Categoria: ÍNTEGRA
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Digam o que quiserem sobre a eleição presidencial dos Estados Unidos ou sobre a vitória de Donald Trump depois de quatro anos de perseguições e de uma tentativa de assassinato em um comício de campanha na Pensilvânia. Muitos podem não gostar da figura pessoal de Trump, arrogante e altivo, principalmente os chamados globalistas de esquerda, dentro e fora dos Estados Unidos. O que é fato inconteste é que ele foi eleito por uma votação limpa e esmagadora, que praticamente cobriu todo o mapa dos EUA com as cores dos republicanos.
O povo soberanamente escolheu quem achou que iria reverter a guinada silenciosa dos EUA rumo a uma espécie de socialismo tardio, infectado ainda pelos ventos dos movimentos Woke e Queer, que hoje minam a Europa e ameaçam afundar economica, social e politicamente toda a União Europeia.
A eleição naquele país deixou claro, pela diferença de votos, que os americanos apontaram a direção que desejam seguir. E mais do que isso, rejeitaram a direção errada que estavam seguindo. Para reforçar esse retorno às ideias liberais, os mercados americanos e principalmente os papéis na Bolsa registraram recordes de valorização, mostrando que o capitalismo, que enriqueceu dos Estados Unidos como nenhum outro país, estava de volta.
No cumprimento das promessas de campanha, Trump lembrou, em seu discurso no Congresso em 5 de março, que logo nas primeiras semanas de governo mais de 100 ordens foram assinadas, juntamente com 400 outras ações executivas com vista a restaurar o que o presidente chamou de bom senso, segurança, otimismo e riqueza. Para Trump, o povo americano o escolheu para fazer justamente esse trabalho. Mesmo medidas que são criticadas por muitos países, como o controle rígido sobre as imigrações, a população americana demonstrou total apoio, pois vinham a inquietando.
Como bem lembrado por Trump, nada do que ele poderá fazer e fará irá alegrar os democratas. Logo de cara, o presidente eleito fez o que a população pedia, que era o congelamento de todas as novas contratações federais, congelando também todas as novas regulamentações e ajuda externa. Acabei, disse ele, “com todo o ridículo esquema verde”, retirando seu país do Acordo Climático de Paris, que custava trilhões de dólares aos americanos e não era pago por outros países. Trump destacou ainda que retirou seu país da “corrupta Organização Mundial de Saúde”, se afastando também do Conselho de Direitos Humanos da ONU pelo seu reiterado antiamericanismo.
Também foi destacado o trabalho feito na eliminação de regras e regulamentos desnecessários, simplificando normas. Outra medida que teve o apoio da população, mas que foi logo reprovada pelos democratas, foi a ordem para que todos funcionários federais retornassem aos escritórios, sob pena de serem imediatamente afastados de suas funções.
Trump anunciou que deu fim também ao chamado governo armado, instrumento que permite que qualquer presidente em exercício possa processar ferozmente seus oponentes políticos. Ao mesmo tempo, deixou claro que pôs fim a todo o tipo de censura, além da volta da liberdade de expressão, que, na avaliação dele, vinha sendo limitada nos governos dos democratas.
Outro ponto destacado em seu discurso foi a decisão de acabar de vez com as políticas de diversidade, equidade e inclusão em todo o governo federal, no setor privado e nas forças armadas. “Trabalhadores devem ser contratados ou promovidos com base na habilidade e na competência e no mérito, não de acordo com a raça ou gênero”, disse ele, lembrando que essa medida teve o apoio total da Suprema Corte americana. “Removemos o veneno da teoria racial crítica de nossas escolas públicas, e eu assinei uma ordem tornando política oficial do governo dos EUA a existência de apenas dois gêneros: masculino e feminino. Também assinei uma ordem executiva para proibir os homens de praticar esportes femininos”, seguiu o presidente.
Na economia, Trump destacou sua luta para tornar o principal insumo, que é o do alto custo da energia. Para tanto, mandou reabrir mais de cem usinas de energia que haviam sido fechadas, declarando uma política de emergência energética nacional. Lembrou ainda que fará tudo para acabar com o desperdício de dólares dos contribuintes, dando todo o apoio ao Departamento de Eficiência Governamental (Doge), chefiado pelo bilionário Elon Musk. Apresentou também uma extensa lista de altos gastos impostos do Tesouro americano que vão do fornecimento de carros gratuitos para estrangeiros ilegais até milhões de dólares gastos em favor do empoderamento de povos indígenas e afro-caribenhos. Para ele, esses gastos eram verdadeiros golpes aplicados em cima dos contribuintes. Com essas e outras medidas Trump, espera reaver os bilhões de dólares desviados do tesouro e que se esvaem em meio a complexa máquina pública americana.
Ele ressaltou que, somente na área de Seguro Social, havia uma lista com milhões pessoas de 110 a 119 anos de idade e outras listas de beneficiários com pessoas de 120 a 129 anos de idade. Outras com listas de milhões de pessoas com 130 a 139 anos de idade, e outras milhões de pessoas com idade entre 140 e 149 anos. “Não conheço nenhuma delas”, disse.
História de Brasília
Apesar de inaugurado o telefone público, os do aeroporto estão na mesma. Eram quatro. Um foi retirado, dois não funcionaram e um funciona mal. (Publicada em 27/4/1962)
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Navios graneleiros, quando não servem mais para o transporte de grãos, por fadiga de material ou outros motivos, seguem para os portos da Ásia, onde vão ser retalhados para a reutilização dos metais. Antes disso, passam por um processo de dedetização completa para eliminar ratos e outros bichos. Nesse momento que antecede a morte da grande nave, milhares de ratos, baratas e outros insetos põem-se a correr afoitos por todos os lados, fugindo desesperados da morte certa. É nesse momento que a tripulação do graneleiro descobre que havia a bordo uma imensa e antiga tripulação de bichos, que viviam escondidos, alimentando-se dos grãos transportados pela nave. Formavam, assim, uma espécie de subtripulação escondida, por décadas, nos porões escuros, reproduzindo-se e vivendo às custas do trabalho de outras pessoas. Essa tripulação clandestina causou ao longo dos anos enormes prejuízos econômicos aos transportadores, além de transmitir doenças fatais diversas.
Numa analogia ligeira, poderíamos comparar esses enormes navios graneleiros aos estados, sobretudo àqueles que endossam políticas do tipo estatizantes, nas quais o maior empresário é ninguém menos do que o próprio Estado e, obviamente, todos aqueles que vivem próximos ao poder. Hoje, a esse fenômeno que faz com que existam, simultaneamente, dois Estados convivendo ao mesmo tempo numa só figura jurídica, foi dado o nome de “Deep State”, ou Estado Profundo.
Esse termo vem ganhando cada vez mais atenção dos estudiosos e tem entrado também nas discussões políticas dentro e fora do país. O termo parece ter surgido na Turquia para descrever uma espécie de governo ou rede paralela, que, mesmo operando de maneira oculta, envolvia agentes do governo e muitos outros grupos de interesse.
Existe, sim, um sistema subterrâneo que controla, ou influencia, as decisões políticas do Estado e do governo. Na sua maioria, é formado pela própria elite de um país, que age como passageiros clandestinos nesse enorme navio que é o Estado.
Ações de dedetização, como no caso da Operação Lava-Jato, têm efeitos curtos para eliminar a totalidade desses ratos de duas pernas que operam nas sombras. A população em geral não faz a mínima ideia da existência desse tipo de Estado profundo, pois muitos partidos políticos e as grandes e múltiplas corporações cuidam para que todo e qualquer escândalo seja logo abafado e não venha à tona.
O combate ao “Deep State” exige grande dose de poder de decisão e de vontade de eliminar, pelas raízes, esse mal, que acaba sempre afetando negativamente a vida da população, pois esse Estado das profundezas, poderíamos classificá-lo dessa maneira, exerce grande influência para moldar e mudar a agenda política e econômica de um país. Essa é, justamente, a grande batalha que vem sendo travada nos Estados Unidos pelo novo governo americano.
Pelas suas repercussões e pelo alarde e pânico que têm provocado, vê-se logo que as ações de Trump contra esse verdadeiro hospedeiro danoso estão atingindo áreas antes intocáveis e de muito poder. Trump está mexendo com um verdadeiro vespeiro, contrariando a mídia e as grandes corporações que, por décadas, usufruem de um poder paralelo às custas do contribuinte americano. São bilhões ou talvez trilhões de dólares que são sorvidos pelo “Deep State” a cada ano, sem fiscalização e às escondidas da população.
Os seguidos ataques que vêm sofrendo de todos os lados, inclusive, com atentado à bala contra sua vida, evidenciam que essa é uma guerra interna de grandes proporções. Engana-se quem pensa que a existência de um Estado profundo ou das profundezas é coisa de outros países. Por aqui, a história se repete, potencializada pela inoperância e leniência da Justiça e pela certeza de que as penalidades nunca alcançarão os poderosos.
Embora opere nas sombras, não restam dúvidas de que a ação de um “Deep State” em nosso país tem contribuído enormemente para a erosão da confiança do cidadão nas instituições, criando ainda um ambiente nefasto de polarização social e política, ao excluir grandes parcelas da população dos ganhos econômicos. Trata-se, assim como nos Estados Unidos, de um processo de dedetização que, mais cedo ou mais tarde, teremos que enfrentar, caso haja o sincero objetivo de evitar que o enorme e infestado graneleiro, que é o Brasil, não venha a pique.
A frase que foi pronunciada:
“Invista na saúde, na sua empresa e no bem-estar da sua família. Elimine as pragas.”
Mote de uma dedetizadora
História de Brasília
Um pequeno lembrete à Câmara dos Deputados, quando for distribuir subvenções: a Vasp anunciou no seu balanço de 1961 o lucro de 118 milhões de cruzeiros. (Publicada em 27/4/1962)
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Acreditem: a polarização política, por seu poder dissipador e insidioso da cizânia, uma vez inoculada aos quatro ventos, torna-se impossível regredir. É como o fofoqueiro da aldeia, que, arrependido de suas intrigas, foi se consultar com o sábio local para tentar reverter o mal que tinha causado às pessoas por sua língua cheia de veneno. Ciente de que esse era um caso sem solução, o sábio sugeriu, ao consulente, que pegasse um grande travesseiro de pena de beija-flor e fosse ao mais alto monte do lugar e sacudisse-o durante uma tempestade de vento. Depois de seguir os conselhos do sábio, o fofoqueiro voltou para saber dos resultados de sua penitência. Volte lá, disse-lhe o sábio, e recolha cada uma das penas de beija-flor espalhadas.
Ficasse restrita apenas na esfera política, a polarização extremada faria seus estragos apenas entre os políticos, não trazendo seus malefícios para o mundo exterior. Ocorre que a política, por sua necessidade vital nas relações humanas, permeia toda a vida em redor. Não há um lugar sequer onde os ventos da política não soprem de uma forma ou de outra. A política, uma vez infectada com o veneno da discórdia, produz seus efeitos por toda a parte, não respeitando nem mesmo os laços familiares e as amizades fraternas de longo tempo.
Trata-se de um veneno deletério ao próprio espírito humano. Quantas e quantas vidas não foram ceifadas ao longo da história humana, apenas tendo leit motif à polarização política. A questão a intrigar a todos é saber por que, até hoje, não encontramos antídoto para esse mal, se conhecemos seus efeitos, suas causas e, sobretudo, de onde partem e com que intenção são criados.
Não somos imunes à polarização da mesma maneira que não somos imunes ao mal. Talvez, isso se deva ao fato de que tenhamos, interiormente, o mal instalado dentro de alguma parte de nós. O que talvez sirva de consolo para alguns é que, diante do fato de termos adentrado milhas adentro nessa selva incivilizada, já nos encontramos, todos, igualmente perdidos. Queira o céu que, nessa luta pela sobrevivência, não tenhamos que repetir o que aconteceu na história do voo 571 da Força Aérea Uruguaia, que caiu na Cordilheira dos Andes, em outubro de 1972, com 45 pessoas a bordo, sendo que, dessa tripulação, apenas 16 sobreviveram comendo a carne dos mortos nessa tragédia. Observem que o fenômeno do canibalismo não é desconhecido dos homens, acompanhando-o desde as cavernas.
A polarização política exacerbada, fosse apenas uma espécie de canibalismo circunspecta à classe política, não teríamos queixas maiores. Só que essa fome pelo outro extrapola o ringue das radicalizações, atacando também o entorno com toda a ferocidade. Hoje, são raros, tanto em nossa sociedade, como em outros lugares pelo mundo, infensos ao mal dos extremismos políticos.
O século XXI, que seria o da vitória da tecnologia e da modernidade, tem aliado os avanços da ciência com o que de mais primitivo existe na índole humana. Em nosso tempo, homens têm sido mortos como moscas, por diferenças religiosas, culturais e outras escolhas. À sentença fatalista “está tudo dominado”, junta-se agora à outra: “está tudo polarizado”. Em nosso caso particular, a coisa toda ganha ainda mais dramaticidade quando verificamos qu em nossa aldeia, o sábio que deveríamos consultar para sanar parte de nossas culpas pela cizânia, também já foi contaminado pelos ventos funestos da polarização e, portanto, torna-se impedido de proferir nossas penitências ou absolvição.
A frase que foi pronunciada:
“Nada mais cretino e mais “cretinizante” do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem.”
Nelson Rodrigues.
Leitura
Um deleite correr os olhos pelas linhas do “Lumiar de Lamparina”, um livro de memórias de Luiz Bezerra de Oliveira. Ora sorrindo, ora enxugando as lágrimas, o livro é um exemplo da riqueza de vida de tantas pessoas que atravessaram as maiores privações para alcançar a vitória nos estudos e no trabalho, com os pés no chão.
História de Brasília
A minha terceira atividade é publicidade, mas quando recebo dinheiro dou recibo, o que nem todos fazem na nossa profissão, infelizmente. (Publicada em 27.04.1962)
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Tempos de crise sugerem, logo de saída, que as armas da diplomacia não estão resolvendo as questões. Há muito se sabe que política e diplomacia devem caminhar de mãos unidas. O que não se pode admitir é que a política, com suas várias faces ideológicas, acabe contaminando os objetivos da diplomacia, fazendo-a agir de modo titubeante e parcial. Pois, a diplomacia induzida por víeis político acaba transformando a virtude em vício e o entendimento em confronto. Hoje, é mais do que necessário que o mundo faça uso das armas inteligentes da diplomacia. Não aquela acordada em bebidas alcoólicas e rega-bofe, mas aquela estabelecida por horas e horas nas mesas de negociações, sem fanatismos e sem covardias.
Ceder para conquistar. Em vista dessas premissas, o que se pode observar acerca dos últimos acontecimentos ocorridos no Brasil e no mundo é que, sem a diplomacia, estamos todos nus e perdidos em selva inóspita. No caso recente do encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, o mínimo que se pôde observar da conversa, transmitida ao vivo pelas televisões diretamente do salão Oval da Casa Branca, é que faltou diplomacia ao chefe americano. Não se faz negociação de paz, ainda mais nesse caso de agressão da Rússia contra um país soberano, sob pressão ou intimidações. Aceitar as condições apresentadas por Trump, que aliás coincidem com as condições do ditador russo Putin, equivaleria no caso de Zelensky, a uma capitulação, desonrando seus compatriotas vivos e os que tombaram defendendo seu país.
O big stick policy, ou a diplomacia da força iniciada por Roosevelt no início do século XX, parece estar de volta aos Estados Unidos. Só que os tempos são outros. É certo que os contribuintes americanos não querem mais destinar seus impostos para a continuação de uma guerra que parece que não terá um fim próximo. Mas daí a querer encostar o líder ucraniano contra a parede, exigindo uma paz imediata, mostra que a diplomacia americana está vivendo as mesmas agruras e desprezo que a diplomacia de outras partes do mundo, sobretudo, em nosso caso, a diplomacia brasileira.
Também por aqui se assiste a colocação da diplomacia de nosso país a reboque dos interesses políticos e ideológicos do atual governo. Tanto é assim que o chanceler de fato desse governo é o Celso Amorim e não o oficialmente indicado Mauro Vieira. No caso do chanceler Mauro Vieira, é até um alívio que ele não tenha que suportar o vexame de estabelecer conversações com a maioria dos ditadores do mundo, nem tenha que aparecer em fotos ao lado dos maiores e mais procurados terroristas da atualidade.
Mas ainda assim, a pasta que ele chefia, segue sempre em segundo plano dentro do atual governo, sobrando apenas assuntos de menor interesse ou as batatas quentes difíceis de ser negociadas. É o caso aqui do pedido do Supremo Tribunal Federal para que o Itamaraty entre na questão envolvendo essa Corte e os Estados Unidos com relação à censura imposta às big techs. Outro caso emblemático da falta que a diplomacia faz para aplanar os caminhos da paz e da concórdia é a recente nomeação da deputada petista Gleisi Hoffmann para ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência, no lugar de Alexandre Padilha. Para quem não sabe, essa pasta cuida, essencialmente, das relações entre o Executivo e o Legislativo, para o estabelecimento de pontes de entendimento político. Para quem sabe também, a nomeação de Gleisi tem sido, até agora, criticada por cada nove entre dez políticos, inclusive da própria legenda do atual presidente. O próprio José Dirceu, a eminência parda do PT, afirmou que a colocação de Hoffman na pasta da SRI vai ser um desastre. Disse ele: “ vai dar Dilma”.
Não é de hoje que as relações institucionais entre o Congresso e o Palácio do Planalto deixaram de lado a diplomacia política e passaram a ser feitas na base da liberação ou não das emendas secretas, hoje, manipuladas diretamente pelo Supremo. É o mundo do tacape, da borduna e das malas cheias.
A frase que foi pronunciada:
“Mesmo na guerra, há regras… Esses caras não têm regras”.
Volodymyr Zelensky, durante uma entrevista referindo-se à Rússia.
Livro
Um deleite correr os olhos pelas linhas do “Lumiar de Lamparina”, um livro de memórias de Luiz Bezerra de Oliveira. Ora sorrindo, ora enxugando as lágrimas, o livro é um exemplo da riqueza de vida de tantas pessoas que atravessaram as maiores privações para alcançar a vitória nos estudos e no trabalho. Sem pé de meia, com os pés no chão.
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Em meio às notícias controversas sobre a última internação hospitalar do Papa Francisco, quando sua situação de saúde parece ter piorado muito, a ponto de preocupar o Vaticano e os fiéis, mais uma vez, reascenderam, em todo o mundo, os palpites sobre os possíveis nomes para substituí-lo no comando da Igreja.
Em tempos de Internet, os boatos correm e se espalham por todos os cantos com a velocidade da luz. Desse modo, quando notícias passam a dar conta da fragilidade de saúde de algum Pontífice, tão depressa a imprensa católica e leiga passa a divulgar a lista com respectivos currículos dos candidatos. É a vida que segue dentro e fora da Igreja.
O que chama atenção nesse ritual que agora ocorre, de forma apressada, é que a mídia, em geral, passou a dar importância maior a determinados elementos da biografia dos possíveis candidatos, que antes não despertavam interesse. Para os fiéis em geral, o que sempre importou na escolha de um Papa é a vida de pastor e de santidade do candidato, sua dedicação à igreja e ao rebanho de Deus.
Com o advento das mídias sociais, esse tipo de acontecimento ganhou uma amplitude jamais vista, mas de forma alguma,nisso deve influenciar a escolha de um futuro nome para esse posto. Tanto é assim que ninguém conhecia Jorge Mario Bergoglio antes da fumaça indicar o cardeal eleito. Mesmo com as notícias mais recentes dando conta da melhora de saúde do Papa Francisco, os rumores sobre seus sucessores não foram interrompidos. Não há dúvidas que, dentro dos muros do Estado do Vaticano, rituais como a substituição de um Papa são feitas quase que exclusivamente por critérios políticos/religiosos. É que alguns chamam por clericalismo político, dado através de uma autoridade do tipo divina.
No entanto, é preciso lembrar que a governança da Igreja Católica é feita pela ação humana e não há como comandar um portento como o Vaticano, com cerca de 1,5 bilhão de crentes, por meio apenas da providência divina. Não chega a ser estranho pois que, dentro do Vaticano, as articulações e os conchavos políticos também existam quando o assunto é a escolha de alguém para chefiá-lo.
Um outro aspecto interessante é notar que tão logo um novo Papa passe a assumir a cadeira de São Pedro, mais do que depressa, ele passa a perceber que, nessa nova função, ele não pode tudo. Há regras e limites. Na verdade, a figura de um Papa é quase como a de um presidente num regime parlamentarista. Representa o Estado, mas, na prática, não chefia o governo da Igreja. Curioso também é saber que a chegada do atual Papa Francisco ao Vaticano trouxe, para a Igreja, de um modo geral, ares de certo liberalismo político e de quebra de paradigmas e de ortodoxia. Pelo menos, é essa a imagem que é projetada para fora do Vaticano. Internamente, diz-se que ele não é nem liberal, nem conservador, pois o Vaticano sempre sinaliza que, dentro da Igreja, essas divisões do mundo secular não se aplicam.
Comparado ao Papa João Paulo II, as diferenças de matizes ideológicos ficam mais evidentes. O fato é que o Papa, seja qual for sua preferência política, é visto pelos olhos do mundo e estes olhos são humanos e, portanto, cheios de dúvidas e certezas. Mas há um fato que parece unir a todos dentro do Vaticano, e esse fato é a diminuição de fiéis pelo mundo, que passaram a migrar para outros credos. Na visão interna, o que se enxerga é que o Mundo Ocidental parece ter escolhido viver e se estabelecer sobre o planeta sem a presença de Deus. Para os clérigos, esse tipo de mundo, onde Deus parece ter sido exilado da paisagem, é um mundo de escuridão, de mentiras e egoísmo, com a sociedade perdendo, pouco a pouco, o prazer simples de trazer crianças ao mundo, talvez como modo de preservá-las de um mundo cheio de feridas.
Sem Deus, a sociedade vai criando um ambiente onde já não existe respeito com idosos, com as pessoas se isolando cada vez mais na tristeza, na depressão e no medo do futuro. É um mundo onde, para além do materialismo consumista, nada mais resta para oferecer, a não ser o vazio e o nada. A própria existência torna-se um fardo diário. Para a Igreja então, a missão maior é mostrar e incutir, nas pessoas, a esperança de um Amor Maior, Salvador do Mundo, de nome Jesus. E essa é a única pregação do tipo política e evangelizadora que cabe ao Papa.
A frase que foi pronunciada:
“Deus dá as batalhas mais difíceis aos seus melhores soldados.”
Papa Francisco
Desrespeito
Equipes do GDF precisam atualizar os dados de todas as instituições do governo na Internet. Números de hospitais não atendem, números informados de emergências não funcionam, escolas, postos de saúde… nada funciona.
História de Brasília
Quanto ao meu emprêgo na Prefeitura, não é bem emprêgo. Sou contratado, e aceitei porque vi uma oportunidade de servir à minha cidade. Sôbre emprêgo público, posso lhe dizer que fui, uma ocasião, (sem saber) tesoureiro de um Instituto, e depois de nomeado, rejeitei a oferta. (Publicada em 27.04.1962)
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Desde sempre, soubse que tempos difíceis ajudam a forjar homens fortes. O que pouca gente sabe é que, somente em tempos de guerra, é que é possível conhece-los em carne e osso. São heróis do nosso tempo. E é quando o som dos morteiros começa a troar que, no horizonte, o cheiro da morte a se espalhar por todos os cantos que eles surgem.
Enquanto alguns tremem na base, fogem e se escondem, ou ainda procuram se aliar ao inimigo para salvar a própria pele, indivíduos, escolhidos a dedo pelo destino, permanecem de pé. A guerra, e isso já foi dito também, é o caminho do engano, mas é por essas trilhas que as vezes é preciso seguir, mesmo conhecendo a superioridade da máquina de guerra do inimigo.
Desde a Segunda Grande Guerra, há exatos 75 anos, o mundo não ouvia mais falar em heróis. Pessoas que entregam a vida em defesa de seu povo, da sua terra e da sua cultura, movidos pela noção de que lutavam o justo combate, foram transformadas em lenda. Mas, foi a partir de 24 de fevereiro de 2022, ocasião em que a Rússia deu início a invasão da Ucrânia, pensando que essa atitude de pura agressão a um país soberano, seria como um passeio tranquilo ao redor de suas fronteiras, que o mundo passou a conhecer a figura do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (1978-), político, ator, roteirista e diretor de teatro e televisão.
O pecado de Zelensky foi o de rejeitar as más influências de Moscou em seu país e seguir, como era o desejo majoritário da população, se integrando ao mundo ocidental e à União Europeia. Quem diria que um ator e comediante, estreante na política de seus país, viria a ser um comandante supremo de seu exército, se transformando numa espécie de marechal de guerra, temido e respeitado até pelos experientes oficiais russos.
Para o autocrata e eterno presidente russo, a modernização proposta por Zelensky para a Ucrânia e seu afastamento da área de influência de Moscou era inaceitável. A sua aproximação do Ocidente e com a Organização do Tratado do Atlântico Norte, deu a Putin as razões que queria para invadir a Ucrânia. Logo, nos primeiros meses da guerra, ficou claro para o exército ucraniano que seu país enfrentava um inimigo para quem os tratados e as convenções de guerra, capaz de dar algum sentido humano ao que não é humano, eram totalmente desprezados por Putin.
Moscou colocou para combater ao, seu lado, um exército de mercenários e criminosos de guerra, conhecido como Grupo Wagner e que já possuía um vasto currículo de sangue pelo mundo. Por diversas vezes o governo de Moscou tentou simplesmente eliminar Zelensky, que escapou de alguns atentados, graças ao seu serviço de informações.
Com a guerra em andamento, diversos líderes mundiais, diante da possibilidade de Moscou usar inclusive armas nucleares, ofereceram abrigo a Zelensky, acreditando que sua saída do país poderia abrir caminho para o fim das hostilidades russas. Em resposta Zelensky teria dito: “A luta é aqui em Kiev; preciso de munição, não de uma carona”.
Com essa atitude corajosa Zelensky ganhou ainda mais apoio interno. Não é por outra razão que a guerra, que para Moscou, deveria durar apenas 96 horas já se estende por 3 longos anos, com os ucranianos defendendo cada palmo de terra.
Para os analistas desse conflito contemporâneo, a guerra entre esses dois países já contabiliza um número superior a um milhão de mortos de ambos os lados. A carnificina prossegue com Moscou contando agora com a ajuda militar da Coreia do Norte. Mesmo em se tratando de uma luta de forças desiguais, a Ucrânia, sob Zelensky segue nos campos de batalha, resistindo à um inimigo traiçoeiro e capaz de qualquer manobra para vencer. Talvez por sua bravura em comandar uma guerra tão prolongada, contra os belicosos e imprevisíveis russos, é que Zelensky tem sido reconhecido por diversos países do Ocidente como um grande e bravo comandante, sendo por diversas vezes condecorado e saudado como herói de guerra. Ao mesmo tempo pesa sobre Putin um mandado de prisão, expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) que o acusa de crimes de guerra.
A frase que foi pronunciada:
“O presidente não pode mudar o país sozinho. Mas o que ele pode fazer? Ele pode dar um exemplo.”
Volodymyr Zelensky
História de Brasília
“Quanto ao fato de o senhor achar humorística esta coluna, é uma alegria para nós. Pena que nem todos concordem.”. (Publicada em 27.04.1962)
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Não é de hoje que o sistema capitalista vem sendo combatido de todas as formas possíveis. Algumas dessas batalhas contra o liberalismo na economia são feitas de forma desonesta e sem levar em conta uma simples questão: no quesito aceitação pela humanidade, entre um e outro modelo, o capitalismo não conheceu, até hoje, qualquer outra alternativa que chegue perto dos benefícios para a vida individual e coletiva dos povos.
Elementos como a coletivização, homogeneização, uniformização e quaisquer outros que queiram impor a deformação do indivíduo e de sua personalidade irão sempre contra os princípios da natureza humana, mesmo os mais elementares. Ninguém anseia por padronização, ainda mais vinda de cima para baixo.
É certo também que, mesmo nos regimes coletivistas mais ortodoxos, a chamada nomenclatura, representada pelos dirigentes do partido e da nação, não concebe, para si e para os seus, os mesmos princípios que obrigam o povo a seguir. Numa análise rápida, é possível verificar que, entre as principais conquistas materiais alcançadas pelos trabalhadores, todas elas são fruto de seu trabalho e de seu empenho e decorrem diretamente das possibilidades ofertadas pelo capitalismo e não pelas falsas promessas do Estado. O celular, o carro, a televisão, a geladeira e outros bens de consumo, até mesmo a casa própria, são produtos do capitalismo.
Por sua vez, a insegurança, a precariedade na saúde e na educação, a malversação dos recursos públicos, entre outras mazelas, são alguns dos produtos que o Estado tem para oferecer. Os trabalhadores conhecem bem essa realidade. Pagam seus impostos, mas não têm a quem recorrer pela falta de serviços vindos desses impostos. Talvez, por isso, o processo de coletivização é sempre feito de forma coercitiva.
Não existe, absolutamente, nenhum ser humano sobre a terra que, depois de experimentar, na carne e na alma, um processo de coletivização, queira repetir ou regressar a esse modelo. Dessa forma, é possível verificar que, em nosso caso, o Estado Brasileiro faz muita coisa que não deveria, ao mesmo tempo que deixa de fazer o que seria sua obrigação precípua, e que a nação demanda e a Constituição aponta como prioridade básica.
Do ponto de vista de muitos economistas e pensadores sérios, o Estado Brasileiro não deveria estar envolvido em atividades empresariais, subsidiando grupos privados que, afinal, geram mais lucro para os que estão no poder e seus apaniguados do que propriamente para a população. Também não deve se arvorar em proteger a economia, pois toda a vez que se mete nesse setor, produz inflação, recessão e outros males. Do mesmo modo, o Estado não pode permitir a existência de supersalários e outras mordomias a qual a população não tem acesso, embora seja ela quem pague por esses mimos vergonhosos. O saneamento básico, o ensino de qualidade, saúde pública também de qualidade, além da segurança, seriam as áreas em que o Estado Brasileiro deveria atuar de frente, ainda mais em vista da enorme carga tributária que arranca, à fórceps, da população.
Cabe ao Estado administrar, da melhor maneira possível, o sistema de aposentadoria, que, segundo estudos, está à beira de falir nos próximos anos. Como bem observado pelo cientista político, Sérgio Abranches: o Estado Brasileiro é um Leviatã anêmico. Outra observação valiosa, dessa vez vinda do economista Eduardo Giannetti, é a de que o dinheiro arrecadado pelo Estado Brasileiro deveria ser gasto o mais próximo possível do lugar onde ele é arrecadado. Embora essa seja uma regra de ouro, ela não é respeitada e sequer cumprida.
Com essa pretendida reforma tributária obrigando a centralização da arrecadação nos cofres do governo, a situação do país irá piorar ainda mais, com uma possível quebradeira de estados e municípios. A centralização da tributação fere, de morte, o Estado Federativo, pois retira, desses entes, a possibilidade de caminhar sobre as próprias pernas. Da mesma forma, o recorrente endividamento de estados e municípios, também falsamente negociado a cada governo, decorre dessa situação de centralização dos recursos da União nos cofres do governo.
Outra consequência perversa desse modelo centralizador e perdulário é que quase 80% dos municípios brasileiros são obrigados, hoje, a viverem de mesada da União. Deixar o cidadão no escuro sem saber o quanto paga, para onde vão esses recursos e o que retorna para sua região tem sido a política fiscal de nosso país. Uma política errada do começo ao fim.
A frase que foi pronunciada:
“A economia que não se preocupa com a justiça social é uma economia que condena os povos a isso que está ocorrendo no mundo inteiro, uma brutal concentração de renda e de riqueza, o desemprego e a miséria. (…) Isso é coisa de tecnocrata alucinado, que acha que está tudo ok, e não está nada ok.”
Maria da Conceição Tavares
História de Brasília
Não se faça de desentendido sr. Hélio. O que eu disse é que o sr. faturara a defesa do sr. Francisco Laranja Filho, e saiu-se muito mal. (Publicada em 27.04.1962)
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Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Associações sem fins lucrativos, na sua maioria, assim como boa parte das Organizações Não-Governamentais (ONGs), descobriram, ao longo dos anos em que atuam no Brasil, que a fiscalização na aplicação de suas fontes de recursos, a maioria vinda diretamente dos cofres da União, é feita de maneira displicente, isso é, quando efetivamente feita. Com isso, ao longo de muitos e muitos anos, convenceram-se que podem utilizar seus recursos milionários em atividades distantes muitas léguas daquelas atividades nas quais estão inscritas.
Nesse tipo de negócio em que se transformaram essas entidades, os meios e os fins já não importam. Trata-se de um verdadeiro ninho de vespas, protegido dentro e fora do país. Investigações, como as realizadas por CPIs, de nada adiantam. Para tornar esse enredo ainda mais nebuloso, muitas dessas entidades contam com forte apoio político, o que impede que a luz do sol venha clarear esse submundo que se desenvolveu à sombra do poder.
Obviamente que existe nesse meio entidades que operam de acordo com o que mandam as leis. Mas esse é apenas um detalhe mínimo. Talvez, por essa razão, os escândalos de má gestão e de desvios nessas áreas não param de acontecer. A diferença é que, agora, a totalidade dessas entidades não são, sequer, incomodadas. E esse é um problema que gera hoje prejuízos na casa de bilhões de reais. Não é por outro motivo que essas entidades miram em setores do país onde os recursos são abundantes e mal fiscalizados.
O resultado se traduz invariavelmente em escândalos de corrupção, como o que agora acontece no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com já é de praxe, o INSS, cuja importância para os brasileiros não é equivalente à atenção que deveria merecer dos órgãos de controle, volta ao noticiário, em situação que envolve bilhões de reais escoando pelos largos bueiros da malversação de recursos públicos. A questão agora é que o INSS está sendo acusado de promover descontos indevidos em aposentadorias, feitas compulsoriamente por associações sem fins lucrativos. Pelo o que se sabe até agora, é que entre 2023 e 2024, muitos aposentados e pensionistas tiveram descontos entre R$ 50,00 e R$ 70,00 todos os meses. Assim, cerca de R$ 300 milhões passaram a ser desviados das contas dos segurados a cada mês por essas entidades, por meio de Acordos de Cooperação Técnica (ACT).
Ao longo desse tempo em que tem vigorado esse “acordo”, mais de R$ 9 bilhões foram parar nos cofres dessas entidades nos últimos anos ou, simplesmente, desmancharam-se no ar. Observem ainda que esses foram descontos em folha não autorizados pelos próprios aposentados. Diante desse escândalo de grande proporção, a direção do INSS cuidou de, mais do que depressa, cancelar essas cobranças, visando “proteger os direitos dos segurados”.
O business aqui é saber quem autorizou tais descontos, que, na verdade, só foram interrompidos depois que o escândalo chegou a público. O que parece é que esse descontos iriam durar até que a bolha estourasse. Nesse ponto, “medidas” iriam ser tomadas de pronto, ficando o feito pelo não feito. Ocorre que, nessa pendenga, a Associação Brasileira de Defesa dos Clientes e Consumidores de Operações Financeiras e Bancárias (Abradeb) entrou com uma ação na Justiça Federal contra o INSS, questionando esses descontos, pedindo, nada menos do que R$ 112,3 bilhões em danos materiais individuais, dano moral coletivo e dano social. Trata-se de uma das maiores ações já feitas no país. O pior, se ainda pode haver pioras, é que quem irá pagar essa ação serão os próprios cidadãos e, logicamente, os segurados do INSS, já que, pelo o que se sabe, não existe dinheiro do governo e sim dos pagadores de impostos.
O que temos pela frente é uma batalha nos tribunais, que pode, inclusive, tramitar em segredo de justiça, dados aos valores desviados e os possíveis personagens desse mais novo escândalo na praça. O que a inteligência e a lógica nos fazem supor é que, nesse mega escândalo, não está envolvido apenas um único personagem, mas um grupo grande e com enorme influência sobre esse tipo de operação.
Resta esperar a ação da justiça, mesmo tardia e com prejuízos certos para a ponta mais fraca desse elo.
A frase que foi pronunciada:
“INSS: Novos Desafios, Novas Conquistas”
Mote do INSS
História de Brasília
Jamais falamos aqui, de sua amizade com o ministro San Thiago Dantas. Êste foi um assunto do qual nunca nos ocupamos porque cremos que o sr. San Thiago jamais poderia ser amigo do sr. Hélio Fernandes. (Publicada em 27.04.1962)
Funções das estatais: prestar serviços públicos ou explorar atividades econômicas
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Uma pergunta que parece ecoar desde sempre, ou, pelo menos, desde que inventaram as empresas estatais, busca saber, sem evasivas, a quem essas instituições do Estado realmente servem. A questão aqui ganha uma embalagem mais personalista, quando se nota que essas empresas, ao contrário de outras desligadas do Estado e que, por isso mesmo, têm que se virar para sobreviver num ambiente totalmente hostil, possuem uma espécie de salvo-conduto que as tornam imunes a tudo, inclusive à má administração e aos rigores da falência.
Por suas características exclusivas, as estatais não se enquadram dentro dos princípios de competição, excelência, transparência e eficiência, que marcam as empresas dentro de um regime de livre competição ou a quaisquer outros requisitos próprios do capitalismo. Em regra, as estatais seguem um enevoado e distorcido princípio do capitalismo de Estado, sem o qual elas não sobreviveriam num mundo comandado pelas forças do mercado e pela preferência dos consumidores.
Não por outra razão, os Correios, por exemplo, em 2024, fecharam as contas com um rombo de R$ 3,2 bilhões, segundo o Ministério da Gestão e Inovação (MGI). O cálculo para as estatais em geral foi de R$ 7,2 bilhões de prejuízo. Essas empresas seguem em frente confiantes de que isso é apenas mais um pequeno detalhe. Notem que esse passivo não será debitado no caixa dessas empresas, mas na conta dos pagadores de impostos. Déficit nas contas do governo é um outro nome para dizer que os cidadãos estão devendo ao Estado, o que pode ser atenuado com o aumento de impostos e outras taxas.
Diante de uma realidade cruenta como esta, a outra pergunta que fica busca entender porque seguimos preservando as empresas estatais, se elas, mesmo com todo o aporte público, não geram lucros ou benefícios diretos para os cidadãos. Que se saiba, nunca houve aumento salarial decorrente de bônus gerados pelas estatais. De fato, as riquezas que essas empresas prospectam fluem diretamente dos cofres públicos. Em outras palavras, estão nos cofres públicos ou no Tesouro Nacional, o pré-sal e outras riquezas que essas empresas dizem produzir. Sendo assim, abre-se aqui a primeira porta a revelar quem as estatais servem de fato.
Quando o país não está em primeiro lugar, essas empresas servem, primeiramente, às políticas do governo no comando do Estado, mesmo que essas ações contrariem a lógica e o bom senso. Pela abertura de uma segunda porta, é revelado que as estatais servem diretamente ao governo, mesmo que dissociado das necessidades da população. Seguindo em frente por esse labirinto burocrático, verificamos que as estatais, ao fim e ao cabo, servem aos políticos, sobretudo aqueles alinhados à base governista. Outras brechas indicam ainda que as estatais servem também às dezenas de partidos que orbitam em torno do governo. Abrindo-se outras portas, as quais os públicos não possuem acesso, é visto que as estatais, que a tantos senhores obedecem, servem também aos chamados campeões nacionais ou empresários que encontraram nessas empresas o filão de ouro que desejam.
Não surpreende, pois, que, em nove de cada dez escândalos de corrupção, esses personagens são sempre vistos na cena do crime. O que temos aqui é um imenso balaio estatal onde estão reunidos membros do governo, políticos e empresários, todos juntos e misturados. Mas engana-se quem pensa que esses são os únicos embarcados nesse transatlântico estatal. A eles se juntam hoje boa parte dos artistas, que comungam do mesmo credo ideológico em voga. A última porta a descortinar o mundo fantasioso das estatais mostra que, internamente, vista do ponto de vista dos trabalhadores dessas empresas, nem mesmo os fundos de pensão, que eles mantinham como esperança de aposentadorias dignas, foram deixados de fora dessa razia, e hoje amargam prejuízos bilionários. Dizer o quê?
A frase que foi pronunciada:
“Os Correios são do Brasil. Os Correios são um gigante que acordou.”
Gal Floriano Peixoto, gestão com 3,7 bilhões lucro em 2021.
Ação
Muitos caminhões e obras pela cidade, o que é uma coisa boa. Infelizmente, as faixas de pedestres que precisam de tinta não receberam a manutenção ainda, o que piora a segurança nos dias de chuva.
História de Brasília
Volta-se, agora, contra êste colunista, a verrina do sr. Hélio Fernandes, que procura confundir as coisas e as pessoas, para sair melhor com as “coisas” e de bem com as pessoas. (Publicada em 27.04.1962)
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Criada em abril de 1973 pelos militares, com o objetivo de promover o desenvolvimento e a inovação tecnológica no setor agropecuário, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi e ainda é a principal responsável pelo sucesso mundial do agrobusiness nacional. Levou tempo até que os agricultores e pecuaristas brasileiros entendessem a importância das pesquisas para o aumento da produtividade e para a melhoria na qualidade dos produtos do campo. Aos poucos, as técnicas de manejo do solo, do melhoramento genético de plantas e animais, dos sistemas de irrigação, manejo integrado de pragas e doenças foram sendo introduzidas no campo, com o sucesso que hoje conhecemos.
Ao longo de todo esse tempo. foram sendo introduzidas também, entre os produtores, a noção e a importância da sustentabilidade ambiental e social como modelos para tornar a produção de alimentos compatível com o meio ambiente. Com o tempo, a Embrapa ganhou respeito no país e no exterior, sendo seu modelo copiado em diversos outros lugares pelo mundo.
Alguns exemplos de inovações desenvolvidas pela Embrapa podem ser conferidos como soja tropical resistente a pragas. A Embrapa desenvolveu variedades de soja adaptadas ao clima tropical brasileiro e resistentes a pragas como a lagarta-da-soja, o que aumentou significativamente a produtividade e a sustentabilidade das lavouras de soja no país.
Milho resistente a insetos: A Embrapa desenvolveu variedades de milho transgênico resistentes a insetos, como a lagarta-do-cartucho, o que reduziu a necessidade de aplicação de pesticidas e melhorou a produtividade das lavouras de milho.
Feijão de alta produtividade: A Embrapa desenvolveu variedades de feijão mais produtivas e resistentes a doenças, o que possibilitou o aumento da produção e a melhoria da segurança alimentar em regiões de cultivo desse importante alimento na dieta brasileira.
Cultivares de frutas: A Embrapa desenvolveu diversas cultivares de frutas, como a uva BRS Vitória e a maçã BRS Gala, que apresentam características melhoradas de sabor, aparência e resistência a doenças, contribuindo para a expansão e diversificação da fruticultura brasileira.
Manejo integrado de pragas e doenças: A Embrapa desenvolveu técnicas de manejo integrado de pragas e doenças, que visam reduzir o uso de agrotóxicos e promover o controle biológico de pragas, tornando a produção agrícola mais sustentável e ambientalmente amigável.
Sistemas agroflorestais: A Embrapa tem trabalhado na promoção de sistemas agroflorestais, que integram a produção agrícola com o cultivo de árvores, proporcionando benefícios econômicos, sociais e ambientais, como a conservação do solo, a proteção de recursos hídricos e a diversificação da produção.
Biotecnologia aplicada à pecuária: A Embrapa desenvolveu técnicas de melhoramento genético para a pecuária, como a seleção de animais resistentes a doenças, aprimorando a produtividade e a qualidade dos rebanhos brasileiros.
A despeito de todo esse sucesso e da importância estratégica que tem para o nosso país, a Embrapa vem nesses últimos anos atravessando um período de crise sem precedente, que vai desde o clientelismo político, aos obstáculos para desenvolver suas atividades, que tem levado essa empresa e seus técnicos e pesquisadores a um estado de total frustração e desânimo. De fato, após esses 50 anos de êxitos a empresa vem perdendo sua capacidade de resposta diante dos novos cenários da agricultura nacional e mundial. A pressão política obrigou a Embrapa a criar dezenas de centros de pesquisas que passaram a atuar de forma não integrada, gerando sobreposição de pesquisas, criando infraestruturas ociosas e consequentemente um elevadíssimo custo de manutenção. A cada governo que chega criam-se mais e mais programas, centros de pesquisas e outros aparatos que vão se acumulando e gerando despesas.
É necessário, na visão daqueles que entendem o trabalho desse entro de pesquisa, implementar uma forte descentralização na estrutura de governança, desburocratização nos processos decisórios e atenção aos recursos humanos da empresa. Existe ainda uma crise financeira, com as polêmicas ontratações, que colocam a Embrapa numa posição de risco como líder em pesquisa agrícola tropical.
Em 2024 empresa encerrou o ano com um déficit superior a R$ 200 milhões, o que colocou em risco a capacidade da Embrapa conduzir pesquisas futuras. Também a falta de fundos para despesas gerais tem
colocado em xeque o futuro da pesquisa agropecuária em nosso país. É preciso entender que as mudanças climáticas irão exigir ainda mais das pesquisas na área de produção de alimentos. Não se pode aceitar que uma empresa dessa importância vital passe agora por constrangimentos de não possuir em caixa dinheiro sequer para pagar contas de luz, água, telefone, internet, segurança e restaurante. Tudo isso sem falar em pesquisas, que levam anos de estudo e custam muito dinheiro.
Frase que foi pronunciada:
“Erradicar a fome, garantir a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover uma agricultura sustentável”.
Agenda 2030 Vaticano
História de Brasília
O deputado Esmerino Arruda arrombou o depósito, de lá retirando grande quantidade de leite, distribuido demagogicamente entre a população pobre. (Publicada em 26.04.1962)