Suspenso pelo pincel

Publicado em Íntegra

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

Com base apenas num exercício de imaginação, suponhamos que a CPMI que cuida de desvendar os fatos ocorridos em 8 de janeiro, chegue onde querem as oposições, colocando o governo contra a parede e desvendando toda a trama ocorrida naquele fatídico dia. Essa, apesar de as narrativas ao contrário, é uma possibilidade que pode estar longe da ficção, reforçada ainda pelo o que se diz das CPMIs: sabe-se como começa e não como termina.

         Por certo o governo vem fazendo todos os esforços nos bastidores para isto não venha a ocorrer. O material que vem sendo colhido sobre o assunto e a identificação dos protagonistas daquelas depredações, aumenta a chance de uma virada de jogo. Aqueles eventos, que a princípio só contariam com a participação dos acampados em frente aos quartéis, foi sendo, ao longo dos meses, acrescido de novos protagonistas. Muitos deles já identificados com alas do governo. Trazer esses agitadores para depor na CPMI, oferecendo-lhes o benefício da delação premiada, pode render confissões explosivas.

         Nessa altura dos acontecimentos, já ficou patente para as oposições que a atuação da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD), dentro da CPMI deve ser monitorada de perto e com toda a cautela. É com seu trabalho de síntese, ao final das investigações, que conta o governo. As oposições sabem que se não trabalharem com afinco e coesão, as chances de levar a bom termo essa CPMI, diminuem bastante. Para quem acompanha de fora o desenrolar desses trabalhos, a visão que se tem é de que o governo está mais comprometido com os acontecimentos do dia 8 de janeiro do que as oposições. Os depoimentos da ABIN e do SISBIN são fundamentais.

         Para a população que segue assistindo essas sessões, existe naquela comissão quem deseja trazer a verdade à tona, como existem também aqueles que estão empenhados para que as narrativas se sobreponham aos fatos. Há aqui uma luta renhida entre verdades, pós verdades, narrativas e mentiras, todas elas se estapeando no ringue.

         Existem também, dentro da própria comissão e nos arredores, aqueles que acreditam que, dependendo das circunstâncias desfavoráveis ao governo, o Judiciário venha a ser acionado para “melar” o jogo, dando vitória a situação. O problema aqui para as oposições é que o recesso parlamentar de julho venha jogar fria sobre a CPMI, levando essas discussões para os bastidores, onde as negociações, de interesse do governo se farão mais intensas e longe dos olhos do público.

         O governo tem muito a oferecer, pois tem a caneta na mão. Há ainda a ameaça real de cassação pelo TSE, que pesa sobre muitas cabeças da oposição e isso pode pender a balança para o lado do governo. Nesse ponto o PT já encaminhou ao Judiciário pedido de cassação das muitas estrelas da oposição, incluindo aí todo o clã de Bolsonaro.

         Não será surpresa se as oposições vierem a confeccionar um relatório paralelo. Não será surpresa também se os perseguidos de hoje que foram presos, cassados e banidos, vierem amanhã a reivindicar reparações em dinheiro, por perseguição política, inclusive a inscrição desses nomes no rol das vítimas beneficiadas pelo chamado Bolsa Ditadura. O que se tem até aqui é que o governo está literalmente nas mãos da relatora da CPMI. Outros acreditam que o governo já ensaia balançar pendurado pelo pincel, só faltando a retirada da escada.

A frase que foi pronunciada:

 “Não ataco a instituição, mas o presidente da instituição, que quer desmoralizar o Congresso Nacional”

Antônio Carlos Magalhães em confronto com o então presidente do STF, ministro Carlos Velloso.

Meses

Impostos pagos em dia, contas pagas e serviços cada vez mais precários. No ParkWay moradores com telefones fixos não conseguem resolver o problema da falta de comunicação. A Oi não esclarece nada, está muda.  Também naquela região postes são ligados durante o dia e a noite escuridão total. CEB também não responde.

Cinematerna

Proibida a entrada para maiores de 18 meses. A iniciativa é de uma ONG que organiza sessões de cinema para mães com bebês. A ideia está se espalhando e cada vez mais mães, que passam pelas mesmas situações com crianças pequenas, buscam essa forma de diversão para relaxar um pouco. São sessões especiais uma vez por mês, com todos os cuidados necessários para atender as espectadoras.

História de Brasília

Viaturas do IAPFESP servem mais às famílias do que à repartição. Prova? Contem-se as horas de trabalho durante a semana, as horas de serviços domésticos, os passeios aos domingos e feriados, tudo isto com gasolina do govêrno. (Publicada em 21.03.1962)

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