a direção tomada por aqueles que pregam posições extremadas, cedo ou tarde, todos irão se unir no mesmo ponto, formando um composto homogêneo que, pelo cheiro e toxidade, logo sabemos se tratar de algo danoso à sociedade brasileira.
Tal é a semelhança na articulação política, entre o atual governo, que se autoproclama de direita, e a turma que, a partir de 2002, subiu a rampa do Palácio do Planalto, pregando um programa de esquerda. Lá como aqui, dentro do que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão, todos têm agido, no trato da coisa pública, seguindo as mesmas cartilhas que afrontam os mais comezinhos princípios da ética, o que em outros termos equivale a dizer que cometem os mesmos crimes para alcançar vantagens para si e para os seus.
Para ficar apenas no ponto relativo ao que seria essa cooptação remunerada dos congressistas, uma prática já formalizada, desde a redemocratização nos anos oitenta, e que, segundo o Executivo, objetiva tão somente a aprovação das teses e propostas do governo, ontem, como hoje, os métodos seguem idênticos e, notem bem, sempre prejudiciais aos contribuintes, que arcam com esses desperdícios que nada mais são do que verdadeiros desvios de recursos públicos.
No passado, como agora, todos esses acordos, fechados a preço de ouro, retornam, para a população, na forma de inflação ou recessão. No passado, foi o chamado mensalão, alcunha dada pelo ainda presidiário Roberto Jefferson, aos pagamentos feitos pelos lulistas para a aprovação de suas pautas. Dinheiro que era entregue inclusive em pacotes até para os próprios correligionários. Agora, o que a nação assiste é a reprise desses pagamentos, à sorrelfa, na forma mais sofisticada das chamadas emendas do relator ou RP9. Trata-se aqui dos mesmos mecanismos de outrora, com os mesmos propósitos e cujo os meios são igualmente contrários à lei e a ética pública.
Por isso mesmo, foram taxados de secretos e sempre desmentidos pelo governo e pelos congressistas. Ocorre que a situação, de drenagem de bilhões de reais, sem fiscalização dos órgãos de controle chegou a um tal ponto de escândalo escancarado, que o próprio Supremo, sempre letárgico, teve que agir, atalhando, o quanto antes, essa sangria criminosa, jogando um balde de água fria no fervilhante mundo político da Praça dos Três Poderes.
Como pano de fundo dessas tramoias republicanas, o que se descortina é o pleito de 2022 e as possibilidades de reeleição desses mesmos personagens. Assim como era antes, é agora, nesse cara ou coroa, que tem engabelado toda uma nação por séculos.
A frase que foi pronunciada:
“O demônio sempre se infiltra entre os políticos. Então, eles começam a brigar entre si. O poder se transforma em uma questão de orgulho. Não tem mais nada a ver com vivermos juntos e acabarmos com a guerra.”
Bob Marley
Prata da Casa
Graças a Alexandre Dias, CEO do Instituto Brasileiro do Piano, os brasilienses tiveram a oportunidade de acompanhar ao vivo um dos últimos concertos de Nelson Freire. A paixão de Dias pela boa música tocou o coração de Freire.
Temporada
Vejam a Chácara Horizonte Maior, que está pronta para ser alugada. Perto do Poço Azul, a primeira chave que o inquilino recebe é a da porteira. Dê uma olhada, a seguir, nas fotos do paraíso.
Instituto Campos Fidei
Um solitário Tiffany em Platina com diamante de 0,21 CT, com classificação de cor F e Pureza VS1. Esse é o material que vai salvar as obras do Campus Fidei. A joia doada está à venda. Acesse a página oficial do instituto no Instagram em https://www.instagram.com/campus_fidei/.
Arte
Alan Silva, do Museu do Senado, explica, na página do parlamento, que a campanha de conscientização sobre as obras de arte expostas na casa pretende chamar a atenção para a riqueza que esse patrimônio cultural representa e mostrar a importância histórica das peças. A iniciativa da campanha é da Secretaria de Comunicação Social em parceria com as Relações Públicas e o Museu.
História de Brasília
Não sei porque, também, qualquer pessoa paga telegrama, e deputado não paga. O resultado é o abuso que tem sido denunciado seguidas vêzes, de deputados que utilizam o DCT como serviço particular. (Publicada em 10/02/1962).
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Dentre as várias facetas que possibilitaram, em seu conjunto, a ascensão do ser humano ao patamar civilizatório, juntamente com o domínio da agricultura, do fogo, da vida sedentária, está o culto aos antepassados. Comum a todas às civilizações antigas, o ritual de celebração e de rememoração dos entes se constituiu em um dos pilares que resultaria, posteriormente, na formação embrionária da religião.
O culto aos mortos, em seu sentido ontológico, permitiu a humanidade estender para o pretérito o significado de sua existência, ligando-a até o presente, o que, por sua vez, ensejou expandir o sentimento de existência para o futuro. Em outras palavras, as experiências trazidas pelos entes do passado, possibilitaram a existência presente com mais conforto e segurança. A própria longevidade de cada indivíduo, inclusive seu prazo de validade, como ser senciente, colocava, dentro de um espaço-tempo, os limites de atuação da espécie.
Qualquer projeto, a médio e longo prazo, deveria ser desempenhado dentro do espaço entre determinadas luas. Muito mais do que simples rituais metafísicos, a meditação sobre a personalidade e os acontecimentos passados, desencadearam, na espécie humana, o desejo pelas possibilidades vindouras, abrindo também espaço para o sentido da abstração. Cultuar aquilo que está ausente e que, portanto, não tem materialidade presente ensejou no homem pré-histórico o surgimento do pensamento abstrato, transposto também para a arte rupestre, que é o registro gráfico e material de algo espiritual e aleatório.
O desenvolvimento do pensamento abstrato distanciou o homem racional do animal irracional, dotando-lhe da capacidade única de projetar suas sensações para fora e longe de si mesmo, no espaço e no tempo. O que fazer amanhã ou na próxima estação chuvosa? O que fazer quando o inverno voltar? Como sobreviver quando tudo estiver, mais uma vez, coberto de neve? São elucubrações que, partindo de questões práticas e urgentes, lançaram o indivíduo para o futuro, num mundo povoado apenas pelo pensamento abstrato.
O que é hoje apenas lembrança abstrata foi, anteriormente, realidade concreta e palpável. Dessa forma, a construção de nosso futuro está indissociavelmente e intimamente ligada a fatos passados, constituindo-se no alicerce do momento presente e na base do que está por vir. Não é por outra que o indivíduo se torna, essencialmente, um ser do porvir, ou um ser do vir a ser, sempre incompleto no presente, buscando sua complementação no amanhã.
Deixados de lado este e outros aspectos, objetos do estudo da antropologia cultural, e dando um salto no tempo até os dias atuais, experimentados agora pela sociedade brasileira, o que podemos perceber, à primeira vista, é que o encurtamento de nossa memória factual, assolada pela insuficiência de informações ou pelo excesso delas, fez, de cada um de nós, seres inertes e indiferentes aos acontecimentos diuturnos à nossa volta.
Esse desprezo pelas experiências do passado fez-nos reféns de nós próprios, num estado de letargia permanente, aceitando de bom grado o prato frio que nos servem. Assuntos como a destruição da família, a violência banalizada, a confusão sexual imposta a crianças parecem não possuir mais o condão de nos fazer atuantes para moldar a realidade às nossas melhores expectativas.
A visita ao túmulo dos antepassados, sugerida pelo Dia de Finados, é cada vez mais um ritual desprovido de sentido para as novas gerações, que vêm nesse costume um costume e apego a situações que não fazem mais sentidos. Mesmo sabendo que o que está lá, depositado na tumba do parente falecido, é apenas o que foi sua carcaça carnal, como a casca seca da cigarra colada à árvore, o culto a essa passagem, pela qual todos iremos transpor um dia, guarda uma importância histórica, cultural, antropológica e até espiritual que nos liga diretamente às nossas raízes.
Não por outra razão, muitos cemitérios ainda hoje mantêm bancos dispostos ao lado dos túmulos, para que neles os vivos meditem sobre a efemeridade da vida. O que, à primeira vista, parece um ritual do passado vazio e sem expressão concreta é, na verdade, parte da construção humana, uma obra que vem nos trazendo desde o passado longínquo até aos dias atuais.
A frase que foi pronunciada:
“Não dê ouvidos aos conselhos de ninguém. A não ser o do vento que passa e nos conta as histórias do mundo.”
Claude Debussy
Insuportável
Além do incômodo das passagens aéreas caríssimas, viagens sem conforto, os passageiros têm que enfrentar, na chegada ao desembarque, no aeroporto, motoristas que oferecem traslados com preços estranhos, chegando a bloquear quem sai da sala onde são aguardadas as malas. A administração do aeroporto deve ter autoridade para colocar ordem nisso. E a PM e o Detran devem estar atentos aos transportes ilegais.
Passeio
Como sempre, a organização dos japoneses é impecável. Na Feira do Japão acontecida no Clube do Congresso até hoje, é um primor, desde a recepção até o atendimento. Com o espaço bem organizado e as pessoas super treinadas, as filas andam rápido. Comida caprichada e comércio interessante. Vale o passeio! Não é preciso passaporte de vacina para entrar. Idoso paga meia, quem levar alimento não perecível também. Começou às 9h da manhã.
História de Brasília
IAPM e IAPFESP reiniciaram as obras, e dizem que o IAPM fichou quinhentos candangos. Ninguém viu, até agora, nada a não ser limpeza do canteiro. (Publicada em 10/02/1962)