ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Tal qual cachorro que em vão corre em círculos atrás do próprio rabo, prosseguimos às voltas com nosso destino, atados permanentemente ao subdesenvolvimento pelas cordas de um analfabetismo teimoso e longevo. Somente através de escolas públicas de qualidade poderemos aprender a desatar esse nó górdio secular que mantém não só Brasil , mas boa parte da América Latina na rabeira do mundo.
Instituto de Estatística da Unesco dá conta de que mais de 19 milhões de adolescentes que concluem o ensino fundamental, não conseguem ler e entender adequadamente um simples parágrafo, o que os incluem numa nova modalidade de analfabetismo.
No Brasil, de acordo com o Inep, apenas 30% dos alunos que terminam a 9ª série possuem aprendizado satisfatório em leitura e interpretação, muito menos que a média da própria América Latina que já é baixa. Problema como esse ganha contornos ainda mais preocupantes quando se percebe que as novas tecnologias. A intensificação do uso de computadores, tanto na automação e robotização das fábricas , como em outras áreas do trabalho cotidiano estão a exigir, cada vez mais, especializações que serão como barreira a todos aqueles jovens com pouca formação.
O analfabetismo é endêmico em todo o mundo subdesenvolvido e um traço comum a todos esses países. Em outra frente destaca-se o esforço da Unesco para que os jovens desses países tenham reconhecido seu direito à uma educação de qualidade.
Atualmente, avalia a Unesco, cidadãos de quase metade dos países do mundo são incapazes de levar seus governos à justiça se violado o direito à educação, embora todos os países tenham ratificado pelo menos um tratado de direitos humanos que garante algum aspecto do direito à educação. Este direito, embora garantido em tratados, por 82% das constituições nacionais do mundo, apenas 55% dos países permitem que seus cidadãos levem seus governos aos tribunais por violar o direito básico. Além de um novo analfabetismo que se anuncia com jovens incapazes de apreender corretamente um texto, o baixo nível de qualificação de nosso jovens é outra característica comum a estes estudantes.
É sabido que o conhecimento e domínio de uma outra língua, abre novas oportunidades de emprego e colocação no mercado de trabalho, sendo que para esses profissionais bilíngues existe, na teoria, a chance de ganhos extras de até 60% maiores do que aqueles que não falam outro idioma.
O futuro do país está numa educação de qualidade, embora se saiba que isoladamente ela não dará conta do recado. Há aspectos ainda a se resolver tais como justiça social e uma boa implementação de políticas públicas nas áreas de saúde, segurança, moradia, transportes e muitas outras. O problema é que para conhecer essas outras variáveis que nos mantém presos ao atraso é preciso antes entender todo o processo por trás. É aí que entra, de novo, a educação e o rabo do cachorro.
A frase que foi pronunciada:
A história é como um estilingue.Quanto mais fundo você puxa, mais fundo você alcança”.
Aloísio Magalhães
Curiosidade
O Departamento de Parques e Jardins informa sobre as espécies tombadas como Patrimônio Ecológico do DF. Copaíba, sucupira-branca, pequi, cagaita , buriti gomeira, pau-doce, aroeira, embiruçu , perobas, jacarandás e ipês nunca devem ser cortadas. Se o caso for de extrema necessidade haverá compensação ambiental. Pelo menos essa é a regra.
Evolução
Enfim, uma iniciativa inteligente. Valendo 30 créditos para o voluntário que se candidatar a participar do projeto de acolhimento dos calouros. Ponto para a primeira reitora da UnB Márcia Abrahão Moura.
Release
“Brasil, brasileiros. Por que somos assim?” Esse é o mais novo livro do senador Cristovam Buarque. Trata-se de uma coletânea de 16 textos de pensadores que respondem à pergunta título, motivados por profunda inquietação. No capítulo IV, Cristovam, explica “Como somos”, tentando desvendar as barreiras que nos impedem de avançar, “sem coesão no presente e sem rumo para o futuro”. Os textos do livro foram organizados por Cristovam junto com Francisco Almeida e Zander Navarro.
Sustentare
Os garis começam hoje uma caravana de caminhões de coleta da Sustentare Saneamento, enfeitados com decoração natalina. O comboio irá ao Instituto Social Dona Diva, em Arapoanga, para doar 50 cestas de alimentos e 80 brinquedos. Os produtos serão entregues por garis vestidos de Papai Noel. Williani Carvalho organizou tudo com o maior carinho.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O fubá de milho e a farinha de trigo bichada que está guardada na obra da Catedral, não são da Legião Brasileira de Assistência e sim da “Cáritas”, da Arquidiocese de Brasília. (Publicado em 11.10.1961)